quarta-feira, maio 30, 2007

O Dever Cristão da Luta


Terminei a leitura de "El Deber Cristiano de la Lucha", de António Caponnetto, católico tradicional e nacionalista argentino, características que se acentuam nos "visitantes" d'"A Casa de Sarto", cada vez mais situada no lado austral do globo: trata-se de uma obra extraordinária que desmistifica e destrói a ideia sufragada não só pelos hereges modernistas e progressistas, mas também pelos membros da nova direita pagã e gnóstica, de que o Cristianismo sobraça um pacifismo extremo negador de toda e qualquer forma de combate, conforme os primeiros propagam, sendo por isso uma religião desvirilizadora do homem ocidental, própria de tíbios e pusilânimes, consoante os segundos sustentam. Nada mais errado!

Caponnetto demonstra que o Cristianismo é acima de tudo luta, combate e guerra! Luta interior e de aperfeiçoamento espiritual contra os adversários da alma e da salvação - a carne, o mundo e o demónio -, sem dúvida, mas também combate e guerra aos inimigos exteriores da fé, aos infiéis, aos hereges, aos ímpios, aos fautores de uma paz desordenada que supõem ser possível organizar a cidade humana com desprezo pela Realeza Social de Cristo, em suma, o Cristianismo é tudo aquilo que a Igreja modernista e sincretista recusa e não prega! Pois não é o mesmo Cristo - que aprecia os pacíficos, mas despreza os sonsos e abomina os cobardes - que diz "Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas a espada" (Mt 10, 34) ?!

Aqui ficam dois extractos da obra de Caponnetto, a que regressarei em próximas ocasiões. O primeiro:

"Pero el combate que libra el justo no es sólo individual. No tiene inimigos exclusivamente privados, ni males que le atañan subjetivamente. Y aunque su tribulación y pesar, su expiación y su dolor le sean intransferibles, hay en su padecer una cuestión transpersonal: el drama de la patria invadida y sojuzgada que implora una reconquista física y espiritual. El dolor ante la nación desnaturalizada y sacudida por el pecado y sometida a la vitoria temporaria de los infieles. Los justos no pueden ni deben consentirlo, y la lucha asoma nuevamente como un deber y una obligación capital. Dios va adelante y es la verdadera fuerza, "no es la muchedumbre de los ejércitos" el factor decisivo, tampoco la destreza del guerrero o "el vigor del caballo" (Sal. 33, 16-17). Sólo Dios.

Es improprio, pues, manejar cálculos exclusivamente humanos y materiales: número de contricantes, estrategias y tácticas u ofensivas diversas. El Señor de los Ejércitos se empeña en demonstrar que la victoria o la derrota está en sus manos y guarda estrecha realción con la lealtad a Él debida.

El Salmista lo reconoce expresamente: "no confío en mi arco, ni mi espada me dará victoria" (Sal. 44,5). "Tu diestra, tu brazo, la luz de tu rostro... por ti batiremos a nuestros enemigos" (Sal. 44, 4-6). Y nuevamente Su Nombre santo - repetido y alabado a cada instante - es como un lábaro de gloria que acompaña al soldado.

En la deslealtad y en la idolatría sobreviene la deshonra nacional. La ignominia y el ultraje prevalecen, la patria yace y los patriotas piden al cielo la gracia de recuperar su libertad y su honra. La gracia de la paz edificada en la justicia (Sal. 46). Dios, que no les ha ahorrado pruebas ni escarmientos, tampoco los privará de su conducción reconquistadora (Sal. 60). Como jinete bravío viene "cabalgando por el desierto" (Sal. 68, 5), ya su paso viril, los enemigos "se desvanecen como humo y se derriten como la cera al fuego" (Sal. 68, 3). Vuelve el Señor de los Ejércitos, regresa una vez más a guiar a los justos, a consolar a los huérfanos y las viudas, a defender a los cautivos y alzarse ominpotente en el santo tabernáculo (Sal. 68, 6-7). Reaparece "terrible" en su cólera y en sus sentencias, indómito en sus órdenes y en sus juicios, resuelto en su furor reparador, resplandeciente y majestuoso "más que los montes eternos" (Sal. 76, 5). La heredad profanada restablece su decoro, los traidores son rendidos y los cómplices despreciados, y sobre las ruinas todavía humeantes hacen valer sus derechos. Deus vincit.

E um segundo:

"Esta Iglesia Primitiva no ignoraba el quinto mandamiento, ni los consejos del Señor sobre el amor a los enemigos, ni las recomendaciones personales para entregar también la chaqueta al que nos despoja del abrigo. Pero sabía que la muerte es pecado si se ejecuta contra un inocente y no contra un perverso en custodia del bien. Que una cosa son los enemigos privados, ante los cuales cabe ofrecer nuestro anonadamiento y nuestra humillación, y otra los enemigos públicos de Dios y del Orden por Él creado, a quienes estamos obligados a enfrentar hasta las últimas consecuencias, no por odio a ellos, sino por amor a la Verdad. Que es distinto preferir el padecimiento de una injusticia antes que cometerla - tal el sentido de la metáfora del despojo del abrigo - que consentir un robo o no impedirlo, pudiendo, pues, sería faltar al séptimo mandamiento. Y que Cristo mismo, al fin, que eligió ser víctima antes que hacer víctimas, no colocó su otra mejilla frente al sirviente de Caifás, ni descartó la posibilidad de movilizar una legión de arcángeles armados si aquella no hubiese sido la hora de la iniquidad".

Os livros disponíveis de António Caponnetto podem ser adquiridos no sítio da livraria "Nueva Hispanidad".

No Grande Silêncio - 5


Sou desde ontem o feliz proprietário de um exemplar do DVD de que acima reproduzo a respectiva capa: para desfrutar com a tranquilidade que a ocasião exige quando tiver mais algum tempo disponível, queira Deus que já no próximo fim-de-semana.

segunda-feira, maio 21, 2007

A viagem do Papa ao Brasil

Devido aos múltiplos afazeres de ordem profissional que me mantiveram quase sem qualquer tempo disponível nas últimas semanas, nada escrevi aqui sobre a viagem do Papa Bento XVI ao Brasil; todavia, na medida do possível, acompanhei tal evento através das interessantes notas que acerca do mesmo o "Rorate-Caeli" foi publicando dia-a-dia. Confesso que encarava esta viagem com alguma apreensão, mas o seu balanço final parece-me ser globalmente positivo: na verdade, Bento XVI não só não condescendeu com certas extravagâncias quase escandalosas que ocorriam excessivas vezes nas deslocações do seu predecessor, como defendeu a boa doutrina face aos que a tentam subverter e descaracterizar. Claro exemplo desta última factualidade é o discurso que proferiu no passado dia 11 de Maio, na Sé de São Paulo, perante o episcopado brasileiro, no qual, apesar de não totalmente liberto das influências pós-V2 (o que nem sequer se estranha), reafirmou o magistério tradicional da Igreja em matéria de fé, moral e acção social face aos bispos de uma Igreja brasileira que em demasiadas ocasiões nos últimos quarenta anos ignorou esse mesmo magistério, quando não o contrariou de forma chocante e ostensiva.

O Triunfo de Romano Amerio - 2

De facto, alguma coisa está a mudar, lenta mas com resolução, na Igreja: conforme noticia o "Chiesa", de Sandro Magister, a obra "Iota Unum", de Romano Amerio, trabalho e autor que atempadamente já apresentámos aos nossos leitores, foi recentemente alvo de apreciação muito elogiosa por parte da prestigiadíssima "La Civiltà Cattolica", a revista italiana da Companhia de Jesus, publicada sob supervisão directa da Santa Sé. Ora, para se compreender a importância e o alcance deste facto, relembre-se o que escrevemos no passado dia 16 de Fevereiro de 2006, a propósito de "Iota Unum":

" (…) autêntica obra-prima de escalpelização dos efeitos devastadores do modernismo no seio da Igreja pós-conciliar, constitui por si só a prova plena do estado de necessidade gritante em que esta se encontra, bem como da justeza do combate tradicionalista para inverter tal situação".

A título de curiosidade, saliente-se que o artigo da "Civiltà Cattolica", certamente por precaução vaticana, sempre vai recordando que Amerio era crítico da posição de Monsenhor Lefebvre no litígio que opunha o arcebispo tradicionalista francês a Roma; porém, acrescentamos nós, tal facto não impediu que os editores que publicaram e difundiram o seu trabalho nas línguas inglesa e francesa fossem exactamente a "Angelus Press" e o "Courrier de Rome", bem próximos da… Fraternidade de São Pio X, trabalho esse que de outro modo estaria fadado ao esquecimento... Aliás, como tantas outras coisas na tradição católica, sem o empenho crucial de Monsenhor Lefebvre e a acção da mesma Fraternidade de que foi fundador…

quinta-feira, maio 17, 2007

Angeles portugueses en cielos españoles

Me gustaría aquí llamar la atención para un artículo sobre una epopeya de la que se habla poco, los “Viriatos del aire”, los pilotos portugueses voluntarios en la Cruzada española de 1936.
Encabezados por Pequito Rebelo, quien se presentó con su propia avioneta en Burgos para incorporarse a las Fuerzas Nacionales, y habiendo rubricado algunos de ellos con su sangre la victoria nacional, sus hazañas merecen ser conocidas.
Quede pues aquí este pequeño homenaje a esos valientes pilotos que ayudaron a erradicar la hidra marxista de las Españas.

