sábado, junho 24, 2006

Milagres Eucarísticos


Na senda e em complemento às duas reflexões que anteriormente publiquei sobre a Festa do Corpo de Deus, passo agora a aludir aos milagres eucarísticos, fenómenos de ordem sobrenatural que comprovam e corroboram a doutrina católica da transubstanciação, tornando realmente perceptível aos sentidos aquilo que a Igreja desde sempre ensinou acerca do pão e vinho consagrados durante a Missa, isto é, que tais espécies são verdadeiramente o Corpo e Sangue de Cristo.

Estes milagres - e quatro dezenas deles ocorridos entre os séculos IX e XX , mormente o famoso milagre do Santíssimo de Santarém (século XIII), todos com espécies consagradas durante a celebração da Missa de rito latino-gregoriano, encontram-se plenamente documentados - constituem objecto de um interessante estudo da autora católica tradicional norte-americana Joan Carroll Cruz, intitulado exactamente "Eucharistic Miracles", publicado pela sempre excelente "Tan Books", e que se recomenda.

Tem tal autora dedicado o seu intenso labor à divulgação daquilo a que se pode designar com propriedade de um certo "maravilhoso católico" abominado por todos os hereges modernistas e progressistas - que tudo fizeram para o banir no pós-V2 -, abarcando o seu trabalho não só o estudo dos milagres eucarísticos, mas também das sagradas relíquias (de entre as quais se destacam os corpos incorruptos de vários santos), das graças extraordinárias nas vidas dos santos, ou da acção sobrenatural de anjos e demónios. Ora, neste muito bom sítio, que tem precisamente como objectivo temático principal a divulgação dos milagres eucarísticos, encontram-se importantes excertos do livro de Joan Carroll Cruz acerca desses sucessos. A ler, portanto.

JSarto

Saudades de Saint Nicholas du Chardonnet - 2


Um dos nossos amigos do Cornell Catholic Circle veio até à Europa para participar na peregrinação tradicional entre Paris e Chartres e, de regresso à capital francesa, passou por Saint Nicholas du Chardonnet, deixando neste artigo as suas impressões acerca de tal passagem. É curioso como me recordou o que eu próprio escrevi sobre essa igreja parisiense em Outubro do ano passado. Aqui o relembro agora, e a algo mais ainda:

- 12 de Outubro, Missa Solene em Saint Nicholas du Chardonnet. Apesar de ser final de tarde de um dia útil, a belíssima igreja parisiense tinha cerca de dois terços da sua lotação ocupada, boa parte dela por jovens que os modernistas bem gostariam de ver presentes nos seus enfadonhos e paupérrimos serviços religiosos. Contudo, que pode um rito totalmente artificial, nascido torto e nunca endireitado, contra o rito latino-gregoriano de sempre e de todos os santos, quinze vezes secular, e que expressa, com toda a reverência e sacralidade, a grandiosidade da fé católica? Depois de hora e meia de intensa espiritualidade, para a qual o latim, o incenso, a música de órgão, e o cântico gregoriano deram uma poderosa ajuda, e sem que ninguém arredasse pé ou mostrasse enfado, a Missa terminou com fiéis a cantarem o "Avé de Fátima" em francês; alguns, porém, e não apenas eu, como o confirmaram os meus ouvidos, fizeram-no em português.

- Nos dias seguintes, estive de novo em Saint Nicholas: numa delas, enquanto se celebrava a Missa no altar-mor, constatei que num dos altares laterais, exactamente o dedicado a São Nicolau, se rezava simultaneamente outra Missa. Contrariando-se o abuso modernista das concelebrações, reafirmava-se assim a boa doutrina tradicional sustentada pelo Papa Pio XII, na encíclica "Mediator Dei": "Toda a vez, com efeito, que o sacerdote repete o que fez o divino Redentor na última ceia, o sacrifício é realmente consumado e tem sempre e em qualquer lugar necessariamente e por sua intrínseca natureza, uma função pública e social, enquanto o ofertante age em nome de Cristo e dos cristãos, dos quais o divino Redentor é Cabeça, e oferece a Deus pela Santa Igreja Católica e pelos vivos e defuntos. E isso se verifica certamente, quer assistam os fiéis - e desejamos e recomendamos que estejam presentes numerosíssimos e fervorosíssimos - quer não assistam, não sendo de nenhum modo requerido que o povo ratifique o que faz o sagrado ministro". Quantas mais Missas ditas, tanto melhor!

- Por contraposição, para além da passagem sempre obrigatória por Notre-Dame, visitei mais duas igrejas: Saint Roch, nas Tulherias, e Saint Paul et Saint Louis, no Marais. Ambas erigidas em magnífico estilo neoclássico, a segunda na sua variante triunfal jesuítica, o interior delas é uma autêntica metáfora do que o modernismo fez ao Catolicismo: apesar de ser ainda bem visível a sua grandiosidade de antanho, mostram-se terrivelmente vazias, desmazeladas, desprezadas e envelhecidas. As capelas laterais abandonadas, os confessionários transformados em locais de arrecadação, as imagens e pinturas em notória deterioração, pairando no ar um estado geral de degradação. Em Saint Roch, foi-me especialmente penoso ver um lindíssimo altar-mor privilegiado, encimado por uma impressionante escultura maneirista da Sagrada Família, votado ao ostracismo em nome da infame reforma litúrgica, com o seu santuário profanado por um nojento caixote de madeira forrado em veludo vermelho, que supostamente faz as vezes de mesa nas refeições memoriais modernistas.

