quarta-feira, setembro 26, 2007

Nos trilhos do Padre Julio Meinvielle


Do blogue do Corcunda:

A Doutrina Católica não acredita que as esferas política e moral existam de forma separada, que a política possa fazer algo que não seja impedir o Mal e promover a Justiça.

A solução para o Político remeter o Catolicismo para a esfera da crença privada foi o Modernismo de que Maritain foi o máximo expoente, que postulou a total independência da esfera política. Segundo esta perspectiva a política tem uma dimensão própria e dependente apenas da vontade dos cidadãos (…), em clara oposição com toda a Doutrina da Igreja que sempre concebeu a justiça como matéria pública e não matéria privada de expressão pública.

Nunca percebi como pode um Católico saber que a Doutrina Religiosa que o anima defende estas posições e desprezá-las em função de uma liberdade individual (autonomia) que surge com a tentativa de destruir tudo o que a Igreja significa, nem sequer percebi como é que se pode aceitar que estas posições “modernistas” se tornem maioritárias, mesmo quando em total contradição com a Igreja. Ao contrário do que muitos pensam, a Tradição faz parte da Revelação e não é substituível por um conjunto de apreciações de pensadores modernos que contradizem essa linha. Isso simplesmente não é Catolicismo.

Nem o liberalismo, nem o modernismo-católico, são soluções para o que quer que seja. Se um modernista-católico aceita a injustiça do político, simplemente porque deixámos de ter uma sociedade de cristãos, só posso dizer que esse é um pensamento frustrado, porque nada pode criar. Quando esta posição se cola ao pensamento liberal e à sua apologia de que a educação para o satanismo, para o hedonismo, para o homicídio, é uma questão privada ou de defesa do interesse estatal, é evidente o factor que predomina nesse pensamento, em clara oposição a dois milénios de história. O totalitarismo liberal é tão mau como os outros...

Fraternidade de Cristo Sacerdote e de Santa Maria Rainha


Na nova dinâmica conquistada pela tradição católica, de que se falou no artigo anterior, a nós portugueses, deve merecer particular atenção o aparecimento de um novo instituto religioso tradicional - a Fraternidade de Cristo Sacerdote e de Santa Maria Rainha - sedeado em Pontevedra, Galiza, Espanha, cujos objectivos são explicados pelo próprio fundador nesta entrevista que concedeu aos nossos amigos do blogue "Creer en México".

Eis aqui uma boa oportunidade de os católicos tradicionais do Norte de Portugal, em especial das zonas do Porto, Braga (que aconteceu ao rito bracarense?) e Viana do Castelo, poderem assistir com alguma periodicidade à celebração do Santo Sacrifício da Missa segundo o rito latino-gregoriano, tridentino ou de São Pio V, e desta maneira furarem o bloqueio que o episcopado português impiamente deseja continuar a impor à Missa tradicional.

De facto, é tristíssimo que Portugal, país de tão arraigadas tradições católicas, por força dos seus maus bispos, se esteja a transformar numa "aldeia de Astérix" do modernismo. Mas o triunfo da Missa de sempre há-de chegar também a terras lusitanas: não só pelo apostolado dedicado da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X entre nós, mas sobretudo de Fátima e por Fátima!

A nova dinâmica da Missa de sempre


De Madrid a Chicago, de Santiago do Chile (foto) a Londres, de Viena a Saint Louis, do Loreto a Nova Iorque, um pouco por todo o mundo, o Motu Proprio "Summorum Pontificum" já começou a produzir excelentes frutos, dando à Missa Tradicional um relevo e dinamismo como a mesma não possuía há quarenta anos, e isto mau-grado o desesperado esforço desenvolvido pelos muitos hereges modernistas ainda existentes ao nível episcopal, os quais tudo têm feito para perturbar a normal vigência do mesmo Motu Proprio. Na verdade, ainda não compreenderam que este existe para ser aplicado, e não interpretado restritivamente…


Fotografia via El Soldado Romano.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Estrategia contra la blasfemia


