Por mero acaso, vi através da televisão as imagens de uma manifestação ocorrida ontem em Viana do Castelo, feita em protesto contra a realização de uma corrida de touros naquela cidade minhota. Reparei que entre os diversos cartazes empunhados pelos manifestantes, num se afirmava “Pelo fim dos crimes sem castigo!”, enquanto noutro se proclamava “Você escolhe, eles não!”, presumindo que “eles” são os touros de lide. Pensei para comigo: eis aqui dois belíssimos motes, susceptíveis de serem aplicados ainda com mais propriedade aos nascituros inocentes e indefesos, eliminados implacavelmente sem qualquer outra opção, por força do aborto, no próprio seio materno.
Estariam de tal factualidade cientes aqueles manifestantes? Estariam os mesmos, em coerência, dispostos a demonstrar igual empenho numa manifestação antiaborto? Ou suporiam antes que um touro de lide tem maior dignidade moral do que um nascituro? Julgariam porventura que uma lide taurina é acto moralmente mais grave do que o provocar a morte a um ser humano inocente e indefeso? É algo que dá que pensar, sobretudo a mim que nunca gostei de corridas de touros, que jamais assisti a uma corrida numa praça (fiquei-me por uma tourada à corda, na Ilha Terceira, nos Açores…) e que creio até ser a tauromaquia uma actividade em franco declínio, à qual a grande maioria dos portugueses fica indiferente.
1 comentários:
Estou completamente de acordo.
Ainda está para chegar o dia da ABOLIÇÃO DA PENA DE MORTE EM PORTUGAL.
Mata-se GENTE de pleno direito, sem acusação, sem direito a defesa e apenas porque... sim.
E depois desculpam-se com a justificação "pimba" de que o feto ainda não é pessoa formada.
Mas não se dão conta da contradição em que caiem, porque eles próprios "já formados" (???), com essa justificação, apenas provam que (eles sim), é que ainda não nasceram para a VIDA.
Esses criminosos não passam de fetos errantes que se recusam a "nascer". Não aspiram a ver o "SOL", não aspiram a viver com o "SOL", eternamente.
Por isso, é nossa missão rezar sem desfalecer, pelo nascimento das vítimas já condenadas e pela conversão dos seus carrascos.
José Costa.
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