Creo que es lícito preguntarse si los caballeros católicos son una especie en extinción.
Rafael Castela Santos
sábado, março 31, 2007
¿Caballeros católicos ...?
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Rafael Castela Santos
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quarta-feira, março 28, 2007
O homem do momento
É Salazar! A sua vitória no concurso "Grandes Portugueses" organizado pela RTP tem valor relativo, sem prejuízo de haver exasperado os "democráticos", o que é sempre bom e divertido de se constatar. O modo inepto como a televisão pública o tentou banir num primeiro momento dos candidatos a serem submetidos à escolha dos telespectadores revelou-se afinal desastroso, provocando um efeito oposto ao pretendido pelos mentores de tal desiderato: em vez de o marginalizarem, promoveram-no involuntariamente!
Apesar de me parecer algo forçado considerar Salazar "o maior português de sempre" - um título que com propriedade mereceria ser discutido entre o Infante Dom Henrique, Nuno Álvares Pereira e Dom Afonso Henriques -, não me choca em absoluto incluir o antigo Presidente do Conselho numa lista dos dez portugueses mais relevantes de todos os tempos, onde para além das figuras já indicadas, também constariam Vasco da Gama, Luís de Camões, Afonso de Albuquerque, Dom João de Castro, Santo António e Dom Miguel).
Tratando-se de um governante humano, Salazar reflectiu a imperfeição inerente a tal condição, sendo ocioso repetir os defeitos de que a sua governação padeceu - numa perspectiva de direita dos valores e não da vulgata esquerdista, claro está - , a começar pela tendência para o compromisso com forças nada monárquicas e ainda menos católicas, passando pelo alheamento parcial face às legítimas aspirações sócio-económicas do homem médio da época, e até à permissividade para com a traição burguesa de uma certa alta sociedade grande beneficiária material da existência do Estado Novo, mas que o desprezava profundamente nos seus princípios fundamentais e essência. Sem prejuízo, Salazar nunca traiu, sempre serviu e jamais se serviu, ou seja, foi todo o inverso daqueles que desgovernam Portugal há já trinta e três anos, os quais não hesitam em utilizar em proveito próprio, pessoal e privado a coisa pública e fazer responder solidária e ilimitadamente pelos seus desvarios o património de todos os portugueses. E nesta diferença - no seu carácter probo, honrado e íntegro - reside a principal razão do triunfo no concurso televisivo! Trinta e sete anos decorridos desde a sua morte, trinta e três anos passados sobre o pronunciamento do 25 de Abril, Salazar, que se fosse vivo teria cento e dezoito anos, assume o papel de principal opositor ao regime vigente e ao iníquo governo socrático que o personifica! E os "democráticos" bem o sabem que assim é!
Apesar de me parecer algo forçado considerar Salazar "o maior português de sempre" - um título que com propriedade mereceria ser discutido entre o Infante Dom Henrique, Nuno Álvares Pereira e Dom Afonso Henriques -, não me choca em absoluto incluir o antigo Presidente do Conselho numa lista dos dez portugueses mais relevantes de todos os tempos, onde para além das figuras já indicadas, também constariam Vasco da Gama, Luís de Camões, Afonso de Albuquerque, Dom João de Castro, Santo António e Dom Miguel).
Tratando-se de um governante humano, Salazar reflectiu a imperfeição inerente a tal condição, sendo ocioso repetir os defeitos de que a sua governação padeceu - numa perspectiva de direita dos valores e não da vulgata esquerdista, claro está - , a começar pela tendência para o compromisso com forças nada monárquicas e ainda menos católicas, passando pelo alheamento parcial face às legítimas aspirações sócio-económicas do homem médio da época, e até à permissividade para com a traição burguesa de uma certa alta sociedade grande beneficiária material da existência do Estado Novo, mas que o desprezava profundamente nos seus princípios fundamentais e essência. Sem prejuízo, Salazar nunca traiu, sempre serviu e jamais se serviu, ou seja, foi todo o inverso daqueles que desgovernam Portugal há já trinta e três anos, os quais não hesitam em utilizar em proveito próprio, pessoal e privado a coisa pública e fazer responder solidária e ilimitadamente pelos seus desvarios o património de todos os portugueses. E nesta diferença - no seu carácter probo, honrado e íntegro - reside a principal razão do triunfo no concurso televisivo! Trinta e sete anos decorridos desde a sua morte, trinta e três anos passados sobre o pronunciamento do 25 de Abril, Salazar, que se fosse vivo teria cento e dezoito anos, assume o papel de principal opositor ao regime vigente e ao iníquo governo socrático que o personifica! E os "democráticos" bem o sabem que assim é!
terça-feira, março 27, 2007
No terceiro aniversário do "Pasquim da Reacção"
Aquando da comemoração do primeiro aniversário do "Pasquim da Reacção", felicitei o Corcunda pelo elevadíssimo nível e distinção que tem sabido manter na blogosfera, qualidades que tornaram o espaço de que é responsável em algo verdadeiramente ímpar e de visita obrigatória diária; dois anos depois, reitero em pleno as considerações que então teci. E porque aos aniversariantes é hábito oferecer-se uma prenda, aqui deixo estas linhas de Frei Fortunato de São Boavenura, bem a propósito retiradas do célebre "Punhal dos Corcundas" (1824) e citadas em "Os Nossos Mestres ou o Breviário da Contra-Revolução", obra coligida por Fernando Campos:
- A questão que mais vezes me tem feito dar voltas ao juízo é a da soberania do povo. Havia sete séculos que se dizia que a soberania estava no Rei. Em todo este espaço Portugal formou-se em Reino, ganhou poder, caiu, levantou-se, e sempre se engradeceu. Quem notando estes acontecimentos não via que a soberania posta em El-Rei está muito bem posta? Todavia depois de 24 de Agosto começou a dizer-se que a soberania residia essencialmente na nação, isto é, que a nação não é nação sem ser soberana! Confesso que ouvindo esta doutrina senti em mim certa comoção estranha, e tal qual se sente pela aparição de fenómenos imprevistos, espantosos e anteriormente ignorados.
- Assentemos de uma vez que nunca o Povo se diz soberano para outro fim mais do que cair toda a soberania nas mãos de um punhado de aventureiros, que desta arte lhe fazem a boca doce, enquanto mui a salvo, e a despeito da moral cristã e dos princípios mais vulgares de decência, vão enchendo a bolsa.
- Desta soberania armada no ar entrei a desconfiar ainda mais quando vi seus efeitos práticos. Dizia-se que o povo havia de nomear quem lhe fizesse as leis, e que El-Rei devia executá-las à risca. Mas na nomeação de deputados vi que tudo era ambição e maranha. O povo não sabia ler, e nomeava por escrito quem os mais poderosos e os mais manhosos queriam para seus representantes. Ele profanou a autoridade de deputados, dando-lhes apelidos que nem ao diabo lembram. Profanou-a dando aos deputados os nomes de pais da pátria, de legisladores, de reformadores dos abusos, de liberais, etc., e bem sabia eu que os antigos davam raras vezes o nome de pai da pátria, e só a varões ao pé dos quais Fern. Th., M. B. C., etc., são como um ratinho ao pé de um elefante da Ásia.
- Mas quando eu vi o Salão das Cortes cheio de bandalhos e petimetres, tão fofos como um sapo inchado, vomitando sandices e minando os alicerces da Religião e da Monarquia, desenganei-me de que a tal soberania era uma farsa armada para certos fins. Que diabo de soberania é esta (dizia eu) que traz inquieta a nação, espalha a impiedade, persegue os bons, desmancha a máquina da Monarquia, excita a guerra civil, provoca as tropas ultramontanas e prepara a anarquia? É para isto que foi proclamada a soberania do povo?
- A soberania do povo.
De que na antiguidade sagrada ou profana, por mais que se busque, não aparecem vestígios, antes pelo contrário quanto mais perto da origem da sociedade chegam os trabalhos e exames históricos, vai-se parar constantemente em algum Rei, ou Juiz, ou Magistrado Supremo… o que é tão certo que o ditado vulgar, "haja um que nos governe", já o era mil anos antes que Jesus Cristo viesse ao mundo…
- Um Rei deve ser clemente; e já dizia um filósofo antigo (Séneca) que era tão indecoroso a um Rei o perdoar a todos, como o castigar a todos; há porém muitos lances em que uma desmesurada clemência é um crime de que o Rei dos Reis lhe tomará uma estreitíssima conta.