"Profanación del Santísimo Sacramento en Fuensalida (Toledo). Exposiciones blasfemas en Madrid, Castellón e Ibiza -éste último caso en un templo desconsagrado, propiedad de la Iglesia- usufructuado por el Ayuntamiento. O sea, para fastidiar. Ningún político, ni socialista ni popular, ha elevado la voz contra ninguno de estos desafueros, salvo la alcaldesa de Ibiza, pero para renegar de la infame censura artística que algunos pretenden. (¿Cómo van a hacerlo los del PP, si la exposición de Madrid ha sido acogida en un centro municipal de Cultura, del alcalde pepero Ruiz-Gallardón?). Precisamente, mientras el mismo alcalde, junto al socialista Felipe González, participaba en un acto de homenaje a ese gran tolerante que fue Jesús Polanco, la televisión de la Cuatro, se anuncia por todo Madrid con una vulgar parodia de la Última Cena, con el salutífero objetivo de promocionar la última estupidez telebasuril del grupo Polanco.
En el entretanto, al otro lado del Atlántico, la histórica catedral de Buenos Aires volvía a ser atacada con panfletos insultantes por gentes tan tolerantes como los gays y las feministas, mientras los medios informativos ocultaban “piadosamente” la escena.
Parece claro: la última batalla por los derechos, la libertad y la dignidad del hombre no será ni la vida, cimiento de otros muchos derechos, ni la familia, el refugio contra la opresión modernista, ni la educación, que no deja de ser una consecuencia del derecho de familia. No, la gran batalla que se avecina será la de la libertad religiosa. El Enemigo no va ahora a por la Iglesia, va a por Dios, por lo que orienta sus baterías contra la forma consagrada, contra la Eucaristía.
Con total impunidad, porque el blasfemo sabe que el cristiano no puede responder a la injuria con la injuria ni a la violencia con violencia. Por eso la blasfemia es tan cobarde. Pero provoca un dolor intenso y no conlleva riesgo alguno. Por eso, los corazones audaces, creyentes o no, desprecian la blasfemia, como lamentable práctica de progres sin agallas.
En España, el obispo Cañizares habla, directamente, de un intento de “eliminar” a la Iglesia. Un hombre pequeño puede precisar a un hombre grande, así que permítame mi admirado prelado matizar: no creo que el objetivo actual sea eliminar a la Iglesia sino a Dios: no es anticlericalismo, es pura Cristofobia. Por eso, los ataques más canallas se centran en la Eucaristía.
Y resultaría cómico, si no fuera trágico, porque, si resulta imposible eliminar a la Iglesia, a Dios no digamos.
En el entretanto, parafraseando al fervoroso Felipe González cuando afirmaba aquello de “¿Crisis en Europa? Más Europa”, la respuesta a la blasfemia es: “¿Ataques a la Eucaristía? Más amor a la Eucaristía, más sacar al Santísimo del Sagrario y exponerlo en la Custodia, más confesores a todas horas, más misas a todas horas, aunque los curas tengan que oficiar muchas veces al día”.
Por cierto, la iglesia madrileña de San Pascual Bailón se quedó pequeña para recibir a los fieles que siguieron el llamamiento de este monasterio de clarisas, ubicadas al lado de La Cibeles en Madrid, sobre una Noche en Blanco de adoración al Santísimo, el pasado sábado 22. Toda una alternativa a la Noche en Blanco del alcalde Gallardón, el que financia exposiciones blasfemas."

Eulogio López

(El artículo original se puede encontrar aquí)

(RCS)

sexta-feira, setembro 21, 2007

Um documento ultrajante


A carta que o Cardeal-Patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo, escreveu aos sacerdotes que exercem o seu ministério no Patriarcado de Lisboa é um documento ultrajante, prodígio de perfídia e cinismo, e monumento de farisaísmo heresiarca.

