domingo, julho 18, 2010

Conferência "Restaurando o Sagrado com a Santa Missa Tradicional" - notícias mais recentes

Da organização da conferência "Restaurando o Sagrado com a Santa Missa Tradicional" recebi mais uma comunicação, dando conta das últimas novidades relacionadas com este importantíssimo evento. Aqui a transcrevo para conhecimento de todos os meus leitores:

Graças à generosidade e oração de muitos, queremos comunicar o alargamento do prazo de inscrições até ao dia 15 de Agosto e também a supressão dos honorários. Assim todos os que estiverem inscritos, participarão no Workshop de forma gratuita!

Pedimos, pois, que divulguem, por todos os meios, com a ousadia evangélica que vos é conhecida, o Workshop! Seria excelente que Portugal enchesse a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima para a Missa Solemnis do dia 10. Este é um serviço à Igreja e por isso para a salvação de muitos!

Continuemos a rezar por este apostolado tão desprezado. Temos recebido de muitos a preocupação e receio de participar neste workshop, confiamo-los também às vossas orações, para que à semelhança dos Apóstolos sejam audazes na fidelidade à Igreja.

Confiemos ao Imaculado Coração de Maria os frutos deste projecto!

Os Cónegos Regulares de S. João de Câncio

Impedir a tirania

Um bispo que compreendeu perfeitamente a deriva totalitária da democracia contemporânea e o despotismo do número a ela associado. Que bom seria que o nosso episcopado português, ou ao menos parte dele, também se expressasse assim!...

sábado, julho 17, 2010

Deixem fazer a experiência da tradição em Portugal! (2)

Em teoria, apenas uma pessoa mentirosa e execrável, desprovida de honestidade intelectual e desguarnecida de probidade moral, supondo que a verdade consiste na adequação da realidade à sua inteligência e não o inverso, é que poderá arguir que não existe interesse da parte dos católicos portugueses pela Missa tradicional de rito latino-gregoriano. A quem sustentar por hipótese tal absurdo, convirá recordar o teor da sondagem que a Associação Paix Liturgique realizou recentemente em Portugal, bem como aquilo que então escrevi neste espaço acerca da mesma, já que contra factos não há argumentos!

Sobre este assunto, acrescentarei agora mais o seguinte: a implantação prática do “Summorum Pontificum” depende da existência de dois movimentos de vontade opostos, mas convergentes para um ponto comum de chegada: um, de cima para baixo, do episcopado para os fiéis; outro, de baixo para cima, dos fiéis para o episcopado. Ora, em Portugal, país em estado de necessidade e de autêntica anomalia religiosa, o episcopado quase em bloco tem omitido o primeiro daqueles movimentos, com vista a sabotar sistematicamente a afirmação da Missa tradicional em terras lusitanas, frustrando deste modo qualquer esforço que os fiéis leigos tentem fazer nesse sentido. Não faltam exemplos concretos do que afirmo, ocorridos em várias dioceses nacionais. De seguida, passo a dar conta de alguns.

Numa diocese, o bispo manifestou aos fiéis interessados na Missa tradicional que estes teriam de formar um grupo estável composto por “X” pessoas. Assim que o mesmo apareceu formado, e logo com “X” mais “Y” pessoas, o bispo em causa, com notória má fé negocial, decretou que tal grupo teria agora de se constituir numa associação de direito canónico presidida por ele ordinário local, depois de tramitado o processo - demorado… - de aprovação do respectivo estatuto associativo.

Noutra, o bispo, ademais de exorbitar prerrogativas ao sujeitar à sua aprovação pessoal a celebração da Missa tradicional, subordinou também essa eventual aprovação à emissão de um prévio parecer positivo do Secretariado Litúrgico da sua diocese, o qual até hoje, como é óbvio, não foi emitido…

Noutra ainda, um grupo de fiéis devidamente organizado conseguiu convencer um pároco a ceder-lhe uma capela com vista à celebração da Missa tradicional. O celebrante nem sequer seria esse pároco, mas um outro sacerdote diocesano. Acto contínuo, logo apareceu um cónego da Sé local a intimidar o referido pároco com diversas ameaças que se consumariam, caso tal projecto fosse para a frente. Não foi.