- A questão que mais vezes me tem feito dar voltas ao juízo é a da soberania do povo. Havia sete séculos que se dizia que a soberania estava no Rei. Em todo este espaço Portugal formou-se em Reino, ganhou poder, caiu, levantou-se, e sempre se engradeceu. Quem notando estes acontecimentos não via que a soberania posta em El-Rei está muito bem posta? Todavia depois de 24 de Agosto começou a dizer-se que a soberania residia essencialmente na nação, isto é, que a nação não é nação sem ser soberana! Confesso que ouvindo esta doutrina senti em mim certa comoção estranha, e tal qual se sente pela aparição de fenómenos imprevistos, espantosos e anteriormente ignorados.
- Assentemos de uma vez que nunca o Povo se diz soberano para outro fim mais do que cair toda a soberania nas mãos de um punhado de aventureiros, que desta arte lhe fazem a boca doce, enquanto mui a salvo, e a despeito da moral cristã e dos princípios mais vulgares de decência, vão enchendo a bolsa.
- Desta soberania armada no ar entrei a desconfiar ainda mais quando vi seus efeitos práticos. Dizia-se que o povo havia de nomear quem lhe fizesse as leis, e que El-Rei devia executá-las à risca. Mas na nomeação de deputados vi que tudo era ambição e maranha. O povo não sabia ler, e nomeava por escrito quem os mais poderosos e os mais manhosos queriam para seus representantes. Ele profanou a autoridade de deputados, dando-lhes apelidos que nem ao diabo lembram. Profanou-a dando aos deputados os nomes de pais da pátria, de legisladores, de reformadores dos abusos, de liberais, etc., e bem sabia eu que os antigos davam raras vezes o nome de pai da pátria, e só a varões ao pé dos quais Fern. Th., M. B. C., etc., são como um ratinho ao pé de um elefante da Ásia.
- Mas quando eu vi o Salão das Cortes cheio de bandalhos e petimetres, tão fofos como um sapo inchado, vomitando sandices e minando os alicerces da Religião e da Monarquia, desenganei-me de que a tal soberania era uma farsa armada para certos fins. Que diabo de soberania é esta (dizia eu) que traz inquieta a nação, espalha a impiedade, persegue os bons, desmancha a máquina da Monarquia, excita a guerra civil, provoca as tropas ultramontanas e prepara a anarquia? É para isto que foi proclamada a soberania do povo?
- A soberania do povo.
De que na antiguidade sagrada ou profana, por mais que se busque, não aparecem vestígios, antes pelo contrário quanto mais perto da origem da sociedade chegam os trabalhos e exames históricos, vai-se parar constantemente em algum Rei, ou Juiz, ou Magistrado Supremo… o que é tão certo que o ditado vulgar, "haja um que nos governe", já o era mil anos antes que Jesus Cristo viesse ao mundo…
- Um Rei deve ser clemente; e já dizia um filósofo antigo (Séneca) que era tão indecoroso a um Rei o perdoar a todos, como o castigar a todos; há porém muitos lances em que uma desmesurada clemência é um crime de que o Rei dos Reis lhe tomará uma estreitíssima conta.
segunda-feira, março 26, 2007
La batalla que se aproxima
El siempre excelente Vázquez de Mella escribió este artículo en El Correo Español, decano de la prensa vasca, en 1891. Sorprende que algo escrito hace más de cien años siga conservando la prístina actualidad con que Don Juan Vázquez de Mella dio vida a esta pieza suya. Los dos últimos párrafos, donde contrapone la esclavitud del amor libremente escogida versus la esclavitud del odio impuesta por la fuerza, son verdaderamente apoteósicos.
“Una de las frases hechas y de los lugares comunes que sirven de relleno en las disertaciones y escritos de los modernos charlatanes y sociólogos es, sin duda, la de que estamos en un período de transición. Los mismos que repiten de continuo la frase no comprenden su verdadero sentido, y procuran traducirla de un modo harto optimista, suponiendo que con ella se quiere indicar el cambio que se está operando en el seno de las sociedades entre el antiguo régimen cristiano, fundado en el derecho católico, y el régimen moderno, fundado en el derecho nuevo, entendiendo por éste la democracia individualista o armónica que se va lentamente estableciendo sobre los restos del antiguo mundo, ya carcomido y decrépito.
Pero, en realidad, a poco que se medite y observe, es otra la transición que estamos presenciando y otro muy distinto el combate que se libra en el mundo. El liberalismo individualista y ecléctico, radical y doctrinario, fue indudablemente durante gran parte del siglo, y aún lo es para algunos espíritus rezagados, el supremo ideal que pugnaba por entronizarse en los pueblos, y que explicaba con sus contiendas la convulsión de la sociedad moderna, periodo angustiosísimo que terminaría de un modo feliz cuando las nuevas ideas hubiesen pasado de los espíritus a los hechos y gracias a ellas Cristo bajase del altar para ceder el puesto a la razón emancipada del yugo de su Cruz.
Mas sucedió al revés precisamente de lo que esperaban los modernos redentores de la Humanidad. El mundo por ellos combatido cayó al suelo en el orden político, manteniéndose firme en el social, a pesar de las violentas acometidas y de los sacudimientos con que trataron de remover sus cimientos seculares. En cambio, la nueva creación revolucionaria, dando muestras de la consistencia y solidez del principio racionalista que le sirvió de pedestal, no ha llegado a celebrar el primer centenario sin que ya aparezca cuarteada toda la fábrica, agrietados los muros y próxima a derrumbarse con estrépito, a pesar de haber empleado la mayor parte del tiempo, no en añadirle nuevas dependencias, sino en revocar la fachada y poner al edificio andamiaje, a fin de que pudiese prolongar su mísera existencia, retardando lo más posible el descrédito de los arquitectos. Todo fue en vano. El edificio político y económico ahí está arruinándose, como todos los edificios, por la techumbre, que es lo primero que se deteriora y destruye.
¡Cosa verdaderamente notable! La revolución política termina su evolución precisamente en el momento en que empieza a cundir por todas partes su descrédito. Diríase que Dios esperaba que los obreros de la nueva babel lanzasen el primer grito de júbilo al ver lo adelantado de su obra, para castigar su soberbia mostrándoles lo estéril y miserable de la empresa de que se enorgullecían. Libertad de pensamiento y de palabra contra el deber de absoluta dependencia que liga al hombre con Dios; soberanía individual y colectiva contra la natural subordinación del súbdito a la autoridad legítima; libertad económica contra la relación de caridad y de justicia que liga a los fuertes y poderosos con los débiles y pobres; todas las libertades revolucionarias están ahí de cuerpo presente, demostrándonos con sus desastrosos efectos la aberración del principio que las alimenta.
La lucha de sectas, escuelas y partidos, desgarrando los espíritus y encendiendo la guerra en la inteligencias y en los corazones; la serie interminable de oligarquías que con nombres diversos hacen pasar su voluntad tiránica por la que se suponía que había de brotar de la masa social, y, por último, la muchedumbre obrera, que dice a sus libertadores que le devuelvan la antigua reglamentación, porque tanta libertad liberal la ahoga con la argolla de la miseria; todo esto constituye el gran proceso de la revolución, dándose la muerte con la piqueta con que se había propuesto no dejar en su sitio una sola piedra del antiguo alcázar, cuya belleza y majestad ni siquiera quiso comprender.
No es, por lo tanto, el mundo cristiano el que se derrumba para que sobre sus escombros se alce el paganismo restaurado. La idea católica, a pesar de todas las propagandas revolucionarias, sigue siendo la savia de que todavía reciben las naciones la vida que les resta. Si ha perdido su influjo en los Estados, aún conserva la divina virtualidad para volver a ejercerla en tiempo no lejano con la misma eficacia de otros siglos. Lo que cae y se desmorona es el edificio liberal, apenas levantado.
Un nuevo orden social y económico, que en todo lo que encierra de bueno es la reproducción del antiguo régimen cristiano, y que en todo lo que encierra lo malo, que es mucho, es la exageración del principio liberal, cuyos efectos trata de evitar, es lo que ahora se levanta. La revolución liberal política desaparece, y se va a comenzar la social. Su triunfo será más efímero que la primera, pero no lo será la enseñanza que la sociedad deducirá de la catástrofe, porque el día en que se plantee la última consecuencia social de la revolución será el primer día de la verdadera restauración cristiana de la sociedad.
