A Doutrina Católica não acredita que as esferas política e moral existam de forma separada, que a política possa fazer algo que não seja impedir o Mal e promover a Justiça.
A solução para o Político remeter o Catolicismo para a esfera da crença privada foi o Modernismo de que Maritain foi o máximo expoente, que postulou a total independência da esfera política. Segundo esta perspectiva a política tem uma dimensão própria e dependente apenas da vontade dos cidadãos (…), em clara oposição com toda a Doutrina da Igreja que sempre concebeu a justiça como matéria pública e não matéria privada de expressão pública.
Nunca percebi como pode um Católico saber que a Doutrina Religiosa que o anima defende estas posições e desprezá-las em função de uma liberdade individual (autonomia) que surge com a tentativa de destruir tudo o que a Igreja significa, nem sequer percebi como é que se pode aceitar que estas posições “modernistas” se tornem maioritárias, mesmo quando em total contradição com a Igreja. Ao contrário do que muitos pensam, a Tradição faz parte da Revelação e não é substituível por um conjunto de apreciações de pensadores modernos que contradizem essa linha. Isso simplesmente não é Catolicismo.
Nem o liberalismo, nem o modernismo-católico, são soluções para o que quer que seja. Se um modernista-católico aceita a injustiça do político, simplemente porque deixámos de ter uma sociedade de cristãos, só posso dizer que esse é um pensamento frustrado, porque nada pode criar. Quando esta posição se cola ao pensamento liberal e à sua apologia de que a educação para o satanismo, para o hedonismo, para o homicídio, é uma questão privada ou de defesa do interesse estatal, é evidente o factor que predomina nesse pensamento, em clara oposição a dois milénios de história. O totalitarismo liberal é tão mau como os outros...