segunda-feira, janeiro 02, 2006

A angústia de um católico tradicional no período natalício

Por a quadra festiva decorrer até ao próximo dia 6 de Janeiro, e mau-grado o Natal e Ano Novo já terem passado, como católico tradicional, e ainda que tardiamente, não posso deixar de deplorar o quanto me entristece o modo como o mundo moderno perverteu completamente o verdadeiro sentido deste tempo, sobretudo do período adventício. Um momento que deveria constituir uma pequena Quaresma, altura ideal de penitência, bem como de meditação nas Primeira (Encarnação) e Segunda (Juízo Final) Vindas de Cristo à Terra - não é por acaso que se lê último Domingo do tempo comum, no calendário litúrgico tradicional, o capítulo 24, versículos 15 a 44, do Evangelho de São Mateus; e no primeiro Domingo do Advento, o capítulo 21, versículos 25 a 36, do Evangelho de São Lucas -, transformou-se numa época de irreflexão, frenesi materialista, e alienação espiritual. Por esta razão, compreendo perfeitamente o desabafo do Bic Laranja e, acima de tudo, o sentimento de angústia que W. plasma no seu magnífico blogue "Traditio in Radice".

E, a talhe de foice, deixo aos meus leitores este trecho de um artigo de John Zmirak (recomendo a leitura integral), publicado na "American Conservative", dirigida superiormente por Pat Buchanan, e da qual tenho o legítimo prazer de ser assinante:

"Perhaps it’s just as well. The way things are going, by the time the Christmas season actually does begin—on Dec. 25—most of us are sick to death of it and ready to move on. Besides, we need time to prepare spiritually for New Year’s and Valentine’s Day.

Some pious, dour Christians have started a countermovement, attempting to revive the original significance of Advent as a season of penance and prayer. Noting that in the early church people fasted three times a week throughout this season and treated it as a little Lent, these people refuse to throw holiday dinners before Dec. 24, skip office parties, and hold off on shopping and decorating their homes. They pile the kids into the minivan full of pro-life bumper stickers and take them to weekly Confession as a condition for attending those mid-December “holiday” festivities. They light their Advent wreaths in a darkened house.

This suits us curmudgeons just fine: we usually forget to decorate until it’s too late—when trees just happen to be half-price. We’ve always gone shopping on Christmas Eve, usually in one stop at Barnes & Noble, which stays open till midnight and gift-wraps for free. We don’t attend office parties either—the combination of free liquor, forced good cheer, randy co-workers, and thinly suppressed office politics make such events a great occasion for getting in a foolish fling or a fist-fight, then fired.

By insisting pedantically on the true meaning of Advent, you acquire a righteous excuse for skipping all this blather and playing Scrooge right up through Dec. 24—after which you can enjoy the holiday season all alone. Open a bottle of wine and unwrap those presents you bought yourself. A blessed Santaclaustide to one and all."

JSarto

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