terça-feira, dezembro 24, 2013

Um Santo Natal!


Um Santo Natal para todos os leitores e amigos de ”A Casa de Sarto”!

O "homem do ano"

O observador atento e imparcial não pode deixar de ficar chocado com a disparidade do tratamento que Francisco tem recebido na grande imprensa mundial, por contraposição àquele que a seu tempo foi dispensado ao Papa Bento XVI. Enquanto este último sofreu agressões constantes da comunicação social por causa da sua abordagem pró-tradicional do Catolicismo, e por isso sendo apodado desde propagador da sida em África até protector de pederastas, quando não de grande inquisidor defensor do obscurantismo medieval (como se os imbecis às ordens que assim escreviam porventura soubessem o que foi a realidade histórica da Inquisição ou conhecessem alguma coisa acerca da brilhante civilização da Idade Média), já Francisco tem a mesmíssima comunicação social rendida a seus pés e guindando-o ao estatuto de “homem do ano”, tão-só porque em meia dúzia de intervenções públicas pronunciou igual número de frases ambíguas o suficiente sobre questões como o aborto, a homossexualidade, a anticoncepção artificial e a ordenação sacerdotal de mulheres, as quais soaram agradáveis aos ouvidos do mundo por minarem notoriamente a ortodoxia católica.
Que pensar acerca desta discrepância de tratamento? Direi apenas que para um católico não é bom sinal ser idolatrado pelo mundo, afinal de contas, um inimigo da alma. Convém não esquecer o que Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele próprio, ensinou a este respeito:
Se o mundo vos odeia, reparai que, antes que a vós, me odiou a mim. Se viésseis do mundo, o mundo amaria o que é seu; mas, como não vindes do mundo, pois fui Eu que vos escolhi do meio do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: o servo não é mais que o seu senhor. Se me perseguiram a mim, também nos hão-de perseguir a vós. Se cumprissem a minha palavra, também hão-de cumprir a vossa (São João, 15, 18-20).
Quanto à “Franciscomania” da grande imprensa, recordo ainda, mais prosaicamente, este escólio de Nicolás Goméz Dávila:
La prensa sempre elige com mal gusto certero lo que encomia.
De resto, tenha-se isto bem claro: o mundo vibra com Francisco porque pressupõe que este vai abolir o Decálogo, em especial, os 1º, 5º, 6º e 9º mandamentos, num corolário lógico dos pronunciamentos ambíguos em que se multiplicou nos últimos tempos; porém, sendo o Decálogo uma lei divina, ninguém o pode abolir, pela simples razão de que tal é por natureza impossível. E Francisco - que obviamente sabe bem isto - deve tão rapidamente quanto possa pôr cobro ao grave equívoco que gerou, sob pena de o mundo que agora tanto o idolatra se vir a voltar contra ele com igual furor.

Apoio aos Franciscanos da Imaculada

sábado, dezembro 21, 2013

Impiedosa e infame perseguição contra os Franciscanos da Imaculada

Diversos blogues amigos da Tradição (“Rorate Caeli”, “Página Católica”, “Le Salon Beige”, “La Cigueña de la Torre” e “Fratres in Unum”, entre outros) têm dado conta das mais recentes notícias respeitantes à impiedosa e infame perseguição que as actuais autoridades romanas decidiram encetar contra os Franciscanos da Imaculada. Não irei repetir, aqui e agora, o que aqueles já relataram; porém, havendo o corrente fluxo noticioso acerca do caso começado com a publicação de um artigo do jornalista italiano Marco Tossati, no jornal “La Stampa”, de Roma, em 4 de Dezembro último, no qual aquele se questionava sobre o que teriam feito os Franciscanos da Imaculada para serem alvo de uma tão grande sanha persecutória, é minha intenção responder doravante a essa interrogação.
Basicamente, o grande “crime” dos Franciscanos da Imaculada consistiu em haverem sido, ao longo dos anos do pontificado do Papa Bento XVI, dos mais visíveis defensores da ortodoxia doutrinária católica e, sobretudo, dos mais notórios promotores da Missa Tradicional de rito latino-gregoriano.
Neste âmbito, convém não olvidar que foram os Franciscanos da Imaculada que:
a) publicaram, na sua editora “Casa Mariana Editrice”, o livro “Concilio Ecumenico Vaticano II, Un discorso da fare”, de autoria de Monsenhor Brunero Gherardini, em que se defendia a interpretação crítica do Concílio Vaticano II num sentido de continuidade com a tradição eclesial, e se reafirmava a natureza meramente pastoral e não dogmática desse mesmo Concílio (eis aqui a razão da fúria do Padre Volpi, o comissário nomeado pelo Vaticano para pôr cobro à “deriva lefebvrista” nos Franciscanos da Imaculado, contra as publicações da “Casa Mariana Editrice”);
b) organizaram em Dezembro de 2010, em Roma, um congresso subordinado ao tema “Concílio Vaticano II, um concílio pastoral - Análise histórica, filosófica e teológica”, em que participaram pessoas tão importantes como o já referido Monsenhor Brunero Gherardini (que aí reafirmou a sua tese), o Professor Roberto de Mattei e o Bispo Athanasius Schneider, e no qual este último defendeu a promulgação de um novo “Syllabus” papal condenando infalivelmente os erros de interpretação do Concílio Vaticano II;
c) promoveram tão latamente quanto possível, em estrita e legítima obediência ao determinado pelo Papa Bento XVI, o Motu Proprio “Summorum Pontificum”, indo ao ponto de oficiarem a Missa Tradicional de rito latino-gregoriano no limite jurisdicional de uma importante arquidiocese onde o respectivo arcebispo, desde o início, frustrou com pertinácia e impertinência, como poucos à escala mundial, a aplicação do mesmo Motu Proprio “Summorum Pontificum”. Não é difícil adivinhar que a arquidiocese em causa era a de Buenos Aires, na Argentina, e o arcebispo em apreço o então Cardeal Jorge Mário Bergoglio, hoje conhecido simplesmente por Francisco…
De facto, há padrões de comportamento que nunca mudam. Um deles é o dos modernistas e progressistas: em teoria, enchem a boca de palavras bonitas como ternura, misericórdia e caridade; contudo, na prática, são as pessoas menos ternurentas, misericordiosas e caridosas que existem, nunca perdoando e jamais esquecendo…
Que a Imaculada Conceição auxilie os seus Franciscanos, autênticos e digníssimos católicos, a enfrentar e a superar esta muito dura tribulação! A nós, simples fiéis, só nos resta manifestar-lhes o nosso apoio!