"Não designa aqui, como na linguagem comum, o partido ou o estado de espírito propenso à defesa das liberdades. Nesse sentido todos nós somos liberais, desde que não apreciemos a coerção totalitária. No sentido filosófico, porém, liberalismo designa todo um universo de critérios e valores produzidos pelo triunfo do empirismo. É uma Weltanschauung composta de cientificismo, progressismo, ceticismo metafísico e religioso, e principalmente caracterizado por uma tolerância larga, tida com alta virtude, que vem do desapreço da verdade e do bem tomados como critérios absolutos. Pilatos era um liberal do século XIX quando lavou as mãos talvez sorrindo da embaraçosa pergunta que fizera ao pobre "rei dos judeus". As composições principais do liberalismo são:
O RELATIVISMO INTELECTUAL
O RELATIVISMO MORAL
Debaixo de seu aspecto bonachão "o liberalismo é o pecado", como diz o espanhol Sarda y Salvani; é a manifestação do orgulho primitivo, da soberba elementar, em linguagem filtrada pelo enlightment e pelo cientificismo. É, em suma, a filosofia do individualismo, pela qual cada um vive segundo as próprias leis".
GUSTAVO CORÇÃO - Dois Amores, Duas Cidades - Rio de Janeiro, Agir, 1967
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