Acerca do caso envolvendo D. Carlos Azevedo - que já ganhou relevância internacional -, concordo com o Padre Nuno Serras Pereira: até prova em contrário, a prudência manda presumir inocência. Trata-se de um caso clássico de palavra do acusador contra a do acusado, no qual a prova é sempre muito difícil de ser feita e em que, dependendo das simpatias ou antipatias pessoais que os envolvidos nos mereçam, a tendência natural é crer na palavra de um ou de outro.
Por mim, após haver lido a reportagem da “Visão”, que quanto a factos concretos é efectivamente muito pobre, fico até convencido de que a sua publicação - numa revista de notória inspiração mundialista e jacobina, sublinhe-se - só foi possível por o seu autor, revelando a ignorância característica dos jornalistas em matéria religiosa, ter partido da suposição errónea de que D. Carlos Azevedo seria um bispo conservador.
Ora, D. Carlos Azevedo não é um bispo conservador, muito pelo contrário é um progressista e bem radical, como se pode comprovar pela leitura destes três artigos (I, II e III) publicados neste espaço. Assim, é notório que o tiro acaba por sair pela culatra à “Visão”, que com tal reportagem terá eliminado definitivamente as hipóteses que ainda restariam ao mesmo D. Carlos Azevedo de vir a ser o futuro Patriarca de Lisboa (cargo para o qual, pela sua postura doutrinária heterodoxa, é manifesto não servir, independentemente de ser ou não homossexual e culpado ou não de assédio sexual).