JSarto

Saudades de Saint Nicholas du Chardonnet - 1


A grande igreja católica tradicional de Paris, num permanente desafio às heresias do tempo presente e em constante defesa da verdade imperecível do catolicismo de sempre, situada ali mesmo a dois passos da catedral onde pontifica o arcebispo modernista de Paris. Neste filme, realizado na Festa da Imaculada Conceição, no ano de 2004, é possível ter uma pequena (muito pequena) ideia do ambiente que se vive no autêntico santuário da tradição que é a Igreja de Saint Nicholas du Chardonnet, marco essencial de referência para todos os católicos verdadeiramente antiliberais, antimodernistas e antiprogressistas.

JSarto

Nova Frente - Textos da Blogosfera


Em hora especialmente reaccionária - num memorável encontro-almoço realizado em Fátima, e de que se deu aqui conta na altura própria -, consegui que o meu amigo Bruno Oliveira Santos me autografasse com dedicatória o livro de sua autoria sobre as histórias secretas de "uma polícia tão dura e tão bruta como as demais". Em breve, na primeira oportunidade, terei de repetir o pedido, pois ai está o "Nova Frente - Textos da Blogosfera", que permite a versão para papel impresso e encadernado de uma escrita que domina com exemplar mestria a língua portuguesa, e para mais ao serviço do combate contra o conformismo politicamente correcto! Definitivamente, um regalo estético absoluto e um prazer intelectual puro!

JSarto

terça-feira, junho 20, 2006

Carta del Coronel Don José Moscardó a su familia

Durante la Cruzada española de 1936 la horda roja quiso chantajear a José Moscardó pues secuestraron a su hijo todavía adolescente. Cual nuevo Guzmán el Bueno, quien tampoco cedió a idéntico chantaje frente a la horda musulmana que había invadido España en Tarifa, Moscardó rechazó la “oferta” de entregar el Alcázar de Toledo a quienes amenazaban (amenaza que luego cumplieron) con asesinar a su hijo si no se rendía.
El calibre humano y moral de este héroe hispánico e inmortal queda claro a la luz de su hazaña, de la carta que abajo reproducimos y del inmortal colofón amplificado por el cine con que exhausto, hambriento y extenuado saluda al General Varela, jefe de las tropas nacionales cuando éstas rescatan el Alcázar y ponen en fuga a las fuerzas republicanas. En aquel momento el Coronel Moscardó, fiel a su orden de defender el Alcázar –para ese entonces ya medio derruido- saluda a su superior con el inmortal: “Mi general, sin novedad en el Alcázar”. Varela, conmovido hasta las entrañas y con lágrimas en los ojos, replica: “¡Yo os saludo, héroes de la España inmortal!”.
El 25 de Julio de 1936 el Coronel Moscardó, el héroe del Alcázar, escribió esta carta a su familia desde la fortaleza toledana.

“María de mi alma, hijos de mi alma:

Os escribo en son de despedida por si esta situación no tuviera solución favorable.
Ya oiréis el bombardeo del Alcázar, con piezas de artillería de todos los calibres, aviación y además los carros blindados y tanques que han venido de Madrid: pues a pesar de todo eso, no pueden ni podrán tomar el Alcázar a viva fuerza; hace falta mucho corazón para asaltarlo con la clase de gente que hay dentro.
Hay destrozos enormes, pero no han abierto más brecha que en la puerta principal, que después se ha tapado perfectamente. Pretenden que nos rindamos por hambre y desmoralización y no lo conseguirán, pues sacaremos víveres de debajo de las piedras y la moral está muy bien incluso entre las mujeres, pues saben si se rindieren la muerte que les cabría.
No te quiero decir la amargura que tengo sabiendo que nuestro Luis está en poder de esa gente. Ya sabrás que el jefe me llamó por teléfono el día 23 y me dijo que si en el término de diez minutos no nos rendíamos, lo mandaba fusilar, y por si yo dudaba, le hizo venir al teléfono y hablara conmigo para convencerme de que era él. Excuso decirte, mi hijo de mi alma, me habló con voz tranquila, y yo no hice más que decirle que encomendara su alma a Dios si llegara el caso y diera un Viva España muy fuerte. Yo espero que no sean tan crueles que quieran vengarse en la persona de mi hijo, completamente inocente en esta causa, y no pase de una amenaza, pero no obstante no puedo estar confiado.
Sobre este particular me he alarmado, porque ayer en una salida que se intentó hacer para requisar víveres, la Guardia Civil tuvo la malhadada ocurrencia de detener a la familia del concejal Domingo Alonso y traerlos detenidos en rehenes. Me desagradó hasta el extremo, pues creerán que la salida fue únicamente para cogerlos como garantía, y yo no soy capaz de hacer eso, es más, me repugna y de buena gana los soltaba; aquí están bien cuidados y atendidos en lo que cabe, por lo menos igual que las familias de los Guardias. Pero me temo que esta detención haya provocado la de Carmelo y la tuya, y no lo quiero pensar siquiera. Gracias a que Dios da fuerzas para sobrellevar esta tragedia y parece como si se me hubiese embotado el sentimiento.
Esto parece un sueño, mejor dicho una pesadilla, pensando que hace 8 ó 10 días éramos una familia feliz, y hoy no sabemos los unos de los otros, e incluso ignoramos si viven. Tengo confianza en Dios y en sus manos he encomendado la solución, que os dé vida a todos y que encontréis una manera decorosa de vivir si la revolución roja triunfa, y nada digo de mí, pues yo no es posible que me salve. No puedo comprender que no os voy a ver más, me parece una cosa que no me puede pasar a mí, sino algo que he leído.
Te pido perdón, María, por mi incomprensión algunas veces, pues reconociendo que eres la mujer más buena y virtuosa, no he sabido estimar en su verdadero valor todo lo que vales, más bien a causa de mi ligereza que de otra cosa. Sin embargo, tú me perdonaste, aunque te digo solemnemente que jamás dejé de quererte y estimar tu superioridad en todos los órdenes.
De nuestros hijos qué he de decirte, si todos salís con vida de esta situación trágica procurad adaptaros a las circunstancias pero sin dejar nunca de ser religiosos y honrados, aun cuando tuviereis que ocultar lo primero. Tengo la seguridad que los chicos sabrán abrirse paso, pues son inteligentes y tan honrados que se hacen querer de todo el mundo. No sé cuál de ellos será mejor, pero lo que se puede decir de todos es que jamás nos dieron un solo disgusto, ni asomo de ello, sino únicamente satisfacciones, tan orgullosos que estamos de ellos. De Pepe y de Miguel sigo sin saber una palabra. ¡Qué pena! De mi Luis, hijo de mi alma, después de su triunfo en las oposiciones es posible que no le sirva si la revolución vence; hijo es un verdadero santo. Pues y mi Marichu, ¡hija de mi corazón! Qué tiempos tan amargos va a tener que vivir. Ella, mi alegría y mi orgullo, tan buena y virtuosa.
Yo creo que nuestros hijos y tú sois tan buenos y ejemplares y formáis una familia tan completa que Dios ha dispuesto que nos reunamos en otro lugar más alto para gozar de nuestra felicidad sin que nada pueda separarnos; tengo absoluta fe en ello.
Creo que al fin y al cabo ganará este pleito el partido del orden, pues España no puede caer bajo el mando del marxismo; somos católicos amigos de la Tradición y no puede ser que todo esto desaparezca.
Dios lo quiera y los que puedan verlo, que disfruten de la paz.
No sé ni cómo escribir, tengo los sentidos un poco embotados y en medio de tanta angustia y preocupación por vosotros, y de temor ante el porvenir, estoy bien físicamente, mejor de lo que podía figurarme; este régimen de media comida me sienta muy bien.
Adiós María, adiós Pepe, Miguel, Luis, Marichu, Carmelo, os doy un beso con toda mi alma, mi vida y mi corazón y siempre y en todo momento pienso en vosotros, que sois mi amor y mi ilusión.
Adiós. Vuestro,

