sexta-feira, setembro 30, 2005

El gnosticismo, corriente actual

Sobre el gnosticismo no cabe afirmar que está desaparecido, que es mi mayor caveat al artículo aquí colgado. De hecho no periclita tras el siglo IV, sino que se transmuta o mimetiza en otros movimientos. Más aún: se refuerza. En un tiempo tan materialista como el nuestro la concepción católica de la materia versus el abordaje gnóstico resulta especialmente relevante. Y tampoco es menos relevante la visión gnóstica, a menudo denominada esotérica, de Jesucristo. De hecho el mundo moderno tiende a presentar a Cristo completamente vaciado de su dimensión histórica, es decir, de su existencia real.
La mayor parte de las herejías contra la fe cristiana tienen un origen gnóstico. Cátaros o albigenses son esencialmente y fundamentalmente gnósticos, como los bogomilos. Ellos estuvieron a punto de fracturar la Cristiandad europea en la Alta Edad Media, y mucho de ello habría acontecido si Dios no hubiese suscitado un Santo como Santo Domingo y un Reino como el de Aragón que fueron los que conjuraron espiritual y militarmente al peligro que se cernía sobre toda Europa desde la Occitania. Gnósticos habían sido los nestorianos, los monofisitas y todas esas demás sectas donde se cuestionaban las naturalezas (o la persona) de Nuestro Señor Jesucristo. Gnósticos fueron Huss, o Wycliff. Y todos sabemos los estragos que causaron en Europa. Gnóstico era Lutero, de quien se ha encontrado en su Biblia personal un 80 % de anotaciones al margen manuscritas procedentes de autores gnósticos. Y mucho de gnóstico tiene el Protestantismo. Entre otras cosas (¡nada menos!) que su consenso acerca de la naturaleza corrupta (que no caída, como la Iglesia proclama) del ser humano. Del mismo modo que no se pueden soslayar las vetas gnósticas tanto del Renacimiento, visibles en la Academia romana de Pomponio Leto, en el Quirinal, o en la Revolución Francesa, más perceptibles aquí a veces en las facciones “moderadas” que en las jacobinas. Cábala y gnosticismo fúndense en una simbiosis íntima para dar origen al progresismo, como nos narra el Padre Julio Meinvielle en su obra cumbre “De la Cábala al Progresismo”. Como gnóstica es la New Age (véase este trabajo o este otro artículo) o la Teosofía. De hecho la Nueva Era es la religión neopagana de nuestro tiempo por excelencia. Y gnóstica, también, es la Masonería.
Hélio Drago Romano realiza en portugués un estudio recomendable sobre la gnosis. Analiza el profesor Romano ciertos veneros filosóficos de la gnosis, que también demuestran que nos hallamos ante un pensamiento que sigue siendo actual. Particular interés es la relación que él halla entre gnosis y descartesianismo, entre gnosis y romanticismo, entre gnosis y modernismo via hegelianismo y –por supuesto- entre gnosis y comunismo (no en vano Feuerbach y Marx son hijos espirituales de Hegel). Mención aparte merece el tema del modernismo en su relación a Teilhard de Chardin, quien ha sido condenado. Citemos al Profesor Drago Romano:
“Considerando concretamente, na seqüência histórica dos fatos, o ateísmo não é mera negação teórica da existência de Deus, mas uma "opção contrária" e uma atitude vivida em face da religião. Toma essa recusa dois aspectos na história do Ocidente. Escreve o autor: "São Paulo apresenta dois modos de o homem recusar a Deus: o do pagão pela idolatria e o do judeu pela infidelidade. O pagão idólatra não quer conhecer a Deus, o judeu infiel não O quer reconhecer". Ambos substituem a Deus, na relação religiosa de pessoa para pessoa, por uma projeção do próprio homem. Para Martin Buber, a modalidade principal dessa recusa se encontra na gnose, que reduz a atitude religiosa a uma forma de filosofia. "Ela e não o ateísmo no sentido restrito é que suprime Deus (enquanto conhecido e amado) [...] ela é o verdadeiro adversário da realidade da fé".
“A heresia gnóstica, que pretende atingir o conhecimento do bem e do mal, surge no segundo século, havendo quem a considere anterior e fundada por Simão, o Mago, personagem citado nos Atos dos Apóstolos. Grande foi a pluralidade de suas seitas, tendo como principais características: aceitar a existência de um Deus inacessível, que não é criador nem do mundo nem da matéria [do mal]; socorrer-se da cosmologia do platonismo médio e de Filo, submetendo a ela a soteriologia cristã; conceber o homem como composto de dois elementos [preparação remota do cartesianismo]: um bom, o espírito, e outro mau, a matéria; dividir os homens em categorias tais como materiais, psíquicos e pneumáticos, possuindo estes últimos um conhecimento mais elevado que o da fé.
