segunda-feira, agosto 24, 2009

Os novos desenvolvimentos da Reforma da Reforma Litúrgica


Pretendia que este espaço fosse o primeiro blogue católico tradicional português a fazer eco das recentes, importantes e excelentes notícias sobre os novos desenvolvimentos da reforma da reforma litúrgica do Papa Bento XVI. O meu amigo Afonso Miguel, d'"A Tribuna", antecipou-se. Para a sua leitura remeto agora integralmente.

Um bispo contra os sacerdotes artistas do palco litúrgico...

… e em defesa da celebração "ad orientem": Monsenhor Edward Slattery, Bispo de Tulsa, Oklahoma, Estados Unidos. Porque a liturgia não é uma conversa sobre Deus, mas antes culto prestado a Deus. Um artigo imprescindível comentado pelo Padre Z no seu blogue.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Sete minutos no reino do "novus ordo"

No passado dia 9 de Agosto, Domingo, estando bem a Norte de Portugal, e portanto distante de qualquer local de celebração da Missa Tradicional (em Braga não havia nada), lembrei-me de verificar se a reforma da reforma litúrgica estaria porventura a ser objecto de alguma receptividade no nosso país. Em mau momento o fiz. Eram onze horas da manhã, enchi-me de coragem (para este efeito preciso mesmo de muita) e dirigi-me a uma igreja onde se ia oficiar a Missa segundo o rito de Paulo VI. Reparei que à porta desta se fazia menção ao horário da Eucaristia e não da Missa. Sintomático. Entrei e notei que o altar não tinha qualquer arranjo beneditino. Sintomático, de novo. Depois surgiu o sacerdote - ou deveria dizer antes o presidente da assembleia litúrgica? - para iniciar a celebração, paramentado com a característica albarda que os modernistas supõem erradamente ser uma casula gótica. Confesso que já não me recordo se começou dizendo "Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo", se "Muito bom dia a todos!". Mas tenho bem presente que ele era aquilo a que Monsenhor Nicola Bux chama de sacerdote vedeta ou sacerdote artista, isto é, aquele sacerdote que por força da posição de oração litúrgica "versus populum" se pretende tornar à força o centro das atenções dos fiéis, olvidando-se de que a liturgia não é dele nem para as suas excentricidades, mas antes de Cristo e para prestar culto a Deus. E no caso, o mesmo, após a saudação inicial, em vez de oficiar segundo as rubricas prescritas, optou por proferir, a partir do altar, uma extemporânea homília com considerações porventura oportunas noutro contexto, mas ali, naquele momento, totalmente descabidas. De modo notório, perorava à maneira de um pastor num serviço religioso protestante, muito longe de pretender fazer o que a Igreja sempre fez. Atacado pelo nervosismo que se começava a manifestar através de sudação abundante, levantei-me e abandonei a igreja. O meu relógio marcava onze e horas e sete minutos. Pensei para comigo aquilo que sinto e sei há muito: o "novus ordo" é ele próprio o primeiro e principal abuso litúrgico anticatólico. Em consciência não o consigo suportar! Não posso! É impossível!

Em tempo de férias gostei muito

Em tempo de férias gostei muito de ler esta nova e notável entrevista de Monsenhor Domenico Bartolucci, a que outros blogues amigos já fizeram referência. Que falar tão claro e directo! Prouvera que todos os homens de Igreja tivessem o sentido de tradição que aquele tem e que já revelou anteriormente!