Rafael Castela Santos

domingo, maio 13, 2007

O Segredo de Maria


Portanto, tudo se resume a encontrar um meio fácil para se alcançar de Deus a graça necessária para se tornar santo; e é precisamente isso que eu pretendo ensinar-te. E afirmo que, para se alcançar tal graça de Deus, é necessário alcançar Maria. Vejamos, de seguida, os motivos:

1º) MARIA ALCANÇOU GRAÇA

Só Maria alcançou graça diante de Deus (Lc. 1,30), para Si e para toda a criatura em particular. Nem os patriarcas ou profetas, nem todos os Santos do Antigo Testamento alcançaram graça.

2º) É MÃE DA GRAÇA

Só Maria, na verdade, deu o ser e a vida ao Autor de toda a graça; por isso é apelidada "Mãe da graça".

3º) É CHEIA DE GRAÇA

Deus Pai, de quem, como fonte essencial, deriva todo o dom perfeito, e toda a graça, ao dar-Lhe seu próprio filho, entregou a Maria todas as graças; de maneira que - como diz São Bernardo - n'Ele e com Ele Deus comunicou-Lhe a sua própria vontade.

4º) É ADMINISTRADORA DAS GRAÇAS

Deus escolheu-A para tesoureira, ecónoma e distribuidora de todas as suas graças; por isso, todas as graças e dons de Deus passam pelas suas mãos. E - segundo São Bernardino - em virtude do poder que Deus Lhe conferiu. Ela dá a quem quer, quanto quer e na medida que quer as graças do Pai, as virtudes do Filho e os dons do Espírito Santo.

5º) É A MÃE DO FILHO DE DEUS

Tal como, na ordem da natureza, é necessário que um filho tenha um pai e uma mãe, assim também, na ordem da graça, todo o verdadeiro filho da Igreja deverá ter Deus por pai e Maria por mãe. E quem se vangloriar de ter Deus por pai e não tiver a ternura de um filho por Maria, pois será um mentiroso que terá apenas o demónio por pai.

6º) É MÃE DOS MEMBROS DE CRISTO

Já que foi Maria quem formou a Cabeça dos predestinados, Jesus Cristo, a Ela pertence também formar os membros dessa mesma Cabeça, que são os verdadeiros cristãos. Com efeito, uma mãe não dá luz a cabeça sem os membros, nem os membros sem a cabeça.

Por isso, quem desejar ser membro de Jesus Cristo, cheio de graça e de verdade, deverá deixar-se formar em Maria através da graça de Jesus Cristo, que nela reside em plenitude, a fim de ser derramada, igualmente em plenitude, aos verdadeiros membros de Cristo que são os verdadeiros filhos de Maria.

7º) É COLABORADORA DO ESPÍRITO SANTO

Tendo o Espírito Santo desposado Maria e tendo gerado n'ela , com Ela e por Ela Jesus Cristo, a obra-prima, o Verbo encarnado, e não a tendo jamais repudiado, continua, cada dia, a gerar os predestinados n'Ela e por meio d'Ela, de forma misteriosa, mas verdadeira.

8º) FAZ CRESCER NO AMOR FILIAL

Maria recebeu de Deus um domínio especial sobre as almas para alimentá-las e fazê-las crescer em Deus.

Santo Agostinho diz mesmo que, neste mundo, os cristãos autênticos são inteiramente enclausurados no seio de Maria, e são dados à luz apenas quando esta boa mãe os gera para a vida eterna.

Por conseguinte, assim como a criança vai buscar todo o nutrimento à sua mãe, que lhe proporciona o alimento necessário à sua fragilidade, assim também os cristãos vão procurar a Maria todo o nutrimento e todo o vigor espiritual.

9º) ESTÁ PRESENTE NA VIDA DOS VERDADEIROS CRISTÃOS

Somente a Maria disse Deus Pai:

"Minha Filha, põe a tua morada em Jacob" (Ecle. 24,8), ou seja, habita nos cristãos autênticos, prefigurados em Jacob.

Somente a Maria disse Deus Filho: "Minha Mãe, toma Israel por tua herança" (Ecle. 24,8), ou seja, toma os verdadeiros cristãos por herança.

Finalmente, também só a Maria disse o Espírito Santo: "Minha fiel Esposa, lança as tuas raízes no meio dum povo glorioso" (Ecle. 24,12), ou seja, os verdadeiros cristãos.

Portanto, quem for do número dos verdadeiros e cristãos autênticos terá a Senhora a morar dentro de si, ou seja, na sua alma, nela deixando lançar raízes de uma humildade profunda, de uma caridade ardente e de toda a espécie de virtudes.

10º) É A IMAGEM VIVA DE DEUS

Maria é chamada por Santo Agostinho, e é-o efectivamente, "Forma Dei", imagem viva de Deus; isto quer significar que somente n'Ela foi formado Deus como homem perfeito, sem faltar-Lhe qualquer traço da divindade; e também que só n'Ela pode o homem ser transformado em Deus - tanto quanto a natureza humana o permita -, pela graça de Jesus Cristo.

Um escultor pode reproduzir ao natural uma estátua ou um retrato de duas maneiras: aplicando todo o seu talento na matéria dura e informe, usando de toda a força, de toda a ciência e perfeição das suas ferramentas para reproduzir a estátua; ou então, metendo-a simplesmente num molde.

O primeiro método é demorado, é difícil e está sujeito a diversos inconvenientes: por vezes bastará uma pancada de cinzel ou uma martelada mal dada para estragar toda a obra.

O segundo, ao contrário, é rápido, suave e delicado, quase sem despesa e sem fadiga, desde que o molde seja perfeito e que reproduza com exactidão, e desde que a matéria utilizada seja maleável e não oponha resistência ao seu manejo.

É Maria o maravilhoso molde de Deus, criado pelo Espírito Santo para formar em perfeição um Homem-Deus através da união hipostática, e para tornar o homem participante da natureza divina mediante a graça. Maria é esse molde a que não falta o mais leve traço da divindade: quem for metido nele e se deixar plasmar por ele, adquire todos os traços de Jesus Cristo, verdadeiro Deus, e isso de forma suave e em consonância com a fragilidade humana, sem tantos sacrifícios nem fadigas; e ainda de forma segura, sem medo de ilusões, já que o demónio não teve e nunca virá a ter qualquer acesso a Maria; finalmente e ainda de maneira santa e imaculada, sem a mais leve sombra de pecado.

Oh!, alma querida, quão grande é a diferença entre uma alma formada em Jesus Cristo pelos meios ordinários como os escultores - que confiam apenas no seu engenho, no seu talento -, e a outra em que se está diante duma alma muito maleável, desapegada, bem fundida e que, recusando fiar-se em si mesma, deixa-se plasmar apenas pela acção do Espírito Santo!

Quantas manchas, quantos defeitos, quantas sombras, quantas ilusões, quanto de natural e humano existem no primeiro método!... E quão puro, quão divino e quão semelhante a Jesus Cristo é o segundo!

11º) É O PARAÍSO DE DEUS

Nunca houve e jamais haverá criatura alguma, não fazendo sequer excepção dos Bem-aventurados, dos Querubins ou dos mais elevados Serafins, o, onde Deus - fora de Si mesmo e em Si mesmo - tenha manifestado a sua glória com tanta perfeição como em Maria.

É Maria o Paraíso de Deus e o seu mundo inefável, onde o Filho de Deus penetrou para lá operar maravilhas, para o guardar e aí gozar as suas complacências.

Criou Deus um mundo para o homem peregrino, que é o mundo em que todos habitamos; criou um mundo para o homem bem-aventurado, que é o Paraíso; mas, para Si, criou Deus outro mundo a que deu o nome de Maria; mundo este quase desconhecido a todos os mortais, e incompreensível a todos os Anjos e a todos os Bem-aventurados do Céu que, extasiados por verem um Deus tão glorioso, tão acima de todos eles, tão separado e tão escondido no seu mundo - a excelsa Maria -, que exclamam sem cessar: Santo, Santo, Santo.

Feliz, mil vezes feliz é na terra a alma a quem o Espírito Santo revelar o Segredo de Maria para que o conheça; a quem abrir esse "Jardim fechado" para que possa entrar; essa "Fonte Selada" para que dela possa extrair e beber, a longos tragos, as águas vivas da graça!

Nesta amável criatura uma tal alma encontrará Deus somente: um Deus infinitamente santo e transcendente, mas também infinitamente condescendente e compreensivo diante da nossa fraqueza.