O que entretanto melhor caracteriza a gnose (e provavelmente faz Buber considerá-la uma categoria universal) é sua atitude de conceber à razão precedência relativa ao dado revelado e à fé.
É pois uma forma de racionalismo, mas de racionalismo que não se sustenta e que permite a submissão da inteligência à mais desvairada imaginação (fato ocorrido em todos os surtos do gnosticismo).
[…]
Há também o caso de um certo Isidoro, filho de Basílides (fundador da gnose de Alexandria), que ‘abandonou os temas cosmológicos para fixar-se na antropologia. Ensinava cruamente e necessidade de satisfazer as mais baixas paixões como meio de adquirir a tranqüilidade da alma requerida pela oração [subtrair-se às repressões e alcançar a beatitude; — um precursor de Marcuse] (...) Semelhantes aberrações aparecem mais tarde entre os iluministas’.
A gnose não é necessariamente uma forma de heresia do cristianismo. Pode surgir em outras configurações religiosas, culturais, passando a constituir uma forma de idolatria qualquer. Concretamente o gnosticismo que contaminou nossa civilização é uma forma herética do cristianismo. […]
Parece lícito julgarmos que realmente participa a gnose tanto da infidelidade quanto da idolatria.
[…]
Uma forma de gnose é também o maniqueísmo. Dependente deste é a heresia albigense que prepara o fim da Idade Média. Esperamos que o leitor completando com a imaginação o que nossa arte não lhe pode oferecer, sinta o ácido e inebriante gosto do ‘vin herbez’ que Tristão e Isolda beberam; e sinta a gravidade mortal do maniqueísmo, isto é, de tendência mortal da alma humana para ver o mal nas coisas, como que as limitando ou as tingindo de negro, reaparecerá mais tarde, depois das efêmeras euforias da Renascença. Mas assim como o demônio se veste da aparência que convém a cada pessoa ou episódio, também essa emanação dos infernos se vestirá ao gosto da época. Tempo virá em que o pessimismo humano terá a suprema melancolia dos algarismos usados nos índices sócio-econômicos; agora, neste fim de Idade Média, ele tem a beleza e os lampejos sonhados nos vitrais maravilhosamente compostos pela piedade de um povo cristão. (...) ‘O mundo doravante não será mais um mistério inspirado por Deus; será obra da humana racionalidade’
Passam-se os séculos. O racionalismo cartesiano e o princípio protestante da livre interpretação da Sagrada Escritura preparam uma nova eclosão gnóstica que receberá o nome de Iluminismo. ‘Os humanistas da Renascença tinham como meta ideal o retorno à cultura clássica da Grécia e de Roma. Os ‘filósofos’ do Iluminismo projetam sua ilimitada confiança no futuro, para o qual tende o progresso da Humanidade. Estão convencidos de que iniciam uma nova idade, encontrado o caminho que conduz à verdade, à liberdade e à felicidade de todo gênero humano. O passado é um peso morto, um estorvo de que é preciso libertar-se. A Idade Média, dominada pelo cristianismo, não é mais que sombras, barbaria, trevas e tirania. Contrastando com ela, surge um tempo novo, o século das luzes. O homem é auto-suficiente. Pode aperfeiçoar-se indefinidamente a si mesmo com suas próprias forças’ ‘A nova ideologia afere-se à formulação proposta por Spinoza no ‘Tractus theologico-politicus’ (1670): ‘O dado revelado é para um povo e para um tempo e está subordinado à razão que é a revelação permanente e profunda da essência divina’.
‘Não se limita [o iluminismo] como o humanismo a uns quantos homens de letras, mas desce à classe média burguesa, e chega, ainda que sem penetrá-la, à massa ignorante que lhe servirá de instrumento para as subversões políticas. O ambiente estava preparado desde o Renascimento e suas primeiras manifestações são encontradas nos países mais penetrados pela reforma protestante e pela nova filosofia’.
Surge na Inglaterra, onde também prolifera a Maçonaria, que foi o eficiente instrumento de divulgação do Englightenment. Os maçons postulam um ser supremo, o Grande Arquiteto do Universo, que (longe de ser o Dominus Deus Sabaoth, o Deus dos Exércitos) não passa de uma divindade da gnose.
O Iluminismo francês inicia-se com o Enciclopedismo e alcança sua maior expressão em Rosseau. Prega contra a Igreja, o trono, o ‘ancien regime’, as ‘estruturas medievais’; proclama os ideais da fraternidade, de igualdade, de liberdade; professa confiar na ciência, na razão, no progresso necessário; prepara (com a ativíssima ajuda das lojas maçônicas) a Revolução Francesa e a guilhotina.