Em tempo de férias não gostei nada

Em tempo de férias não gostei nada da posição hipócrita daqueles que acham que quem hasteia uma bandeira da monarquia liberal (a minha bandeira é outra…) na varanda da Câmara Municipal de Lisboa deve ser processado criminalmente com toda a severidade, sem que contudo defendam idêntico rigor para com todos os que assassinam crianças inocentes e indefesas no seio do próprio ventre materno através da prática abjecta do aborto a simples pedido.

sábado, agosto 08, 2009

Más persecución anticatólica en España

La Agencia FARO nos envía el siguiente comentario que estimamos necesario reproducir a continuación.
Que sepan nuestros lectores que la persecución anticatólica ya ha tomado curso legal en España; con abierta dejación de las autoridades (que posiblemente miren con simpatía estos ataques a la Iglesia y a los católicos). Y que sepan, también, que estos comienzos presagian una persecución a más escala en el gran antro de ingeniería social en que España se ha convertido. Tengo para mí que España es el experimento más avanzado de disolución moral y social del mundo como Gran Bretaña es el banco de pruebas de ingeniería social más destacado en temas de control de población.
Es muy interesante ver cómo el sistema capitaliza a grupos de ultraizquierda para estos menesteres. En efecto, la Revolución siempre precisa de sans-culottes.

RCS

“Poco a poco, espoleada por el Gobierno (de ocupación) de España, por los medios de información del sistema, por la ubicua y difusa izquierda radical (perfectamente relacionada con la izquierda oficial, en la que por supuesto se incluye el PP) y, forzoso es reconocerlo, con la colaboración de no pocos eclesiásticos, la hostilidad hacia la Iglesia y el odio contra el cristianismo se van manifestando más abiertamente.
Así, en el transcurso de las dos últimas semanas se han multiplicado los ataques contra templos. Limitados casi siempre a pequeños desperfectos y pintadas en el exterior, acompañadas de símbolos anarquistas, comunistas y ‘antifascistas’, empiezan a revestir una llamativa unidad en el mensaje: el lema preferido es ‘La única iglesia que ilumina es la que arde’ (o ‘la ke arde’, en grafía típicamente ‘antifa’) que, como recordarán los lectores de FARO, fue también el escogido por las feministas que apoyaron al barco abortista holandés de ‘Women on Waves’ el pasado octubre en Valencia. Sólo en la ciudad de Barcelona, veinte iglesias han sufrido estos ataques en los últimos días, en siniestra conmemoración del centenario de la Semana Trágica. Al otro lado de la Península, en Béjar (provincia de Salamanca) lo mismo le ha pasado a la iglesia de Los Pinos. Son sólo unos pocos ejemplos. En Madrid empieza a ser habitual; a la salida de algunos templos de Lavapiés y de la zona de Embajadores, grupos de guarros (creciente grupo de elementos antisociales, próximos a los antifas) arrojan a veces globos con pintura a los fieles, principalmente ancianos, sin que la Policía tome medidas eficaces para impedirlo. A veces entran durante el culto e insultan a los presentes. FARO informó en mayo pasado de casos similares en Sevilla.
En el actual clima de falsa ‘memoria histórica’, nostálgica de la persecución religiosa llevada a cabo por la II República y el Frente Popular, se sigue avanzando. El pasado domingo 12 de julio, en plena celebración de la misa de las 11:30, se intentó quemar con gasolina la parroquia provisional de Santa Genoveva Torres, en Majadahonda (provincia de Madrid). La misma había sufrido antes ataques ‘de baja intensidad’, similares a los arriba reseñados.
Se hace necesaria (es necesaria desde hace mucho tiempo) una verdadera reacción católica. Reacción que en España está representada en el lema Dios, Patria, Fueros y Rey legítimo.”

Agencia FARO

(RCS)

Olvidando la Doctrina Social de la Iglesia

No se pierdan, por favor, este comentario salido en El Brigante.
Tiene mucha miga. ¡Muchísima!

