quarta-feira, novembro 26, 2008

Da estranha aplicação do "Summorum Pontificum" em Portugal (3)


Desnecessário identificar o destinatário deste telefonema:

- É o Senhor…?

- Sim, sou eu, Senhora Dona… Como está?

- Bem, obrigado. Venho informá-lo de que no próximo Domingo, pelas 18.00 horas, o Senhor Padre X celebra a Missa [de rito latino-gregoriano] na minha casa. Quer assistir?

- Certamente que sim! Aí estarei Domingo! Muito obrigado!

- Cá o espero! Muito obrigado!

Aprecio muito estas Missas domiciliárias, autêntico acto de resistência católica à perfídia modernista do episcopado português. E, ademais, fazem-me sentir um pouco como fosse um cristão das catacumbas romanas, como se vivesse durante as perseguições da Inglaterra isabelina, do terror revolucionário francês ou do comunismo soviético, enfim, como se estivesse ainda no tempo do infame pontificado do Papa Paulo VI, quando o movimento católico tradicional se constituiu.

segunda-feira, novembro 24, 2008

Da estranha aplicação do "Summorum Pontificum" em Portugal (2)


Num primeiro momento, a notícia do blogue "Missa Tridentina em Portugal" - a que o notável "Rorate-Caeli" deu eco - de que a Missa Tradicional se encontrava enfim a ser oficiada no nosso País por efeito directo da aplicação do "Summorum Pontificum, e mais concretamente pelos Franciscanos da Imaculada, em Fátima, encheu-me de contentamento.

Porém, quando a esmola é grande, o pobre desconfia: procurando informar-me sobre os horários de tais celebrações, fiquei a saber através de fonte segura que, em termos práticos, as Missas nos Franciscanos da Imaculada são privadas, já que os mesmos dispõem tão-só de uma pequeníssima capela (na foto) que não comporta a assistência de quaisquer fiéis leigos. À alegria inicial que tive, seguiu-se a desilusão.

Ao que consegui também apurar, os Franciscanos da Imaculada procuram um espaço maior, onde possam celebrar de um modo mais condigno a Missa Tradicional. Por mim, desde já, poder-lhes-ia recomendar uma capela em Fátima onde conseguiriam alcançar tal desiderato: a Casa do Menino Jesus de Praga, da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X, no Bairro da Moita Redonda; todavia, suspeito que eles não estariam interessados em tal local, vá lá saber-se porquê…

Sem prejuízo, na cidade de Fátima existem mais igrejas e capelas do que dias num ano. Assim sendo, não duvido de que o Senhor Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, de certeza ansioso por manifestar a sua plena comunhão com Roma, encontrará sem demoras uma solução para este problema, disponibilizando rapidamente um local onde os Franciscanos da Imaculada oficiem a liturgia tradicional com toda a reverência e elevação que lhe é devida.

Da estranha aplicação do "Summorum Pontificum" em Portugal (1)


Mais uma história vergonhosa passada no Patriarcado de Lisboa, e envolvendo novamente a pessoa do Cardeal-Patriarca, D. José Policarpo (foto supra), demonstrativa à saciedade de todo o desprezo que este nutre pela Missa Tradicional de rito latino-gregoriano e pelo "Summorum Pontificum", de Sua Santidade o Papa Bento XVI. Nada que os nossos leitores já não soubessem. Limitamo-nos a perguntar: até quando persistirá este deplorável estado de coisas, este autêntico cisma "de facto" na diocese lisboeta? Até quando Roma o consentirá? Até quando?!...

Castellani regressa a Espanha


Sessenta anos depois de exílio a que os fariseus modernistas o forçaram em Manresa, Leonardo Castellani regressa a Espanha. Informa-me leitor amigo de que a "Libros Libres" acaba de publicar um "Como sobrevivir intelectualmente al siglo XXI - Los escritos más polémicos del Chesterton de la lengua española", compilação organizada por Juan Manuel Prada, grande divulgador no país vizinho da obra do ilustre sacerdote argentino. Eis uma extraordinária oportunidade para conhecer o pensamento de Leonardo Castellani, ao alcance de quem até agora ainda não teve essa graça e felicidade.