Pepe

P.D. He hecho comunión espiritual y me he preparado bien aunque no hay aquí Sacerdote.”

Rafael Castela Santos

sexta-feira, junho 16, 2006

Reflexão sobre a Festa do Corpo de Deus - 2


Contém o alimento eucarístico, como todos sabem, "verdadeira, real e substancialmente o corpo e o sangue junto com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo"; não é de admirar, pois, se a Igreja, desde as origens adorou o corpo de Cristo sob as espécies eucarísticas, como se vê dos ritos mesmos do augusto sacrifício, com os quais se prescreve aos sagrados ministros que adorem o santíssimo sacramento com genuflexões e inclinações profundas.

Os sagrados concílios ensinam que, desde o início de sua vida, foi transmitido à Igreja que se deve honrar "com uma única adoração o Verbo Deus encarnado e a sua própria carne"; e Santo Agostinho afirma: "Ninguém come esta carne sem tê-la primeiro adorado", acrescentando que não só não pecamos adorando, antes pecamos não adorando.

Desses princípios doutrinários nasceu e se foi pouco a pouco desenvolvendo o culto eucarístico da adoração, distinto do santo sacrifício. A conservação das sagradas espécies para os enfermos e para todos os que viessem a encontrar-se em perigo de morte, introduziu o louvável uso de adorar este alimento celeste conservado nas igrejas. Esse culto de adoração tem um válido e sólido motivo. A eucaristia, de fato, é sacrifício e é, também, sacramento; e difere dos outros sacramentos enquanto não só produz a graça, mas ainda contém de modo permanente o próprio autor da graça. Quando, por isso, a Igreja nos manda adorar a Cristo sob os véus eucarísticos e suplicar-lhe os dons sobrenaturais e terrenos de que temos sempre necessidade, manifesta a fé viva com a qual crê presente sob aqueles véus o seu Esposo divino, manifesta-lhe o seu reconhecimento e goza da sua íntima familiaridade.

Nesse culto, a Igreja, no decurso dos tempos, introduziu várias formas cada dia certamente mais belas e salutares, como, por exemplo: devotas e mesmo quotidianas visitas ao divino tabernáculo; bênção do santíssimo sacramento; procissões solenes por vilas e cidades, especialmente por ocasião dos congressos eucarísticos, e adoração do augusto sacramento publicamente exposto, as quais algumas vezes duram pouco e outras vezes se prolongam por horas inteiras e até, por quarenta horas; em alguns lugares são estabelecidas durante o ano todo, por turnos, em cada Igreja; em outros lugares se continuam de dia e de noite ao cuidado de comunidades religiosas e nelas frequentemente tomam parte também os fiéis.

Esses exercícios de devoção contribuíram de modo admirável para a fé e a vida sobrenatural da Igreja militante na terra, a qual, assim fazendo, se torna, de certo modo, eco da Igreja triunfante que eternamente canta o hino de louvor a Deus e ao Cordeiro "que foi imolado". Por isso, a Igreja não só aprovou mas fez seus e confirmou com a sua autoridade estes exercícios devotos propagados em toda a parte no correr dos séculos. Eles fluem do espírito da sagrada liturgia; e por isso, desde que sejam cumpridos com o decoro, a fé e a devoção requeridas pelos sagrados ritos e pelas prescrições da Igreja, certamente ajudam muitíssimo a viver a vida litúrgica.