Uma vez que Deus está em todo o lado, pode ser encontrado em todo o lado, até nos infernos; mas não existe lugar algum onde uma pessoa O possa encontrar mais próximo dela e mais adaptado á sua fraqueza do que em Maria, já que foi para isso que Ele veio ao mundo.

Em todo o lado é Ele o Pão dos fortes e dos Anjos; em Maria, porém, é o Pão dos filhos.

12º) FACILITA A UNIÃO COM DEUS

Que ninguém pense, como alguns iluminados, que Maria, por ser criatura, possa ser obstáculo à união com o Criador; é que já não é Maria que vive, é Jesus Cristo apenas, é Deus só que vive n'Ela. A sua transformação em Deus ultrapassa infinitamente a de S. Paulo e a dos outros Santos, mais do que o Céu ultrapassa a terra em altura.

Maria não existe senão para Deus; por isso, longe de segurar para si uma alma, Ela projecta-a em Deus e une-a a Ele com mais perfeição ainda do que a alma está unida a Ela.

Maria é o eco admirável de Deus, que só sabe repercutir "Deus" quando uma alma lhe grita: "Maria"; e que não sabe senão glorificar a Deus quando, tal como Santa Isabel, a proclamam bem-aventurada.

Se os falsos iluminados, miseravelmente enganados pelo demónio até na oração, tivessem sabido encontrar Maria, e Jesus por Maria, e Deus através de Jesus, não teriam certamente dado tão terríveis quedas.

Quando um cristão encontrou Maria e Jesus através de Maria e Deus Pai através de Jesus, pois terá encontrado todo o bem - referem alguns Santos. E dizendo todo o bem, nada se exceptua: toda a graça e toda a amizade junto de Deus; toda a segurança contra os inimigos de Deus; toda a verdade contra a mentira; toda a facilidade e toda a vitória contra as dificuldades da salvação; toda a doçura e toda a alegria nas amarguras da vida.

13º) É AUXÍLIO NO SOFRIMENTO

Não pretendemos afirmar que quem encontrou Maria através de uma devoção verdadeira venha a ficar isento de cruzes e sofrimentos. Bem ao contrário! Até será mais assaltado do que os outros já que Maria - qual Mãe dos viventes - dá a todos os seus filhos alguma porção da Árvore da Vida, a cruz de Jesus.

Reservando-lhes, porém, grandes cruzes, dá-lhes também a graça de carregá-las com paciência, e até com alegria, de maneira que as cruzes que Ela dá àqueles que lhe pertencem são - por assim dizer - saborosas, ou cruzes doces e não amargas. Ainda que, durante algum tempo e por serem amigos de Deus, devam beber o cálice da amargura, porém, a consolação e a alegria que recebem da sua bondosa Mãe - passada a provação - dá-lhes força e coragem para carregarem cruzes ainda bem mais pesadas e amarga.

É INDISPENSÁVEL UM RELACIONAMENTO PESSOAL COM MARIA

A dificuldade está, pois, em saber alcançar verdadeiramente a Santíssima Virgem, para assim se poderem obter todas as graças em abundância.

Deus, qual Senhor todo-poderoso, poderá, por virtude própria, comunicar directamente aquilo que, de modo ordinário, comunica só través de Maria. E não se poderá negar - fazê-lo seria temerário - que, por vezes, Deus até se comunica directamente. Porém - como refere São Tomás - tendo em consideração o plano estabelecido pela divina Sabedoria , não se comunica aos homens, de forma ordinária, senão por Maria, isto na ordem da graça.


São Luís de Monfort - "O Segredo de Maria" - Vila do Conde, Centro Mariano Monfortino, 4ª Edição, 1995.

sábado, maio 12, 2007

Carta a mi hija

Con permiso de Alameda Digital, en cuyo número 7 publiqué esto mismo en portugués, saco aquí ahora en castellano el mismo texto. Incluso Tony, de The Muniment Room, ha amenazado con vertir al inglés este texto.
Quiero dar las gracias públicamente a todas las bitácoras que han enlazado y reproducido el original en portugués de la Carta a minha filha: Da Europa à Anti-Europa, como a los no pocos lectores que se han puesto en contacto conmigo para darme sus comentarios y opiniones sobre este artículo mío que bien sabe Dios escribí con el corazón en la mano. Me sorprende la buena acogida que ha tenido este artículo y agradezco a todos, incluyendo al director de esta casa, JSarto, sus elogiosas palabras.

Carta a mi hija: De Europa a la Anti-Europa

Querida hija:

Te escribo porque eres verdaderamente europea. Porque fuiste concebida en Portugal, en Fátima, porque por tus venas corre sangre española, francesa y alemana. Porque te criaste en el Reino Unido. Porque hablas varios idiomas y, encima, ya sabes ya algunas cosas en Latín. Y porque en ti tu padre, que te ama profundamente, ve reflejada una cierta idea carolingia que me llena de saudade. Y, sobre todo, porque eres católica, que es la Fe verdadera: “Unique et Vraie”, como te hago repetir a menudo, petite chouanne. Porque la única manera de ser europeo de verdad es ser católico. Los que no lo son y aquellos que combaten nuestra Santa Religión son destructores de Europa, lo sepan o no lo sepan.
Hace unos dos mil años un pueblo noble, los romanos, conquistaban Europa. Eran excelentes en ingeniería civil y en arte militar. Acuérdate de los puentes y acueductos que hemos visto en España y de las calzadas y ruinas romanas que hemos visitado en Cirencester, en Metz, en Salamanca, en Mérida o en Evora. Aparte de esto, hija mía, nos dejaron las leyes, el Derecho Romano, un monumento impresionante. En él, mi amada hija, seguimos inspirándonos. Ya te lo explicaré un día, pero todo esto tiene que ver con eso que papá te dice de ser justo, como cuando te digo que tenemos que ser justos con nuestros vecinos o tienes que ser justa con las otras niñas de la escuela.
Ya sabes cómo papá te repite que en esa piel de toro de España y Portugal lo romano quedó más y mejor determinado que en el resto del Imperio. Somos más romanos que los otros romanos, si podemos decir. ¿Ves este amor reverencial que tengo a tus abuelos, que son mis padres? ¿Ves que lo primero que hago cuando te llevo a mi Lusitania interior es ir al cementerio? Esto, cariño mío, son cosas de nuestra Santa Religión, pero también cosas de los romanos. Cuando sea viejito quiero que me tengas la misma reverencia que tengo a tus abuelos y cuando me muera quiero que reces por mí, como yo hago por todos nuestros muertos. No te pido esto tanto por mí, como por ti, para que sepas dónde están tus raíces. Y porque al honrar a tus padres y a tus ancestros honras a tu Patria, tesoro mío.
Siempre te digo, hija mía, que pienses las cosas, que razones. Porque de todas las potencies de tu alma la razón es lo más importante. Pero eso, hija mía, nos lo enseñaron los griegos. Y los romanos, al crecer e invadir otras tierras, como no eran tontos, se dieron cuenta de que los griegos eran muy listos y muy cabales. Fue así cómo los romanos se empaparon de los griegos. ¿Te acuerdas de aquel hombre que supo morir con serenidad que se llamaba Sócrates? ¿Y de aquel otro que era el cerebro más privilegiado de la Antigüedad, Aristóteles, del que ya te he hablado? Pues mira, estos eran griegos. Algún día, hija mía –Dios lo quiera-, los leeremos juntos y hablaremos de ellos.
Pero a todo aquello le faltaba vida. Había demasiada muerte, demasiada crueldad. Había esclavitud. Pero, sobre todo, había oscuridad. Y había todo esto porque nuestros primeros padres, Adán y Eva, pecaron. Había que restaurar a esa raza humana, pero sólo un Dios podía tapar la ofensa que nosotros, los humanos, habíamos hecho a todo un Dios. De entre un pueblo elegido por Dios, los judíos, sangre que también corre por tus venas, nació el Mesías, el Redentor: Nuestro Señor Jesucristo. Pero Israel, llamada a ser la luz del mundo, rechazó al Hijo más Sublime de la raza escogida y su mensaje se vino a Roma, a los gentiles.
Sobre esa obligación asumida de amar a Dios sobre todas los hombres construyeron durante cientos de años la civilización más grande por todos conocida: la civilización cristiana. Fíjate, hija mía, esas Catedrales y esos castillos que hemos visto juntos, todos siempre con centro en Jesucristo, verdadero Dios y verdadero hombre. Fíjate cuántas cosas bonitas y preciosas se hicieron. Ese Santo al que siempre rezamos, Santo Tomás de Aquino, escribió una obra señera. Un poeta genial, el Dante, escribió la Divina Comedia. Recuerdo, hija mía, como uno de los mejores momentos de mi vida cuando me sentaba al lado de tu cuna y te miraba dormir mientras releía la Divina Comedia. La Virgen, amor mío, extendía su manto azul y protector sobre aquella civilización.
Pero los hombres decayeron y Europa, la Cristiandad, dejó de ser Cristiandad. Empezó la Anti-Europa, la Anticristiandad. Igual que en la época de Moisés cuando bajó del Sinaí y se encontró al pueblo elegido adorando el becerro de oro, empezó a prosperar la idea de que el dinero y el comercio era lo más importante. Ya no había caballeros protegiendo a las doncellas en los castillos, como en los cuentos que te leo, y los reyes y poderosos explotaban a los pobres y desvalidos en vez de defenderlos, como es su deber.
La gente empezó a pensar cosas raras, hija mía. Vaciaban las palabras de significado y se entregaron a cosas feas. Hasta entonces el centro de todo era Dios, Jesucristo. Empezaron a poner al hombre en el centro de las cosas, a Dios ya no le daban importancia. Vinieron hombres nefastos, como Lutero, que partieron a Europa en dos. ¿Te has dado cuenta, cariño mío, cómo en nuestra querida Alsacia los pueblos luteranos son más limpios por fuera pero luego son más feos que los católicos?
Luego vinieron cosas terribles, como lo que ocurrió en esa otra patria tuya de Francia, donde unos miserables revolucionarios construyeron un mundo de odio a Dios y a la Santa Iglesia Católica. Ya la Anti-Europa, la Anticristiandad, mostraba su verdadera faz. ¿Entiendes ahora, hija mía, por qué me enfado, y hasta grito, cada vez que paseamos por Francia y vemos estatuas elevadas a gentes como Eckermann, Kléber o Napoleón, todos ellos asesinos de la peor especie?
Pero, mira, en todos los países hubo resistencia. Resistimos en La Vandée, en Francia, como yo quiero que tú resistas, petite chouanne. Resistimos en España, con los héroes carlistas, hasta la última Cruzada de 1936. En las otras Españas, que también son Europa, también sufrimos mucho, como por ejemplo los federales argentinos, quienes plantaron cara a los salvajes e inmundos unitarios, o más tarde los mártires cristeros en las tierras de la Virgen de Guadalupe. También plantamos cara en Portugal a esos republicanos, masones y liberales. En Italia hicimos lo que pudimos contra los garibaldinos y carbonarios, auténticos orcos salidos del Infierno …
Mientras tanto en Rusia se iba incubando algo que acabará por ser como Saurón. A Europa se le quitó el poder y poco a poco se le da al Asia, a China y Rusia. El comunismo, la penúltima herejía, pero la más maléfica hasta ahora, triunfa en estos países. Algún día, cuando sigamos el Mensaje de Fátima, Rusia volverá a la Fe y a la Iglesia. Ese día Europa volverá a resucitar.
Eso que ahora llaman Europa, la Unión Europea, no son más que pasos hacia ese hombre de perdición, el Anticristo. No creas en ellos, tesoro mío.
Papá no está bien de salud, hija mía. Quizás yo no lo vea. Pero te lo he transmitido lo mejor que he podido y sabido. Europa es la Cristiandad, no otra cosa. Lo que no sea Cristiandad no es Europa; es de hecho la Anti-Europa. Practica la virtud. Lucha por esto, hija mía, aunque te vaya la vida en ello. Transmíteselo a tus hijos, a mis nietos y, si te metes monja –cosa que me encantaría- díselo a los hijos espirituales que tengas, porque te llamarán Madre.
Y combate el fariseísmo, que es el cáncer que corroe al espíritu.
Ten esperanza, cariño mío. Pasamos por malos tiempos, pero la victoria es de Cristo y de nadie más. Europa volverá a ser Europa. La Cristiandad retornará y habrá un grito de felicidad como jamás lo conocieron los siglos y habrá paz en Cristo. Eso que ya te he enseñado a decir en Latín: Pax Christi.
¡Ah! Una cosa más se me olvidaba: ¡No comas tanto chocolate!
Te quiere muchísimo, con toda su alma y todo su ser, tu padre, quien te bendice en el Nombre del Padre y del Hijo y del Espíritu Santo,

