1º) O aborto, eufemisticamente denominado pelos extremismo de esquerda e oportunismo de direita como interrupção voluntária da gravidez, não passa do assassinato no próprio ventre materno de um ser humano inocente e indefeso;
2º) Porque o aborto acarreta sempre a eliminação de uma vida humana, não existe um aborto a apoiar - o legal - e um aborto a criticar - o clandestino; o aborto é sempre um acto intrinsecamente mau, independentemente das situações concretas em que seja praticado, e, portanto, deve ser liminarmente rejeitado;
3º) O aborto nunca deixa de ser objectivamente errado e censurável, apesar de, em circunstâncias bem específicas e concretas, a culpa moral subjectiva das mulheres que abortam poder ser mínima e até inexistente;
4º) Porém, é aos tribunais - se necessário, em julgamentos à porta fechada - que incumbe apurar caso a caso tal circunstancialismo redutor ou eliminador da responsabilidade criminal da mulher que abortou; o legislador, vocacionado para ordenar em termos gerais e abstractos a vida da sociedade tendo em vista o seu bem comum, está, por um lado, naturalmente impossibilitado de apurar a factualidade prática que rodeia cada caso de aborto, e, por outro, não se encontra em condições de pressupor que todas as mulheres que abortem o façam em estado de necessidade desculpante, na medida em nada de nada sustenta esse lugar comum esquerdista;
5º) Um mal - as más condições de vida de certas franjas populacionais - não se resolve com outro mal - o aborto; soluciona-se, antes, com a promoção a jusante de uma sexualidade consciente e responsável, baseada nos ensinamentos tradicionais da moral cristã, e a montante com a adopção de políticas que possibilitem o efectivo desenvolvimento económico e social do país e a melhoria do nível de vida de tais camadas da população;
6º) Estranha-se que a esquerda, pretensamente amiga dos desfavorecidos, surja a apoiar o aborto como modo de combater a pobreza, pois paradoxalmente, da postura por ela sustentada, retira-se que todos aqueles que são gerados por mães pobres são potencialmente abortáveis. Isto é eugenismo: afinal, quem é verdadeiramente hipócrita aqui? Ou será antes, para quem acaso ainda não se tivesse apercebido, que a esquerda, ao defender o aborto, deixou cair a máscara do cinismo com que habitualmente se resguarda, mostrando a sua verdadeira face de propugnadora de uma ideologia niilista de ressentimento, inimizade e ódio para com toda a ordem moral natural, isto é, cristã?
7º) E, finalmente, percebe-se qual o verdadeiro objectivo dos defensores do aborto a simples pedido: sob o pretexto da defesa das mulheres socialmente desfavorecidas, eles mais não pretendem do que impor uma medida legislativa que os ponha a salvo do seu comportamento profundamente leviano, promíscuo, debochado e, sobretudo, egoísta, comportamento típico de escravos dos seus próprios vícios, desresponsabilizando-os e desculpabilizando-os das consequências dos seus actos, mesmo que para tal tenham de recorrer a uma "ultima ratio" "anticonceptiva", ou seja, o homicídio de um ser humano inocente e indefeso.
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