O Iluminismo francês será ultrapassado em sua influência histórica e cultural pela Aufklärung alemã, condicionada fortemente pela mentalidade protestante (na livre interpretação da Escritura, o ‘carisma’ individual dispensa o magistério da Igreja e a razão humana tem precedência sobre a autoridade de Deus Revelador).
Propõe a Aufklärung que a Filosofia substitua a Religião, abrindo assim caminho para outros substitutos: a Política, a Ciência e a Técnica.
Vai confluir o Iluminismo germânico na tríade Fichte, Shelling e Hegel, ex-seminaristas luteranos.
O gnosticismo hegeliano contaminará profundamente a cultura ocidental. Essa infecção contribuirá para produzir as graves crises e os modernos delírios civilizacionais.
[…]
Em nome do saber absoluto, certamente um conhecimento superior ao da fé, como possuíam os "pneumáticos" da primeira gnose, propõe ele ainda: a assimilação da religião pela filosofia, os fundamentos da secularização e da demitização, as bases do Estado totalitário, a moral do sucesso, a história do devir do Espírito-Absoluto e regra suprema do bem e do mal.
Do conceito hegeliano de Deus pode dizer-se que contradiz as exigências da natureza divina (o que caracteriza para o Pe. Fabro uma forma de ateísmo). Feuerbach percebe o artificialismo dessa divindade e transpõe os atributos dela para a matéria. Nisto, Marx e Engels propõem o seu sistema, com o qual pretendem superar o idealismo, mas confundem o mundo real e o mundo material. O novo sistema perde consistência lógica ao conceber as prerrogativas do "espírito" à matéria, que passa a ser eterna e a evoluir em constante progresso dialético, atingindo no homem sua forma consciente.
A nova seita não apresenta nem Demiurgos, nem Arcontes, nem Espírito-Absoluto, mas continuam mantidas a cosmologia, a antropologia e a escatologia não menos fantasiosas. A revolução do proletariado (messiânico e redentor) restabelecerá a harmonia Homem-Natureza (a volta ao Paraíso, a nova Jerusalém) quebrada pelo regime de distribuição do trabalho e de propriedade (pecado original). O progresso é necessário e em cada momento a conscientização e a alienação (o bem e o mal) significam respectivamente a coincidência e o desvio relativos ao sentido da história.
[…]
O marxismo é uma seita subsidiária da gnose hegeliana. Maritain reconhece que "Marx nunca se libertou de Hegel, permanecendo por ele sempre influenciado".
A nova seita, voltada para a práxis e pregando a ideologia revolucionária, possibilitará o desencadeamento de parte das terríveis e ameaçadoras potencialidades contidas no sistema hegeliano. Os partidos comunistas, como as lojas maçônicas desde a erupção do Iluminismo, passam a exercer (e agora em paralelo com ela) constante atividade para remover todas as marcas de cristianismo que ainda persistem nesta nova civilização em crise.
Poderíamos continuar analisando as influências da Aufklärung de Hegel e de Marx nas mais diversificadas formas de desumanização, tais como o nazismo, o comunismo russo, o estado totalitário, o existencialismo ateu, o ateísmo institucionalizado, a "revolução cultural" chinesa.
Perseguiremos outra linha de continuidade. Impressiona-nos acima de tudo o novo surto do Englightenment, a nova fase do mesmo antigo Iluminismo gnóstico. Sua recente característica é que não mais surge, como outrora, dos meios que de modo ostensivo combatem a fé, mas é trazido principalmente por mãos, muitas delas até consagradas, que, ao menos na aparência, pertencem e servem à Igreja. Recebe esta nova forma da velha heresia o nome de Progressismo, muito embora melhor lhe coubesse o de Regressismo. Aparece no tempo de S. Pio X e recua diante da santa reação do grande pontífice. Oculta-se e prepara seu virulento retorno em nossos dias.
[…]
De um autor muito admirado em meios progressistas diz-nos Georges Frenaud: "um dos mais fervorosos discípulos do Pe. Teilhard, Claude Tresmontant, resume nestes termos o pensamento de seu mestre sobre a criação: "Deus se completa criando o mundo, Deus se empenha numa luta com o múltiplo (o antigo caos) para se encontrar a si mesmo, no término desta obra, mais rico e pacificado: velha idéia gnóstica que se encontra em Böhme, em Hegel, em Schelling". […]

Por si alguien tiene aún dudas del impacto de las malas ideas gnósticas sobre temas tan actuales tales como el control de población (filosóficamente conocido como maltusianismo y neomaltusianismo) o el aborto, lea este artículo. O estudie la permeación de la industria cinematográfica por el contenido gnóstico.