En la nueva lucha, los liberalismos individualistas y eclécticos serán apartados por los combatientes con desprecio, para que ambos adversarios puedan dirimir sin estorbos enojosos la suprema cuestión. Y es preciso estar ciegos para no ver que los nuevos y únicos contendientes serán el verdadero socialismo católico de la Iglesia, que proclama la esclavitud voluntaria de la caridad y el sacrificio, y el socialismo ateo de la Revolución, que afirma la esclavitud por la fuerza y la tiranía del dios Estado.”
Juan Vázquez de Mella
(RCS)
“Una de las frases hechas y de los lugares comunes que sirven de relleno en las disertaciones y escritos de los modernos charlatanes y sociólogos es, sin duda, la de que estamos en un período de transición. Los mismos que repiten de continuo la frase no comprenden su verdadero sentido, y procuran traducirla de un modo harto optimista, suponiendo que con ella se quiere indicar el cambio que se está operando en el seno de las sociedades entre el antiguo régimen cristiano, fundado en el derecho católico, y el régimen moderno, fundado en el derecho nuevo, entendiendo por éste la democracia individualista o armónica que se va lentamente estableciendo sobre los restos del antiguo mundo, ya carcomido y decrépito.
Pero, en realidad, a poco que se medite y observe, es otra la transición que estamos presenciando y otro muy distinto el combate que se libra en el mundo. El liberalismo individualista y ecléctico, radical y doctrinario, fue indudablemente durante gran parte del siglo, y aún lo es para algunos espíritus rezagados, el supremo ideal que pugnaba por entronizarse en los pueblos, y que explicaba con sus contiendas la convulsión de la sociedad moderna, periodo angustiosísimo que terminaría de un modo feliz cuando las nuevas ideas hubiesen pasado de los espíritus a los hechos y gracias a ellas Cristo bajase del altar para ceder el puesto a la razón emancipada del yugo de su Cruz.
Mas sucedió al revés precisamente de lo que esperaban los modernos redentores de la Humanidad. El mundo por ellos combatido cayó al suelo en el orden político, manteniéndose firme en el social, a pesar de las violentas acometidas y de los sacudimientos con que trataron de remover sus cimientos seculares. En cambio, la nueva creación revolucionaria, dando muestras de la consistencia y solidez del principio racionalista que le sirvió de pedestal, no ha llegado a celebrar el primer centenario sin que ya aparezca cuarteada toda la fábrica, agrietados los muros y próxima a derrumbarse con estrépito, a pesar de haber empleado la mayor parte del tiempo, no en añadirle nuevas dependencias, sino en revocar la fachada y poner al edificio andamiaje, a fin de que pudiese prolongar su mísera existencia, retardando lo más posible el descrédito de los arquitectos. Todo fue en vano. El edificio político y económico ahí está arruinándose, como todos los edificios, por la techumbre, que es lo primero que se deteriora y destruye.
¡Cosa verdaderamente notable! La revolución política termina su evolución precisamente en el momento en que empieza a cundir por todas partes su descrédito. Diríase que Dios esperaba que los obreros de la nueva babel lanzasen el primer grito de júbilo al ver lo adelantado de su obra, para castigar su soberbia mostrándoles lo estéril y miserable de la empresa de que se enorgullecían. Libertad de pensamiento y de palabra contra el deber de absoluta dependencia que liga al hombre con Dios; soberanía individual y colectiva contra la natural subordinación del súbdito a la autoridad legítima; libertad económica contra la relación de caridad y de justicia que liga a los fuertes y poderosos con los débiles y pobres; todas las libertades revolucionarias están ahí de cuerpo presente, demostrándonos con sus desastrosos efectos la aberración del principio que las alimenta.
La lucha de sectas, escuelas y partidos, desgarrando los espíritus y encendiendo la guerra en la inteligencias y en los corazones; la serie interminable de oligarquías que con nombres diversos hacen pasar su voluntad tiránica por la que se suponía que había de brotar de la masa social, y, por último, la muchedumbre obrera, que dice a sus libertadores que le devuelvan la antigua reglamentación, porque tanta libertad liberal la ahoga con la argolla de la miseria; todo esto constituye el gran proceso de la revolución, dándose la muerte con la piqueta con que se había propuesto no dejar en su sitio una sola piedra del antiguo alcázar, cuya belleza y majestad ni siquiera quiso comprender.
No es, por lo tanto, el mundo cristiano el que se derrumba para que sobre sus escombros se alce el paganismo restaurado. La idea católica, a pesar de todas las propagandas revolucionarias, sigue siendo la savia de que todavía reciben las naciones la vida que les resta. Si ha perdido su influjo en los Estados, aún conserva la divina virtualidad para volver a ejercerla en tiempo no lejano con la misma eficacia de otros siglos. Lo que cae y se desmorona es el edificio liberal, apenas levantado.
Un nuevo orden social y económico, que en todo lo que encierra de bueno es la reproducción del antiguo régimen cristiano, y que en todo lo que encierra lo malo, que es mucho, es la exageración del principio liberal, cuyos efectos trata de evitar, es lo que ahora se levanta. La revolución liberal política desaparece, y se va a comenzar la social. Su triunfo será más efímero que la primera, pero no lo será la enseñanza que la sociedad deducirá de la catástrofe, porque el día en que se plantee la última consecuencia social de la revolución será el primer día de la verdadera restauración cristiana de la sociedad.
En la nueva lucha, los liberalismos individualistas y eclécticos serán apartados por los combatientes con desprecio, para que ambos adversarios puedan dirimir sin estorbos enojosos la suprema cuestión. Y es preciso estar ciegos para no ver que los nuevos y únicos contendientes serán el verdadero socialismo católico de la Iglesia, que proclama la esclavitud voluntaria de la caridad y el sacrificio, y el socialismo ateo de la Revolución, que afirma la esclavitud por la fuerza y la tiranía del dios Estado.”
Juan Vázquez de Mella
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terça-feira, março 20, 2007
Os setenta anos da "Divini Redemptoris"
Há exactamente setenta anos, no dia 19 de Março de 1937, por intermédio da Encíclica "Divini Redemptoris", o Papa Pio XI condenava formal e solenemente o comunismo ateu, apodando-o com precisão lapidar de "intrinsecamente perverso". Para ler e reflectir num tempo em que a ideologia comunista (que não deve ser confundida com o defunto sovietismo) penetrou profundamente no próprio seio da Igreja Católica, para além de continuar a produzir em pleno todos os seus devastadores efeitos espirituais e materiais, já que a mesma outra coisa não é do que o consumar da revolução anticristã ao nível mais extremo e radical. Relembremos portanto um trecho de tão notável documento:
Premunir-se contra as ciladas do comunismo
57. Sobre este ponto insistimos na Nossa Alocução, de 12 de Maio do ano passado, mas julgamos necessário, Veneráveis Irmãos, chamar de novo sobre ele, de modo particular, a vossa atenção. Ao princípio, o comunismo mostrou-se tal qual era em toda a sua perversidade; mas bem depressa se capacitou de que desse modo afastava de si os povos; e por isso mudou de táctica e procura atrair as multidões com vários enganos, ocultando os seus desígnios sob a máscara de ideais, em si bons e atraentes. Assim, vendo o desejo geral de paz, os chefes do comunismo fingem ser os mais zelosos fautores e propagandistas do movimento a favor da paz mundial; mas ao mesmo tempo excitam a uma luta de classes que faz correr rios de sangue, e, sentindo que não têm garantias internas de paz, recorrem a armamentos ilimitados. Assim, sob vários nomes que nem por sombras aludem ao comunismo, fundam associações e periódicos que servem depois unicamente para fazerem penetrar as suas ideias em meios, que doutra forma lhe não seriam facilmente acessíveis, procuram até com perfídia infiltrar-se em associações católicas e religiosas. Assim, em outras partes, sem renunciarem um ponto a seus perversos princípios, convidam os católicos a colaborar com eles no campo chamado humanitário e caritativo, propondo às vezes, até coisas completamente conformes ao espírito cristão e à doutrina da Igreja. Em outras partes levam a hipocrisia até fazer crer que o comunismo, em países de maior fé e de maior cultura, tomará outro aspecto mais brando, não impedirá o culto religioso e respeitará a liberdade das consciências. Há até quem, reportando-se a certas alterações recentemente introduzidas na legislação soviética, deduz que o comunismo está em vésperas de abandonar o seu programa de luta contra Deus.