Rafael Castela Santos

quarta-feira, maio 09, 2007

Algo está cambiando en el Vaticano

Está claro que empieza a haber un discurso alejado de la farsa ecumenista. La alocución del Arzobispo Angelo Amato del pasado Abril es una muestra de ello. Su exposición sin ambages del bien y del mal, de la perversidad de muchos mass media, etc., es muy notable.
Eso sí, los enemigos de la Iglesia acechan. Siempre acecharon, pero hoy día, con Satanás campando por sus fueros, mucho más si cabe.
Estemos preparados para todo.
Una vez más, cerremos filas en torno a los principios inmutables.

Rafael Castela Santos

terça-feira, maio 08, 2007

Oración de León Bloy

“Señor, no tengo confianza en Ti.
Bien sé que me amas, que me quieres infinitamente,
que has creado los mundos para mí,
y que esto no es nada en comparación de lo que quieres aún hacer.
Bien sé que ‘estás conmigo en la tribulación’,
que fuiste abofeteado, despreciado, azotado,
coronado de espinas, crucificado por mí hace dos mil años y desde siempre.

No importa, yo soy un mal judío y no tengo confianza en Ti.”

León Bloy

(RCS)

sábado, maio 05, 2007

A Restauração do Santuário Católico


Ensina o Papa Pio XII, na encíclica "Mediator Dei", de 1947: "É certamente coisa sábia e louvável retornar com inteligência e com a alma às fontes da sagrada liturgia, porque o seu estudo, reportando-se às origens, auxilia não pouco a compreender o significado das festas e a penetrar com maior profundidade e agudeza o sentido das cerimónias, mas não é certamente coisa tão sábia e louvável reduzir tudo e de qualquer modo ao antigo. Assim, para dar um exemplo, está fora do caminho quem quer restituir ao altar a antiga forma de mesa; quem quer eliminar os paramentos litúrgicos de cor negra; quem quer excluir dos templos as imagens e as estátuas sagradas; quem quer suprimir na representação do Redentor crucificado as dores acérrimas por ele sofridas; quem repudia e reprova o canto polifónico, ainda quando conforme às normas emanadas da Santa Sé".

Apesar deste alerta do último grande Papa contra o "arqueologismo" que ao tempo já se fazia sentir na Igreja Católica, e que à maneira protestante consiste na tendência para a recuperação de todo um conjunto de práticas da Igreja e dos cristãos dos primeiros tempos sem qualquer outra razão que não seja a de serem desses tempos, como se porventura a Igreja houvesse subsequentemente deixado de ser inspirada pelo Espírito Santo e não tivesse gozado mais da sua iluminação no processo de desenvolvimento orgânico que encetou para práticas formalmente mais perfeitas e conformes à doutrina cristã, o dito "arqueologismo" acabou por vir a ter plena consagração no pós-concílio V2, por força da hermenêutica de ruptura com a tradição que o espírito por este gerado provocou.

Mau-grado as constituições e decretos conciliares nada estipularem directamente a favor da imposição do altar em forma de mesa; da supressão dos paramentos pretos; da exclusão de imagens e estátuas das igrejas; da eliminação da representação de Cristo crucificado; ou da desaparição do canto polifónico; tudo isso na prática veio a suceder, por mor da tendência arqueologista, mero pretexto para mal disfarçadamente imbuir o Catolicismo de um odor de protestantismo herético e aproximá-lo dos erros deste, quando não fundi-lo com ele em sincretismo ecuménico.

Assim, no caso do regresso aos altares em forma de mesa, à maneira do que sucedeu com a reforma litúrgica anglicana imposta por Cranmer em Inglaterra, percebe-se bem intenção dos promotores de tal medida: destruir um fortíssimo símbolo da dimensão sacrificial da Missa, tradicionalmente entendida como sendo a renovação não-sangrenta da morte de Cristo na Cruz (a vítima sacrificial por excelência, expiatória e propiciatoriamente oferecida no altar a Deus Pai pelo sacerdote oficiante), e afirmando-a antes como uma mera refeição memorial da morte e ressurreição de Cristo feita exactamente à volta de uma mesa, onde se comemora a aliança que Deus selou com cada um e todos os homens redimidos em definitivo por força de um acto de amor gratuito de sua livre iniciativa, sem que a humanidade de Cristo tivesse de satisfazer a ira divina provocada pelos pecados dos mesmos homens, já que um Deus bom dispensa sacrifícios e não condena ninguém (e um Deus justo?...).

Ora, em nome desta substituição dos verdadeiros altares católicos por pseudo-altares em forma de mesa, na totalidade do mundo católico assistiu-se a uma depredação que só tem paralelo histórico anterior na fúria devastadora da reforma protestante, especialmente a ocorrida na Inglaterra do século XVI: a pretexto da implantação das pretensas inovações pós-conciliares, nos anos 60/70 e ainda em frente, os modernistas e os progressistas vandalizaram a quase totalidade dos santuários das igrejas, arrasando os altares sempre que puderam e colocando em seu lugar mesas mais ou menos requintadas, de madeira ou pedra, costumeiramente acompanhadas de três irritantes cadeiras que aproximam os antigos santuários católicos das tribunas de presidência das lojas maçónicas, ademais de terem erradicado as antigas balaustradas de comunhão, já que o homem moderno comunga de pé, de preferência na mão, e não de joelhos.

