quarta-feira, março 23, 2005

Breves - 9

1º) Começo por fazer uma pergunta: alguém me sabe informar se Rodrigues Maximiano, um dos principais executantes em Portugal da política de permanente humilhação e desarmamento moral das forças da autoridade face a uma criminalidade cada vez mais expedita e agressiva, naquilo que constituiria um sobressalto mínimo de vergonha, apresentou condolências às famílias dos dois agentes policiais selvaticamente assassinados no passado fim-de-semana na Amadora? É que a impunidade que os criminosos, boa parte deles "importados", sente presentemente no nosso País, com todas as consequências trágicas daí decorrentes, também tem os seus autores morais. Nestas coisas, nada acontece por mero acaso.

2º) Dá conta o Pedro Guedes, no seu "Último Reduto", da remoção da derradeira estátua do Generalíssimo Franco ainda existente na capital espanhola, em acção levada a cabo a altas horas da noite, à maneira dos ladrões, pelo poder socialista, e do desejo manifestado por este de nem sequer deixar incólume o "Vale dos Caídos". Argúem os directos herdeiros espirituais dos celerados que conduziram a Espanha à tragédia de 1936 com a necessidade de voltar uma página da história desse País. Por mim, creio que essa página já foi passada há quase trinta anos com a chamada transição. O que está aqui agora em causa é bem diferente: para além de uma mesquinha vingança fora de tempo contra a memória do gigante que libertou a Espanha da barbárie, cuja estatura confunde decerto os anões (i)morais que não hesitam em homenagear publicamente o "carniceiro de Paracuellos", trata-se de fazer tábua-rasa e letra morta de todos os pressupostos de boa fé em que assentou aquela transição, de reescrever com tiques totalitários o passado recente espanhol, e de irresponsavelmente reabrir velhas feridas num percurso que não se sabe onde vai acabar.

3º) Através de um comentário deixado ao meu artigo sobre a República Universal por um jovem que deve ter não mais de 18-21 anos, apercebo-me de que uma geração inteira desconhece aquilo em que verdadeiramente consiste a Igreja Católica, confundindo-a com o seu sucedâneo adorador do homem, a pseudo-igreja modernista, aquela a que Gustavo Corção chamava com precisão certeira "A Outra". Ora, os responsáveis por esta monstruosidade terão forçosamente de responder por ela, neste mundo ou no outro…

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