É bom de ver que todas estas exigências dos bispos portugueses não têm acolhimento nem na letra, nem no espírito do “Summorum Pontificum”. Ao invés, as mesmas são a manifestação cabal de um episcopado em estado de cisma prático face a Roma, com vontade de obstruir nesta matéria, pelos motivos que aqui atempadamente expus, tanto quanto possível a legítima e superior vontade papal.

Deste modo, concluo, insistindo: deixem fazer a experiência da tradição em Portugal!

Belo lembrete do Cardeal Cañizares


Belo lembrete de Sua Eminência o Cardeal Cañizares, a propósito do fim último do Motu Proprio "Summorum Pontificum", no prefácio que faz à edição espanhola do livro do Padre Nicola Bux, "La reforma de Benedicto XVI". À atenção de bispos lusitanos cismáticos e demais hereges progressistas.

Se cremos de verdade que a Eucaristia é realmente a “fonte e o ápice da vida cristã” - como nos recorda o Concílio Vaticano II - não podemos admitir que seja celebrada de um modo indigno. Para muitos, aceitar a reforma conciliar significou celebrar uma Missa que de um modo ou de outro devia ser “dessacralizada”. Quantos sacerdotes vimos ser tratados como “retrógrados” ou “anticonciliares” pelo simples facto de celebrarem de maneira solene, piedosa ou simplesmente por obedecerem cabalmente às rubricas! É peremptório sair desta dialéctica.

A reforma foi aplicada e principalmente vivida como uma mudança absoluta, como se se devesse criar um abismo entre o pré e o pós Concílio, em um contexto em que o termo “pré-conciliar” era usado como um insulto. Aqui também se deu o fenómeno que o Papa observa em sua recente carta aos bispos de 10 de Março de 2009: “Às vezes se tem a impressão de que nossa sociedade tenha necessidade de um grupo, ao menos, com o qual não tenha tolerância alguma, o qual se pode atacar com ódio”. Durante este ano foi o caso, em boa medida, dos sacerdotes e fiéis ligados à forma de Missa herdada através dos séculos, tratados muitas vezes como “leprosos”, como dizia de forma contundente o então cardeal Ratzinger.

Hoje em dia, graças ao Motu Proprio, esta situação está mudando notavelmente. E em grande medida está acontecendo porque a vontade do Papa não foi unicamente satisfazer aos seguidores de Dom Lefebvre, nem limitar-se a responder aos justos desejos dos fiéis que se sentem ligados, por diversos motivos, à herança litúrgica representada pelo rito romano, mas também, e de maneira especial, abrir a riqueza litúrgica da Igreja a todos os fiéis, tornando possível assim a descoberta dos tesouros do património litúrgico da Igreja a quem ainda o ignora. Quantas vezes a atitude dos que os menosprezam não é devida a outra coisa senão a este desconhecimento! Por isso, considerado a partir deste último aspecto, o Motu Proprio tem sentido transcendente à existência ou não de conflitos: ainda quando não houvesse nenhum “tradicionalista” a quem satisfazer, este “descobrimento” teria sido suficiente para justificar as disposições do Papa.
(destaques meus)

Fonte: blogue "Oblatus".

sábado, julho 10, 2010

"Nadando contra corriente", de Juan Manuel de Prada


Com a edição de "Nadando contra corriente" (Junho de 2010), compilação dos seus mais recentes artigos de opinião publicados em diversos órgãos de comunicação social, Juan Manuel de Prada prossegue a sua luta contra o progressismo anticristão, confirmando em pleno todo o crédito de bom combatente católico que "A Nova Tirania" justamente lhe granjeou. "Nadando contra corriente" é um livro que recomendo sem hesitações. Do que já li dele, gostei especialmente deste "La Monstrua", cuja transcrição deixo abaixo aos meus leitores, aconselhando também a leitura desta entrevista concedida por Prada ao sítio "Religión en Libertad".