Se no seu extremo, apesar de tudo, esta tendência destrutiva foi pouco sentida em Portugal, com excepção da introdução da "mesa de Cranmer" nos santuários, a mesma tornou irreconhecíveis os interiores das antigas igrejas de países como França, Bélgica, Holanda, Alemanha ou Estados Unidos, mutiladas para lá do que é concebível ao bom senso católico; contudo, por cá sofremos a outra praga que a reforma litúrgica conciliar trouxe: a da nova arquitectura religiosa cristã.

Igualmente a partir dos anos 60/70, projectadas por arquitectos adeptos do progressismo radical cristão, como Nuno Portas ou Nuno Teotónio Pereira, ou do comunismo marxista-leninista como Siza Vieira, começaram a ser construídas nos principais centros urbanos e seus arredores as novas igrejas, caracterizadas por uma frieza e fealdade extremas, despojadas de reverência, desprovidas de dignidade, e desguarnecidas de qualquer atmosfera de sagrado, as quais são afinal a expressão material da nova liturgia pós-conciliar, mais salas de reuniões centradas no homem e para o homem, e menos locais de adoração de Deus e de renovação constante do sacrifício do calvário. A esta leva pertencem a Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Lisboa (ver I, II e III), projectada por aqueles dois primeiros arquitectos, ou o mamarracho de Marco de Canaveses (a impropriamente denominada Igreja de Santa Maria - ver IV e V), da autoria do terceiro deles.

Sem prejuízo, também neste campo, o cada vez mais vigoroso movimento católico tradicional tem sabido contrabalançar as tendências daninhas dos modernistas e progressistas, defendendo com primor os cânones da ortodoxia tradicional que devem imbuir a arquitectura sagrada, propondo não só projectos inteiramente novos inspirados por aqueles (ver VI e VII), mas também planos de renovação das más infra-estruturas recebidas dos anos pós-conciliares e de conformação das mesmas com a tradição (ver VIII, IX e X). Neste campo, pelo papel fulcral que tem desempenhado no desmontar das mentiras que os modernistas e progressistas espalharam sobre o assunto, bem como das supostas exigências decorrentes das constituições e decretos do V2, destaque-se o notável trabalho de Michael S. Rose - responsável pelo sítio "Archittetura della Chiesa" - e os importantes livros que acerca do tema tem publicado - "Ugly as Sin", "The Renovation Manipulation" e "In Tiers of Glory".

E termino como comecei, com os altares e um pequeno filme em que se demonstra como a devastação progressista pode ser revertida num ápice e com determinação…

quinta-feira, maio 03, 2007

No se pierdan el Apokalypsis ...

Decididamente, hay que felicitar a Radio Convicción, de Chile, por su extraordinaria serie de conferencias sobre el Apokalypsis. El trabajo de síntesis equilibrada de los Padres Castellani, Van Rixtel, Osvaldo Lira, Monseñor Juan Straubinger y otros realizado por Francisco Ceballos es digno de todo elogio. El rescate de autores como Lacunza, Santo Toribio de Liébana, la Patrística sobre el Apokalypsis de San Ireneo, Lactancio, el Padre Alcañiz, etc., es un soplo de aire fresco ante la teología racionalista y alegorista que hemos sufrido. Más aún, el tono del programa, haciendo del Apokalypsis una bandera de Esperanza en todo momento, es de laudar.
Hay que agradecer al portal de Radio Convicción el haber puesto esta docena de conferencias sobre el Apokalypsis en versión mp3, descargables, pues facilita enormemente la tarea.
No puedo sino recomendar efusivamente que se las descarguen y se las oigan varias veces. Yo ya voy por la tercera y no me canso.

Rafael Castela Santos

terça-feira, maio 01, 2007

De si un culto indecoroso puede agradar a Dios (por Sebastián Randle)

Prevengo a nuestros dos, o quizás tres, lectores (incluyendo a JSarto y a mí mismo en ese nutrido grupo) que el post que viene a continuación es largo: 4800 palabras.
Sebastián Randle es el autor de la biografía sobre el Padre Leonardo Castellani o del libro La Gran Conversación, donde Castellani tertulia con el Cardenal Newman. En el internet, y gracias a los buenos oficios de nuestros hermanos en la Fe de Stat Veritas, particularmente del buenazo de Don Mariano, se puede leer la conferencia de Sebastián Randle sobre los dones proféticos del Padre Castellani o escuchar al Padre de viva voz o incluso leer algo en inglés sobre él.
Don Sebastián Randle es hijo de Don Patricio Randle, del “viejo Randle”, como le dicen por aquellos pagos, que fuera profesor de Urbanismo de la Universidad de Buenos Aires, y cuya obra ensayística es en extremo interesante. A botepronto recomendaría su libro contra el cientifismo (como algo opuesto a lo científico) y su librito “La guerra inconclusa del Atlántico Sur”.
Pues Sebas Randle nos obsequia en primicia para A Casa de Sarto con un texto suyo de corte escolástico-tomista acabado, sagaz y penetrante sobre si un culto indecoroso (como sería –y esta apostilla es mía- el del Novus Ordo, por ejemplo), puede agradar a Dios. Más que glosar yo este fenomenal trabajito de Sebastián Randle es mejor sumergirse en él. Apreciará uno su fineza, por ejemplo, al abordar la ekumene (que no ecumenismo) imposible con anglocatólicos y ortodoxos por mor del espíritu bajoprotestantista que parece inspira a la liturgia post-Vaticano II.
Sin más, pero sin dejar de rogar a Stat Veritas que incluyan este trabajo en su página, les dejo con Sebastián Randle. De la mano de él A Casa de Sarto hoy está honda, profunda y firmemente anclada en los presupuestos teológicos y metafísicos con los que tanto se identifica esta casa.

(RCS)


De si un culto indecoroso puede agradar a Dios.

Dificultades: Parece que un culto externamente indecoroso puede agradar a Dios.

1.- Que el Apóstol Pablo (Hebreos I:2) ha dicho que la novedad del culto cristiano está en su fundamento que es el sacrificio perfecto y definitivo de Cristo, Hijo de Dios. De tal manera que en la presente dispensación todo culto verdadero fluye del costado del cuerpo de Cristo quién en su pasión y muerte “se ofreció una sola vez” (Hebreos, IX:8) entregándose “por nosotros como oblación y víctima a Dios” (Efesios V:2), razón por la cual todo culto agradable a Dios no será sino mística reproducción de aquel sacrificio arquetípico. Ahora bien, en aquella oportunidad en su manifestación exterior aquel sumo sacrificio resultó indecoroso en varios registros según aquello del Deuteronomio (XXI:23) “Maldito es de Dios el que es colgado de un madero”: así, la víctima compareció desfigurada, como anticipó el Profeta puesto que no tenía “ni apariencia ni belleza para atraer nuestras miradas, ni aspecto que nos agrade” (Is. LIII:2). En efecto, la víctima apareció como “el desecho de los hombres [...] como alguien de quien uno aparta su rostro, le deshonramos y le desestimamos” (Is. LIII:3). Y Cristo sacerdote antes de morir sacrificado en la Cruz rezó con las palabras del salmista diciendo que era “gusano y no hombre, oprobio de los hombres y desecho de la plebe” (Ps. XXII:7). Por lo demás, a excepción de unos pocos¾¾y de modo singular su Santísima Madre¾¾la conducta de quienes asistieron a este sacrificio fue del todo indecorosa, meneando la cabeza, blasfemando, escarneciendo e injuriándolo (Mc. XV:29-31). En efecto los allí presentes lo desnudaron, insultaron, se burlaban de El (Mt. XXVII:35, 39, 41) y en general lo zahirieron de todas las maneras posibles (Lc. XXIII:35), tal como lo había profetizado el Salmista (Ps. XXII:8). O bien, como lo expresa el Aquinate (S. Th. III, q. XLVI, a. 5), “Cristo sufrió en sus amigos que le abandonaban; en su reputación, por las blasfemias proferidas contra El; en su honra y gloria, por las burlas y afrentas que se le causaron; en sus cosas, porque hasta fue despojado de sus vestidos; en su alma, por la tristeza, tedio y temor; y en su cuerpo, por las heridas y azotes”. Y sin embargo este sacrificio resultó eminentemente agradable a Dios y si algún culto le agrada es por razón de la pasión y muerte de su Hijo. Luego, si todo culto externamente verdadero procede de éste, se sigue que un culto indecoroso puede agradarle.

