Sem grandes alaridos, o Vaticano publicou finalmente a Instrução "Redemptionis Sacramentum" sobre os abusos litúrgicos, visando pôr um freio à anarquia em que caiu a liturgia católica no seguimento das reformas levadas a cabo depois do encerramento do Concílio Vaticano II.
É um documento que apenas peca por ser demasiadamente tardio, lamentando-se que não vá tão longe quanto seria necessário numa matéria de central importância para o Catolicismo: ainda assim, de forma explícita, o mesmo é bem firme no repúdio de excessos e de extravagâncias que comummente passaram a fazer parte das Missas pós-conciliares, criticando de maneira implícita, para quem saiba ler nas entrelinhas, muitos outros mais. Aliás, hoje em dia, devem ser raros os católicos que nunca tiveram a infelicidade de se deparar com vários dos exageros enunciados.
De qualquer maneira, saúde-se o ensejo de Roma em cercear o carácter ambíguo, dúbio e incerto da Constituição conciliar sobre matéria litúrgica - a "Sacrosanctum Concilium" -, bem como dos decretos que a implementaram, intentando travar as interpretações fantasiosas e sem qualquer suporte na tradição que desde os anos 70, e cada vez mais, desses normativos vinham a ser feitas um pouco por quase todas as dioceses do mundo. Façam-se votos para que as coisas assim o sejam efectivamente, e que a aplicação prática desta Instrução não seja sabotada pelo episcopado progressista hoje em dia dominante, mormente aquele que já se encontra num estado de cisma prático consumado com a Sé de Pedro, como sucede nos casos de França, Bélgica, Holanda, Alemanha e, também, dos EUA.
Concluindo, é de facto muito difícil endireitar o que nasceu torto: também por isso, há-de chegar inapelavelmente o momento em que o Vaticano se aperceberá de que a única forma real e efectiva de contrariar os abusos litúrgicos passará pela reintrodução do rito litúrgico latino-gregoriano ou tridentino como rito comum da Igreja do Ocidente.
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