La Monstrua

Uno de los signos más palmarios de la corrupción de la democracia es la subversión de las humanas jerarquías. ¿Quiénes están capacitados para gobernar? El Buey Mudo
[São Tomás de Aquino] lo expresaba con la lucidez sintética que lo caracteriza: «Qui in virtute intelectiva excedunt». O sea, quienes descuellan por la virtud de la inteligencia; pero hoy este orden jerárquico se ha subvertido, y nos gobiernan los malvados y los tontos. Cuando los malvados y los tontos alcanzan el poder democráticamente, puede decirse sin atisbo de duda que la sociedad ha alcanzado el grado máximo de corrupción; pues si encumbrar lo que es de naturaleza inferior es siempre una monstruosidad, cuando dicho encumbramiento se hace en nombre de la «voluntad popular» debemos entender que la monstruosidad se ha enquistado en la propia organización humana. No hace falta, sin embargo, leer al Buey Mudo para llegar a esta conclusión; basta escuchar las barbaridades de esa miembra del Gobierno llamado Bibiana Aído [ministra espanhola da igualdade, do governo ímpio de Rodríguez Zapatero].

Bibiana Aído ha justificado que las mujeres de dieciséis años puedan abortar sin consentimiento paterno, puesto que también pueden casarse y tener hijos. La pobrecita confunde, como señalaba el otro día el maestro Martín Ferrand, un silogismo con un sofisma; pero un pueblo que refrenda con su voto la subversión de las humanas jerarquías merece que le tomen el pelo, colándole sofismas como si fueran silogismos. El derecho ha establecido desde tiempos inmemoriales una edad mínima para que las personas puedan obligarse jurídicamente; edad que en la mayoría de los ordenamientos jurídicos vigentes oscila entre los dieciocho y los veintiún años. Pero el derecho sabe que la naturaleza es una fuerza motriz contra la que ni siquiera las leyes pueden alzarse; por eso, ante una expresión tan vigorosa -tan constitutiva- de la naturaleza humana como es el deseo de fundar una familia, las leyes declinan su imperio y aceptan que los menores puedan contraer matrimonio y procrear. El genio jurídico admite así que la naturaleza puede crear derecho; o que existen unos mandatos prejurídicos, fundados en la propia naturaleza humana, que las leyes deben respetar, exceptuándolos de sus mandatos jurídicos. Entonces llega Bibiana Aído y se saca de la manga el sofisma: puesto que la ley no impide a mujeres menores de edad casarse y tener hijos tampoco puede impedirlas que aborten. Y así una excepción legal fundada en la naturaleza se convierte en una excepción fundada en la abolición de la naturaleza; pues nada hay tan contrario a la naturaleza como que una madre «decida» aniquilar la vida que se gesta en su vientre.

Tal conversión del sofisma en silogismo sucede cuando se subvierten las humanas jerarquías. Así se puede establecer que una menor tiene capacidad decisoria para abortar; y también se puede emplear un criterio arbitrario de plazos para despenalizar el aborto. Hace cincuenta años, un feto era viable cuando había completado siete meses de gestación; hoy lo es cuando ha completado tan sólo veintidós semanas; dentro de cincuenta años, tal vez lo sea cuando apenas haya sido concebido. Cualquier criterio despenalizador del aborto que se funde en la viabilidad del feto es un sofisma; pues equivale a subordinar el derecho a la vida a los avances o retrocesos científicos. Pero tales aberraciones jurídicas sólo son concebibles cuando se ha instaurado el imperio del sofisma, que es lo que ocurre cuando el gobierno no se entrega a «qui in virtute intelectiva excedunt». Que una persona tan huérfana de «virtud intelectiva» como Aído haya alcanzado la dignidad de ministra nos confirma que cada pueblo tiene los gobernantes que se merece; y puesto que encumbrar lo que es de naturaleza inferior es siempre una monstruosidad, es natural que nos gobiernan monstruas.

Juan Manuel de Prada acerca do Padre Leonardo Castellani

"O Credo do Incrédulo", do Padre Leonardo Castellani




O famoso "Credo do Incrédulo" (que também poderia denominar-se "Credo do Herege Progressista"), de autoria do grande Padre Leonardo Castellani, em versão vídeo.