Y habiendo hecho un recorrido por algunas de las presencias gnósticas en tiempos más recientes les invito a leer un fragmento del libro que mencioné antes (“De la Cábala al Progresismo”, Padre Julio Meinvielle):

“Ya hemos entrado en la sexta edad del mundo, en la cual Cristo inició para nosotros el camino nuevo. Después de la ley natural y mosaica, la ley evangélica. Qué curso han de seguir los pueblos en sus desvaríos, no lo puede conocer el hombre. Porque la Revelación sólo le da a conocer ‘ea quae pertinent ad necessitatem salutis’. El hombre sólo puede vislumbrar generalidades sobre el curso de los acontecimientos y sobre la densidad de la historia. Esta densidad se ha de medir por un acercamiento más o menos grande a la norma de Cristo, que constituye el centro y el eje de la historia. La Historia se ha de acomodar a la tradición cabalística o a la tradición católica. No hace falta mucha sagacidad para ver que desde hace cinco siglos el mundo se está conformando a la tradición cabalística-El mundo del Anticristo se adelanta velozmente. Todo concurre a la unificación totalitaria del hijo de la perdición. De aquí también el éxito del progresismo. El cristianismo se seculariza o se ateíza.
Cómo se hayan de cumplir, en esta edad cabalística, las promesas de asistencia del Divino Espíritu a la Iglesia y cómo se haya de verificar el portae in feri non prevalebunt, las puertas del infierno no han de prevalecer, no cabe en la mente humana. Pero así como la Iglesia comenzó siendo una semilla pequeñísima, y se hizo árbol y árbol frondoso, así puede reducirse en su frondosidad y tener una realidad mucha más modesta. Sabemos que el Mysterium Iniquitatis ya está obrando; pero no sabemos los límites de su poder. Sin embargo, no hay dificultad en admitir que la Iglesia de la publicidad pueda ser ganada por el enemigo y convertirse de Iglesia Católica en Iglesia gnóstica. Puede haber dos Iglesias, la una la de la publicidad, Iglesia magnificada en la propaganda, con obispos, sacerdotes y teólogos publicitados, y aun con un Pontífice de actitudes ambiguas; y otra, Iglesia del silencio, con un Papa fiel a Jesucristo en su enseñanza y con algunos sacerdotes, obispos y fieles que le sean adictos, esparcidos como ‘pusillus grex’ por toda la tierra. Esta segunda sería la Iglesia de las promesas, y no aquella primera, que pudiera defeccionar. Un mismo Papa presidiría ambas Iglesias, que aparente y exteriormente no sería sino una. El Papa, con sus actitudes ambiguas, daría pie para mantener el equívoco. Porque, por una parte, profesando una doctrina intachable sería cabeza de la Iglesia de las Promesas. Por otra parte., produciendo hechos equívocos y aun reprobables, aparecería corno alentando la subversión y manteniendo la Iglesia gnóstica de la Publicidad.La eclesiología no ha estudiado suficientemente la posibilidad de una hipótesis como la que aquí proponernos. Pero si se piensa. bien, la Promesa de Asistencia dé la Iglesia se reduce a una Asistencia que impida al error introdu cirse en la Cátedra Romana y en la misma Iglesia, y además que la Iglesia no desaparezca ni sea destruida por sus enemigos.
Ninguno de los aspectos de esta hipótesis que aquí se propone queda invalidado por las promesas consignadas en los distintos lugares del Evangelio. Al contrario, ambas hipótesis cobran verosimilitud si se tienen en cuenta los pasajes escriturarios que se refieren a la defección de la fe. Esta defección, que será total, tendrá que coincidir con la perseverancia de la Iglesia hasta el fin. Dice el Señor en el Evangelio: ‘Pero cuando venga el Hijo del Hombre, ¿encontrará fe en la tierra?’.
San Pablo llama apostasía universal a esta defección de la fe, que ha de coincidir con la manifestación del ‘hombre de la iniquidad, del hijo de la perdición’.
Y esta apostasía universal es la secularización o ateización total de la vida pública y privada en la que está en camino el mundo actual.
La única alternativa al Anticristo será Cristo, quien lo disolverá con el aliento de su boca. Cristo cumplirá entonces el acto final de liberar a la Historia. El hombre no quedará alienado bajo el inicuo. Pero no está anunciado que Cristo salvará a muchedumbre. Salvará sí a su Iglesia, ‘pusillus grex’, rebañito pequeño, a quien el Padre se ha complacido en darle el Reino.”

Rafael Castela Santos

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