Deus conhece a atenção, o cuidado, a engenhosidade e o zelo que cada um pode consagrar para um maior êxito dos seus negócios.
Quem não se forma e informa nesse domínio? Quem não se documenta? Quem não recorre a técnicos preparados? Por vezes, dias e noites decorrem na pesquisa de uma fórmula capaz de permitir um aumento de lucros ou ultrapassar um concorrente.
Mas quando se trata do destino da sociedade (da qual depende, no entanto, a prosperidade durável dos negócios privados), a rotina, a negligência, a irreflexão, a incoerência e a preguiça transformam-se na lei desses homens, cuja sabedoria e espírito de iniciativa são, no entanto, admirados.
Passageiros que limpam a humidade do seu camarote mas que recusam a interessar-se pela possibilidade do seu navio soçobrar num instante.
A verdade é que perdemos o nosso tempo com ninharias e que concedemos aos "tabus" mundanos mais tempo do que aquele que seria necessário para trabalhar vitoriosamente pela salvação da cidade.
Uma preocupação obsessiva pelo conforto chega mesmo a constituir entre nós um clima de materialismo inexpugnável. Materialismo que já não se exibe, como outrora, através de máximas vis e provocantes. O que tinha a vantagem de alertar os melhores. Mas um materialismo de facto, inteiramente implícito, que sem nos impedir de ir à missa não deixa por isso de realizar menos o maior fenómeno político de absenteísmo verificado desde a queda do Império Romano. E esse morreu.
Cristãos que se pretendem excelentes maridos, excelentes pais de família, excelentes empregados, excelentes paroquianos.
Todos podem contar com eles.
Salvo a sua cidade. Salvo a sua Pátria!
(…)
Portanto, à acção!
Ela constitui o grande dever desta hora.
Não há tempo a perder, já proclamava Pio XII. O tempo de reflexão e dos projectos já passou. Estamos na hora da acção! Estais prontos para ela? As frentes opostas, no domínio religioso e moral, delimitam-se cada vez mais claramente. É o momento de prova. A dura corrida de que fala São Paulo já começou. É a hora do esforço intenso. Alguns instantes chegam para decidir a vitória.
Nunca, talvez, a salvação da sociedade dependeu do esforço de um número de pessoas tão pequeno.
É preciso ainda que esse pequeno número queira e saiba querer.
Alguns sobressaltos ou alguns movimentos de cólera tardia para nada servirão.
Tenhamos cuidado para não merecermos ouvir dizer aquilo que a mãe do último rei mouro de Granada lançou contra o seu filho, quando teve de abandonar a sua capital: "É inconveniente chorar e barafustar como uma mulher, quando se está em vias de perder aquilo que não se teve vontade de defender como um homem".
Jean Ousset - 1974
JSarto
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