Aqui fica a apresentação que a própria editora faz deste trabalho:

La figura del sacerdote argentino Leonardo Castellani ha adquirido una notoriedad creciente en España gracias a la constante difusión de su pensamiento por el escritor Juan Manuel de Prada, que ha preparado para LibrosLibres una edición con los mejores y más polémicos trabajos periodísticos del padre Castellani, anotados y precedidos por un prólogo sobre esta figura de las letras hispanoamericanas. Castellani ha sido considerado “el Chesterton de la lengua española” por la amplitud temática de su obra, su empeño apologético y su carácter incisivo. Castellani creó escuela y un cuarto de siglo después de su muerte mantiene lectores fieles que dicen que descubrir a Castellani es una experiencia inolvidable.

"Dominus Est" publicado em França


Um lançamento há muito aguardado: depois do italiano, o "Dominus Est", de Monsenhor Athanasius Schneider, surge agora publicado em francês pelas Editions Tempora. O meu exemplar já vem a caminho, via Centro de Chiré.

Aproveitemos para relembrar a entrevista que o insigne Bispo de Karaganda, no Cazaquistão, concedeu há uns meses à "Gloria TV", através da qual apresentou aquele seu livro em defesa a forma tradicional de distribuir a comunhão aos fiéis (na boca e de joelhos) e contra a inadmissível prática modernista da comunhão na mão.



sexta-feira, novembro 07, 2008

Julian Felsenburgh na Casa Branca


Curiosamente, não me recordo de quando vi ou ouvi Obama pela primeira vez; contudo, a partir do momento em que me consciencializei da sua existência, de homem ainda jovem, sorridente, bem apessoado e melhor trajado, imitando à saciedade os tiques do tratante de "Camelot", e havendo tomado plena noção do seu ideário político, pensei para comigo mesmo: Julian Felsenburgh tornado realidade. O Padre Leonardo Castellani ou Monsenhor Robert Hugh Benson teriam tido interesse em conhecê-lo…

Na verdade, Obama é o pior que podia ter acontecido não só aos Estados Unidos, mas a todo o mundo ocidental: socialista, internacionalista e secularista convicto, dele nada de bom será de esperar. E se porventura isto já não bastasse, o modo radical como sempre sufragou o assassinato de seres humanos inocentes e indefesos através do aborto, tornam-no absolutamente indigno de ser apoiado por qualquer verdadeiro católico que se preze.

Ora, a este respeito, em dois extraordinários artigos publicados nos seus respectivos blogues, os nossos amigos Corcunda e Athanasius explicam toda a perversidade do projecto político obamista, sendo que o segundo argúi o motivo porque os Estados Unidos, pese embora tal perversidade, merecem literalmente sofrer a punição duma Administração Obama.

Por mim, acrescento tão-só: Julian Felsenburgh está na Casa Branca, é Presidente da Ianquilândia; os próximos tempos não vão ser nada fáceis.

A cidade cristã contra o mundo moderno


Num momento em que o mundo moderno materialista colapsa, eis mais um texto vital do Padre Julio Meinvielle, pleno de actualidade, extraído do já aqui falado "Concepción Católica de la Política":

Se ha esbozado la naturaleza de la política en una concepción católica. Pero ¿es posible realizar una política cristiana?

Según se insinúa (...), querer volver a una política cristiana sin el Espíritu cristiano que mueve las almas no sólo es imposible, sino que sería lo más pernicioso que pudiera acontecer a una nación y a la misma política cristiana. Sería reproducir el grave error de la Acción Francesa. Ideólogos que fabrican una política de encargo, sin metafísica, teología ni mística.