2.- Que el Apóstol (Hebreos X:10) ha dicho que “hemos sido santificados de una vez y para siempre por la oblación del cuerpo de Jesucristo” y por consiguiente, en la presente dispensación el decoro exterior en el culto resulta irrelevante con tal de llegarnos, como pide San Pablo en la misma carta (X:22) a la “común reunión” con “corazón sincero, en plenitud de fe, limpiados los corazones de mala conciencia y lavados los cuerpos con agua pura”. Reunidas estas condiciones en quienes le rinden culto -aunque la liturgia incluya rúbricas y rituales que a algunos pueden parecer indecorosos- agrada a Dios.

3.- Dice el Doctor Común (S. Th. II-II, q. 93, a. 1) “incurre en vicio de falsedad la persona que ofrece a Dios en nombre de la Iglesia un culto contrario a los ritos establecidos por ella en virtud de su autoridad divina, y practicados como ella acostumbra”. Pero hay quienes han objetado como indecorosas ciertas prácticas introducidas por la Santa Iglesia y que se han hecho costumbre tales como celebrar de cara al pueblo reemplazando el altar sacrificial por una mesa que evoca una cena, autorizando la comunión de pie, abolición de la mantilla en las mujeres quienes gozan ahora de permisión para servir en el altar, se abolió la costumbre de comulgar de rodillas y se permite la comunión en la mano, además de haberse introducido el uso de instrumentos musicales profanos tales como la guitarra y cánticos con letras que conspiran contra el decoro propio de lo sacro o, simplemente, contra el decoro. Tales innovaciones, y experimentos de diversa laya y reformas litúrgicas varias fueron introducidas o permitidas por la Iglesia. Toda vez que todo eso se ha hecho con una autoridad que procede de Dios, aún cuando se considere que tales reformas conspiran contra el decoro propio de lo sacro, no puede decirse que desagrada a Dios.

4.- Que cabe recordar aquello de “Ecclesia semper reformanda”. Así, las rúbricas y ceremonias litúrgicas han variado a los largo de los siglos, celebrándose diferentes ritos en distintos lugares con lo que resulta sumamente difícil determinar cuáles de esos accidentes externos del culto son decorosos y cuáles no. Es por esto que resultaría presuntuoso realizar un juicio definitivo sobre la cuestión debiendo el cristiano presumir que los ritos establecidos por la Iglesia y celebrados tal como está indicado agradan a Dios, más allá de las preferencias e inclinaciones estéticas de cada cual.

5.- En su oración sacerdotal (Juan XVII:21-23) Cristo rogó al padre por la unidad de sus discípulos. Con el fin de favorecer tal unidad la Iglesia resolvió derogar antiguas costumbres -como el uso del latín, el altar, las imágenes de la Santísima Virgen, los velos cuaresmales, etc.- lo que permitiría un mayor acercamiento de los hermanos separados. De tal modo que si en el culto se introdujeron nuevas prácticas que a algunos les parecen indecorosas, deben recordar que el fin con el que se llevaron a cabo tales reformas era el de propiciar la unidad de los cristianos, lo que agradaría más a Dios que la conservación de una liturgia que obstaculizaría tan santo propósito.

Sed contra: Que Santo Tomás (Contra Gentes, III, Cap CXIX) recuerda que “Dios proveyó al hombre de manera que también en las cosas sensibles se le hiciese recordación de Dios [...] para excitarse a las cosas divinas, como son las postraciones, genuflexiones, clamores vocales y cantos [...] para que mediante estas obras sensibles nuestra intención se diriga a Dios y se encienda en afecto [...] para a su modo darle reverencia [...] rindiéndole el honor de la piedad”, con lo que se cumple el “deseo” del Padre, que es el de tener adoradores en espíritu y en verdad (Juan, IV:23). Ahora bien, si las manifestaciones externas de un culto distrayesen a los fieles impidiéndoles dirigirse a Dios, encenderse en afecto, tributándole reverencia con verdadera piedad, sería por fuerza un culto indecoroso y en esa medida, no puede agradarle a Dios.

Respuesta: Que, como lo señalara el venerable Cardenal Newman (Parochial & Plain Sermons, VIII, Sermón 1, Reverence in Worship) “en general, la reverencia por las cosas sagradas ha sido nota distintiva de los cristianos practicantes, mientras que la falta de reverencia ha sido, en general, nota de los cristianos no-practicantes” llegando a preguntarse el Cardenal en el mismo lugar “¿cómo puede nadie ni por un instante imaginar que tiene fe en Dios y sin embargo permitirse ser irreverente hacia El?” para recordar luego que “incluso en la religiones paganas siempre se consideró a la fe y la reverencia como idénticas”. Pero el mismo Cardenal también advirtió que quienes apostatan de la Iglesia de Cristo “han caído en errores peores que los paganos. Constituyen la excepción ante la voz concordante del mundo entero en todo tiempo y lugar; rompen con el sufragio unánime de la humanidad al creer, por lo menos con su conducta, que el temor reverencial de Dios (awe) no constituye el primero de los deberes religiosos [...] En efecto, algunos consideran al temor reverencial como si fuera una superstición y a la reverencia como una esclavitud. Se han acostumbrado a comportarse con familiaridad y entera libertad respecto de las cosas sagradas, como si dijéramos, por principio”.

Mas conviene advertir con otro Cardenal (Bona, De divina psalmodia, cap. 19, II, 1), que “aunque en efecto las ceremonias no contengan en sí ninguna perfección y santidad, sin embargo son actos externos de religión que, como signos estimulan el alma a la veneración de las cosas sagradas, elevan la mente a la realidades sobrenaturales, nutren la piedad, fomentan la caridad, acrecientan la fe, robustecen la devoción, instruyen a los sencillos, adornan el culto de Dios, conservan la religión y distinguen a los verdaderos cristianos de los falsos y de los heterodoxos”. Y como recomienda el Catecismo Romano en su explicación de la primera petición de la Oración Dominical (Cuarta Parte, Cap. I, 4), al pedir que el nombre de Dios sea santificado se indica que los hombres deben “honrarlo y exaltarlo con alabanzas y plegarias a imitación de la gloria que recibe de los santos en el cielo; que el honor y culto de Dios debe estar constantemente en los labios, en la mente y en el corazón de todos los hombres, traduciéndose en respetuosa veneración y en expresiones de alabanza al Dios sublime, santo y glorioso”.

Pues bien, como recuerda San Agustín (De Civ. Dei, X) “el sacrificio visible que exteriormente se le ofrece a Dios es el signo invisible del sacrificio con el que uno se ofrece a sí mismo y sus cosas en obsequio a Dios”. Dicho esto, conviene que la distancia entre el signo y lo significado no sea tanta que el signo desmienta lo que se quiere significar. Pues, como señala el Aquinate (S. Th. II-II, q. 93, a. 1) “mentir es mostrar exteriormente con signos lo contrario de la verdad. Y así como una cosa puede manifestarse con palabras, del mismo modo puede expresarse con hechos [...] y si con tal culto exterior se expresa algo falso, en este caso el culto será pernicioso”, como cuando se practica un culto que tiende a crear la impresión de que sólo importa la humanidad de Cristo, y ésta entendida como un hombre desprovisto de inteligencia, carente de virilidad, sentimental y muy poco parecido al retrato que de El no suministran los Evangelios. Que es lo que Boulgakoff dio en llamar la herejía del “jesusismo”.

Es para evitar cosas como éstas que el Apóstol (I Cor. XIV:40) pidió que “en todas las iglesias de los santos [...] se haga todo con decoro y orden”, y es la razón por la que Teresa de Jesús (Vida, XIII, 16) suplicaba que “de devociones a bobas nos libre Dios”. Por lo mismo San Pedro (I Pedro, IV:1) nos recomienda ser “prudentes y sobrios” para poder dedicarnos a la oración. Todas estas recomendaciones (y muchas más) están dirigidas a asegurar un “culto racional” (Rom. XII:1) externamente decoroso para la edificación de los fieles y mayor gloria de Dios.

Mas puede preguntarse alguno en qué consiste el decoro en la acción litúrgica, cosa que resulta fácil de entender si se tiene en cuenta que los rituales son expresión de la fe verdadera (a punto tal que muchas veces se recurre a los ritos como fuente teológica para responder a cuestiones controvertidas) y que, “por su estrecha relación con los dogmas [...] debe conformarse a los dictámenes de la fe católica proclamados por la autoridad del Magisterio supremo” (Mediator Dei, nº29) y que, por tanto, resulta indecorosa toda acción litúrgica que falsifique, desmienta, empalidezca o rebaje las verdades de la fe católica.