Nem se diga que tal culto eucarístico provoca uma errónea confusão entre o Cristo histórico, como dizem, que viveu na terra, o Cristo presente no augusto sacramento do altar, e o Cristo triunfante no céu e dispensador de graças; deve-se, pelo contrário, afirmar que, desse modo, os fiéis testemunham e manifestam solenemente a fé da Igreja, com a qual se crê que um e idêntico é o Verbo de Deus e o Filho de Maria virgem, que sofreu na cruz, que está presente e oculto na eucaristia, e que reina no céu. Assim afirma são João Crisóstomo: "Quando vês a ti; apresentado (o corpo de Cristo) diz a ti mesmo: por este corpo não sou mais terra e pó, não mais escravo, porém livre: por isso, espero alcançar o céu e os bens que aí se encontram, a vida imortal, a herança dos anjos, a companhia de Cristo; este corpo trespassado pelos cravos, dilacerado pelos açoites, não foi presa da morte... Este é aquele corpo que foi ensanguentado, trespassado pela lança, do qual brotaram duas fontes salutares: uma de sangue, outra de água... Este corpo foi-nos dado para o possuir e para o comer, e isso foi consequência de intenso amor".

De modo particular, ademais, é muito de louvar-se o costume segundo o qual muitos exercícios de piedade entrados no uso do povo cristão, se encerram com o rito da bênção eucarística. Nada melhor nem mais vantajoso que o gesto com o qual o sacerdote, levantando ao céu o pão dos anjos, em presença da multidão cristã ajoelhada, e movendo-o em forma de cruz, invoca o Pai Celeste para que se digne volver benignamente os olhos a seu Filho crucificado por nosso amor, e, graças a ele, que quis ser nosso Redentor e irmão, difunda por sua intervenção, os seus dons celestes sobre os remidos pelo sangue imaculado do Cordeiro.

Papa Pio XII - Encíclica "Mediator Dei" - 1947

JSarto

Reflexão sobre a Festa do Corpo de Deus - 1


A reprodução sacramental na Santa Missa do sacrifício de Cristo coroado pela sua ressurreição implica uma presença muito especial, que – para usar palavras de Paulo VI – « chama-se “real”, não a título exclusivo como se as outras presenças não fossem “reais”, mas por excelência, porque é substancial, e porque por ela se torna presente Cristo completo, Deus e homem ». Reafirma-se assim a doutrina sempre válida do Concílio de Trento: « Pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue; a esta mudança, a Igreja católica chama, de modo conveniente e apropriado, transubstanciação ». Verdadeiramente a Eucaristia é mysterium fidei, mistério que supera os nossos pensamentos e só pode ser aceite pela fé, como lembram frequentemente as catequeses patrísticas sobre este sacramento divino. « Não hás-de ver – exorta S. Cirilo de Jerusalém – o pão e o vinho [consagrados] simplesmente como elementos naturais, porque o Senhor disse expressamente que são o seu corpo e o seu sangue: a fé t'o assegura, ainda que os sentidos possam sugerir-te outra coisa ».

« Adoro te devote, latens Deitas »: continuaremos a cantar com S. Tomás, o Doutor Angélico. Diante deste mistério de amor, a razão humana experimenta toda a sua limitação. Compreende-se como, ao longo dos séculos, esta verdade tenha estimulado a teologia a árduos esforços de compreensão.

São esforços louváveis, tanto mais úteis e incisivos se capazes de conjugarem o exercício crítico do pensamento com a « vida de fé » da Igreja, individuada especialmente « no carisma da verdade » do Magistério e na « íntima inteligência que experimentam das coisas espirituais » 25 sobretudo os Santos. Permanece o limite apontado por Paulo VI: « Toda a explicação teológica que queira penetrar de algum modo neste mistério, para estar de acordo com a fé católica deve assegurar que na sua realidade objectiva, independentemente do nosso entendimento, o pão e o vinho deixaram de existir depois da consagração, de modo que a partir desse momento são o corpo e o sangue adoráveis do Senhor Jesus que estão realmente presentes diante de nós sob as espécies sacramentais do pão e do vinho ».

Papa João Paulo II - Encíclica "Ecclesia de Eucharistia" - 2003

JSarto

quarta-feira, junho 14, 2006

O Papa Bento XVI e a tradição - 2


Na audiência geral que concedeu no passado dia 26 de Abril, o Papa Bento XVI proferiu uma notável dissertação acerca do significado e importância da tradição católica, à qual deu continuidade na audiência seguinte de 3 de Maio de 2006. Pela sua importância, transcreveremos neste espaço ambas as intervenções papais. Por hoje, aqui deixamos na íntegra o teor integral da primeira delas, sendo os respectivos destaques de nossa responsabilidade:

Queridos irmãos e irmãs!

Obrigado pelo vosso afecto! Com a nova série de catequeses, iniciada há pouco tempo, procuramos compreender o desígnio originário da Igreja querida pelo Senhor, para assim compreender melhor também a nossa colocação, a nossa vida cristã, na grande comunhão da Igreja. Até agora compreendemos que a comunhão eclesial é suscitada e alimentada pelo Espírito Santo, guardada e promovida pelo ministério apostólico. E esta comunhão, a que nós chamamos Igreja, não se alarga só a todos os crentes de um certo momento histórico, mas abraça também todos os tempos e todas as gerações. Por conseguinte, temos uma dupla universalidade: a universalidade sincrónica estamos unidos com os crentes de todas as partes do mundo e também uma universalidade chamada diacrónica, isto é: todos os tempos nos pertencem, também os crentes do passado e os crentes do futuro formam connosco uma única grande comunhão. É o Espírito quem garante a presença activa do mistério na história, Aquele que garante a sua realização ao longo dos séculos. Graças ao Paráclito a experiência do Ressuscitado, feita pela comunidade apostólica nas origens da Igreja, poderá ser sempre vivida pelas gerações sucessivas, porque transmitida e actualizada na fé, no culto e na comunhão do Povo de Deus, peregrino no tempo. E assim nós agora, no tempo pascal, vivemos o encontro com o Ressuscitado, não só como uma coisa do passado, mas na comunhão presente da fé, da liturgia, da vida da Igreja. A Tradição apostólica da Igreja consiste nesta transmissão dos bens da salvação, que faz da comunidade cristã a actualização permanente, na força do Espírito, da comunhão originária. Ela é chamada assim porque surgiu do testemunho dos Apóstolos e da comunidade dos discípulos no tempo das origens, foi entregue sob a guia do Espírito Santo nos textos do Novo Testamento e na vida sacramental, na vida da fé, e a ela a esta tradição, que é toda a realidade sempre actual do dom de Jesus a Igreja refere-se continuamente como ao seu fundamento e à sua norma através da sucessão ininterrupta do mistério apostólico.