Si es así, ¿para qué, entonces, estas páginas de política cristiana? Misterio fecundo será siempre si logramos llevar a otros la convicción de que la política, tal como la quiere la Iglesia, no es posible sin Jesucristo. El es Vida, Verdad y Camino, y no hay nada, absolutamente nada, que sea en verdad humano que pueda lograr su integridad sin El. Más: todo lo humano que sin El nazca y se desarrolle caerá bajo la protección del diablo. La política, pues, la política concreta, militante, del mundo moderno, que debió ser cristiana, y por malicia del hombre no lo es, está amasada en cenizas de condenación.

Pero he aquí que este mundo se deshace. El hombre moderno había cifrado su ideal en realizar el "homo oeconomicus", el hombre regido por sus necesidades económicas. Y creyó haber triunfado. Despliegue gigantesco de industrias, obra del hombre y para el hombre.

Pero llegamos a un punto en que el "homo oeconomicus" siente que todo en él es barro. Se deshace este mundo imbécil que pretendió ser cómodo sin Jesucristo. No que Cristo le haga cómodo, pues la Cruz es lo opuesto al "confort" de los burgueses. Pero la locura de la Cruz, al mismo tiempo que restituía al hombre a la participación sobrenatural de la vida de la Trinidad, le salvaba la integridad de su propia condición humana, hacía posible su vida ele destierro.

La Iglesia y Cristo, su cabeza, nunca han prometido más de lo que la realidad presente permite. "Buscad primero el reino de Dios y su justicia, y todo lo demás se os dará por añadidura". Se nos prometió, es verdad, el reino de los cielos y no la comodidad de la tierra. Mas por añadidura se nos aseguraba la habitabilidad de este valle.

Los pretendidos filósofos, en cambio, los teóricos de la política liberal y socialista, nos prometieron el paraíso en la tierra y nos han dado un confortable infierno aquí abajo y la garantía del inextinguible fuego en la vida venidera.

Por fortuna para el hombre, para los auténticos derechos del Hombre, que no son otros que los derechos de Cristo — Salvador del hombre —, este mundo estúpido se deshace. En ésta su liquidación se salvarán las piedras de un mundo nuevo. Este mundo nuevo no lo elaborarán ni la economía, ni la política, ni la ciencia, ni siquiera la sabiduría metafísica. Sólo la teología, la sabiduría divina, en su realización auténtica que es la mística o sabiduría de los santos, podrá con su hálito trocar la muerte en vida. Un poderoso soplo de santidad ha de reanimar los despojos del mundo moderno.

¿Y los católicos? ¿Andaremos, mientras tanto, afanosos por tomar posiciones a la derecha, en el centro, o a la izquierda?

¿A la derecha, en el centro, o a la izquierda de quién?

Nos rodea la podredumbre, ¿y pretendemos situarnos en el centro, o a sus lados? Dejémosles a los mundanos estos términos, y dejémosles que tomen posiciones en las filas del diablo.

¿Haremos alianza con el fascismo o con la democracia? ¿Propiciaremos las conquistas modernas del sufragio femenino? ¿Trataremos de cristianizar el liberalismo, el socialismo, la democracia, el feminismo?

Sería más saludable que nos cristianicemos nosotros mismos. Seamos católicos. Y como católico significa únicamente santo, tratemos verdaderamente de ser santos.

La santidad es vida sobrenatural. No consiste en hablar y pensar de la santidad. Es vida. Si es cierto que toma raíces en la fe, o sea en el conocimiento sobrenatural de Jesucristo, no culmina sino en la Caridad, que es el amor de Dios sobre todas las cosas y del prójimo por amor de Dios.

La vida católica, plenamente vivida en el ejercicio de la caridad, nos impondrá, por añadidura, una fisonomía católica en las manifestaciones puramente humanas de la vida: en arte, ciencia, economía y política. La sobreabundancia de la caridad dará lugar a un arte, ciencia, economía y política católicas.