58. Procurai, Veneráveis Irmãos, que os fiéis não se deixem enganar! O comunismo é intrinsecamente perverso e não se pode admitir em campo nenhum a colaboração com ele, da parte de quem quer que deseje salvar a civilização cristã. E, se alguns, induzidos em erro, cooperassem para a vitória do comunismo no seu país, seriam os primeiros a cair como vítimas do seu erro; e quanto mais se distinguem pela antiguidade e grandeza da sua civilização cristã as regiões aonde o comunismo consegue penetrar, tanto mais devastador lá se manifesta o ódio dos “sem-Deus”. (destaques meus)
Premunir-se contra as ciladas do comunismo
57. Sobre este ponto insistimos na Nossa Alocução, de 12 de Maio do ano passado, mas julgamos necessário, Veneráveis Irmãos, chamar de novo sobre ele, de modo particular, a vossa atenção. Ao princípio, o comunismo mostrou-se tal qual era em toda a sua perversidade; mas bem depressa se capacitou de que desse modo afastava de si os povos; e por isso mudou de táctica e procura atrair as multidões com vários enganos, ocultando os seus desígnios sob a máscara de ideais, em si bons e atraentes. Assim, vendo o desejo geral de paz, os chefes do comunismo fingem ser os mais zelosos fautores e propagandistas do movimento a favor da paz mundial; mas ao mesmo tempo excitam a uma luta de classes que faz correr rios de sangue, e, sentindo que não têm garantias internas de paz, recorrem a armamentos ilimitados. Assim, sob vários nomes que nem por sombras aludem ao comunismo, fundam associações e periódicos que servem depois unicamente para fazerem penetrar as suas ideias em meios, que doutra forma lhe não seriam facilmente acessíveis, procuram até com perfídia infiltrar-se em associações católicas e religiosas. Assim, em outras partes, sem renunciarem um ponto a seus perversos princípios, convidam os católicos a colaborar com eles no campo chamado humanitário e caritativo, propondo às vezes, até coisas completamente conformes ao espírito cristão e à doutrina da Igreja. Em outras partes levam a hipocrisia até fazer crer que o comunismo, em países de maior fé e de maior cultura, tomará outro aspecto mais brando, não impedirá o culto religioso e respeitará a liberdade das consciências. Há até quem, reportando-se a certas alterações recentemente introduzidas na legislação soviética, deduz que o comunismo está em vésperas de abandonar o seu programa de luta contra Deus.
58. Procurai, Veneráveis Irmãos, que os fiéis não se deixem enganar! O comunismo é intrinsecamente perverso e não se pode admitir em campo nenhum a colaboração com ele, da parte de quem quer que deseje salvar a civilização cristã. E, se alguns, induzidos em erro, cooperassem para a vitória do comunismo no seu país, seriam os primeiros a cair como vítimas do seu erro; e quanto mais se distinguem pela antiguidade e grandeza da sua civilização cristã as regiões aonde o comunismo consegue penetrar, tanto mais devastador lá se manifesta o ódio dos “sem-Deus”. (destaques meus)
domingo, março 18, 2007
Dom Lourenço Fleichman e o celibato sacerdotal
Dom Lourenço Fleichman, O.S.B., lembra-nos os vários textos disponíveis no site da Editora Permanência a respeito do celibato sacerdotal. Podem ler-se nas caixinhas dos comentários de um post anterior. Sabe bem Dom Lourenço que A Casa de Sarto tem sempre as portas abertas para Ele e damos-lhe bom agasalho. E sabe, também, que não nos esquecemos de seu pai, o dr. Júlio Fleichman. Tenho muita saudade do Dr. Júlio Fleichman, autor do mais que recomendável “O Itinerário Espiritual da Igreja Católica” e judeu brasileiro converso ao catolicismo como o caríssimo Jacobo San Miguel, também judeu converso ao catolicismo, que faleceu no dia da Epifania do 2005. O nosso caro amigo Marcus Moreira Lassance Pimenta traduziu os fragmentos das cartas do Jacobo (Yakov) ao português.
Peço desculpas pela omissão dos oportunos textos de Dom Lourenço Fleichman, O.S.B. acerca do celibato sacerdotal. Convidamos os nossos leitores a entrar na Capela Nossa Senhora da Conceição e a ler a Campanha pela Santidade do Clero e reflectir bem, rechaçando os aldravados jogos mentais que consistem em apresentar uma realidade refastelada pela Revolução e ultrapassada pela mentira politicamente correcta: não é necessário, nem imprescindível, nem ainda vantajoso que os Sacerdotes se casem. Além do facto de que semelhante modo de arrazoar é uma pena, sobretudo porque a mentira é vesga. Vesga como o poder maldito de Satã, a Carne e o Mundo. Vesga como a idea de misturar a Santa Religão Católica com as ideias seculares.
Pois então, ao final, são todos empanturramentos porque, como a Boa Nova de Nosso Senhor proclama, a Porta dos Céus é estreita. Nada há tão vesgo como a ideia de entrar no Céu sem esforço.
Com razão disse, portanto, Dom Lourenço Fleichman que o celibato sacerdotal é muito necessário. O celibato leva ao Reino dos Céus. O celibato é uma grande virtude. O celibato descarrega de muitos apegos, ainda que lícitos. O celibato equipara aos Anjos. O celibato preserva a alma do Sacerdote, que é de facto sagrada, ou seja, pertence a Deus. O celibato faz o Sacerdote mais parecido com Cristo porque o Sacerdote é, de facto, Alter Christus.
Peço desculpas pela omissão dos oportunos textos de Dom Lourenço Fleichman, O.S.B. acerca do celibato sacerdotal. Convidamos os nossos leitores a entrar na Capela Nossa Senhora da Conceição e a ler a Campanha pela Santidade do Clero e reflectir bem, rechaçando os aldravados jogos mentais que consistem em apresentar uma realidade refastelada pela Revolução e ultrapassada pela mentira politicamente correcta: não é necessário, nem imprescindível, nem ainda vantajoso que os Sacerdotes se casem. Além do facto de que semelhante modo de arrazoar é uma pena, sobretudo porque a mentira é vesga. Vesga como o poder maldito de Satã, a Carne e o Mundo. Vesga como a idea de misturar a Santa Religão Católica com as ideias seculares.
Pois então, ao final, são todos empanturramentos porque, como a Boa Nova de Nosso Senhor proclama, a Porta dos Céus é estreita. Nada há tão vesgo como a ideia de entrar no Céu sem esforço.
Com razão disse, portanto, Dom Lourenço Fleichman que o celibato sacerdotal é muito necessário. O celibato leva ao Reino dos Céus. O celibato é uma grande virtude. O celibato descarrega de muitos apegos, ainda que lícitos. O celibato equipara aos Anjos. O celibato preserva a alma do Sacerdote, que é de facto sagrada, ou seja, pertence a Deus. O celibato faz o Sacerdote mais parecido com Cristo porque o Sacerdote é, de facto, Alter Christus.
Nosso Senhor Jesus Cristo deu grande exemplo permanecendo no celibato. Exemplo avalizado depois pelos Apóstolos.
Rafael Castela Santos
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domingo, março 18, 2007
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segunda-feira, março 12, 2007
Breves - 20
- Dia 8 de Março último, a Assembleia da República demonstrou uma vez mais o nível de baixeza a que o actual regime político português chegou: os deputados da maioria parlamentar de esquerda, não lhes bastando terem aprovado aquela que é provavelmente a lei mais infame de toda a história do direito português, a qual condescende com o massacre impune de seres humanos inocentes e indefesos no próprio ventre materno, em manifestação eivada de especial torpeza, saudaram de pé e com prolongado aplauso tal aprovação. Numa data escolhida com a precisão metódica da canalhice - o dia proclamado pela ONU mundialista como sendo o internacional da mulher, ficando assim vincada a real natureza do feminismo radical como ideologia extrema de ódio e morte - a lei do número e o reino da quantidade conseguiram triunfar, ainda que tão-só efemeramente como é próprio da todas as vitórias do mal, sobre o bem, a verdade e a ordem natural. E, enfim, o aplauso dos deputados mais não é do que uma demonstração acabada da estultícia daqueles pretensos representantes do povo português, que se supondo plenamente livres e nos píncaros da maturidade cívica por desprezarem os ditames das leis divina e moral, não atingem que já penetraram a antecâmara que conduz à pior das tiranias, a da vontade humana desenfreada e sem limites no exercício do poder político.