Por otra parte conviene recordar que, siguiendo una tradición multisecular un Papa en ejercicio de la plenitud del Magisterio (Pío XII, en la encíclica Mediator Dei, 1947) habiendo manifestado que “son de alabar los que se afanan por que la Liturgia, aun externamente, sea una acción sagrada en la cual tomen realmente parte todos los presentes” y reconociendo que “esto puede hacerse de muchas maneras” (nº 66), advirtió gravemente que, por el contrario, sería verdadera desgracia para la Iglesia, que, 1) se desconociera que el Sumo Pontífice es el único con derecho a reconocer y establecer todo lo referente a modificaciones del culto (nº 38 y 44); 2) A la vez, este Papa, invocando su título de sucesor de Pedro (nº 44), reprobó “severamente” a quienes introducen nuevas costumbres litúrgicas y advirtió de los peligros que entraña recurrir al uso de lenguas vernáculas en la celebración del Sacrificio Eucarístico, trasladar fiestas “fijadas ya por estimables razones”, o excluir algunos textos de la Escritura de las oraciones públicas por considerarlas “poco apropiadas y oportunas para nuestros días” (nº 39); 3) También el mismo Papa reprueba a quienes “creen que el pueblo tiene verdadero poder sacerdotal y que los sacerdotes obran solamente en virtud de una delegación de la comunidad” (nº 53); 5) Con igual autoridad, este Papa deplora el parecer de quienes pretenden negar el carácter sacrificial de la Misa, advirtiendo expresamente que “de ningún modo se requiere que el pueblo ratifique lo que hace el ministro del altar” (nº 60) y lamenta el parecer de quienes “afirman capciosamente que aquí no se trata sólo de un Sacrificio, sino del Sacrificio y del convite de la comunidad fraterna” (nº 71); extendiéndose también en análogas advertencias, 6) en torno a la música sagrada (nº 113) que no deben tener “sabor profano” (nº 115), instando además a que, 7) se vele en todo tiempo por el decoro, la piedad y la modestia cristiana (nº 118), y en síntesis recomienda que “en todo lo que atañe a la Liturgia, deben ante todo brillar estas tres virtudes, de las que habla Nuestro Predecesor, Pío X, a saber: la santidad, del todo opuesta a novedades de sabor mundano; la dignidad de las imágenes y formas a cuya disposición y servicio deben estar las genuinas y elevadas artes; y el espíritu universalista que, sin contravenir en nada las legítimas modalidades y usos regionales, patentice la unidad de la Iglesia” (nº 111, las cursivas son originales).

Así, con innumerables instrucciones, advertencias y reformas, desde que fue fundada, la Iglesia veló en todo tiempo y lugar por el decoro externo en el culto. Y en iguales términos se han propuesto análogas recomendaciones en la Constitución Sacrosanctum Concilium del Concilio Vaticano II, aunque es a partir de este documento que en materia litúrgica se procedió a delegar facultades otrora reservadas exclusivamente a la Santa Sede.

Ahora bien, si muchos (o incluso la mayoría) de los obispos, prelados, peritos, o comunidades religiosas han abusado de las prerrogativas que dicha Constitución les ha concedido no parece exacto decir que tales innovaciones fueron establecidas por la Iglesia con autoridad divina, sobre todo cuando los delegatarios desobedecieron lo expuesto prolija, clara y reiteradamente por el magisterio rompiendo de ese modo con tradiciones venerables y muy especialmente cuando tales rúbricas se contraponen manifiestamente a antiquísimas costumbres codificadas por el rito Romano que en buena parte procede por lo menos desde el s. III y que expresa decorosamente la verdadera fe católica desde los tiempos apostólicos.

Y en la medida en que estas audaces reformas han sido impuestas a la grey al amparo de un régimen jurídico sumamente indulgente desatendiendo antiguas costumbres -quienes han procedido así, “como queriendo ejercer dominio sobre la herencia” (I Pedro, V:3), han puesto en peligro la fe de muchos induciendo a confusión a los feligreses y fomentando prácticas desacralizadoras que difícilmente agradarían a Dios en la medida en que “trocaron la verdad de Dios por la mentira, y adoraron y dieron culto a la creatura antes que al Creador” (Romanos, I:25) contra la expresa recomendación del Apóstol (I Cor. VIII:9): “Cuidad, empero, de que esta libertad vuestra no sirva de tropiezo para los débiles”.

Por lo demás, debe decirse que quienes así se comportan rebajan la Jerarquía de Dios y, como dice el Aquinate (Escritos de Catequesis, comentando el Primer Mandamiento de la ley) , “el que niega al rey la sumisión debida, es traidor. Esto es lo que hacen con Dios algunos [...] cosa que desagrada extraordinariamente a Dios”, puesto que resulta igualmente idolátrico el culto rendido a “dioses extraños” como el retaceo en la veneración, piedad y gravedad que exige el culto de Dios.

Por último, seimpre conviene recordar que ha sido profetizada para los tiempos finales “la abominación de la desolación predicha por el profeta Daniel, instalada en el lugar santo” (Mt. XXIV:15) o, como lo dice otro Evangelista “instalada en el lugar donde no debe estar”, (Mc. XIII:14). Estas palabras de Nuestro Señor y que remiten a la expresión del profeta Daniel (XII:11, IC:27 y XI:31, en hebreo, “shíqqûç shômem”) constituyen “palabras cerradas y selladas hasta el tiempo del fin” (Dan. XII:9) y, por tanto resultan de difícil inteligencia. Con todo, se colige del texto de Daniel que previo a la instalación de la abominación quedará abolido el sacrificio perpetuo y por esta razón los Padres interpretaron que -si bien no pueden precisar su exacta naturaleza- con estas palabras se refiere a alguna clase de culto idolátrico, o una profanación en grado extremo, que en modo alguno puede agradar a Dios.

Soluciones

A la objeción primera, debe señalarse con San Juan Damasceno (Expositio super Orthodoxa Fide, cap. XII) que “cuando el Señor fue crucificado, contemplaba el occidente, y es por esta razón que nosotros lo adoramos con la cara vuelta hacia El”, esto es, hacia el Este, que es por donde sale el sol. Ahora bien, es de saber que, como lo expresa el Aquinate (S. Th. III, q. XLVIII, a. 3, ad. 3), “por parte de sus matadores la pasión de Cristo fue un crimen, pero por parte del que la sufrió por caridad fue un sacrificio. Por lo cual este sacrificio se dice haberlo ofrecido el mismo Cristo, mas no aquellos que lo mataron”. Esto no quita que siempre conviene recordar que, en cierto modo, cada uno con sus pecados ha participado en ese deicidio por lo que todo culto decoroso por fuerza incluirá gestos externos que signifiquen nuestra debida compunción, a ejemplo del publicano de la Parábola (Lc. XVIII:13) que “salió justificado” y que se expresa adecuadamente en el Kirie y el Agnus Dei. Pero ciertamente sería disparate pretender que reactuemos los sentimientos de quienes lo insultaron, zahirieron y finalmente crucificaron. Muy por el contrario, como lo pide San Pablo (Fil. II:5) corresponde que asumamos “los mismos sentimientos de Cristo Jesús” y que protestemos con el mismo Apóstol que está “clavado juntamente con Cristo en la Cruz” (Gál. II:19).

Ahora bien, como dijera el Aquinate (II-II, q. 93, a. 2) “el fin del culto divino es que el hombre dé gloria a Dios y se someta a El con alma y cuerpo”. Y en la medida en que el culto se corresponda con su razón de fin necesariamente será decoroso.

A la objeción segunda, Que, como dijera el Apóstol (Rom X:10) “con el corazón se cree para justicia y con la boca se confiesa para salud”, siendo que una cosa debe expresar la otra. Pues bien, como dijera el Aquinate (Super Ep. Sancti Pauli Apost. ad Rom. expositio, XII:1), “en los actos externos se debe aplicar la medida de la discreción en atención a la caridad” y en otro lugar (S. Th. II-II, q. 93, a. 1, ad. 2), que “los hombres fueron instruidos en esto mediante preceptos exteriores, cuya infracción es perniciosa”. En efecto, si bien las ceremonias con que se administran los sacramentos no pertenecen a su esencia [...] de tal modo que en caso de urgente necesidad pueden omitirse [ya que] era necesario rodear los misterios sagrados de un culto religioso para que aprendiéramos a tratar santamente las cosas santas. Y es por esta razón que en el Concilio de Trento (Denz. 856) se estableció que “Si alguno dijere que los ritos recibidos y aprobados de la Iglesia católica que suelen usarse en la solemne administración de los sacramentos pueden despreciarse o ser omitidos por el ministro a su arbitrio sin pecado, o mudados en otros por obra de cualquier pastor de las iglesias, sea anatema”.