Jesus, ainda na sua vida histórica, limitava a sua missão à casa de Israel, mas já fazia compreender que o dom era destinado não só ao povo de Israel, mas a todo o mundo e a todos os tempos. Depois, o Ressuscitado confia explicitamente aos Apóstolos (cf. Lc 6, 13) a tarefa de fazer discípulos de todas as nações, garantindo a sua presença e a sua ajuda até ao fim dos tempos (cf. Mt 28, 19s.). O universalismo da salvação exige, entre outras coisas, que o memorial da Páscoa seja celebrado sem interrupção na história até à vinda gloriosa de Cristo (cf. 1 Cor 11, 26). Quem actualizará a presença salvífica do Senhor Jesus mediante o ministério dos apóstolos chefes do Israel escatológico (cf. Mt 19, 28) e através de toda a vida do apóstolo da nova aliança? A resposta é clara: o Espírito Santo. Os Actos dos Apóstolos em continuidade com o desígnio do Evangelho de Lucas apresentam ao vivo a compenetração entre o Espírito, os enviados de Cristo e a comunidade por eles reunida. Graças à acção do Paráclito os Apóstolos e os seus sucessores podem realizar no tempo a missão recebida do Ressuscitado: "Vós sois as testemunhas destas coisas. E Eu vou mandar sobre vós o que meu Pai prometeu..." (Lc 24, 48s.). "Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo" (Act 1, 8). E esta promessa, no início incrível, já se realizou no tempo dos Apóstolos: "E nós somos testemunhas destas coisas, juntamente com o Espírito Santo, que Deus tem concedido àqueles que lhe obedecem" (Act 5, 32).

Portanto, é o próprio Espírito que, mediante a imposição das mãos e a oração dos Apóstolos, consagra e envia os novos missionários do Evangelho (assim, por exemplo, em Act 13, 3s. e 1 Tm 4, 14). É interessante observar que, enquanto em alguns trechos se diz que Paulo estabelece os presbíteros nas Igrejas (cf. Act 14, 23), noutras partes afirma-se que é o Espírito quem constitui os pastores do rebanho (cf. Act 20, 28). A acção do Espírito e a de Paulo sobressaem profundamente compenetradas. No momento das decisões solenes para a vida da Igreja, o Espírito está presente para a guiar. Esta presença-guia do Espírito Santo sente-se particularmente no Concílio de Jerusalém, em cujas palavras conclusivas ressoa a afirmação: "O Espírito Santo e nós próprios resolvemos..." (Act 15, 28); a Igreja cresce e caminha "no temor do Senhor e, com a assistência do Espírito Santo..." (Act 9, 31). Esta actualização permanente da presença activa de Jesus Senhor no seu povo, realizada pelo Espírito Santo e expressa na Igreja através do ministério apostólico e a comunhão fraterna, é aquilo que em sentido teológico se quer dizer com a palavra Tradição: ela não é a simples transmissão material de quanto foi doado no início aos Apóstolos, mas a presença eficaz do Senhor Jesus, crucificado e ressuscitado, que acompanha e guia no Espírito a comunidade por ele reunida.

A Tradição é a comunhão dos fiéis à volta dos legítimos Pastores no decorrer da história, uma comunhão que o Espírito Santo alimenta garantindo a ligação entre a experiência da fé apostólica, vivida na originária comunidade dos discípulos, e a experiência actual de Cristo na sua Igreja. Por outras palavras, a Tradição é a continuidade orgânica da Igreja, Templo santo de Deus Pai, erigido sobre o fundamento dos Apóstolos e reunido pela pedra angular, Cristo, mediante a acção vivificante do Espírito
: "Portanto, já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus, edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus. É nele que toda a construção, bem ajustada, cresce para formar um templo santo, no Senhor. É nele que também vós sois integrados na construção, para formardes uma habitação de Deus, pelo Espírito" (Ef 2, 19-22). Graças à Tradição, garantida pelo ministério dos Apóstolos e dos seus sucessores, a água da vida que saiu do lado de Cristo e o seu sangue saudável alcançam as mulheres e os homens de todos os tempos. Assim, a Tradição é a presença permanente do Salvador que vem encontrar-se connosco, redimir-nos e santificar-nos no Espírito mediante o ministério da sua Igreja, para glória do Pai.

Concluindo e resumindo, podemos afirmar portanto que a Tradição não é transmissão de coisas ou palavras, uma colecção de coisas mortas. A Tradição é o rio vivo que nos liga às origens, o rio vivo no qual as origens estão sempre presentes. O grande rio que nos conduz ao porto da eternidade. E sendo assim, neste rio vivo realiza-se sempre de novo a palavra do Senhor, que no início ouvimos dos lábios do leitor: "E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos" (Mt 29, 20).


