Riamos dos que, em nome dum falso naturalismo, se insurgem contra o Milagre e pretendem nivelar os acontecimentos verdadeiramente prodigiosos de Fátima como a explosão duma crendice baixa e sem resistência ao mais leve e reflectido exame!
(…)
O sentimento da presença é um sinal poderoso de afirmação divina. Experimentaram-no, numa uniformidade admirável, quantos viram o sol empalidecer diante de Aquela que vinha qual "a Aurora nascente, mais formidável do que um exército bem ordenado".
Não estive em Fátima, mas de longe eu creio na assistência da Virgem à pobre terra de Portugal. Antes que a Igreja o definisse como dogma, não fomos nós dos primeiros que A adoraram no Mistério da Sua Imaculada Conceição? A minha crença fundamenta-se na voz ponderada da minha consciência. Tão lamentável é a incredulidade que cega, como a dúvida que escandaliza! O visível não é mais do que a expressão bem limitada do invisível. Para além do mundo imediato dos sentidos um mundo há, - mais amplo e mais insondável, que a inteligência mal adivinha e de que só a Fé nos entrega o segredo. Como no epitáfio do médico de Pádua, a ciência, de senhora tornada escrava, ensina-nos apenas a não ignorar a nossa ignorância. Por isso, pois que para edificação dos incrédulos e lição dos precavidos a humildade do espírito é o caminho aberto para Deus, repitamos com o velho Renan, ajoelhado nos degraus da Acrópole, que "raisons et bon sens ne suffisent pas!".
António Sardinha - 1917
quinta-feira, maio 13, 2004
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