Precisamente es éste el programa de la acción católica, a la que con instancias supremas nos invita el vicario de Cristo. Acción católica, no acción nuestra, no acción de los católicos como si fuesen una agrupación partidaria que tiene que defenderse como se defienden los burgueses o socialistas y comunistas.

Acción católica: esto es, acción del Padre por Jesucristo que vive sobrenaturalmente en el alma cristiana; acción santa y santificadora; acción imposible de realizarse aunque se posea una ciencia y habilidad muy grande de las cosas de religión, mientras no se esté en contacto con Jesucristo; acción cuya eficacia no está en proporción del movimiento o de la energía desplegada, sino de la santidad de que se vive.

Acción católica, que es el apostolado de los laicos con la jerarquía. Pero que es apostolado, o sea actividad de la santidad interior que, por su sobreabundancia, se derrama y comunica.

Acción católica: he ahí la posición indispensable de los católicos. Adviértase bien: indispensable.

¿Será, entonces, necesario que los católicos abandonemos las luchas en el mismo terreno político y económico y nos concretemos tan sólo a la acción católica?
La acción católica es la posición indispensable, pero no exclusiva. Ella es primera, de suerte que no podemos ocuparnos en otra actividad si resulta en su detrimento, y toda otra actividad debe ejercérsela en cuanto tienda, directa o indirectamente, a auxiliar a la acción católica. Lo exige el sentido de la jerarquía de las obras. Jerarquía no es absorción ni negación, sino afirmación de los derechos autónomos en la unidad del conjunto.

Salvada, entonces, esta primacía de la acción católica, los católicos, teniendo en cuenta las exigencias de su fe y de su misión, y las posibilidades de su propia vocación, pueden dedicarse especialmente a forjar la ciudad católica en nuestras sociedades descristianizadas. El programa de la ciudad católica para los tiempos actuales está ya elaborado. En documentos públicos, León XIII, San Pío X, Pío XI, Pío XII y Juan XXIII han dado las bases de un orden social cristiano de la sociedad. Ningún problema fundamental, económico o político ha sido omitido. Sólo falta que los católicos, con seriedad y honradez, asimilen esa doctrina que constituye el derecho público cristiano. Digo con seriedad y honradez, porque, desgraciadamente, los católicos, en lugar de escuchar atenta y fielmente a los Pontífices, sin mezclar con lo que ellos dicen sus propias concepciones, a veces hacen una mezcla de principios cristianos con liberalismo, socialismo y comunismo, que resulta un peligroso explosivo.

Una vez asimilados los principios que han de regir la ciudad católica, hay que diseminarlos en todos los ambientes y capas sociales. Esta es, por excelencia, la obra de la ciudad católica.

Para além do capitalismo e socialismo: redescubramos o distributismo


Redescubramos o distributismo, não nos preocupemos em tentar classificar as suas propostas sob os rótulos de esquerda ou direita, e importemo-nos antes em ser católicos fiéis e firmes. Sempre. Em especial nestes tempos conturbados que Deus nos fez caber em sorte.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Um livro autografado pelo Padre Julio Meinvielle


Este Verão, num alfarrabista de Versalhes, tive a grata felicidade de encontrar à venda um exemplar do "Concepción Católica de la Política", do Padre Julio Meinvielle, que prontamente adquiri por uns irrelevantes € 10. Pequeno preço para tão grande tesouro: ao abrir o livro, apercebi-me de que estava dedicado e autografado pelo ilustre sacerdote católico argentino, como os meus leitores podem constatar pela foto supra. Mais do que um mero acaso, senti o sucedido como uma emocionante gratificação da Providência: ali em Versalhes, onde a França foi grande e poderosa, porque católica e monárquica (e poderia até ter sido o braço armado invencível da Cristandade, houvesse porventura respeitado a vontade do Sagrado Coração de Jesus), obtinha eu, e assinada pelo seu autor, uma extraordinária obra de defesa da ordem social cristã, escrita por um dos seus maiores apologistas no século XX!