Saído do punho de um modernista radical impenitente e totalmente dominado pela hermenêutica da ruptura antitradicional inerente ao espírito do V2, confirma os piores receios que atempadamente aqui expusemos no artigo intitulado Os Bispos Portugueses e o Motu Proprio "Summorum Pontificum": impossibilitado de ignorar a vontade do Papa Bento XVI, ao invés do que sucedeu com a do Papa João Paulo II e o "Ecclesia Dei", o Patriarca de Lisboa tenta porém interpretá-la tão restritivamente quanto possível, com o desiderato final prático de continuar a boicotar o direito legítimo dos sacerdotes católicos de oficiarem sem restrições o Santo Sacrifício da Missa segundo o rito tradicional latino-gregoriano, e o dos fiéis de a este assistirem sem impedimentos.

Ademais de subverter genericamente toda intenção papal que presidiu à promulgação do "Summorum Pontificum", suscitam particulares interrogações as pretensões de Dom José Policarpo de limitar ao máximo a admissão de fiéis às Missas privadas, de apurar factualmente os motivos que levam estes a preferir e a pedir o rito tradicional, e de impedir a celebração da Missa Dominical de acordo com o rito tradicional, as quais se têm de reputar como notoriamente abusivas e sem qualquer apoio na letra e espírito do Motu Proprio de Sua Santidade.

Na verdade, o Papa convida vivamente os bispos a satisfazerem os desejos dos fiéis nesta matéria - cfr. artigo 7º do "Motu Proprio" - , reconhecendo de forma expressa na carta que escreveu àqueles primeiros o seguinte:

" (…) [podia-se] supor que o pedido do uso do Missal de 1962 se limitasse à geração mais idosa que tinha crescido com ele, mas entretanto vê-se claramente que também pessoas jovens descobrem esta forma litúrgica, sentem-se atraídas por ela e nela encontram uma forma, que lhes resulta particularmente apropriada, de encontro com o Mistério da Santíssima Eucaristia."

Assim, das duas uma: ou Dom José Policarpo não sabe interpretar um texto que também o tem por destinatário, o que é pouco provável; ou, então, está em flagrante e deliberada desobediência a Bento XVI, o que já se nos afigura muito plausível, e em perfeita consonância com a sua prática modernista. Por isto, é inadmissível que o Patriarca de Lisboa ouse falar no pseudo-cisma de Monsenhor Lefebvre, insistindo com má fé num lugar comum repetidas vezes desmentido por Roma, sem primeiro auto-examinar os frutos do seu próprio comportamento. É caso para dizer, com São Mateus (Mt. 7, 3-5): "Por que reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não vês a trave que está na tua vista? Como ousas dizer ao teu irmão: "Deixa-me tirar o argueiro da tua vista", tendo tu uma trave na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás melhor para tirar o argueiro da vista do teu irmão".

São múltiplas as questões que a infame carta de Dom José Policarpo levanta, as quais os católicos do Patriarcado de Lisboa - se acaso vierem a ser efectivamente lesados nos seus legítimos direitos assegurados pela Bula "Quo Primum", de São Pio V e reconfirmados pelo "Summorum Pontificum", de Bento XVI - não deverão hesitar em pôr à consideração e julgamento da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei, pois a esta incumbe zelar pelo bom cumprimento das disposições do "Motu Proprio" - cfr. o seu artigo 12º.

De facto, já não estamos nos anos 70, na altura do calamitoso pontificado de Paulo VI, quando se encontravam em Roma personagens sinistras como Bugnini, Villot, Casarolli e outras, época durante a qual os hereges modernistas tiveram praticamente rédea livre para implodir a Santa Igreja Católica. De uma vez por todas, esse tempo acabou!

Sobre o tema, recomendamos também a leitura do que escreveram os nossos amigos do Vetus Ordo (um excelente blogue católico tradicional português) e da Gazeta da Restauração.

segunda-feira, setembro 17, 2007

Abusos litúrgicos e São Tomás de Aquino


No passado dia 8 de Setembro, centenário da publicação da grande encíclica "Pascendi Dominici Gregis", de São Pio X, por um feliz acaso - porque efectivamente de um feliz acaso se tratou -, por volta das quatro horas e meia da tarde, tive a oportunidade de me encontrar a rezar por uns breves momentos na Capelinha das Aparições, no Santuário de Fátima.