- Resta agora esperar que o Presidente da República cumpra as suas prerrogativas e vete uma lei que verdadeiramente é querida somente por cerca de vinte e cinco por cento dos portugueses e que, ademais, é notoriamente inconstitucional, por violar de modo flagrante o direito fundamental à vida. É certo que estou plenamente consciente do evidente desconforto que Cavaco Silva sente no combate ideológico puro e na guerra cultural, facto no qual não se distingue em nada da média habitual no PSD, dos Borges aos Frasquilhos, dos Cadilhes aos Belezas, adversa a tudo o que ultrapasse os horizontes estritos de uma postura tecnocrática de guarda-livros requintado, bem ao contrário do Partido Socialista jacobino e, sobretudo, do agente provocador que é o Bloco de Esquerda; porém, o veto da lei abjecta é o mínimo exigível a um Chefe de Estado que se afirma católico praticante e que foi eleito maioritariamente com os votos do campo que se convencionou chamar da direita sociológica.
- De regresso ao PSD, é um partido que sai totalmente destroçado do referendo sobre o aborto e cujo naufrágio político culmina no fraccionamento verificado no seu grupo de deputados durante a votação parlamentar da liberalização do aborto, com vinte e um deles a darem o seu voto positivo àquela. Sem uma matriz doutrinária bem definida, ao sabor dos ventos das modas ideológicas e politicamente correctas do dia, este partido não passa de um sindicato de interesses oportunistas que só pensam em gozar tanto quanto possam a coisa pública em proveito privado. Os católicos tradicionais (ou, pelo menos, conservadores), bem como a direita dos valores, não têm, nem podem ter nada a ver com tamanha falta de escrúpulos. A respeito desta matéria, no rescaldo das eleições legislativas de 2005, aqui escrevi e repito-o agora: o PSD jamais regressará ao poder - ao invés, caminhará a passadas largas para a total extinção - se insistir em ser uma pálida imitação do PS, se sobraçar a tese de que é ao centro-esquerda que se ganham as eleições, pois na medida em que o consumidor (eleitor) prefere sempre o produto original às imitações, nessa área ideológica o PS estará sempre em vantagem. O PSD deveria olhar para a geografia eleitoral do País, verificar em que região do mesmo tem sistematicamente obtido vitória atrás de vitória, e interrogar-se se aí as mesmas foram alcançadas à custa de uma postura centro-esquerdista. Suponho que não…
- Mudando de assunto, e como já vem sendo costume em tempo de Quaresma nestes anos mais recentes, a ofensiva neognóstica lançou mais uma das suas atoardas contra a verdade católica, desta feita corporizada no pretenso achado de um suposto túmulo de Cristo em Jerusalém; assim, de modo pouco subtil, nega-se a realidade Ressurreição. Tal descoberta arqueológica, obviamente sem qualquer credibilidade (ler aqui e aqui), por mim tem ao menos o mérito de poder lembrar aos meus leitores a existência da monumental obra "La Grande Christologie", de autoria do Padre Stephan Maistre, no seu tempo muito elogiada pelo Papa Pio IX, e que é uma excelente refutação não só das falácias gnósticas, mas também das mentiras modernistas disfarçadas de historicismo pseudocientífico.
- Finalmente, estou a pensar mudar o visual deste blogue e adoptar um modelo ("template") renovado para o mesmo; todavia, estou com um dilema: já andei a fazer a prospecção dos modelos que a "Blogger" coloca à disposição dos seus utilizadores e o facto é que até agora nenhum me agradou verdadeiramente. Algum dos meus leitores me dá alguma sugestão sobre esta matéria?
JSarto
- Resta agora esperar que o Presidente da República cumpra as suas prerrogativas e vete uma lei que verdadeiramente é querida somente por cerca de vinte e cinco por cento dos portugueses e que, ademais, é notoriamente inconstitucional, por violar de modo flagrante o direito fundamental à vida. É certo que estou plenamente consciente do evidente desconforto que Cavaco Silva sente no combate ideológico puro e na guerra cultural, facto no qual não se distingue em nada da média habitual no PSD, dos Borges aos Frasquilhos, dos Cadilhes aos Belezas, adversa a tudo o que ultrapasse os horizontes estritos de uma postura tecnocrática de guarda-livros requintado, bem ao contrário do Partido Socialista jacobino e, sobretudo, do agente provocador que é o Bloco de Esquerda; porém, o veto da lei abjecta é o mínimo exigível a um Chefe de Estado que se afirma católico praticante e que foi eleito maioritariamente com os votos do campo que se convencionou chamar da direita sociológica.
- De regresso ao PSD, é um partido que sai totalmente destroçado do referendo sobre o aborto e cujo naufrágio político culmina no fraccionamento verificado no seu grupo de deputados durante a votação parlamentar da liberalização do aborto, com vinte e um deles a darem o seu voto positivo àquela. Sem uma matriz doutrinária bem definida, ao sabor dos ventos das modas ideológicas e politicamente correctas do dia, este partido não passa de um sindicato de interesses oportunistas que só pensam em gozar tanto quanto possam a coisa pública em proveito privado. Os católicos tradicionais (ou, pelo menos, conservadores), bem como a direita dos valores, não têm, nem podem ter nada a ver com tamanha falta de escrúpulos. A respeito desta matéria, no rescaldo das eleições legislativas de 2005, aqui escrevi e repito-o agora: o PSD jamais regressará ao poder - ao invés, caminhará a passadas largas para a total extinção - se insistir em ser uma pálida imitação do PS, se sobraçar a tese de que é ao centro-esquerda que se ganham as eleições, pois na medida em que o consumidor (eleitor) prefere sempre o produto original às imitações, nessa área ideológica o PS estará sempre em vantagem. O PSD deveria olhar para a geografia eleitoral do País, verificar em que região do mesmo tem sistematicamente obtido vitória atrás de vitória, e interrogar-se se aí as mesmas foram alcançadas à custa de uma postura centro-esquerdista. Suponho que não…
- Mudando de assunto, e como já vem sendo costume em tempo de Quaresma nestes anos mais recentes, a ofensiva neognóstica lançou mais uma das suas atoardas contra a verdade católica, desta feita corporizada no pretenso achado de um suposto túmulo de Cristo em Jerusalém; assim, de modo pouco subtil, nega-se a realidade Ressurreição. Tal descoberta arqueológica, obviamente sem qualquer credibilidade (ler aqui e aqui), por mim tem ao menos o mérito de poder lembrar aos meus leitores a existência da monumental obra "La Grande Christologie", de autoria do Padre Stephan Maistre, no seu tempo muito elogiada pelo Papa Pio IX, e que é uma excelente refutação não só das falácias gnósticas, mas também das mentiras modernistas disfarçadas de historicismo pseudocientífico.
- Finalmente, estou a pensar mudar o visual deste blogue e adoptar um modelo ("template") renovado para o mesmo; todavia, estou com um dilema: já andei a fazer a prospecção dos modelos que a "Blogger" coloca à disposição dos seus utilizadores e o facto é que até agora nenhum me agradou verdadeiramente. Algum dos meus leitores me dá alguma sugestão sobre esta matéria?
JSarto
domingo, março 11, 2007
¿Era cismático Lefèbvre?
El otro día, creo que el 6 de Marzo, si mal no recuerdo, Radio Cristiandad nos endilgó a sus oyentes con un castigo bíblico, como fue el ponernos un monólogo de un sujeto de cuyo nombre no quiero acordarme, al parecer vinculado a Aciprensa. Dicho monólogo versaba sobre la Tradición, sobre el “cisma” (sic) de Monseñor Lefèbvre y hasta sobre la liturgia multisecular.