JSarto

Aforismos de Nicolás Goméz Dávila - Ecumenismo


Depois de já o ter feito em relação aos temas da religião, liturgia e modernidade, retoma "A Casa de Sarto" a publicação dos poderosos aforismos do ilustre escritor católico tradicional colombiano Nicolás Goméz Dávila, cuja obra exerce uma notável influência intelectual no seu país natal - impossível que este senhor e estoutro não a hajam lido de fio a pavio - que paulatinamente tem vindo a estender-se aos restantes meios tradicionalistas da Europa e das Américas. Por hoje, aqui ficam os juízos de NGD sobre o ecumenismo:

- Un solo concílio no es más que una sola voz en el verdadero concílio ecuménico de la Iglesia, que es su historia total.

- Los fervientes del ecumenismo olvidan que ser cristiano no consiste sólo en tener fe en Dios, sino en tener fe en el Dios en que se debe tener fe.

- El respeto a todas las religiones es irreligioso. Quien cree no reverencia ídolos.

- Nadie es más respetuoso de las "creencias ajenas" que el demonio.

- Ecumenismo e indiferentismo son rimas de un mismo dístico.


JSarto

O Triunfo da Vida

Dão conta os confrades Mendo Ramires, Manuel Azinhal e Francisco Múrias (belíssima prosa) do lançamento do livro intitulado "O Triunfo da Vida", de autoria do Padre Nuno Serras Pereira, bom e exemplar sacerdote justamente conhecido pela sua fidelidade à doutrina católica, e por isso mesmo odiado por todos os inimigos externos e internos da Igreja. Leitura absolutamente obrigatória para os tempos mais próximos.

JSarto

terça-feira, junho 13, 2006

Permanecei, Senhor

(Oração do Padre Pio de Pietrelcina)

«Permanecei, Senhor, comigo, porque é necessária a Vossa presença para não Vos esquecer.
Sabeis quão facilmente Vos abandono.
Permanecei, Senhor, comigo, pois sou fraco e preciso da Vossa força para não cair tantas vezes.
Permanecei, Senhor, comigo, porque Vós sois a minha luz e sem Vós estou nas trevas.
Permanecei, Senhor, comigo, pois Vós sois a minha vida e sem Vós esmoreço no fervor.
Permanecei, Senhor, comigo, para me dares a conhecer a Vossa vontade.
Permanecei, Senhor, comigo, para que ouça a Vossa voz e Vos siga.
Permanecei, Senhor, comigo, pois desejo amar-Vos muito e estar sempre em Vossa companhia.
Permanecei, Senhor, comigo, se quereis que Vos seja fiel.
Permanecei, Senhor, comigo, porque, por mais pobre que seja minha alma, deseja ser para Vós um lugar de consolação e um ninho de amor.
Permanecei, Jesus, comigo, pois é tarde e o dia declina... isto é, a vida passa, a morte, o juízo, a eternidade se aproximam e é preciso refazer minhas forças para não me demorar no caminho, e para isso tenho necessidade de Vós.
Já é tarde, e a morte se aproxima. Temo as trevas, as tentações, a aridez, a cruz, os sofrimentos, e quanta necessidade tenho de Vós, meu Jesus, nesta noite de exílio.
Permanecei, Jesus, comigo, porque nesta noite da vida, de perigos, preciso de Vós. Fazei que, como Vosso discípulo, Vos reconheça na fração do pão, isto é, que a comunhão eucarística seja a luz que dissipe as trevas, a força que me sustente e a única alegria do meu coração.
Permanecei, Senhor, comigo, porque na hora da morte quero ficar unido a Vós, se não pela comunhão, ao menos pela graça e pelo amor.
Permanecei, Jesus, comigo; não Vos peço consolações divinas porque não as mereço, mas o dom de Vossa presença, ah! sim, vo-lo peço.
Permanecei, Senhor, comigo, é só a Vós que procuro, Vosso amor, Vossa graça, Vossa vontade, Vosso coração, Vosso Espírito, porque Vos amo e não peço outra recompensa senão amar-Vos mais. Com um amor firme, prático, amar-Vos de todo o meu coração na terra para continuar a Vos amar perfeitamente por toda a eternidade.»

(RCS)

segunda-feira, junho 05, 2006

“What happens when wives stop obeying husbands”

La teología paulina del Matrimonio es enormemente clara al respecto. No hay más que mirar en ciertos versículos del Apóstol para saber cuál es exactamente la doctrina cristiana al respecto y la fundamentación escriturística de la misma: que el marido y la mujer son una misma carne (Efesios 5, 31), que el marido es cabeza de la mujer (Efesios 5, 23), que el marido debe amar a su esposa como Cristo ama a la Iglesia (Efesios 5, 29) –la Esposa Mística de Nuestro Señor- (no olvidemos, hasta dar la vida por Ella) y que la mujer debe honrar, es decir, obedecer, a su marido (Efesios 5, 22-24). El Código Canónico, tanto el de 1917 como el de 1983, es enormemente claro al respecto. Y como para muestra basta un botón, la Iglesia –por ejemplo- no reconoce otro domicilio familiar que el del marido aun cuando la esposa se haya separado de él (por causa injusta, claro está, pues hay motivos de separación justa contenidos en el Código, como riesgo de pérdida de la Fe para la esposa, abuso físico, alcoholismo contumaz o infidelidad probada, entre otros). No deja de ser relevante que en la Liturgia tradicional del Matrimonio, como por ejemplo el Rito Toledano (del rito hispanorromano o hispanovisigótico, frecuentemente llamado mozárabe) se insista en este aspecto:

“Vos, esposa, habéis de estar sujeta a vuestro marido en todo ...”
(Exhortación de la Celebración del Santo Matrimonio según el Ritual Toledano)