Apercebi-me de que se preparava a celebração de uma Missa - de rito paulino, como é óbvio… -, com a numerosa participação de membros de um grupo juvenil cujo nome não consegui fixar, embora me recorde que nos pólos uniformizados que vestiam alguns deles tivessem nas costas uma face estilizada de Cristo, a qual de uma maneira pouco inocente recordava a do bandido e assassino comunista Ernesto "Che" Guevara, enquanto outros tomavam posição no coro da Capelinha guarnecidos de um vasto número de guitarras, pandeiretas e até um tambor!

De imediato, compreendi que estava à beira de principiar mais uma manifestação dos abusos e excessos típicos da nova liturgia modernista aberta ao homem e mundo, pelo que rapidamente me afastei do local, o mesmíssimo onde em Agosto de 2005 os peregrinos da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X foram perturbados e enxovalhados tão-só por nele terem pretendido rezar da forma que a Igreja sempre rezou, o que diz bem das prioridades de quem sobre o dito tem autoridade directa.

Claro que não censuro os jovens que participam nestas manifestações - vítimas das circunstâncias da pobre época que lhes calhou viver, as quais nunca os deixaram conhecer o verdadeiro Catolicismo - e ainda menos julgo as suas intenções subjectivas, tarefa que incumbe exclusivamente a Deus; mas objectivamente não posso deixar de criticar a Reitoria do Santuário de Fátima, que, com soberbo desprezo por todas as determinações que Roma tem vindo a emanar sobre matéria litúrgica, permite que este tipo de tristes eventos continue a ocorrer.

Ora, tendo dedicado parte do tempo das minhas últimas férias à leitura da "Suma Teológica", de São Tomás de Aquino (a II Secção da II Parte - Questões 57 - 122, correspondente ao volume VI publicado pelas Edições Loyola, de São Paulo), o acontecimento que acima relato não pôde deixar de me trazer à memória os ensinamentos do Doutor Angélico acerca do uso do canto e música no louvor a Deus, e também sobre a hipótese de no culto do Deus verdadeiro poder haver algo de pernicioso, isto a propósito do "novus ordo" e seus abusos.

Assim, transcrevo de tal obra, da questão 91, artigo 2, a resposta que São Tomás dá à 4ª objecção:

(…) deve-se dizer como ensina Aristóteles: "Para ensinar não se deve usar flautas nem instrumentos semelhantes, como a cítara e outros, mas tudo que possa contribuir para os ouvintes serem bons", até porque esses instrumentos musicais movem mais a alma para o deleite do que para a formação da boa disposição interior. No Antigo Testamento, usavam-se esses instrumentos, quer porque o povo era mais grosseiro e carnal, e por isso deviam ser estimulados por tais instrumentos, como também pelas promessas terrenas; quer porque esses instrumentos materiais eram figurativos.

De seguida, cito a resposta emitida na questão 93, artigo 1:

Agostinho também escreveu que a mais perniciosa das mentiras é a dita contra a religião cristã. Consiste a mentira em contradizer com sinais externos a verdade. Assim como se pode significar algo mediante as palavras, pode-se também, mediante acções. Foi acima estabelecido que o culto religioso consiste externamente em acções significativas. Poderá, pois, o culto externamente manifestado, quando propõe alguma mentira, ser pernicioso.

(…) deve-se dizer que sendo Deus a verdade, somente invocam Deus os que lhe prestam um culto autêntico em espírito e verdade: um culto que contenha falsidade não será invocação salvífica de Deus.

Enfim, extraio da resposta proferida na questão 94, artigo 2:

Sendo o culto exterior sinal do interior, assim como é pernicioso uma mentira quando se afirma em palavras o contrário da fé que nutre na alma, também é perniciosa a falsidade quando no culto exterior se manifesta a alguém o contrário do que lhe vai no coração.

De facto, como é recomendável a leitura de São Tomás de Aquino: poderoso antídoto contra todas as falácias dos modernistas, e verdadeiro deleite para o espírito, o que não se ganharia na actualidade se todos os católicos com possibilidades para tal o lessem regularmente!

segunda-feira, setembro 10, 2007

A lei do número e a defesa da tradição


O nosso amigo da "Gazeta da Restauração" mostra-se desolado pelo facto de a sua iniciativa "Tradicionalistas em Portugal" estar a correr mal, dado haver obtido até ao momento apenas vinte e uma respostas positivas.