El tal sujeto, con una insolencia realmente digna de tal nombre, con ataques ad hominem contra personas que le escriben, falto de argumentos, con tautologías varias y pseudorazonamientos circulares y cosas similares, se despachó a gusto. Bien, contra hechos no hay argumentos. Vamos con los hechos. Los dos primeros textos están sacados de unos comentarios en una noticia de Aciprensa. El segundo es una transcripción de una declaración de Monseñor Lefèbvre.
Como curiosidad me gustaría saber si algún amable lector nos podría explicar si existe algún tipo de ligazón o relación entre Aciprensa y el Opus Dei.
***
«¿Qué es lo que constituye un acto cismático?
NO el simple hecho de consagrar obispos sin mandato pontificio, pues el mismo código de derecho canónico sitúa este delito en el Título III (usurpación de funciones eclesiásticas) y NO en el Título I (contra la religión y la unidad de la Iglesia (de su sección penal (Libro VI).
Tampoco por consagrar obispos contra el deseo del Santo Padre, que como mucho constituiría una desobediencia. Además, aun cuando hubiese sido una desobediencia, el Derecho Canónico establece que tal desobediencia es lícita cuando existe un estado de necesidad.
Pero la desobediencia no llega a ser cisma, pues éste requiere NO reconocer a la autoridad en sí misma, mientras que la desobediencia consiste en no obedecer una orden, pero reconociendo la autoridad de quien manda. “El niño que le dice a su madre ‘¡no quiero!’ no niega que sea su madre”.
Ahora bien, Monseñor Lefèbvre siempre reconoció la autoridad del Papa (como prueban las consultas con Roma para la solución de problemas habituales), y lo mismo hace la FSSPX (véase, por ejemplo, su apoyo a la Ordinatio Sacerdotalis de Juan Pablo II contra el sacerdocio femenino).
Consagrar un obispo sin mandato pontificio sería un acto cismático si se pretendiese conferir no sólo la plenitud del sacerdocio, sino también la jurisdicción, el poder de gobernar un rebaño particular. Sólo el Papa, que tiene jurisdicción universal sobre toda la Iglesia, puede asignar un pastor a un rebaño y darle poder para gobernarlo.
Sin embargo, Monseñor Lefèbvre nunca pretendió conferir otra cosa que la plenitud de los poderes sacerdotales del Orden, y en modo alguno otorgó ninguna jurisdicción (que él personalmente ni siquiera tenía). Esto lo demuestra que la Fraternidad Sacerdotal de San Pío X no establece parroquias o diócesis, sino prioratos.
Por lo tanto, no existe cisma.»
***
«Un teólogo de una importancia tan grande como Cayetano precisa que cuando alguien se niega a obedecer y esta negación se refiere a la materia de lo que se manda o a la persona misma del Superior, sin poner en duda la autoridad o incluso la persona del superior, no hay cisma (Diccionario de Theologie Catholique; en Schisme. T. IX col 1304).
Por lo tanto, no existe cisma.»
***
«NO HAY NADIE MÁS UNIDO AL SUCESOR DE PEDRO QUE NOSOTROS
Esta conclusión evidente es de primordial importancia para determinar nuestra actitud y manifestar nuestra indefectible unión al Magisterio de la Iglesia y a los sucesores de San Pedro. No hay nadie que esté más unido que nosotros al sucesor de Pedro reinante cuando se hace eco de las tradiciones apostólicas y de las enseñanzas de todos sus predecesores, porque entra en la definición misma del sucesor de Pedro guardar el depósito y transmitirlo fielmente. A este respecto, he aquí lo que proclamó el Papa Pío IX en Pastor Aeternus:
“El Espíritu Santo no le fue permitido a los sucesores de Pedro para permitirles publicar, según sus revelaciones, una doctrina nueva, sino para conservar estrictamente y exponer fielmente con su asistencia las revelaciones transmitidas por los Apóstoles, es decir: el depósito de la Fe”»
Monseñor Lefèbvre
***
Ahora por tercera vez (y esto lo añado yo): por lo tanto no hay cisma.
***
Si Monseñor Lefèbvre fue cismático, según el esperpéntico discurso de ese tal sujeto todos los que son miembros de la Hermandad de San Pío X, en incluso quienes asisten a sus Misas, también lo somos bueno sería, por ejemplo, clarificar algunas de las siguientes cuestiones:
a) ¿Cómo se explica que Roma decida y juzgue los problemas canónicos de los Sacerdotes de una “secta” (sic) cismática como la Hermandad de San Pío X? ¿Desde cuándo Roma entra a juzgar sobre asuntos canónicos de sectas cismáticas?
b) ¿Cómo se explica que haya un contacto no ya fluido y correcto, sino formalmente consolidado, entre la Hermandad de San Pío X y la Curia Romana? Con los cismáticos, o sea, los ortodoxos, hay encuentros puntuales, no un contacto institucionalizado.
c) ¿Cómo se explica que en cualquier Priorato o Capilla de la Hermandad de San Pío X lo primero que se vea es un cuadro o pintura del Santo Padre Benedicto XVI y, anteriormente, de Juan Pablo II, por los cuales se reza (y rezó) abundantemente? No parece esta actitud muy cismática, ¿no es así?
ch) ¿Cómo se explica que Roma dé todo tipo de facilidades, oficiales y extra-oficiales, a una peregrinación en Roma organizada por la Hermandad de San Pío X? ¿Da acaso Roma iguales facilidades a cismáticos o herejes?
d) ¿Cómo explica ese individuo de Aciprensa que el Cardenal Castrillón Hoyos dijera en declaraciones a TV-5 del 13 de Noviembre que la Hermandad de San Pío X sí que está en la Iglesia y que no se puede decir que haya un cisma? El insolente sujeto dijo que ni Cardenal ni nada, jura que el Derecho Canónico (Aciprensa, o él, dixit) ya ha declarado fuera de la Iglesia a la Hermandad de San Pío X. Entre la opinión de tal impavante y la opinión de Su Eminencia, me perdonará ese jefecillo de Aciprensa, prefiero quedarme con el Cardenal.
e) ¿Cómo se explica el esfuerzo denodado y sincero no ya sólo del Santo Padre, de la Curia Romana, de los Superiores de la Hermandad de San Pío X y de personalidades destacadas de la Hermandad de San Pío X (incluyendo a Monseñor Ricardo Williamson, al que Aciprensa tanto se gloría en criticar tan inicua como injustamente cuando Su Ilustrísima es un Obispo con un sentido de la Romanitas como pocos, como pueden testificar varias personalidades de la Curia Romana, donde es un hombre querido y apreciado) para aproximar posturas?
f) ¿Cómo se explica, entonces, el sentir de la mayoría de los Sacerdotes de la Hermandad de San Pío X, así como el de sus fieles, de querer estar con y en Roma no ya de espíritu y corazón –que ya lo estamos- sino institucionalmente? ¿Cómo se explica que queramos ser católicos tradicionales para, precisamente, ser más romanos? ¿No es esto un hecho que desdice por sí solo ese espíritu “cismático” del que se nos acusa por parte del susodicho capo de Aciprensa?
Dicho esto permítanme acabar con un hurra por el Santo Padre: ¡Viva el Papa!
Rafael Castela Santos, “cismático”-papista confeso, convicto, verificado y certificado
El tal sujeto, con una insolencia realmente digna de tal nombre, con ataques ad hominem contra personas que le escriben, falto de argumentos, con tautologías varias y pseudorazonamientos circulares y cosas similares, se despachó a gusto. Bien, contra hechos no hay argumentos. Vamos con los hechos. Los dos primeros textos están sacados de unos comentarios en una noticia de Aciprensa. El segundo es una transcripción de una declaración de Monseñor Lefèbvre.
Como curiosidad me gustaría saber si algún amable lector nos podría explicar si existe algún tipo de ligazón o relación entre Aciprensa y el Opus Dei.
***
«¿Qué es lo que constituye un acto cismático?
NO el simple hecho de consagrar obispos sin mandato pontificio, pues el mismo código de derecho canónico sitúa este delito en el Título III (usurpación de funciones eclesiásticas) y NO en el Título I (contra la religión y la unidad de la Iglesia (de su sección penal (Libro VI).
Tampoco por consagrar obispos contra el deseo del Santo Padre, que como mucho constituiría una desobediencia. Además, aun cuando hubiese sido una desobediencia, el Derecho Canónico establece que tal desobediencia es lícita cuando existe un estado de necesidad.
