terça-feira, dezembro 25, 2012
segunda-feira, dezembro 24, 2012
domingo, dezembro 23, 2012
Infelicíssima decisão
Antes de mais, duas ressalvas sobre Paulo VI:
1ª) Foi um Papa legítimo da Igreja Católica;
2ª) Na certeza de que a misericórdia divina é infinita, desejo com toda a sinceridade que se tenha salvado para a vida eterna.
Dito isto, a recente decisão de Roma concluir o processo de beatificação do Papa Paulo VI é infelicíssima: o recém Venerável foi o rosto visível máximo e o principal responsável pela maior crise de identidade que a Igreja Católica alguma vez atravessou, crise cujos efeitos devastadores se continuam a fazer sentir até aos dias de hoje. O simples facto de ter sido Paulo VI o Papa que tentou banir para sempre a Missa Tradicional de rito latino-gregoriano, conseguindo marginalizá-la com maligno sucesso na Igreja do Ocidente, é algo que por si só o tornaria indigno de uma beatificação (pesem embora, por exemplo, outros actos do seu pontificado como a “Humanae Vitae” ou o “Credo do Povo de Deus”).
A suceder essa beatificação, como fiel católico não terei outra alternativa que não seja a de acatá-la, mas o novo Beato não será objecto da minha devoção privada. A isso, em consciência, não sou obrigado. Ou, então, talvez lhe peticione para interceder pela Missa Tradicional de rito latino-gregoriano, para que esta volte a ser celebrada de modo efectivamente livre no mundo inteiro e em especial no meu país - Portugal. Quem sabe, quem sabe… Afinal, desejar isto já não é querer ser Papa no lugar do Papa…
A ler também - Paolo Mesto Un Santo?, no “Orbis Catholicus”.
sexta-feira, dezembro 21, 2012
A influência do Catolicismo na obra de Tolkien
A propósito da estreia do filme “O Hobbit”, o jornalista canadiano Michael Coren entrevista o Professor Joseph Pearce acerca da influência do Catolicismo na obra literária de Tolkien.
quinta-feira, dezembro 20, 2012
Sensacional Primeiro-Ministro Húngaro
Alguém imagina que qualquer uma das figurinhas patéticas que compõem a actual classe política portuguesa - gente menor e medíocre, no seu todo -, alguma vez pudesse discursar da forma e com o nível com que o fez recentemente o Primeiro-Ministro da Hungria? A resposta possível é apenas uma: claro que não! E que esta seja a triste realidade nacional do momento presente, é facto bem sintomático do estado de horrível degeneração, mais do que de mera decadência, a que Portugal chegou no seu todo…
***
Europe must return to Christianity before economic regeneration is possible, Prime Minister Viktor Orban of Hungary said at a conference last week. According to Orban, the growing economic crisis in Europe is one that originates in the spiritual, not the economic order. To solve this crisis, he proposed a renewal of culture and politics based on Christian values to save Europe from economic, moral and social collapse.
“An economic improvement is only possible for Europe and Hungary if souls and hearts rise, too,” Orban said at the XIV Congress of Catholics and Public Life on “Hope and the Christian response to the crisis.”
Behind every successful economy, Orban said, there is “some kind of spiritual driving force.”
“A Europe governed according to Christian values would regenerate.”
“The European crisis,” he said, “has not come by chance but by the carelessness and neglect of their responsibilities by leaders who have questioned precisely those Christian roots. That is the driving force that allowed European cohesion, family, work and credit. These values were the old continental economic power, thanks mainly to the development which in those days was done in accordance with [those] principles.”
Info Catolica, a Spanish language news site, quoted Orban saying that even the credit crisis has been driven by the abandonment of Christian principles. The Christian Church before the Reformation, he said, always opposed usury (the charging of exorbitant rates of interest on loans) - a practice that has led to massive, insoluble debt both at the national and individual, personal levels of families.
In a Christian Europe the excesses that have created the economic crisis would not have been possible, he said. “A Christian Europe would have noticed that every euro is worked for. A Christian Europe would not have allowed entire countries sink into slavery to credit.”
Orban, himself a Protestant, said it was the Protestant Reformation that first ushered in the age of usury and unfettered greed in which credit has been stripped of its moral dimension. Referring to the harsh “austerity measures” imposed by the EU on Greece and Italy, that have resulted in widespread unemployment and economic hardship, he said that political leaders have abandoned the “human aspects” of economics in efforts to contain the massive national debts accumulated by socialist governments over the last century.
Os bispos portugueses e o declínio da natalidade
Os bispos portugueses manifestaram recentemente a sua preocupação com o acentuado declínio da natalidade ocorrido nos últimos anos em Portugal. Parece-me louvável esse sentir perante este fenómeno, tal como julgo serem de elogiar as medidas sugeridas pelo episcopado nacional para combatê-lo. Porém, as mesmas medidas, ainda que necessárias, por si sós não são suficientes para inverter a tendência verificada.
