Constato a reacção indignada do BOS às infelicíssimas declarações que o Primeiro-Ministro proferiu em Moçambique. Não me causam o mínimo espanto, nem sequer a título de remoque em polémicas nas quais me escuso de intervir.
Independentemente desse facto, o nosso P.M. jamais foi de direita: para além de fugir mais depressa dessa classificação do que o diabo da cruz - já viram como ele se costuma definir de líder da área não-socialista?... -, o mesmo é um convicto mundialista - por que não esclarece os portugueses sobre o alcance das suas participações nas reuniões de um importante clube de influência, mais ou menos discreta, à escala global?... -; um óbvio belicista apoiante das agressões americanas à Jugoslávia e ao Iraque; um aborcionista envergonhado - "o aborto é um problema de consciência e compreendo perfeitamente as mulheres que abortam" -; um imigracionista ferrenho e um extorsionista fiscal de pendor socializante evidente - as políticas do seu governo nestas áreas, em total contradição com as promessas eleitorais feitas, são claras -; e, enfim, um angolófilo pró-MPLA notório e, pelos vistos, agora também frelimista - "há para aí uma certa direita que nunca se habitou à ideia de que Angola se tornou independente…".
Pois sim, penso que haverá também para aí uma certa direita que não se sente minimamente representada por um personagem desta estirpe, que está cansada do voto útil e que tem, já nas próximas eleições europeias, uma ocasião de ouro para lhe dizer o que pensa acerca dos seus malabarismos ideológicos.
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