sexta-feira, março 19, 2004

Rua Cadetes de Toledo

Não deixam de ter o seu grau de curiosidade, certas coincidências que nos vão sucedendo. Uma destas noites, revisitando o prefácio que Gustavo Corção escreveu para a sua obra-prima final - "O Século do Nada" -, reflectia com algum descoroçoamento, e ao ritmo da leitura, na involução moral que a Espanha sofreu - e não só ela... - desde os tempos já remotos exaltados pelo notável escritor brasileiro até à actual modernidade tão louvada por tantos (in)conscientes distraídos - esqueceram-se que algumas das mais vistosas plantas crescem exactamente sobre matéria orgânica em decomposição… No dia seguinte, postas de lado estas considerações nocturnas, necessitando de enviar correspondência profissional para Castelo Branco, reparo, admirado, no endereço do meu destinatário - Rua Cadetes de Toledo. Não supunha que da toponímia da bonita cidade albicastrense constasse artéria como nome tão belo; e, então, em catadupa, veio-me à memória a leitura da véspera. Aqui fica ela:

"Mas a razão de todo este preâmbulo, onde já corri o risco de não conseguir o que mais almejava, não é a de me pintar para uma eventual posteridade, nem a de me desculpar de ser o que sou irremediavelmente. Outra é a razão. Pensando em tantos anos de ensino, de comunicações, de livros, de conferências, recapitulo preocupado, assustado, tudo o que andei transmitindo. Ou melhor, recapitulo o que deixei de dizer. Terei de fazer várias retificações, várias retratações, mas agora acode-me a idéia de uma omissão que implica uma série de recolocações, e pela qual eu estremeceria de vergonha e tristeza se, no momento de dizer o "nunc dimitis", me viesse à mente o relâmpago do negrume de tão espantosa omissão. Qual? A de nunca ter escrito em minha longa vida de escritor, entre tantas páginas de louvor e de admiração, de entusiasmo e de apologia, estas poucas palavras exigidas pela mais clara verdade e pela mais límpida justiça, sim, estas poucas palavras que já deveriam ter transbordado de meu coração agradecido e deslumbrado:

Honra e glória à Espanha católica de 1936.
Honra e glória a Dom José Moscardó Ituarte,
defensor do Alcazar, a seu, filho Luis Moscardó, a
Qeipo de Llano e a José Antonio Primo de Rivera.
"España libre, España bella
Con requetés y Falanges
con el tercio mui valiente..."
Honra e glória aos doze bispos mártires e aos quinze mil padres, frades e religiosas
"verdadeiros mártires em todo o sagrado
e glorioso significado da palavra" (Pio XI).
Honra e glória a todos que morreram
testemunhando com SANGRE: "Viva Cristo Rey"!

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