domingo, março 28, 2010

Conferência sobre o Rito Tradicional Latino-Gregoriano em Fátima - um acontecimento merecedor da mais ampla divulgação

Os Cónegos Regulares de São João Câncio, religiosos integrados no âmbito da Comissão "Ecclesia Dei", irão realizar no próximo mês de Setembro, entre os dias 8 e 11, em Fátima, uma Conferência sobre o Rito Tradicional Latino-Gregoriano, cuja participação se encontra aberta a todos os sacerdotes, diáconos, religiosos, religiosas e leigos que nela queiram inscrever-se.

Trata-se de um acontecimento merecedor da mais ampla divulgação e do maior apoio possível de todos os católicos tradicionais portugueses, susceptível de dar à Missa Tradicional no nosso país a visibilidade pública que até agora lhe tem sido injustamente negada.

Os interessados podem obter mais pormenores sobre este evento aqui (em inglês) e aqui (em português).

Impressões de visita a Saint Nicholas du Chardonnet


No seu muito recomendável "The Hermeneutic of Continuity", o Padre Tim Finigan, que viajou recentemente até Paris, dá conta das suas impressões de visita à grande igreja da FSSPX na capital francesa - Saint Nicholas du Chardonnet -, em artigo escrito no tom sério, equilibrado e sensato que lhe é característico. A este respeito, não deixa de ser agradável para a minha pessoa que o ilustre sacerdote inglês constate, quase ponto por ponto, aquilo que eu próprio pude constatar em visita de boa memória à referida igreja parisiense.

sexta-feira, março 26, 2010

Ainda mais factos

É claro que a culpa dos casos de abusos sexuais de menores por parte de padres ditos católicos não é do celibato sacerdotal, muito longe disso! Nada que já não se soubesse, mas nunca é demais sublinhar com toda a firmeza a verdade dos factos.

Bien qu'il soit peu politiquement correct de le dire, il y a un chiffre qui est beaucoup plus important: plus de 80% des pédophiles sont homosexuels, des individus mâles abusant d'autres mâles. Et - pour citer une fois de plus Jenkins - plus de 90% des prêtres catholiques condamnés pour abus sexuel d'enfants et pédophilie sont homosexuels. Si dans l'Église catholique il y a eu effectivement un problème, ce n'était pas le célibat, mais une certaine tolérance de l'homosexualité dans les séminaires, en particulier dans les années 1970, quand ont été ordonnés la grande majorité des prêtres reconnus par la suite coupables d'abus. C'est un problème que Benoît XVI corrige vigoureusement. Plus généralement, le retour à la morale, à la discipline ascétique, à la méditation sur la vraie, grande nature du sacerdoce sont l'antidote ultime aux vraies tragédies de la pédophilie. C'est à cela aussi que devrait servir l'Année Sacerdotale.

Repondo a verdade com factos contra as mentiras da desinformação

Factos a sério que repõem a verdade contra mentiras com pernas muito curtas da desinformação: através do imprescindível "Le Salon Beige", tomo conhecimento deste artigo fundamental, de autoria do jornalista italiano Massimo Introvigne, sobre a mais recente campanha de difamação lançada pelo jornal esquerdista, laicista e anticristão "New York Times" contra a pessoa do Papa Bento XVI. Respigo um trecho bem elucidativo:

Les faits sont un peu différents. Vers 1975, le Père Murphy a été accusé d'abus particulièrement graves et méprisables dans un pensionnat pour des mineurs sourds. Le cas a été signalé sans délai aux autorités civiles, qui n'ont pas trouvé de preuves suffisantes pour poursuivre Don Murphy. L'Eglise, en l'occurrence plus sévère que l'Etat, continua pourtant avec persistance à enquêter sur Don Murphy et puisqu'elle soupçonnait qu'il était coupable, à limiter de différentes façons l'exercice de son ministère, bien que les accusations portées contre lui avaient été abandonnées par la magistrature.

Vingt ans après les événements, en 1995 - dans un climat de fortes polémiques autour des affaires de "prêtres pédophiles" - l'archidiocèse de Milwaukee jugea bon de signaler le cas à la Congrégation pour la Doctrine de la Foi. L'information était liée à des violations de la discipline de la confession, du ressort de la Congrégation, et n'avait rien à voir avec l'enquête civile, qui avait eu lieu et s'était conclue il y a plus de vingt ans. Il convient également de noter que, dans les vingt années antérieures à 1995, il n'y avait pas eu de faits nouveaux ou de nouvelle accusation contre Don Murphy. Les faits débattus étaient encore ceux de 1975. L'archidiocèse signala même à Rome que Don Murphy était mourant. La Congrégation pour la Doctrine de la Foi ne publia certes pas de documents, ni ne fit de déclarations publiques vingt ans après les faits, mais recommanda que l'on continuât à restreindre les activités pastorales de Don Murphy et qu'on lui demande de reconnaître publiquement sa responsabilité. Quatre mois après l'intervention de Rome, Don Murphy mourut.

