domingo, outubro 09, 2005

Breves - 14

- No último dia 7 de Outubro, passou mais um aniversário - o 435º - da grande vitória naval de Lepanto, alcançada pela armada católica conjunta dos Estados Papais, de Espanha, de Veneza e da Soberana Ordem Militar de Malta, sobre o invasor infiel turco. É um triunfo que convém relembrar mais do que nunca, em tempos de traição à matriz cristã que enforma a Europa, cometida por parte daqueles que nela controlam os centros de decisão política. E não terá sido certamente um acaso fortuito - dos que não existem em política, como recordava sempre o velho Maurras… - que o anúncio da abertura das negociações para a adesão da Turquia à União Europeia haja sido feito nas vésperas de tal efeméride...

Ora, no calendário litúrgico tradicional, 7 de Outubro é a data da comemoração da Festa do Santíssimo Rosário, a qual foi instituída pelo Papa São Pio V, em memória precisamente da grandiosa vitória de Lepanto, e para honrar o poderoso papel de intercessão que Nossa Senhora do Rosário teve na derrota total e completa das hostes otomanas.

Efectivamente, o Rosário, com a única excepção do Santo Sacrifício da Missa, é o mais poderoso meio de oração e devoção ao dispor dos católicos, fonte de concessão de infindáveis graças divinas, e verdadeira arma sobrenatural cuja utilização o campo da tradição jamais deve olvidar-se de empregar no combate espiritual. Sobre o Rosário, recomenda-se a leitura destes cinco importantes artigos do interessante sítio brasileiro "Veritatis Splendor". Para quem quiser aprofundar o tema, é absolutamente fulcral conhecer "O Segredo Admirável do Santíssimo Rosário", da autoria de São Luís Maria Guignion Monfort.

- O arcebispo modernista de Dublin, Diarmuid Martin, em claro desafio à legítima autoridade do Papa Bento XVI, afirmou publicamente não compreender por que hão-de ser afastados da ordenação sacerdotal todos os que revelem tendências homossexuais. Decerto, Sua Excelência Reverendíssima já se deve ter esquecido dos crimes pedófilos de um monstro como o Padre Sean Fortune, que abalaram toda a Igreja Católica na Irlanda?... Não, para um herege modernista não há mal algum em haver candidatos homossexuais ao sacerdócio, ou até sacerdotes pedófilos escandalosamente encobertos pela hierarquia. Ao invés, o verdadeiro problema é existirem, no seminário sob a sua desgraçada alçada, seminaristas que hajam tido veleidade de se ajoelharem durante o recebimento da Sagrada Comunhão. De facto, isto é que é muito grave - humilhar a soberba humana perante a Presença Real de Cristo-Rei -, motivo pelo qual os prevaricadores foram devidamente admoestados.

- Já agora, e o autor deste horrível sacrilégio: será ele, ao menos, repreendido pelo seu Bispo?...

- No Reino Unido, a paranóia politicamente correcta está a atingir níveis de puro absurdo: os funcionários municipais da cidade de Dudley, situada nos arredores de Birmingham, foram proibidos de ter sobre as suas secretárias quaisquer itens - por exemplo, cadernos, calendários, e brinquedos - que retratem a imagem de porcos, nomeadamente do simpático Piglet, o companheiro de aventuras do Ursinho Pooh, personagem criada pelo génio de Walt Disney.

E tudo isto porquê? Porque uma funcionária municipal de religião muçulmana sentiu-se ofendida com a exibição pública de porcos, animal impuro para o Islão, e desse facto deu conta aos seus superiores. Estes últimos, em nome da necessidade de não ofender as convicções islâmicas e de demonstrar tolerância para com as mesmas, tomaram tão aberrante decisão, sem se aperceberem que assim estão verdadeiramente a ofender e a manifestar uma inadmissível intransigência para com todos os não-muçulmanos que trabalham sob sua tutela.

Bela metáfora de uma Europa doente, onde aqueles que dela são nativos têm de transigir o seu modo de vida com invasores arrogantes, que em tempos de normalidade seriam imediatamente repelidos. É que a pretensa protecção dos direitos das minorias não pode passar pelo espezinhamento e desconsideração dos direitos da maioria: se a esta não é lícito impor as suas convicções religiosas àquelas, sob tal perspectiva, é ainda mais ilegítima a tentativa oposta.

JSarto

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