Pessoalmente, não encararia com tal negativismo esse resultado: sem prejuízo de reconhecer que a ignorância religiosa é extrema em Portugal, estribando-se a fé da maior parte dos católicos portugueses exclusivamente numa piedade natural sem qualquer aprofundamento em termos doutrinários (passando, assim, a muitos desapercebida a importante questão dos ritos e da "lex orandi, lex credendi"), e também de saber que a iniciativa foi publicitada num meio - os blogues - acessível apenas a uma minoria activa, que antes de ser activa é minoria, a realidade é que a defesa da tradição católica nunca foi papel desempenhado por maiorias.

Efectivamente, um dos maiores gozos que a tradição me dá é o total desprezo que a mesma nutre pela lei do número e pelo reino da quantidade, ou seja, pela mentalidade democrática contemporânea que supõe ser a verdade definida pela vontade de cinquenta por cento mais um, e não pela adequação da inteligência à revelação, à consciência e à realidade.

Não fora assim, e como compreender que apenas dois bispos do episcopado do mundo então cristianizado - Santo Atanásio e Santo Hilário de Poitiers - se tenham oposto com determinação à heresia ariana que negava a natureza divina de Cristo, em matéria na qual até o próprio Papa - Libério - tergiversou? Ou que de todos os bispos ingleses, tão-só São João Fisher haja contrariado os erros de Henrique VIII? Ou ainda que somente a intervenção providencial de outros dois bispos - Monsenhor Marcel Lefebvre e Dom António de Castro Mayer - tenha impedido que, na segunda metade do século XX, os hereges modernistas e progressistas destruíssem a doutrina tradicional católica e a pedra angular que a corporiza em toda a plenitude - a Santa Missa de rito latino-gregoriano?

Não, vinte e uma pessoas interessadas na Santa Missa parece-me um número muito bom, e que se torna tanto melhor sabendo que alguns sacerdotes católicos portugueses já se começam a acercar da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X, manifestando o desejo de aprenderem a celebrar segundo o rito tradicional.

Por esta razão, estou em condições de informar que a mesma Fraternidade Sacerdotal de São Pio X, a exemplo do que já sucedeu em outros países europeus, vai iniciar nos próximos dias a distribuição de um DVD, com narração em língua portuguesa - ver fotografia a cima -, a cada um e todos os sacerdotes nacionais, onde se ensina a oficiar em conformidade com o rito latino-gregoriano, tridentino ou de São Pio V.

Desejo para esta iniciativa o máximo sucesso, e que a mesma possa contribuir para a efectiva implantação a curto-prazo no nosso País, do Motu Proprio "Summorum Pontificum", de Sua Santidade o Papa Bento XVI.

domingo, setembro 09, 2007

Cem anos de "Pascendi Dominici Gregis"


Há exactamente cem anos, no dia 8 de Setembro de 1907, São Pio X publicava a magistral encíclica "Pascendi Dominici Gregis", através da qual denunciava e condenava solenemente a heresia modernista, bem como os métodos utilizados pelos propagadores da mesma.

Tal heresia, mau-grado os avisos proféticos daquele Santo Papa, conduziria a Igreja ao longo do século XX, e muito especialmente após o Concílio V2, para o estado de caos e semi-destruição que nela presentemente persiste, pese embora o esforço desenvolvido pelo Pontífice actualmente reinante, Bento XVI, para inverter tal estado de coisas.

