A tese desenvolvida por Belloc neste livro é simples e conhecida, apesar de esquecida nos dias que correm. Convém, pois, recordá-la: na sua essência, a Europa é o resultado directo da cultura greco-romana clássica matizada pelo baptismo cristão que lhe foi ministrado pela Igreja Católica.
Sustenta Belloc que nunca ocorreu uma queda, uma desaparição no sentido literal da palavra, do Império Romano; este último, ao invés, a partir do século V, com o enfraquecimento dos laços centralizadores que uniam administrativamente as diferentes províncias imperiais a Roma, transmutou-se num conjunto de unidades politicamente independentes entre si, porém espiritualmente ligadas a Roma, já não pelo poder militar das legiões, mas pelo elo religioso nelas infundido pela Igreja Católica. E sob o influxo desta última, a Europa conseguirá superar o período obscuro e turbulento que se seguiu à desaparição do poder imperial romano e, a partir do século XI, guindar-se-á a uma nova época de dois séculos, que conhecerá o seu zénite coma Cristandade do século XIII - a Cristandade onde viveu São Tomás de Aquino -, em que mais do que nunca fará sentido o lema tão caro a Belloc: “a Europa é a Fé, e a Fé é a Europa!”
Com o dealbar do século XIV, e por causa daqueles que voluntária ou involuntariamente colaboram com as forças que imprimem um sentido anticristão à História, iniciar-se-á a erosão da Cristandade medieval, que culminará com a brutal ruptura da unidade espiritual europeia provocada pela reforma protestante do século XVI, o primeiro de muitos abalos que a Europa sofrerá na sua essência. Daqui se abrirão as portas sucessivamente à idolatria do poder absoluto do Estado, ao iluminismo jacobino, à revolução francesa, ao liberalismo laico e ao capitalismo desregrado, ao socialismo ateu, à revolução russa e à guerra mundial (este livro foi originalmente lançado em 1920), autênticas antecâmaras da erecção na Europa do Estado Servil ou Tecnocrático animado por uma ideologia anticristã, jacobina e internacionalista, antítese última das ideias de Cristandade e Europa, pois, como Belloc sempre insiste, “a Europa é a Fé, e a Fé a Europa!"
Leitura recomendada, já que - como li algures - conhecer a História é ser-se católico.
P.S. Para além da edição em língua inglesa deste livro, da responsabilidade da “TAN”, existe também uma espanhola, “Europa y la Fe”, publicada pela “El Buey Mudo”.
P.P.S. Este artigo é publicado em simultâneo no blogue “A Cigarrilha de Chesterton”.
Sustenta Belloc que nunca ocorreu uma queda, uma desaparição no sentido literal da palavra, do Império Romano; este último, ao invés, a partir do século V, com o enfraquecimento dos laços centralizadores que uniam administrativamente as diferentes províncias imperiais a Roma, transmutou-se num conjunto de unidades politicamente independentes entre si, porém espiritualmente ligadas a Roma, já não pelo poder militar das legiões, mas pelo elo religioso nelas infundido pela Igreja Católica. E sob o influxo desta última, a Europa conseguirá superar o período obscuro e turbulento que se seguiu à desaparição do poder imperial romano e, a partir do século XI, guindar-se-á a uma nova época de dois séculos, que conhecerá o seu zénite coma Cristandade do século XIII - a Cristandade onde viveu São Tomás de Aquino -, em que mais do que nunca fará sentido o lema tão caro a Belloc: “a Europa é a Fé, e a Fé é a Europa!”
Com o dealbar do século XIV, e por causa daqueles que voluntária ou involuntariamente colaboram com as forças que imprimem um sentido anticristão à História, iniciar-se-á a erosão da Cristandade medieval, que culminará com a brutal ruptura da unidade espiritual europeia provocada pela reforma protestante do século XVI, o primeiro de muitos abalos que a Europa sofrerá na sua essência. Daqui se abrirão as portas sucessivamente à idolatria do poder absoluto do Estado, ao iluminismo jacobino, à revolução francesa, ao liberalismo laico e ao capitalismo desregrado, ao socialismo ateu, à revolução russa e à guerra mundial (este livro foi originalmente lançado em 1920), autênticas antecâmaras da erecção na Europa do Estado Servil ou Tecnocrático animado por uma ideologia anticristã, jacobina e internacionalista, antítese última das ideias de Cristandade e Europa, pois, como Belloc sempre insiste, “a Europa é a Fé, e a Fé a Europa!"
Leitura recomendada, já que - como li algures - conhecer a História é ser-se católico.
P.S. Para além da edição em língua inglesa deste livro, da responsabilidade da “TAN”, existe também uma espanhola, “Europa y la Fe”, publicada pela “El Buey Mudo”.
P.P.S. Este artigo é publicado em simultâneo no blogue “A Cigarrilha de Chesterton”.