De resto, este trabalho, um autêntico primor da mais pura doutrina católica tradicional, está acessível em linha a todos os que o queiram consultar e ler no excelente "Stat Veritas". Eu é que podendo obter um livro no formato tradicional, ainda que o saiba disponível na rede, obtenho-o. Gosto de ler sentindo o papel, especialmente o cheiro do amarelecido pelo decorrer dos anos. Coisas de tradicionalista…

Para os meus leitores, à laia de conclusão, aqui deixo um vigoroso trecho da prosa doutrinária de Meinvielle, cada vez mais actual nos dias conturbados que correm:

EL ESTADO Y LA IGLESIA

Decíase antes que la función de defensa que ha de ejercer el Estado debe ser cristiana, católica. Porque el Estado debe ser católico.

A Dios le debe culto todo lo humano, y el Estado, como vimos en el primer capítulo, es cosa esencialmente humana. Además, el Estado, encarnación de la soberanía, es ministro de Dios, y como tal le debe culto en razón del ministerio que ejerce.

La profesión de fe católica importará la defensa y protección de la Iglesia Católica, la Sociedad Espiritual donde se rinden a Dios cumplidamente los homenajes que se le deben. Para entender cómo se ejerce esta protección, debe recordarse aquello de San Agustín: ¿Cómo sirven los reyes al Señor sino prohibiendo y castigando con severidad religiosa cuanto se hace contra los mandatos del Señor? Pues de un modo sirve en cuanto hombre, de otro en cuanto rey: como hombre sirve viviendo fielmente, en cuanto rey sirve disponiendo leyes justas y prohibiendo las injustas. Es decir, que la profesión y la protección de la fe católica se verificará si las leyes son católicas.

Será, pues, menester reprimir enérgicamente todas las licencias. El liberalismo, con sus decan-tadas libertades de pensamiento y de prensa, es repudiable en un régimen ajustado a las normas católicas. Por otra parte, hace imposible una discreta regulación política. Porque si todo el mundo puede pensar, decir e imprimir cuanto sus apetitos exijan, se creará una atmósfera pública reacia a toda regulación y se ampararán legalmente las teorías y prácticas subversivas del orden social más elemental.

En lo que se refiere a la libertad de cultos, conocidas son las condenaciones fulminadas por Gregorio XVI en MIRARI VOS, Pío IX en el SYLLABUS y León XIII en sus Encíclicas.

Si a Dios hay que prestarle culto, tendrá que ser ciertamente un culto digno y aceptable de su Divina Majestad. Si el Hijo de Dios ha venido a enseñarnos que El es el Camino, petulancia imbécil sería querer acercarnos al Padre por otro camino. Petulancia que nos llevará por nuestro camino al lugar de las Tinieblas. El camino es Cristo, y con Cristo andamos si nos unimos como miembros a su Cuerpo que es la Iglesia. Un solo Cristo, una sola Iglesia. Cristo, cabeza; la Iglesia, cuerpo. Cristo, la vid; la Iglesia, los sarmientos. La profesión de fe católica es nuestra unión con Cristo, y por Cristo con Dios.

Si el Estado no debe ser indiferente, puede, sin embargo, ser tolerante. Tolerancia que no brota del desprecio de Dios, ni se muestra indiferente respecto a todas las religiones, ni oprime a la verdad equiparándola al error, sino que tolera, esto es, permite el ejercicio de los falsos cultos cuando existen razones que justifican esta tolerancia.

En la sociedad liberal, donde se ha roto la unidad de creencia, sería desastroso perseguir los cultos falsos. Los errores no tienen derechos, pero las conciencias que yerran los tienen. Si en tesis el Estado debe ser exclusivamente católico, en la hipótesis de la diversidad de creencias deberá ser tolerante.