Pero la desobediencia no llega a ser cisma, pues éste requiere NO reconocer a la autoridad en sí misma, mientras que la desobediencia consiste en no obedecer una orden, pero reconociendo la autoridad de quien manda. “El niño que le dice a su madre ‘¡no quiero!’ no niega que sea su madre”.
Ahora bien, Monseñor Lefèbvre siempre reconoció la autoridad del Papa (como prueban las consultas con Roma para la solución de problemas habituales), y lo mismo hace la FSSPX (véase, por ejemplo, su apoyo a la Ordinatio Sacerdotalis de Juan Pablo II contra el sacerdocio femenino).
Consagrar un obispo sin mandato pontificio sería un acto cismático si se pretendiese conferir no sólo la plenitud del sacerdocio, sino también la jurisdicción, el poder de gobernar un rebaño particular. Sólo el Papa, que tiene jurisdicción universal sobre toda la Iglesia, puede asignar un pastor a un rebaño y darle poder para gobernarlo.
Sin embargo, Monseñor Lefèbvre nunca pretendió conferir otra cosa que la plenitud de los poderes sacerdotales del Orden, y en modo alguno otorgó ninguna jurisdicción (que él personalmente ni siquiera tenía). Esto lo demuestra que la Fraternidad Sacerdotal de San Pío X no establece parroquias o diócesis, sino prioratos.
Por lo tanto, no existe cisma.»
***
«Un teólogo de una importancia tan grande como Cayetano precisa que cuando alguien se niega a obedecer y esta negación se refiere a la materia de lo que se manda o a la persona misma del Superior, sin poner en duda la autoridad o incluso la persona del superior, no hay cisma (Diccionario de Theologie Catholique; en Schisme. T. IX col 1304).
Por lo tanto, no existe cisma.»
***
«NO HAY NADIE MÁS UNIDO AL SUCESOR DE PEDRO QUE NOSOTROS
Esta conclusión evidente es de primordial importancia para determinar nuestra actitud y manifestar nuestra indefectible unión al Magisterio de la Iglesia y a los sucesores de San Pedro. No hay nadie que esté más unido que nosotros al sucesor de Pedro reinante cuando se hace eco de las tradiciones apostólicas y de las enseñanzas de todos sus predecesores, porque entra en la definición misma del sucesor de Pedro guardar el depósito y transmitirlo fielmente. A este respecto, he aquí lo que proclamó el Papa Pío IX en Pastor Aeternus:
“El Espíritu Santo no le fue permitido a los sucesores de Pedro para permitirles publicar, según sus revelaciones, una doctrina nueva, sino para conservar estrictamente y exponer fielmente con su asistencia las revelaciones transmitidas por los Apóstoles, es decir: el depósito de la Fe”»
Monseñor Lefèbvre
***
Ahora por tercera vez (y esto lo añado yo): por lo tanto no hay cisma.
***
Si Monseñor Lefèbvre fue cismático, según el esperpéntico discurso de ese tal sujeto todos los que son miembros de la Hermandad de San Pío X, en incluso quienes asisten a sus Misas, también lo somos bueno sería, por ejemplo, clarificar algunas de las siguientes cuestiones:
a) ¿Cómo se explica que Roma decida y juzgue los problemas canónicos de los Sacerdotes de una “secta” (sic) cismática como la Hermandad de San Pío X? ¿Desde cuándo Roma entra a juzgar sobre asuntos canónicos de sectas cismáticas?
b) ¿Cómo se explica que haya un contacto no ya fluido y correcto, sino formalmente consolidado, entre la Hermandad de San Pío X y la Curia Romana? Con los cismáticos, o sea, los ortodoxos, hay encuentros puntuales, no un contacto institucionalizado.
c) ¿Cómo se explica que en cualquier Priorato o Capilla de la Hermandad de San Pío X lo primero que se vea es un cuadro o pintura del Santo Padre Benedicto XVI y, anteriormente, de Juan Pablo II, por los cuales se reza (y rezó) abundantemente? No parece esta actitud muy cismática, ¿no es así?
ch) ¿Cómo se explica que Roma dé todo tipo de facilidades, oficiales y extra-oficiales, a una peregrinación en Roma organizada por la Hermandad de San Pío X? ¿Da acaso Roma iguales facilidades a cismáticos o herejes?
d) ¿Cómo explica ese individuo de Aciprensa que el Cardenal Castrillón Hoyos dijera en declaraciones a TV-5 del 13 de Noviembre que la Hermandad de San Pío X sí que está en la Iglesia y que no se puede decir que haya un cisma? El insolente sujeto dijo que ni Cardenal ni nada, jura que el Derecho Canónico (Aciprensa, o él, dixit) ya ha declarado fuera de la Iglesia a la Hermandad de San Pío X. Entre la opinión de tal impavante y la opinión de Su Eminencia, me perdonará ese jefecillo de Aciprensa, prefiero quedarme con el Cardenal.
e) ¿Cómo se explica el esfuerzo denodado y sincero no ya sólo del Santo Padre, de la Curia Romana, de los Superiores de la Hermandad de San Pío X y de personalidades destacadas de la Hermandad de San Pío X (incluyendo a Monseñor Ricardo Williamson, al que Aciprensa tanto se gloría en criticar tan inicua como injustamente cuando Su Ilustrísima es un Obispo con un sentido de la Romanitas como pocos, como pueden testificar varias personalidades de la Curia Romana, donde es un hombre querido y apreciado) para aproximar posturas?
f) ¿Cómo se explica, entonces, el sentir de la mayoría de los Sacerdotes de la Hermandad de San Pío X, así como el de sus fieles, de querer estar con y en Roma no ya de espíritu y corazón –que ya lo estamos- sino institucionalmente? ¿Cómo se explica que queramos ser católicos tradicionales para, precisamente, ser más romanos? ¿No es esto un hecho que desdice por sí solo ese espíritu “cismático” del que se nos acusa por parte del susodicho capo de Aciprensa?
Dicho esto permítanme acabar con un hurra por el Santo Padre: ¡Viva el Papa!
Rafael Castela Santos, “cismático”-papista confeso, convicto, verificado y certificado
Publicada por
Rafael Castela Santos
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domingo, março 11, 2007
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quarta-feira, março 07, 2007
A "Operação Vigário" ou a difamação contra Pio XII
Obra da propaganda comunista, do princípio ao fim: o conhecido artigo do General Ion Mihai Pacepa, antigo operacional dos serviços secretos romenos, originalmente editado na "National Review" norte-americana, traduzido para português e publicado na "Permanência".
JSarto
JSarto
No grande silêncio - 4
A Cartuxa de Évora: expulsos em 1834 pelo revolucionarismo jacobino, os Cartuxos regressaram à sua casa portuguesa de sempre em 1960.
JSarto
domingo, março 04, 2007
Do "Sermão sobre a Verdade da Religião Católica"
Conforme havia prometido aos meus leitores, trago-lhes hoje um extracto retirado do magnífico "Sermão sobre a Verdade da Religião Católica" que o Padre José Agostinho Macedo pregou na Quaresma de 1817, na Igreja de Nossa Senhora dos Mártires de Lisboa. Aqui fica o mesmo, na época própria e com uma estranha actualidade cento e noventa anos depois:
Em todos os tempos desagradou a muitos a Religião Católica, não só porque é muito sublime o que propõe para crer, mas porque é muito dificultoso o que propõe para praticar. Ainda em nossos dias muitos dos bárbaros não têm dificuldade em acreditar nossos mistérios. E como a poderiam ter, se cada um deles em suas seitas acredita coisas tão estranhas e tão repugnantes, que tem mais que vencer em acreditar as suas loucuras que as nossas verdades? O seu trabalho consiste em sujeitar-se às nossas leis. Estas têm rebelado à Igreja cem nações, e conservam ainda muitos povos na infidelidade. Uns se declaram contra a penitência como um peso muito gravoso, outros contra o nosso culto como coisa muito supersticiosa, outros contra a castidade como um preceito muito difícil. Mas que conseguiram? Nada mais que mostrar a depravação dos seus corações sem alterar a pureza da nossa Religião. Por mais esforços que hajam feito as paixões humanas, não puderam ainda abolir uma só Lei no Código da Religião. Que digo eu abolir? Não puderam adoçá-las, ou temperá-las na mais pequena parte. Depois de tantos e tantos séculos, com tantos e tantos inimigos, cada ápice do Evangelho conserva ainda todo o seu rigor. Aquele sacrossanto jugo que trouxeram os Apóstolos, é o mesmo a que ainda submetemos o nosso pescoço, sem que se torne mais ligeiro, ou pelo tempo que estraga todas as coisas, ou pela violência que as rompe. Muito cumpria à humana fraqueza alargar os caminhos do Céu e dilatar-lhe algum passo mais. Muito cumpria que as portas do Paraíso fossem menos apertadas. Mas não, estas são de bronze, não se podem alargar mais. Embora se quebrantem muito os divinos preceitos, todos confessam que eles obrigam. Não é o homem casto, mas conhece que o deve ser; cometem-se delitos, mas sentem-se remorsos; e ainda que se obre contra a Lei, a Lei não dorme, mas grita, e chama a seu tribunal os transgressores.