Ce nouvel exemple de journalisme poubelle confirme comment fonctionnent les «paniques morales». Pour salir la personne du Saint-Père, on remue un épisode d'il y a trente ans, connu et discuté par la presse locale déjà au milieu des années 1970, dont la gestion - pour autant qu'elle relève de ses compétences, et un quart de siècle après les faits - par la Congrégation pour la Doctrine de la Foi a également été canoniquement et moralement irréprochable, et bien plus sévère que celle des autorités de l'Etat américain.

De combien de ces "découvertes" avons-nous encore besoin pour réaliser que l'attaque contre le Pape n'a rien à voir avec la défense des victimes de cas de pédophilie - certes grave, inacceptable et criminel, comme Benoît XVI l'a rappelé avec une sainte sévérité- et vise à discréditer un Pape et une Eglise qui gênet les lobbies pour leur action efficace dans la défense de la vie et la famille?

quinta-feira, março 25, 2010

Os abusos sexuais de menores - um fruto da heresia progressista

A propósito das recentes notícias sobre casos de abuso sexual de menores cometidos por sacerdotes católicos na Alemanha e na Áustria, não deixa de causar admiração o modo hipócrita como os costumeiros inimigos externos e internos da Igreja, de imediato, se aproveitaram delas para, uma vez mais, difamarem essa Igreja e atacarem a pessoa do Papa.

De facto, é razão para espanto que os mesmos que defendem o assassinato impune e indiscriminado de seres humanos inocentes e indefesos no próprio seio materno através da prática vil do aborto, rasguem agora vestes em público à maneira dos fariseus, por causa destes abusos, numa atitude que tem tanto de falso como de canalha. Efectivamente, em tese e utilizando a lógica pervertida deles, onde é possível o mais (matar um ser humano inocente e indefeso), também deveria ser possível o menos (abusar sexualmente de um ser humano inocente e indefeso). Porém, esta gente sem escrúpulos, da qual fazem parte os repugnantes católicos de letreiro comummente conhecidos por progressistas, está-se nas tintas para quaisquer raciocínios lógicos, interessando-lhe apenas pegar com oportunismo em tudo o que permita atacar as verdades de fé e moral católica!

Ora, ademais da notória má-fé de quererem implicar todo o clero católico nestes sucessos infames, quando os mesmos foram praticados tão-só por uma pequena minoria, jamais sublinham - porque isso não lhes convém - que aqueles são o fruto directo, não da prática da fé e moral católicas, mas sim do abandono da mesma prática e da sua substituição pelos erros do progressismo. É que com respeito a esta matéria, o que tem vindo ao conhecimento público nos anos mais recentes não demonstra qualquer fracasso da doutrina católica tradicional - nomeadamente da disciplina do celibato sacerdotal -, comprovando antes a chocante falência moral da heresia progressista, de que os abusos sexuais de menores no interior da Igreja são um dos frutos mais vis.

É simples coincidência que os primeiros casos de abusos sexuais ocorridos na Igreja remontem há cerca de sessenta anos, quando a heresia progressista começava a ganhar terreno no interior do mundo católico, debalde os esforços do Papa Pio XII em contrariá-la? Não! É simples coincidência que os casos de abusos sexuais hajam disparado depois do Concílio Vaticano II, o qual, no mínimo, baixou as defesas da Igreja contra a heresia progressista e permitiu que esta se infiltrasse em amplíssimos sectores católicos? Não! Aonde conduziu uma heresia que sustenta que o pecado não ofende a Deus (quando não nega a existência do próprio pecado), que refuta a natureza sacrificial propiciatória e expiatória da Missa, que prega a salvação universal independente dos méritos pessoais, e que considera admissível a tendência homossexual? Os resultados, esses, estão agora à vista de todos…

domingo, março 14, 2010

Defender o rito tradicional latino-gregoriano é defender a vida humana


O rito latino-gregoriano, sendo o rito comum, perpetuamente válido e irrevogável da Igreja do Ocidente, está acima de quaisquer contingências temporais, e é por isso também um rito sempre jovem, actual e ultramoderno, que constitui a forma mais radical de se ser antimoderno. São enormes as potencialidades que estão inerentes ao seu génio, entre as quais, em plano de evidência, a defesa da vida humana a partir do momento da concepção.

De facto, urge não esquecer o teor do sábio brocardo latino " Lex Orandi, Lex Credendi, Lex Vivendi", ou seja, a forma como se reza exprime o modo como se crê, e o modo como se crê expressa a maneira como se vive. Assim, enfatizando o rito latino-gregoriano magistralmente as verdades fundamentais de fé e moral católicas, rezar segundo aquele é exprimir a crença em tais verdades (entre as quais, a da defesa da vida humana inocente), em reflexo do próprio estilo de vida religiosa e moral de quem crê. Deste modo, percebe-se por que motivo os hereges progressistas, inimigos denodados das verdades de fé e moral católicas, bem como do magistério extraordinário e ordinário constante da Igreja, são outrossim os principais inimigos do rito latino-gregoriano, hostilizando-o tanto quanto lhes é possível: este, por ser a expressão pública máxima daquelas verdades, é-lhes insuportável.