De facto, a este respeito, seria de toda a utilidade que os nossos bispos recordassem e defendessem publicamente o magistério constante da Igreja Católica condenando a regulação artificial dos nascimentos - magistério perfeitamente explicitado nas importantíssimas encíclicas “Casti Conubii”, do Papa Pio XI, e “Humanae Vitae”, do Papa Paulo VI -, bem como seria de toda a utilidade que não temessem enfrentar e afrontar os disparates do mundo responsáveis pela situação a que chegámos quanto à queda dos nascimentos em terras lusitanas. Em consequência, seria de elogiar que não hesitassem em criticar de viva voz a ideologia feminista radical marxista do género e os seus derivados corporizados no ódio à maternidade (D. Jorge Ortiga, diga-se em abono da verdade, parece pretender - ainda que timidamente - contrariar este ódio), no anticoncepcionismo abortifaciente que transformou as mulheres portugueses em viciadas em pílulas, e no aborcionismo homicida puro e duro, para tal fim usando, sempre que possível e quando a tal se preste a maturidade dos fiéis ouvintes, a pregação dos púlpitos, mas também a administração do sacramento da Penitência nos confessionários e a leccionação dos cursos de preparação matrimonial (estes últimos, no presente, orientados muitas vezes de forma lastimável por leigos ignorantes e hostis aos magistério).
Seria bom que tudo isto assim fosse. Contudo, neste campo, as coisas não estão a suceder da forma desejada, como de resto em muitos outros. Tenhamos esperança que se modifiquem, exista vontade para isso no episcopado português.
sábado, dezembro 08, 2012
Festa da Imaculada Conceição
Conforme já aqui escrevi uma vez, a Epístola extraída do livro dos Provérbios (8, 22-35), lida a 8 de Dezembro, por ocasião da Festa da Imaculada Conceição, pela sua imensa e intensa beleza, é uma das minhas leituras preferidas ao longo de todo o ano litúrgico tradicional: nela descobrimos Nossa Senhora associada aos desígnios de Deus ainda antes do início da criação do mundo. Aqui fica:
Pertenci ao Senhor logo no início dos seus caminhos, ainda antes de Ele ter criado fosse o que fosse. Fui constituída desde a eternidade, em época remotíssima, ainda antes de o mundo existir. Quando fui concebida, ainda não havia abismos nem as fontes tinham brotado, nem se tinha erguido a mole imponente das montanhas; vim à luz antes de se altearem as colinas, quando ainda não tinha feito, nem a terra, nem os rios, nem os pólos do eixo do globo. Quando desdobrava os céus, já eu estava presente. Quando submetia os abismos ao curso das leis invioláveis; quando estendia os espaços siderais, e punha em equilíbrio as fontes subterrâneas; quando fixava os limites ao mar, e lhe impunha não violá-los; quando lançava os fundamentos da terra, - eu estava com Ele dispondo todas as coisas e deleitava-me sem cessar, jubilosa por me encontrar a seu lado, brincando sobre o globo da terra, e deliciando-me por viver entre os filhos dos homens. Agora, meus filhos, ouvi-me: “Felizes os que seguem os meus caminhos! Aceitai os meus ensinamentos, e cultivai a sabedoria, não os rejeitando. Feliz o homem que me encontra, e que permanece constantemente de vigia à minha porta, sem nunca deixar os seus umbrais! O que me encontrar, encontra a vida, e alcançará do Senhor a salvação”.
Sobre este texto, escreveu Dom Prosper Guéranger, no seu monumental “L’Année Liturgique” (destaques meus):
[Le] Fils de Dieu, dans le passage de l'Ecriture que l'Eglise nous propose aujourd'hui et que nous venons de lire, insiste sur sa préexistence à toutes les créatures qui forment cet univers. Comme Dieu, il est engendré de toute éternité au sein de son Père; comme homme, il était dans la pensée de Dieu le type de toutes les créatures, avant qu'elles fussent sorties du néant. Mais le Fils de Dieu, pour être un homme de notre filiation, ainsi que l'exigeait le décret divin, devait naître dans le temps, et naître d'une Mère : cette Mère a donc été présente éternellement à la pensée de Dieu comme le moyen par lequel le Verbe prendrait la nature humaine ; le Fils et la Mère sont donc unis dans le même plan de l'Incarnation; Marie était donc présente comme Jésus dans le décret divin, avant que la création sortît du néant. Voilà pourquoi, dès les premiers siècles du christianisme, la sainte Eglise a reconnu la voix de la Mère unie à celle du Fils dans ce sublime passage du livre sacré, et a voulu qu'on le lût dans l'assemblée des fidèles, ainsi que les autres passages analogues de l'Ecriture, aux solennités de la Mère de Dieu. Mais si Marie importe à ce degré dans le plan éternel ; si, comme son fils, elle est, en un sens, avant toute créature, Dieu pouvait-il permettre qu'elle fût sujette à la flétrissure originelle encourue par la race humaine? Sans doute, elle ne naîtrait qu'à son tour, ainsi que son fils, dans le temps marqué ; mais la grâce détournerait le cours du torrent qui entraîne tous lès hommes, afin qu'elle n'en fût pas même touchée, et qu'elle transmît à son fils qui devait être aussi le Fils de Dieu, l'être humain primitif qui fut créé dans la sainteté et dans la justice.
A "experiência da Tradição" em marcha
Missa Tradicional de rito latino-gregoriano celebrada na Basílica de São Pedro, em Roma, no dia 3 de Novembro último.
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