Rafael Castela Santos

quarta-feira, agosto 05, 2009

A Reforma Litúrgica de Bento XVI


Acabei a leitura de "La reforma de Benedicto XVI - La liturgia entre la innovación y la tradición", de Monsenhor Nicola Bux. Trata-se de um livro fundamental que permite compreender na íntegra o pensamento e as intenções do Santo Padre em matéria litúrgica. A tese sustentada pelo autor não constitui uma surpresa de maior, pelo menos para quem já conheça "O Espírito da Liturgia", escrito pelo então ainda Cardeal Ratzinger. Segundo o que Nicola Bux argúi fundamentadamente, para o actual Papa Bento XVI, a reforma litúrgica pós-conciliar, nos moldes em que foi efectuada, provocou num enorme número de fiéis não só a perda da noção do fim do culto, mas também do próprio sentido de sagrado. Para recuperar destes efeitos desastrosos, e no âmbito da prossecução da reforma da reforma litúrgica, o rito tradicional latino-gregoriano (para Bento XVI, a forma extraordinário do rito romano) tem um papel fulcral a desempenhar: pela sacralidade, reverência, elevação espiritual e beleza que o caracterizam, ele há-de servir de modelo à consecução daquela reforma do rito paulino (para Bento XVI, a forma ordinária do rito romano). Pretende, assim, o Santo Padre laminar os excessos da reforma inicial de 1969 e reconduzi-la aos objectivos visados na Constituição sobre a Sagrada Liturgia, aprovada pelo Concílio Vaticano II: tal passa pela recuperação do latim como língua litúrgica nas partes da Missa não dirigidas ao povo; pela adopção da posição de celebração "versus Deum"; pela centralização da acção litúrgica na Cruz; pela recitação da fórmula de consagração tradicional; pela redescoberta do canto gregoriano; em suma, tal passa pela tridentinização do rito paulino, tornando-o conforme e compatível com a tradição litúrgica da Igreja.

Ora, caso o Papa Bento XVI obtenha sucesso nesta tarefa hercúlea - e Deus o permita! -, fará então sentido falar-se de uma forma ordinária e outra extraordinária do mesmo rito romano, sendo certo que as diferenças entre ambas ter-se-ão esbatido determinantemente.

***
Estarei de férias na durante uma semana, razão por que só voltarei a actualizar o blogue depois de dia 12.

terça-feira, agosto 04, 2009

A liturgia reformada pós-conciliar: um produto fabricado e banal


Do prefácio da edição francesa de "La Reforme Liturgique en question", de Monsenhor Klaus Gamber, obra de que já publiquei neste espaço a respectiva nota de leitura. Destaques meus.

Un jeune prêtre me disait récemment: "Il nous faudrait aujourd'hui un nouveau mouvement liturgique." C'était là l'expression d'un souci que, de nos jours, seuls des esprits volontairement superficiels pourraient écarter. Ce qui importait à ce prêtre, ce n'était pas de conquérir de nouvelles et audacieuses libertès: quelle liberté ne s'est-on pas dejá arrogée? Il sentait que nous avions besoin d'un nouveau commencement issu de l'intime de la liturgie, comme l'avait voulu le mouvement liturgique lorsqu'il était à l'apogée de sa véritable nature, lorsqu'il ne s'agissait pas de fabriquer des textes, d'inventer des actions et des formes, mais de redécouvrir le centre vivant, de pénétrer dans le tissu proprement dit de la liturgie, pour que l'accomplissement de celle-ci soit issu de sa substance même. La réforme liturgique, dans sa réalisation concrète, s'est eloignée toujours davantage de cette origine. Le résultat n'a pas été une réanimation mais une dévastation. (...) on a une liturgie dégénérée en "show" où l'on essaie de rendre la religion intéressante à l'aide de bêtises à la mode et de maximes morales aguichantes, avec des succès momentanés dans le groupe des fabricants liturgiques, et une attitude de recul d'autant plus prononcée chez ceux qui cherchent dans la liturgie non pas le "showmaster" spirituel, mais le rencontre avec le Dieu vivant devant qui tout "faire" devient insignifiant, seule cette rencontre étant capable de nous faire accéder aux vraies richesses de l'être.

(...)