Como ya han llegado tiempos donde la gente no soporta la sana doctrina, este post enfurecerá a muchos, que ya no aguantan el Evangelio, que se escandalizan de la Sagrada Escritura. Cuando digo “muchos”, evidentemente hablo de ambos sexos, pues el masculino es el genérico en lenguajes indoeuropeos.
Las causas dan lugar a las consecuencias. Todo lo que es de Dios genera felicidad, amor, orden, jerarquía, humildad, obediencia, espíritu de servicio, generosidad, sacrificio, diferenciación, respeto por las esencias, etc. Lo que es infernal de suyo implica infelicidad, odio, desorden, caos, homogeneidad, orgullo, desobediencia, egoísmo, interés propio y espúreo, falta de sacrificio, destrucción de lo que es ... Así pues las causas de la falta de respeto a la Ley de Dios y a la Ley natural en el terreno matrimonial se traducen en consecuencias bien explicadas en este artículo de idéntico título a nuestro post.
Artículo, por otro lado, que tiene poco desperdicio. Escrito desde una perspectiva sociológica viene a demostrar “a la contra” las consecuencias nefastas de cercenar la autoridad del marido. El Dr. Daniel Amneus, autor del mismo, nos recuerda que es precisamente esta falta de autoridad paterna la que permite el caldo ideal de cultivo de los futuros delincuentes: nada menos que el 75 % de los criminales vienen de familias sin padre. Y se queja, lógicamente, del coste social y económico de tales familias.
Amneus no utiliza una perspectiva católica, ni siquiera teológica. Es un análisis inductivo, pleno de sentido común. Es un ataque demoledor contra los efectos del divorcio y de un feminismo que ha cercenado prácticamente todos los derechos de paternidad, empezando por la autoridad que la Ley Natural y la Ley Divina le confieren sobre la familia.
Plinio Corrêa de Oliveira hablaba de cuatro etapas de la Revolución, que muy agudamente él veía como un continuum con momentos álgidos. La primera, el Renacimiento, viró de lo teocéntrico a lo antropocéntrico. La segunda, el Protestantismo, agostó la Gracia e hizo a Dios inalcanzable. Después vino una tercera, la Revolución Francesa, que subvirtió los restos de orden social católico que quedaban en la esfera sociopolítica, ya martilleados por el absolutismo y las consecuencias filosófico-políticas de la Reforma protestante. La cuarta fue y continua siendo ese error “intrínsecamente perverso” del comunismo –por parafrasear a las declaraciones de la Santa Sede- cuyos ribetes padecimos y seguimos padeciendo. Respectivamente estas cuatro etapas son (primordial, pero no únicamente) cultural, religiosa, política y económica. Sigo en la enumeración más a Vintila Horia que a Corrêa de Oliveira, quien habla de cuatro revoluciones (la primera, para el ilustre brasileño, sería el humanismo y el protestantismo sumados). En todo caso la idea de fondo es idéntica.
Ya anticipaba el Profesor Corrêa de Oliveira la quinta revolución, que él calificaba de nihilista. Esa revolución tiene tres parámetros nucleares en la esfera más íntima, aunque no únicos: el nihilismo, el pansexualismo y el feminismo. Con esos ingredientes la quinta revolución –posiblemente la última antes del Anticristo- llega ya a la esfera de la intimidad personal y familiar. Añadía Corrêa de Oliveira el tribalismo, la praeternaturalidad, el estructuralismo, el pentecostalismo y la desmonarquización como ingredientes esenciales de esa quinta revolución. La complejidad de cada tramo revolucionario es creciente:

“Com efeito, é próprio aos processos de decadência complicar tudo, quase ao infinito. E por isso cada etapa de Revolução é mais complicada que a anterior …”
(Revolução e Contra-Revolução, Plinio Corrêa de Oliveira).

La resultante final de la quinta revolución, la aspiración de sus secuaces, es crear así una tabula rasa sobre la que edificar un orden, o contraorden por bien decir, luciférico. He ahí la gravedad del socavamiento de la autoridad del marido, puntal fundamental de esta quinta revolución pues deshace la jerarquía, el orden y la justicia inherente a la familia.
Quizás así se entienda la aseveración del Padre Malachi Martin, que fuera exorcista de la Diócesis de Nueva York: “el feminismo es una forma de pecado contra el Espíritu Santo”. Ciertamente no iba descaminado.

Rafael Castela Santos

domingo, junho 04, 2006

A Ti, Señor

A Ti, Señor, te busco con el corazón roto,
con el alma en sangre viva y lacerada,
llorando tu Cruz tanto tiempo desamada.
Todo mi ser cual añicos de una vieja foto.

No te encuentro, Madre, tan de mí apartada,
por culpa de mi frondoso de pecados soto.
En el declive de mi vida mi único reto
Es que mi alma vire y sea a Ti más allegada.

A ti, Señor, me atrevo a preguntarte en silencio
hasta cuándo estas cruces, estos apartamientos,
de tus hijos, de los míos, de Ti, de mí ... este río

que me arrastra, que enajena mis aposentos,
que me lleva a un mar que no quiero ... con brío,
con desdén, con furia, con fuerza, sin miramientos.

Rafael Castela Santos

sábado, junho 03, 2006

Cardeal Martini incompetente em matéria de moral


O Cardeal López Trujillo, presidente do Pontifício Conselho para a Família, definiu publicamente o modernista e progressista radical Cardeal Martini, verdadeiro fariseu e autêntico Judas Iscariotes dos tempos que correm, como incompetente em matéria de moral, relembrando que o magistério da Igreja sobre o aborto, a utilização de preservativos, a eutanásia ou a adopção de crianças por homossexuais se mantém inalterado e, sobretudo, que o mesmo jamais será modificado! A ler aqui e aqui.

Pela nossa parte, n'"A Casa de Sarto", saudamos a sensatez do eminente purpurado colombiano, e recordamos que Martini mesmo só o "Dry Martini"!