La Iglesia — enseña León XIII —, en su apreciación maternal tiene cuenta de la impiedad humana: no ignora los movimientos que en nuestra época arrastran los espíritus y las cosas. Por este motivo, aunque no reconoce derechos sino a lo verdadero y bueno, no se opone, con todo, a la tolerancia, de la cual cree poder y deber usar el poder público... Dios mismo, aunque infinitamente bueno y poderoso, permite la existencia del mal en el mundo, ya para impedir mayores males, ya para no impedir bienes más excelentes. Conviene, en el gobierno de los Estados, imitar la sabiduría que gobierna el Universo.

La protección que el Estado debe a la Iglesia importará, en tesis, una ayuda económica, porque la Iglesia debe ser ayudada por los fieles para los ingentes gastos que demanda su acción cultural y caritativa; y, como decía antes, el Estado es el primer fiel.

En las sociedades contemporáneas la ayuda oficial no se hace por este concepto, sino en restitución de los bienes defraudados en momentos en que el sectarismo recrudeció. Quizá haya llegado una época en que convendría auspiciar una independencia económica absoluta de la Iglesia respecto del Estado. No parece espiritualmente ventajoso que la Inmaculada Iglesia de Jesucristo esté ligada por unos centavos —aunque se le deben en justicia — con gobiernos impíos e insolentes, en el mejor de los casos incomprensivos de los derechos espirituales. Además, esa ridícula ayuda dispensada sirve de pretexto para los que pretenden impedir la acción espiritual de los pastores (como si fuesen funcionarios públicos) y para difundir en las envenenadas masas no sé cuántos embustes sobre la riqueza de la Iglesia.

Por último, la profesión de fe católica en un Estado Cristiano, como los conoció la Edad Media, exige de éste su colaboración con la Iglesia para reprimir las herejías contumaces y públicas que pudieran perturbar la unidad y corromper la fe del pueblo cristiano. Brazo secular puesto al servicio de la Iglesia para reprimir la difusión de los errores, y jamás para propagar la verdad.

Los derechos de la Iglesia y los del poder civil se han de armonizar por medio de un régimen concordatario estipulado entre la Santa Sede y los respectivos gobiernos. No cabe duda que aunque uno y otro poder se desenvuelven en esferas diferentes, muchos y graves puntos de contacto existen en una y otra esfera para que los conflictos no se produzcan. Por esto la separación es inadmisible en tesis, y en las hipótesis corrientes. La unión substancial, tal como la conoció la Edad Media, por la plena subordinación de lo temporal a lo espiritual, es imposible por el desquicio que en las conciencias y en las instituciones ha sembrado el virus liberal. Sólo es posible, entonces, que ambos poderes se pongan de acuerdo y traten de armonizar sus intereses en un concordato.

De esta suerte, las naciones, aún desmembradas en su interior por ideologías deletéreas, se vigorizarán por la acción maternal de la Iglesia, que paciente pero eficazmente irá higienizando las inteligencias y los corazones de las corrupciones espantosas que ha engendrado en ellas el liberalismo. Precisamente en esta hora en que el hombre ha perdido la fe en el hombre porque para salvar a Europa se pensó en el Oriente, y el Oriente sigue corrompido como Europa; se pensó en América, y América es Babilonia que vacila un momento antes de caer. Ahora hay quienes sueñan no sé en qué mesianismo reservado para la América latina, cuando nosotros experimentamos que América latina sufre idénticos males. Cuando se ha perdido la fe en el hombre, digo, es necesario volver con humildad penitente al regazo de la Madre que hemos abandonado. Retorno a la Madre suave, para que Ella, antes de vestirnos con las preseas de los hijos, nos purifique del lodo que nos mancha. El Concordato hará posible la acción suave y eficaz de esta Madre que nos devolverá la vida.

Por ocasião da passagem da Festa de Todos os Santos



Recordar a santa memória de Monsenhor Marcel Lefebvre.

Recomecemos

Recomecemos, pois...