Sem prejuízo, mesmo nos meios católicos tradicionais, não está totalmente compreendido o valor catequético do rito tradicional e a sua importância para a defesa da vida humana e para o combate antiaborcionista; portanto, deixo à consideração dos meus leitores um interessante artigo escrito por Deborah Morlani, colaboradora do "New Liturgical Movement" que se tem dedicado a aprofundar este assunto, bem como uma entrevista fundamental de Sua Eminência o Cardeal Cañizares, sobre o mesmo tema, concedida ao extraordinário Life Site News.

Lidas tais recomendações, acredito ser lícito perguntar: não se terá devido o grande avanço das legislações aborcionistas nos últimos quarenta anos, em especial nos países outrora católicos, também à marginalização sofrida durante o mesmo período de tempo pelo rito tradicional?...

O massacre da população europeia - o maior e mais silencioso genocídio de todos os tempos

Tomo conhecimento, através desta notícia, das horrendas dimensões que o aborto alcançou na União Europeia: os europeus são hoje massacrados nos ventres maternos como nunca o foram antes nos campos de batalha, em proporções que consubstanciam o maior e mais silencioso genocídio de todos os tempos.

Ora, a criminosa desordem política que tolera, permite e até apoia este estado de coisas, é necessariamente ilegítima, iníqua e ímpia, e merece ser combatida por todos os meios moralmente lícitos e admissíveis. E com respeito à monstruosidade aborcionista, apetece-me citar um trecho certeiro de Juan Manuel de Prada, retirado do seu livro "A Nova Tirania" (Leiam-no! Leiam-no!):

O progressista é o sujeito que conseguiu fazer passar o seu cinismo por filantropia.

(…) No seu empenho por evitar olhar o rosto do outro, o progressista desenvolveu uma espécie de antropologia bizantina, que faz depender a condição humana de uma vida em gestação do tamanho dessa vida, da viabilidade dessa vida, das semanas de gestação, e por aí fora. O progressista pretende fazer-nos crer que um feto de dez semanas não merece protecção jurídica porque não pode desenvolver-se independentemente da mãe. Mas a inviolabilidade da vida humana não está, de modo nenhum, dependente do facto de ser ou não viável; pelo contrário, uma vida torna-se tanto mais valiosa quanto mais desvalida se encontra, quanto mais exige o nosso auxílio para continuar a viver, quando não tem poder, nem voz para se defender. A inviolabilidade da vida depende, em suma, da nossa decisão de olhar para ela de frente, reconhecendo nela uma dignidade inalienável.

(…) Para conseguir ver a dignidade de uma vida em gestação é necessário, evidentemente, olhá-la com os olhos do coração, que é onde reside a nossa liberdade de escolher entre o bem e o mal. E, como o progressista foge às decisões morais, como nem sequer aceita que haja bem e mal, recorre ao mais repelente fisiologismo para determinar de forma ditatorial que uma vida em gestação não é vida, porque não tem rosto. E, como não tem rosto, não pode ser sujeito; por isso, é um objecto do qual posso dispor livremente, um objecto que posso destruir, se for caso.

Mas como atrás dissemos, o progressista tem necessidade de disfarçar o seu cinismo, dando-lhe a forma de filantropia. E, para justificar a matança de vidas em gestação, tem necessidade de invocar direitos. O progressismo é uma fábrica de salsichas de direitos. E assim, o progressista saca da manga um filantrópico "direito ao aborto": a mulher tem o direito de decidir sobre a sua qualidade de vida; a sociedade tem o direito de se desembaraçar de crianças indesejadas, para garantir aos cidadãos elevados níveis de bem-estar, etc. O progressista disfarça as expressões do interesse egoísta, conferindo-lhes a forma de direitos; e, neste labor de camuflagem, não hesita em negar a dignidade da vida, enquanto esta não tiver rosto. Mas é a nossa própria dignidade que está dependente do olhar que dirigimos a essas vidas sem rosto; quando as tratamos como objectos dos quais podemos dispor a nosso bel-prazer, estamos a negar-lhes dignidade a elas, mas também a estamos a negar a nós próprios. Estamos, muito simplesmente, a deixar de ser humanos.

E o progressista, que já deixou de ser humano, tem necessidade de fingir que continua a sê-lo; para isto, recorre a espaventos filantrópicos.

Em peregrinação pela Terra Média


Muito por culpa do amigo Fray Trabucaire, tenho estado ausente em peregrinação pelas bandas da Terra Média, que é uma Terra Cristã, em redescoberta do fantástico universo de Tolkien (de resto, um católico convicto e denodado defensor do rito tradicional); o blogue, esse, segue já dentro de momentos.