Ora, num triste tempo em que os cargos de responsabilidade na Igreja, muito em especial ao nível episcopal, continuam a ser ocupados por modernistas, ou seja, como São Pio X lhes chamava, por inimigos internos do Catolicismo, os quais não hesitam em lutar com tenacidade infernal contra toda e qualquer tentativa de restauração católica, nada mais oportuno do que conhecer o retrato que deles e das suas práticas é feito em tal encíclica pelo Papa que tinha por mote "Tudo instaurar em Cristo", encíclica de que aqui se deixa o trecho inicial:

A missão, que nos foi divinamente confiada, de apascentar o rebanho do Senhor, entre os principais deveres impostos por Cristo, conta o de guardar com todo o desvelo o depósito da fé transmitida aos Santos, repudiando as profanas novidades de palavras e as oposições de uma ciência enganadora. E, na verdade, esta providência do Supremo Pastor foi em todo o tempo necessária à Igreja Católica; porquanto, devido ao inimigo do género humano nunca faltaram homens de perverso dizer (At 20,30), vaníloquos e sedutores (Tit 1,10), que caídos eles em erro arrastam os mais ao erro (2 Tim 3,13). Contudo, há mister confessar que nestes últimos tempos cresceu de sobremaneira o número dos inimigos da Cruz de Cristo, os quais, com artifícios de todo ardilosos, se esforçam por baldar a virtude vivificante da Igreja e solapar pelos alicerces, se dado lhes fosse, o mesmo reino de Jesus Cristo. Por isto já não Nos é lícito calar para não parecer faltarmos ao Nosso santíssimo dever, e para que se Nos não acuse de descuido de nossa obrigação, a benignidade de que, na esperança de melhores disposições, até agora usamos.

E o que exige que sem demora falemos, é antes de tudo que os fautores do erro já não devem ser procurados entre inimigos declarados; mas, o que é muito para sentir e recear, se ocultam no próprio seio da Igreja, tornando-se destarte tanto mais nocivos quanto menos percebidos.

Aludimos, Veneráveis Irmãos, a muitos membros do laicato católico e também, coisa ainda mais para lastimar, a não poucos do clero que, fingindo amor à Igreja e sem nenhum sólido conhecimento de filosofia e teologia, mas, embebidos antes das teorias envenenadas dos inimigos da Igreja, blasonam, postergando todo o comedimento, de reformadores da mesma Igreja; e cerrando ousadamente fileiras se atiram sobre tudo o que há de mais santo na obra de Cristo, sem pouparem sequer a mesma pessoa do divino Redentor que, com audácia sacrílega, rebaixam à craveira de um puro e simples homem.

Pasmem, embora homens de tal casta, que Nós os ponhamos no número dos inimigos da Igreja; não poderá porém, pasmar com razão quem quer que, postas de lado as intenções de que só Deus é juiz, se aplique a examinar as doutrinas e o modo de falar e de agir de que lançam eles mão. Não se afastará, portanto, da verdade quem os tiver como os mais perigosos inimigos da Igreja. Estes, em verdade, como dissemos, não já fora, mas dentro da Igreja, tramam seus perniciosos conselhos; e por isto, é por assim dizer nas próprias veias e entranhas dela que se acha o perigo, tanto mais ruinoso quanto mais intimamente eles a conhecem. Além de que, não sobre as ramagens e os brotos, mas sobre as mesmas raízes que são a Fé e suas fibras mais vitais, é que meneiam eles o machado.

Batida pois esta raiz da imortalidade, continuam a derramar o vírus por toda a árvore, de sorte que coisa alguma poupam da verdade católica, nenhuma verdade há que não intentem contaminar. E ainda vão mais longe; pois pondo em obra o sem número de seus maléficos ardis, não há quem os vença em manhas e astúcias: porquanto, fazem promiscuamente o papel ora de racionalistas, ora de católicos, e isto com tal dissimulação que arrastam sem dificuldade ao erro qualquer incauto; e sendo ousados como os que mais o são, não há consequências de que se amedrontem e que não aceitem com obstinação e sem escrúpulos. Acrescente-se-lhes ainda, coisa aptíssima para enganar o ânimo alheio, uma operosidade incansável, uma assídua e vigorosa aplicação a todo o ramo de estudos e, o mais das vezes, a fama de uma vida austera. Finalmente, e é isto o que faz desvanecer toda esperança de cura, pelas suas mesmas doutrinas são formadas numa escola de desprezo a toda autoridade e a todo freio; e, confiados em uma consciência falsa, persuadem-se de que é amor de verdade o que não passa de soberba e obstinação. Na verdade, por algum tempo esperamos reconduzi-los a melhores sentimentos e, para este fim, a princípio os tratamos com brandura, em seguida com severidade e, finalmente, bem a contragosto, servimo-nos de penas públicas.

