sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Breviário da contra-revolução - 1

Adquiri recentemente em alfarrabista o livro "Os Nossos Mestre ou Breviário da Contra-Revolução", interessantíssima compilação de juízos e depoimentos coligidos por Fernando Campos, sempre úteis de recordar, sobretudo num tempo dominado pelos sofismas e mentiras próprios da campanha eleitoral. Assim, durante toda a próxima semana, alguns desses juízos e depoimentos serão aqui recordados, como forma de reacção ao conformismo bovino da modernidade pervertida que vamos vivendo. Começamos hoje com o insuspeito Alexandre Herculano:

"As ideias democrático-republicanas tendem, pela sua índole, a apoucar o indivíduo e a engrandecer a sociedade, se é que eu as compreendo. É por isto que, nas trevas do seu pensar, a democracia estende constantemente os braços para o fantasma irrealizável da igualdade social entre os homens, blasfemando da natureza que, impassível, os vai eternamente gerando física e intelectualmente desiguais. É por isto que ela acreditou ter feito uma religião séria desse fantasma, quando o que realmente fez foi inventar a idolatria do algarismo; e, cobrindo com capa de púrpura a mais ruim das paixões, a inveja, enfeitou-a com um vago helenismo, cuja definição, seja qual for, nunca resistirá a uma severa análise.

(…)

Que a tirania de dez milhões se exerça sobre um indivíduo, que a de um indivíduo se exerça sobre dez milhões deles, é sempre tirania, é sempre uma coisa abominável.

(…)

Que as leis se afiram pelos princípios eternos do bom e do justo, e não perguntarei se estão acordes, ou não, com a vontade das maiorias ignaras".

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