Mas esta liberdade de transgredir a Lei, é o último, e talvez o maior sinal de que Deus assiste à sua Religião, pois a faz triunfar da depravação dos seus mesmos sequazes, inimigos tanto mais formidáveis quanto são mais ocultos e mais domésticos. Sou obrigado a falar das nossas ignomínias e me envergonho, que devendo fazer a resenha das palmas alcançadas pela Religião em suas vitórias, deva por necessidade encontrar-me com os nossos despojos. Eu o sei, mas não imaginava ler entre os títulos dos vencidos também o nosso nome. Mas é assim, triunfa a Religião de nós, sustentando-nos contra nós, não obstante a guerra terrível que nós lhe fazemos com os nossos vícios. À vista deles, quem não diria não ser possível que dure uma Religião contra a qual se revoltam os seus mesmos filhos? Observai como se vive nas cidades mais católicas, como em Lisboa se vive. Com quanta facilidade derramam aqui uns o sangue dos outros! Quantas inimizades há entre os particulares, quantas discórdias nas famílias! Que licença e devassidão nos mancebos! Que avareza nos velhos! Que injustiças nos tribunais, que violências nos soldados, que prepotências nos nobres, que enganos nos plebeus, que luxo, que vaidade, que liberdade nas mulheres! Se Deus não tivesse aqui deixado algumas almas justas, semente e relíquia dos séculos santos, seria esta cidade em tudo semelhante às cidades do paganismo. Quantos entre os gentios, porque nós vivemos com eles na Ásia, na África e na América, recusam crer como nós? Eis aqui os danos que causam os nossos vícios à Religião. O infiel não se resolve a abraçá-la, o fiel a perde. Não se alistam debaixo das bandeiras do Deus de Israel muitas tropas auxiliares que se alistariam, e aquelas que seguem estas bandeiras fazem quanto podem por destruir seu campo, abater seus estandartes e fazer retroceder a Arca Santa, que deviam defender e guardar! Tropas rebeldes, debalde vos afadigais! Os arraiais de Deus devem subsistir até à consumação dos séculos. Aquela Arca mística da Aliança em que se conserva a sua Lei e os seus mistérios, ainda que ameace cair, não cairá jamais. Não há necessidade de mãos profanas para a sustentar, Deus com a sua dextra impedirá a sua queda. Sua omnipotência a conservará firme entre os combates e fará ver que esta firmeza não pode ser senão uma impressão do seus braço divino, o qual, não satisfeito de autenticar a sua Religião com a virtudes dos milagres com que a promulgou por todo o mundo, com a efusão do sangue em que a sustentou contra os tiranos, com a força do saber que a sustentou contra os hereges, a autentica finalmente com o nosso viver depravado, e faz servir à sua firmeza os nossos mesmos pecados.
JSarto
Em todos os tempos desagradou a muitos a Religião Católica, não só porque é muito sublime o que propõe para crer, mas porque é muito dificultoso o que propõe para praticar. Ainda em nossos dias muitos dos bárbaros não têm dificuldade em acreditar nossos mistérios. E como a poderiam ter, se cada um deles em suas seitas acredita coisas tão estranhas e tão repugnantes, que tem mais que vencer em acreditar as suas loucuras que as nossas verdades? O seu trabalho consiste em sujeitar-se às nossas leis. Estas têm rebelado à Igreja cem nações, e conservam ainda muitos povos na infidelidade. Uns se declaram contra a penitência como um peso muito gravoso, outros contra o nosso culto como coisa muito supersticiosa, outros contra a castidade como um preceito muito difícil. Mas que conseguiram? Nada mais que mostrar a depravação dos seus corações sem alterar a pureza da nossa Religião. Por mais esforços que hajam feito as paixões humanas, não puderam ainda abolir uma só Lei no Código da Religião. Que digo eu abolir? Não puderam adoçá-las, ou temperá-las na mais pequena parte. Depois de tantos e tantos séculos, com tantos e tantos inimigos, cada ápice do Evangelho conserva ainda todo o seu rigor. Aquele sacrossanto jugo que trouxeram os Apóstolos, é o mesmo a que ainda submetemos o nosso pescoço, sem que se torne mais ligeiro, ou pelo tempo que estraga todas as coisas, ou pela violência que as rompe. Muito cumpria à humana fraqueza alargar os caminhos do Céu e dilatar-lhe algum passo mais. Muito cumpria que as portas do Paraíso fossem menos apertadas. Mas não, estas são de bronze, não se podem alargar mais. Embora se quebrantem muito os divinos preceitos, todos confessam que eles obrigam. Não é o homem casto, mas conhece que o deve ser; cometem-se delitos, mas sentem-se remorsos; e ainda que se obre contra a Lei, a Lei não dorme, mas grita, e chama a seu tribunal os transgressores.
Mas esta liberdade de transgredir a Lei, é o último, e talvez o maior sinal de que Deus assiste à sua Religião, pois a faz triunfar da depravação dos seus mesmos sequazes, inimigos tanto mais formidáveis quanto são mais ocultos e mais domésticos. Sou obrigado a falar das nossas ignomínias e me envergonho, que devendo fazer a resenha das palmas alcançadas pela Religião em suas vitórias, deva por necessidade encontrar-me com os nossos despojos. Eu o sei, mas não imaginava ler entre os títulos dos vencidos também o nosso nome. Mas é assim, triunfa a Religião de nós, sustentando-nos contra nós, não obstante a guerra terrível que nós lhe fazemos com os nossos vícios. À vista deles, quem não diria não ser possível que dure uma Religião contra a qual se revoltam os seus mesmos filhos? Observai como se vive nas cidades mais católicas, como em Lisboa se vive. Com quanta facilidade derramam aqui uns o sangue dos outros! Quantas inimizades há entre os particulares, quantas discórdias nas famílias! Que licença e devassidão nos mancebos! Que avareza nos velhos! Que injustiças nos tribunais, que violências nos soldados, que prepotências nos nobres, que enganos nos plebeus, que luxo, que vaidade, que liberdade nas mulheres! Se Deus não tivesse aqui deixado algumas almas justas, semente e relíquia dos séculos santos, seria esta cidade em tudo semelhante às cidades do paganismo. Quantos entre os gentios, porque nós vivemos com eles na Ásia, na África e na América, recusam crer como nós? Eis aqui os danos que causam os nossos vícios à Religião. O infiel não se resolve a abraçá-la, o fiel a perde. Não se alistam debaixo das bandeiras do Deus de Israel muitas tropas auxiliares que se alistariam, e aquelas que seguem estas bandeiras fazem quanto podem por destruir seu campo, abater seus estandartes e fazer retroceder a Arca Santa, que deviam defender e guardar! Tropas rebeldes, debalde vos afadigais! Os arraiais de Deus devem subsistir até à consumação dos séculos. Aquela Arca mística da Aliança em que se conserva a sua Lei e os seus mistérios, ainda que ameace cair, não cairá jamais. Não há necessidade de mãos profanas para a sustentar, Deus com a sua dextra impedirá a sua queda. Sua omnipotência a conservará firme entre os combates e fará ver que esta firmeza não pode ser senão uma impressão do seus braço divino, o qual, não satisfeito de autenticar a sua Religião com a virtudes dos milagres com que a promulgou por todo o mundo, com a efusão do sangue em que a sustentou contra os tiranos, com a força do saber que a sustentou contra os hereges, a autentica finalmente com o nosso viver depravado, e faz servir à sua firmeza os nossos mesmos pecados.
JSarto
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