A la objeción tercera, que si bien las rúbricas litúrgicas han variado a lo largo de los siglos estableciéndose diferentes formas de culto en distintos lugares, conviene saber que tales variaciones han sido siempre producto de desarrollos lentos y orgánicos que han ido surgiendo según las circunstancias e idiosincracia de las regiones. Semejante variedad en el modo de celebración litúrgica fue siempre supervisada y homologada en diversos grados por la Sede Apostólica que en todo tiempo y lugar veló para que la ley de la oración no desmintiera la de la fe (“lex orandi, lex credendi”), lo que garantizaba una mínima uniformidad en todas partes como las distintas partes de la misa, su carácter sacrificial, la necesidad de leer determinados textos y respetar determinadas fiestas, etc. Ahora bien, debido a las reformas litúrgicas introducidas por los protestantes en el s. XVI que, precisamente, conspiraban contra la fe, la Iglesia Católica, echando mano a la lengua universal latina y con el auxilio de la imprenta, codificó antiguas rúbricas litúrgicas en el llamado Rito Romano que durante cuatro siglos sirvió como referencia estable y uniforme para las iglesias locales, preservando así la unidad de la fe y del culto en todas las regiones del mundo. Y quedó claramente establecido que “el Sumo Pontífice es el único que tiene derecho a reconocer y establecer cualquier costumbre cuando se trata de culto, a introducir y aprobar nuevos ritos y a cambiar los que estime deben ser cambiados” (Encíclica “Mediator Dei”, nº 38).

Eso último fue sustancialmente modificado en el Concilio Vaticano II, que en su Constitución Sacrosanctum Concilium si bien reconoce que “la reglamentación de la sagrada Liturgia es de competencia exclusiva de la autoridad eclesiástica; (y que ésta) reside en la Sede Apostólica” (S.C. nº 22) mandó revisar “cuanto antes los libros litúrgicos, valiéndose de peritos y consultando a Obispos de diversas regiones del mundo” (S.C. nº 25), lo que equivale a una delegación de las facultades que hasta entonces era exclusivo resorte de Roma. Por lo demás, y pese a la explícita admonición de San Pablo (Rom. XII: 1-2) para que los cristianos celebraran “un culto racional [...] sin conformarse con el mundo”, dispuso tal Concilio “adaptar mejor a la necesidades de nuestro tiempo las instituciones sujetas a cambio” y en especial, las litúrgicas (S.C. nº 1).

Semejante delegación de potestades litúrgicas en episcopados, comisiones diocesanas y, por fin, diversos peritos, creo un ambiente de general desorden que permitió la introducción de diversas prácticas ajenas a la tradición de la Iglesia y muy conformes con el siglo, tales como las enumeradas en la objeción que aquí nos ocupa. Ahora bien, conviene recordar con Santo Tomás (S. Th. II-II, q. 168, a. 1, ad. 3) que “los movimientos exteriores son signos de la disposición interior y su moderación pertenece a la virtud de la verdad por la cual nos mostramos, en las palabras y en las acciones, como somos interiormente”, de dónde la gravedad de lo ocurrido. En efecto, en los días que corren se constata frecuentemente en el culto debido a Dios diversas prácticas indecorosas y numerosas faltas a la gravedad y reverencia que le son debidas, trayéndonos a la memoria lo que dijera el Cardenal Newman sobre aquellos que se comportan en el templo como si estuvieran en su casa y no en la Casa de Dios: “Todo lo que puedo decir es que estos se animan a hacer en la presencia de Dios lo que no se atreven ni los Querubines ni los Serafines [...] pues ellos se velan la faz y, como si no se atrevieran a dirigirse a Dios, Lo alaban dirigiéndose unos a otros, con pocas palabras y continuamente repitiendo “Santo, Santo, Santo, Señor Dios de Sabaoth”. Esto, porque, como lo expresa el Aquinate (S. Th. II-II, q. 101, a.2, primera objeción) “las cosas del culto divino deben revestir la máxima gravedad”.

Y así, no por casualidad vino a suceder que, poco después de introducidas toda clase de rituales, rúbricas y permisiones indecorosas, un Papa denunció en dos oportunidades que “por una grieta, el humo de Satanás se había infiltrado en la Iglesia”. Y así como el Apóstol (Hechos, XVII:23) dijo que los atenienses habían adorado al Dios verdadero sin saberlo, igualmente puede que llegue un tiempo en que la grey cristiana, sabiéndolo formalmente o no, adore “al dragón” (Apocalipsis XIII:8) bajo fachada de una adoración al Dios único, de tal modo que resulte extremadamente difícil distinguir el trigo de la cizaña.

Y aunque, como hemos dicho, resulta posible tributar un culto interior agradable a Dios en medio de rituales y liturgias externamente indecorosas, siempre conviene recordar con San Pedro (I Pedro, I:17) que “si llamamos Padre a Aquel que, sin acepción de personas juzga según la obra de cada uno, conviene vivir en temor durante el tiempo de nuestra peregrinación” sabiendo que “en el tiempo oportuno” (Salmo CXLIV:15) Dios “enviará sus ángeles, y recogerán de su reino todos los escándalos, y a los que cometen la iniquidad, y los arrojarán en el horno de fuego” siendo que “recién entonces los justos resplandecerán como el sol en el reino de su Padre” (Mateo, XIII:41-43) y entonces “publicarán la gloria de tu reino, y pregonarán tu potestad, haciendo conocer a los hijos de los hombres tu poder y el magnífico esplendor de tu reino” (Salmo CXLIV:11-12).

A la objeción cuarta, debe recordarse que el fin del culto es Dios en quien, según el Apóstol Santiago (I:16) “no hay mudanza ni sombra de variación”. Y si bien entre los hombres puede haber mudanza y variación en las rúbricas rituales, todas ellas deben cumplir con su fin. Porque, como expresa el Aquinate (Contra Gentes, III, cap. CXXI) “así como mediante las cosas corporales y sensibles la mente del hombre puede elevarse a Dios, si alguno usa de ellas del modo debido en reverencia de Dios, así también el uso indebido de ellas o bien abstrae la mente totalmente de Dios cuando la voluntad se fija en las cosas inferiores, o bien retarda la intención de la mente hacia Dios cuando nos aficionamos a esas cosas más allá de lo que es menester”. De donde puede colegirse cuando un culto agrada a Dios y cuando no. Por lo demás, todas las cosas derivan su nobleza de su fin. Y siendo que el fin del culto a Dios reside en tributarle reverencia y piedad mediante “sacrificios de alabanza” (Hebreos XIII:15), se nos exige un “culto racional” (Romanos XII:1) y, en cambio, toda manifestación externa del culto que no se ordene a su fin propio resulta irracional y en esa medida resulta indecorosa y por tanto no es verdadero culto ni puede agradar a Dios.

Por lo demás, como lo ha expresado C.S. Lewis (Carta a Mrs. Arnold, 1-IV-52, en Letters of C.S. Lewis, London, Collins, 1988, p. 420), toda novedad en el culto conspira contra la verdadera devoción: “Un ritual litúrgico fijo tiene la ventaja de que sabemos qué nos espera. En cambio las oraciones públicas ex tempore tienen esta dificultad: no sabemos si podemos unirnos a ellas [ya que] podrían ser falsas o heréticas. Es así que nos vemos compelidos a desarrollar simultáneamente dos actividades recíprocamente incompatibles: la crítica y la devocional. En una forma litúrgica fijada en el tiempo no hay sorpresas puesto que las conocemos desde antes: los rituales preestablecidos permiten que uno se dedique a sus devociones con entera libertad. Por otra parte, encuentro que cuanto más rígidos son, más fácil resulta evitar las distracciones [...] A su través resplandece la forma permanente de la cristiandad. No veo cómo el método de la liturgia ex tempore puede dejar de convertirse en algo provinciano y creo que tiende a dirigir la atención más hacia el ministro que a Dios”. A lo que puede agregarse que cuanta menos variación haya en el culto, mayor noticia tendremos de la inmutabilidad del Eterno.

A la objeción quinta, debe decirse que en modo alguno es lícito empañar las verdades de fe para acercarse a quienes las niegan (tales, por ejemplo, como el culto de hiperdulía hacia la Santísima Virgen, el primado de Pedro o el carácter sacrificial de la misa), lo que resultaría en infidelidad y doble engaño hacia los fieles católicos y hacia los que no lo son -que merecen mejor trato de parte nuestra, singularmente franqueza y autenticidad, requisitos que se comprometerían si se intentara ocultar o disfrazar tales dogmas de fe, cosa que no podría agradarles a ellos ni a Dios.

Por lo demás, si los dogmas de la fe alejan a algunos de la Iglesia, debe recordarse con San Gregorio (Hom. 7 in Ezech.) que “cuando de la verdad nace el escándalo, debe más soportarse éste que abandonar la verdad”.

Por lo demás las prácticas introducidas en la liturgia pueden, tal vez, agradar a quienes blasonan de ser secularizantes, especialmente entre los protestantes de distintas confesiones, como es el caso de algunos entre los luteranos y calvinistas, pero al mismo tiempo ha contribuido a alejar y dificultar cualquier acercamiento ecuménico con quienes practican un culto decoroso hacia Dios tales como el que practican los anglocatólicos y muy señaladamente los ortodoxos de todos los patriarcados quienes se destacan por la piadosa custodia de venerables tradiciones y el empeño puesto en conservar antiquísimos y muy bellos rituales.

Y que, al conservar amorosamente un culto grave, reverente y piadoso, agradan a Dios.

Laus Deo

Sebastián Randle