Il est difficile d'exprimer en peu de mots ce qui, dans la querelle des liturgistes, est vraiment essentiel et ce qui ne l'est pas. Peut-être que l'indication suivante pourrait être utile. J. A. Jungmann, l'un des vraiments grands liturgistes de notre siècle, avait défini en son temps la liturgie, telle qu'on l'entendait en Occident en se la représentant surtout à travers la recherche historique, comme une "liturgie fruit d'un développement"; probablement aussi par contraste avec la notion orientale qui ne voit pas dans la liturgie le devenir et la croissance historique, mais seulement le reflet de la liturgie éternelle, dont la lumière, à travers le déroulement sacré, éclaire notre temps changeant de sa beauté et de sa grandeur immuables. Les deux conceptions sont légitimes et ne sont en définitive pas inconciliables. Ce qui s'est passé après le Concile signifie tout autre chose: à la place de la liturgie fruit d'un développement continu, on a mis une liturgie fabriquée. On est sorti du processus vivant de croissance et de devenir pour entrer dans la fabrication. On n'a plus voulu continuer le devenir et la maturation organiques du vivant à travers les siècles, et on les a remplacés - à la manière de la production technique - par une fabrication, produit banal de l'instant.


Joseph, cardinal Ratzinger.

Foto: Catholic Church Conservation.

Em caso nenhum se admita a Comunhão na mão


Da "Circular sobre a Reverência aos Santos Sacramentos", datada de 21 de Novembro de 1970, de autoria de Dom António de Castro Mayer (foto supra), publicada quando o grande bispo brasileiro exercia em pleno as suas funções episcopais na diocese de Campos. Os destaques são de minha autoria.

Ajoelhar-se, sinal de fé na Eucaristia

Feita a observação de modo geral, queremos, hoje, salientar apenas e brevemente o que convém à Sagrada Comunhão. Será o suficiente como ilustração do que vem a ser um “aggiornamento” falso.

Sabemos, caríssimos Sacerdotes, que, no Santíssimo Sacramento do Altar, está real, verdadeira e substancialmente presente o mesmo Jesus Cristo, Deus e Homem, nosso adorável Salvador, de fé se faz com a inteligência e com os lábios; mas, de maneira mais viva e habitual, através de nosso procedimento da Comunhão.

Na Igreja Latina, a fé viva na Presença Real se ostenta mediante a genuflexão e a postura genuflexa, quando se passa diante ou quando se está em presença da Santa Hóstia Consagrada, ou solenemente exposta, ou em reserva no sacrário. Semelhante atitude baseia-se na Sagrada Escritura. Nela, de fato, lemos que tal atitude é, no fiel, o sinal da adoração. Assim, são louvados os milhares de judeus que “não curvaram os joelhos diante de Baal” (ROM. 11, 4); e, a respeito do Deus verdadeiro, diz o Senhor em Isaías, que “a Ele se curvará todo joelho” (44, 23 – cf. ROM. 14, 11). Mais diretamente a Jesus Cristo, declara o Apóstolo que ao seu nome “dobra-se todo joelho, no Céu, na terra e nos infernos” (Fil. 2, 10). Aliás, era a maneira como externavam sua fé no Salvador aqueles que Lhe pediam algum benefício (cf. Mat. 17, 14; Marc. 1, 40). Na Santa Igreja, o costume de dobrar os joelhos diante do Santíssimo Sacramento, além da adoração devida a tão excelso Senhor, tenciona, outrossim, manifestar reparação pelas injúrias com que a soldadesca infrene ludibriou do misericordioso Salvador, após a flagelação e coroação de espinhos: “de joelhos diante d’Ele, d’Ele zombavam” (Mat. 27, 29).

Fixa-se assim numa Tradição Apostólica o hábito de manifestar, mediante a genuflexão e a postura ajoelhada, nossa fé viva na Divindade de Jesus Cristo, substancialmente presente no altar. Eis porque recebe o fiel a Sagrada Comunhão de joelhos. Não o faz o Sacerdote na Missa, porque ele aí está representando a pessoa de Jesus Cristo. “Agit in persona Christi”, faz as vezes de Cristo como sacrificador, ofício que de modo algum compete ao fiel. Fora da Missa, também o Sacerdote comunga de joelhos.

