terça-feira, abril 13, 2010

Perceber como tudo isto pôde acontecer


Tenho apresentado e recomendado neste espaço vários livros aos meus leitores; contudo, até hoje quase nada escrevi aqui sobre "Good Bye, Good Men: How Liberals Brought Corruption into the Catholic Church", de autoria do jornalista católico norte-americano Michael S. Rose. É uma lacuna que passo a suprir de imediato.

Como apresentar "Good Bye, Good Men"? Direi que se trata de um livro cuja leitura me impressionou profundamente, sendo uma das três obras - corria o ano de 2002, altura em que reverti ao Catolicismo - que me colocaram definitivamente no caminho da Tradição (as outras duas, a título de curiosidade, foram "A Carta Aberta aos Católicos Perplexos", de Monsenhor Marcel Lefebvre, e o "Charitable Anathema", de Dietrich von Hildebrand"). Não é pouco!

Tomando por base a situação calamitosa que a Igreja Católica atingiu em geral, e os seus seminários em particular, nos Estados Unidos, no pós-Vaticano II, o autor conduz-nos ao longo da devastação provocada pela ruptura progressista numa Igreja outrora sólida e vibrante, cuja decadência resultou directamente do desprezo a que votou a doutrina católica tradicional e o magistério constante da Igreja, bem como da contemporização que fez com todo o tipo de heterodoxias doutrinárias em matéria de fé e moral, desde a negação do pecado, passando pela desconsideração absoluta do celibato sacerdotal até à suicida aceitação da homossexualidade como uma tendência normal e respeitável, num autêntico caldo infernal que no extremo conduziu aos abjectos abusos sexuais de menores.

Por exemplo, é caso para admirar que a arquidiocese de Milwaukee, à qual pertencia o repugnante pedófilo Padre Lawrence Murphy, haja sido a diocese norte-americana onde este ambiente de autodemolição católica foi talvez mais intenso, sob a liderança então de um arcebispo - Rembert Weakland - modernista radical, homossexual assumido, inimigo da Missa Tradicional e adversário de um tal Cardeal Ratzinger?!... Creio que não…

Em resumo, e retornando ao trabalho de Michael S. Rose, este é leitura imprescindível para se perceber como todos estes escândalos puderam ocorrer no interior da Igreja; embora centrado na situação concreta da Igreja norte-americana, o padrão aí descrito é similar ao de muitos outros países ocidentais, sobretudo da Europa Central, como as notícias mais recentes o têm vindo tristemente a comprovar. E, em definitivo, conclui-se que os abusos sexuais de menores são mais um fruto aprodecido da heresia progressista.

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