Encontrando-me fora de Lisboa, assisti no passado Domingo à celebração da Missa segundo o rito de Paulo VI, na igreja matriz de um concelho da costa vicentina. Frequentando com alguma periodicidade tal igreja, não posso dizer que me desgoste o que nela tenho presenciado, ou seja, a Missa celebrada em conformidade com as prescrições devidamente aprovadas pelas autoridades eclesiásticas, sem excessos ou extravagâncias de maior. É certo que sempre me poderia interrogar por que razão a comunhão foi também distribuída por um leigo, e se não eram bastantes para o efeito o sacerdote que celebrava a Missa ou o diácono que o auxiliava, ou qual o motivo da presença de uma acólita no altar, estando nele também mais quatro rapazes com iguais funções; por outro lado, o rito de Paulo VI, considerando a influência que o protestantismo exerceu na sua génese, jamais poderá expressar as verdades da fé católica em toda a sua plenitude, transmitindo-as, na melhor das hipóteses, de forma dúbia e ambígua, sem a reverência e a sacralidade do rito latino-gregoriano.
Mas a razão de ser deste meu artigo nem sequer é nenhum dos factos de que acima dou conta: durante a leitura das intenções dos fiéis, feita pelo diácono, entre outros pedidos, rogou-se a intercessão divina pelos judeus e muçulmanos que, com os cristãos, adoram um Deus comum. Ora, isto não é admissível, e é sintomático de um erro grosseiro bastante espalhado na Igreja pós-conciliar.
Na medida em que os judeus e os muçulmanos recusam a natureza divina de Jesus Cristo, é impossível afirmar-se que o Deus cristão é o mesmo dos judeus e muçulmanos: estes últimos, é certo, aceitam e veneram Cristo como um importante profeta do Islão - o profeta Issa -, mas sem aceitarem que Ele tenha natureza divina; os judeus nem sequer isso, e certas correntes do judaísmo, nos seus escritos doutrinários, não hesitam mesmo em caluniar violentamente Jesus.
Por fim, parece-me que numa perspectiva católica tradicional seria muito mais importante solicitar a intercessão divina pela conversão dos judeus e muçulmanos ao Catolicismo, bem como pelo reconhecimento por parte deles de que a Igreja Católica é a única Igreja de Cristo, do rezar pelos mesmos sem qualquer outra finalidade específica.
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