Não há por que deixar uso tão excelente

Não somente porque é um costume imemorial, com base na Bíblia Sagrada, como pela mesma natureza do ato, a genuflexão nos compenetra de humildade, leva-nos a reconhecer nossa pequenez de criaturas diante da transcendência inefável de Deus, e mais ainda, nossa condição de pecadores que só pela mortificação e a graça chegaremos a dominar nosso orgulho e demais paixões, e a viver como verdadeiros filhos adotivos de Deus, remidos pelo Sangue preciosíssimo de Jesus Cristo.

De onde, a substituição de semelhante costume piedoso por outro só poderia justificar-se, no caso de uma excelência superior tão grande que compensasse também o mal que há em toda mudança, como ensina Santo Tomás de Aquino (1.2.q.97,a.2) com relação aos hábitos que dão vida às leis. Fiel a esta doutrina do Aquinate, o II Concílio do Vaticano estabelece que não se devem introduzir modificações na Liturgia, a não ser quando verdadeiramente necessárias, e assim mesmo, manda que as novas fórmulas dimanem organicamente das já existentes (Const. “Sacrosanctum Concilium”, nº 23).

Ora, o novo modo de comungar não oferece a excelência que sua introdução está a pedir. De fato, comungar de pé é coisa que não apresenta a seu favor textos da Sagrada Escritura, não tem as vantagens espirituais que a postura de joelhos traz consigo, como acima observamos, e tem os inconvenientes de toda mudança, que relaxa em vez de afervorar os fiéis.

Por isso, deve-se conservar o hábito de comungar de joelhos. E no Bispado, comungar de joelhos foi sempre, e continua a ser determinação diocesana, que todos devem seguir. Tanto mais, que, interrogada a Sagrada Congregação para o Culto Divino, sobre se, com o novo “Ordo” se fazia obrigatória a Comunhão em pé, aquele Dicastério romano respondeu que, onde o costume é comungar de joelhos, esse costume “sem a menor dúvida” convém que seja conservado.

Em nenhum caso se admita a Comunhão na mão

Recomendamos, portanto, a todos os caríssimos Sacerdotes que exercem o ministério no nosso Bispado, que se atenham a esta disposição diocesana: só distribuam a Sagrada Comunhão aos fiéis ajoelhados, admitindo apenas exceções em casos pessoais, quando alguma enfermidade torna impossível, ou quase, o ajoelhar-se. Em caso nenhum se permite a Comunhão na mão.

sábado, agosto 01, 2009

De agente de bolsa a religioso

Hoy, en un periódico digital español muy leído, me encontré con la noticia de alguien que ha sido un alto ejecutivo en el mundo de las finanzas y la empresa y que cambia todo eso por la vida religiosa. Estas noticias no son frecuentes y todavía es menos frecuente que estas cosas sean publicadas, pero en el internet hay, todavía, cierta libertad ... al menos por el momento.
Como esto es para pensarlo dos veces, porque mucho es el sacrificio y la renuncia que implica el seguimiento a rajatabla de los consejos evangélicos -Pobreza, Castidad y Obediencia-, no me resisto a compartirlo con Vds.
Sea como fuere, mi enhorabuena a Alberto Núñez por haber "escogido la mejor parte", en palabras de Nuestro Señor Jesucristo.
No estaríamos aquí ninguno de nosotros sino fuera por esas mujeres que tras sus hábitos de monja son auténticos pararrayos divinos y esos hombres que luchan en el cenobio, en el Altar, en todos los sitios posibles, por el Reinado de Nuestro Señor Jesucristo.
Que Alberto Núñez, y todos los demás que como él abrazan y han abrazado la vida religiosa, recen por nosotros, que nos quedamos lidiando con el mundo y en el mundo. En fin, el Cuerpo Místico de Nuestro Señor Jesucristo también tiene algunas tareas en el mundo. Pero sin sus oraciones y sacrificios, nuestras obras son vanas.
El original se puede encontrar aquí.