JSarto

A doutrina económica de Hilaire Belloc


Um interessante artigo - "The Distributivism of Belloc" - que esclarece quaisquer dúvidas sobre o assunto. Nem marxista, nem plutocrata, mas sempre católico! - eis como se pode sintetizar o pensamento do brilhante historiador inglês.

JSarto

Ainda o Mosteiro de Barroux

De um ilustríssimo defensor da tradição católica em terras brasileiras, profundo conhecedor da Ordem de São Bento, e que honra "A Casa de Sarto" com a sua amizade, recebi esta carta que dá conta de algumas preocupantes evoluções ocorridas recentemente no Mosteiro de Barroux, e cujo teor desconhecia. Aqui fica o conteúdo da referida missiva:

Caro amigo JSarto,

(…)

Eu compreendo que o senhor coloque as imagens e até que fale do Barroux. Porém, ao usar o nome do Corção para mostrar a que ponto eles são fiéis à Tradição, tropeçou, no meu fraco entender. Isto porque a realidade desta Abadia não é mais a de um grupo Ecclesia Dei, e estão a léguas do pensamento de Gustavo Corção.

O novo Abade deixou claro que a orientação do Mosteiro é Vaticano II, com toda a gama de novidades que isso comporta. Envia seus padres para concelebrar com outros padres nas paróquias, prega alguns erros graves que anulam o cuidado que o senhor teve em sua resposta ao Ausiás. Cito: "…tanto quanto possível (na condição de jamais comprometer a integridade da doutrina), lançar pontes em direcção aos mesmos e com vista à consecução do objectivo final de todos: o combate às pragas heréticas modernista e progressista, e a sua subsequente erradicação do seio da Igreja Católica!"

As fotos escondem e fantasiam uma realidade não tão admirável.

O resultado desta nova orientação do jovem abade é que pelo menos dois padres estão em pé de guerra, dentro deste Mosteiro, achando que foram longe demais. (tarde demais, a meu ver)

Que existam católicos Ecclesia Dei que, por medo dos raios e trovões lançados de Roma, façam seus acordos mas guardem o bom combate, acho razoável, apesar de não comungar com esta atitude. Não é mais o caso do Barroux, como não é mais o caso deste infeliz Dom Fernando Rifan, de Campos, Brasil. Ambos foram ao fundo do poço!

In Christo
(…)


JSarto

quinta-feira, junho 01, 2006

Igreja hostil à mulher ... na Idade Media?

Fragmento do excelente texto do Régine Pernoud.


“Isto nos leva a discutir o slogan: ‘Igreja hostil à mulher’. Não nos demoraremos em questionar a afirmação acima, o que exigiria um volume à parte; não iremos mais discutir as tolices evidentes que foram proferidas sobre o assunto. ‘Não foi senão no século XV que a Igreja admitiu que a mulher tinha alma’, afirmava candidamente, um dia no rádio, não sei que romancista certamente cheio de boas intenções, mas cuja informação apresentava algumas lacunas! Assim, durante séculos, batizou-se, confessou-se e ministrou-se a Eucaristia a seres sem alma! Neste caso, por que não aos animais? É estranho que os primeiros mártires honrados como santos tenham sido mulheres e não homens. Santa Agnes, Santa Cecília, Santa Ágata e tantas outras. É verdadeiramente triste que Santa Blandina ou Santa Genoveva tenham sido desprovidas de uma alma imortal. É surpreendente que uma das mais antigas pinturas das catacumbas (no cemitério de Priscille) representasse, precisamente, a Virgem com o Menino, bem designado pela estrela e pelo profeta Isaías. Enfim, em quem acreditar, nos que reprovam na Igreja medieval justamente o culto da Virgem Maria, ou naqueles que julgam que a Virgem Maria era, então, considerada como uma criatura sem alma?
Sem nos demorarmos, portanto, nestas tolices, recordaremos aqui que algumas mulheres (que nada designavam particularmente, pela família ou pelo nascimento, pois que vinham, como diríamos atualmente, de todas as camadas sociais, como, por exemplo, a pastora de Nanterre) usufruíram na Igreja, e justamente por sua função na Igreja, de um extraordinário poder na Idade Média. Certas abadessas eram senhoras feudais cujo poder era respeitado do mesmo modo que o de outros senhores; algumas usavam o báculo como os bispos; administravam, muitas vezes, vastos territórios com cidades e paróquias... Um exemplo, entre mil outros: no meio do século XII, cartulários nos permitem seguir a formação do mosteiro de Paraclet, cuja superiora é Heloisa; basta percorre-los para constatar que a vida de uma abadessa, na época, comporta todo um aspecto administrativo: as doações que se acumulam, que permitiam perceber ora o dízimo de um vinhedo, ora o direito às taxas sobre o feno e o trigo, aqui o direito de usufruir uma granja, e lá o direito de pastagem na floresta... Sua atividade é, também, a de um usufruidor, ou seja, a de um senhor. Quer dizer que, a par de suas funções religiosas, algumas mulheres exerciam, mesmo na vida laica, um poder que muitos homens invejariam no presente.
[...]
Se se examinam os fatos, uma conclusão se impõe: durante todo o período feudal, o lugar da mulher na igreja apresentou algumas diferenças daquele ocupado pelo homem (e em que medida não seria esta uma prova de sabedoria: levar em conta que o homem e a mulher são duas criaturas equivalentes, mas diferentes?), mas este foi um lugar eminente, que simboliza, por outro lado, perfeitamente o culto, insigne também, prestado à Virgem entre todos os santos. E é pouco surpreendente que a época termine por uma figura de mulher: a de Joana D’Arc, que, seja dito de passagem, não poderia, jamais, nos séculos seguintes, obter a audiência e suscitar a confiança que conseguiu, afinal.”

Régine Pernoud

(RCS)