Mas vós bem sabeis, Veneráveis Irmãos, como tudo foi debalde; pareceram por momento curvar a fronte, para depois reerguê-la com maior altivez. Poderíamos talvez ainda deixar isto desapercebido se tratasse somente deles; trata-se porém das garantias do nome católico.

Há, pois, mister quebrar o silêncio, que ora seria culpável, para tornar bem conhecidas à Igreja esses homens tão mal disfarçados.

E visto que os modernistas (tal é o nome com que vulgarmente e com razão são chamados) com astuciosíssimo engano costumam apresentar suas doutrinas não coordenadas e juntas como um todo, mas dispersas e como separadas umas das outras, afim de serem tidos por duvidosos e incertos, ao passo que de facto estão firmes e constantes, convém, Veneráveis Irmãos, primeiro exibirmos aqui as mesmas doutrinas em um só quadro, e mostrar-lhes o nexo com que formam entre si um só corpo, para depois indagarmos as causas dos erros e prescrevermos os remédios para debelar-lhes os efeitos perniciosos.

sábado, setembro 08, 2007

Ahora a Polonia ... ¿Cuándo le tocará al resto?

El Parlamento Europeo ha condenado a Polonia por homofobia. En varios países ya se ha condenado a la cárcel a ministros protestantes y a Sacerdotes católicos por predicar contra la homosexualidad. Incluso en Israel se ha reprimido duramente a la comunidad judía ortodoxa este verano por oponerse a la manifestación “gay” que desecró Jerusalem.
Dado que esta gente aplica el principio de la gradualidad lo lógico es esperar que uno de los próximos ataques sea uno, bastante frontal, contra la misma Iglesia.
Por muchas explicaciones ridículas que quieran soltar, las Sagradas Escrituras son clarísimas con respecto a la homosexualidad y Nuestro Señor Jesucristo fue también clarísimo al insistir que todo pecador es una persona querida y amada que debe abandonar su vida de pecado si no quiere perecer eternamente:

“Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario. Como não se preocupassem em adquirir o conhecimento de Deus, Deus entregou-os aos sentimentos depravados, e daí o seu procedimento indigno. São repletos de toda espécie de malícia, perversidade, cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade. São difamadores, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, altivos, inventores de maldades, rebeldes contra os pais. São insensatos, desleais, sem coração, sem misericórdia. Apesar de conhecerem o justo decreto de Deus que considera dignos de morte aqueles que fazem tais coisas, não somente as praticam, como também aplaudem os que as cometem.” (Rom 1, 27-32)

Sobre la homosexualidad (que no sobre los homosexuales, a los que se invita a abandonar ese pecado que clama venganza al Cielo) también San Pablo predicaba oportuniter et importuniter.

Rafael Castela Santos

domingo, setembro 02, 2007

Un joven dominico

El otro día me encontré con un joven Dominico. Me confesó que le gusta y le atrae la Misa Tridentina, pero me decía (¡es como para rasgarse las vestiduras!) que durante toda su formación jamás estudió Latín con los Dominicos. Apenas un año de Latín durante la Secundaria y lo que él, de manera autodidacta, ha estudiado. Como me consta que A Casa de Sarto es leída en Roma voy a soltar una maldad: ¿Y por qué no permitir en el interim que se diga la Misa Tridentina en lengua vernacular? Una medida provisional, 7 años digamos, hasta que muchos de estos Sacerdotes puedan dominar el Latín. Eso sí: Misa Tridentina bien traducida, sin aberraciones tipo “pro multis” traducidas como “por todos” o cosas por el estilo.
En el caso de nuestro joven Dominico su otro gran temor era las represalias a que se vería sometido por la Comunidad y su Superior, un hombre ciertamente hostil a la Tradición. De este caso también saca uno la conclusión de que hay mucho individuo tóxico por ahí (sí, también hay Curas y Obispos tóxicos) que van a hacer todo cuanto esté en sus manos para obstaculizar la Misa Tridentina.

Rafael Castela Santos