Rafael Castela Santos

"No ha sido fácil. He dudado a la hora de aceptar el ofrecimiento brindado por McCoy para dirigirme a los lectores de El Confidencial por el pudor que me produce hablar de mí mismo ante desconocidos. Parecíame que es inevitable hacerlo sin buscar, consciente o inconscientemente, el aplauso de los demás y esto es muy poco evangélico. Tras consultarlo, voy a intentar vencer estos escrúpulos con la máxima sencillez de la que sea capaz.
Unos breves datos biográficos para explicar quién soy. Me llamo Alberto Núñez y he sido (hasta ayer 31 de julio) el Director de Estrategia de Gas Natural, cargo que desempeño desde que hace más de cuatro años me incorporara a la compañía. Anteriormente, he trabajado como analista bursátil, primero en Société Générale y luego en BBVA, donde mi último puesto fue de responsable de análisis del sector energético español y paneuropeo. En total, 15 años de trabajo en el mundo empresarial y financiero, en su gran mayoría en el sector energético y en dos de las principales empresas españolas de las que ha sido un orgullo formar parte.
La decisión de abandonar el mundo profesional y empezar una vida religiosa tras todos estos años es, para mí, la suma de diversos factores que se van entrelazando hasta confluir en una misma dirección. Estos factores son de índole profesional, personal y familiar. Soy consciente de que todos nos hemos planteado en algún momento decisiones de cambio de vida. Al final estamos hechos de carne y espíritu (y el espíritu gime cuando la carne domina).
En mi caso, siempre he perseguido con ahínco realizar un buen trabajo, pero comprobaba que las más de las veces sus frutos son amargos: el predominio del corto plazo, el tener que cerrar muchas veces los ojos y el corazón ante las realidades de la vida y el no tener tiempo para nada ni para nadie distinto del trabajo. Partido entre fuerzas de distinto signo, hace unos pocos años me planteé que sólo tenía sentido trabajar en un proyecto en el que al final del camino profesional o vital uno pudiera pensar que la vida -la única que tenemos- ha merecido la pena. En paralelo, mi creencia en la existencia de un Dios que se realiza en el Amor ha ido creciendo poco a poco hasta convertirse en una certeza experimentada. Sí, todos tenemos dudas.
A todos nos atrae lo material. Pero cuando comprendemos que la ternura, la compasión son lo más auténticamente humano (más que la razón), entonces cambia nuestra vida. La muerte de mi hermano hace cinco años a causa de un cáncer ciertamente significó un antes y un después. A partir de entonces, empecé a buscar enriquecer mi actividad profesional con otras. Primero inicié un voluntariado una tarde a la semana en un centro psiquiátrico de San Juan de Dios. Luego, me matriculé en estudios nocturnos de teología en la U.P. Comillas. Finalmente, hace dos años, la Compañía de Jesús me ofreció mudarme al Pozo del Tío Raimundo donde, además de colaborar y vivir con jóvenes, empecé un proceso de discernimiento.
Y, por último, mi madre. A pesar de todo lo anterior no habría tomado esta decisión si ella no lo apoyase entusiastamente. Sin más hijos vivos que yo y sin marido, mi partida significa un sacrificio muy importante para ella, especialmente porque tiene una salud frágil. Un sacrificio que da sentido a su vida y que, por eso, acaba convirtiéndose en ganancia. En fin, no puedo explicar lo que ha pasado estos últimos meses y cómo todas las piezas del puzzle han ido encajando si no es desde el convencimiento de la existencia de que hay algo más de lo que captan nuestros sentidos exteriores. Con mucho respeto a quien lea estas líneas: está ahí, basta que empecemos a buscarlo; perdamos el miedo."

Alberto Núñez

(RCS)