De um ponto de vista católico
tradicional, que é aquele de que me reclamo, mentiria se dissesse que a eleição
do Cardeal Bergoglio como Papa Francisco era a que esperava e desejava ou
que a mesma me deixou contente; não era, nem deixou e não passo um pano, como se nada fosse, sobre aquilo que aqui escrevi após a abdicação de Bento XVI.
Confesso que deste novo
pontificado não aguardo nada de especialmente positivo; o passado do
recém-eleito Papa como bispo portenho faz-me temer e recear o pior. As minhas
expectativas são nulas, o que afinal até é capaz de ser uma vantagem
comparativa na forma de encarar Francisco I: a actuação deste será
insusceptível de me causar desilusões (o que poderia ocorrer se diversa fosse a
pessoa que tivesse ascendido ao Trono de São Pedro); por outro lado, qualquer
bem que daquela mesma actuação decorra será sempre um proveito a favor do novo
Bispo de Roma.
11 comentários:
Que situação trágica a da nossa Santa Igreja! Agora temos um papa errático e com pouca firmeza doutrinal! Nunca a Santa Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo esteve tão à beira da desagregação! Vou apelar a todos os verdadeiros fiéis católicos que amam a sua Igreja, que lancemos o movimento "PELO REGRESSO DE BENTO XVI"!
Victor Henriques
(autor do blog martiresdeespanha.blogspot.pt)
Stat Crux Dum Volvitur Orbis!
Não tenho nenhuma simpatia por este novo papa, sobretudo pelas suas atitudes desde o primeiro minuto, mas para quem está a falar da desagregação da Igreja apelar ao regresso de Bento XVI é uma emenda pior que o soneto.
O cardeal Bergoglio bom ou mau é Papa por direito e é este que devemos seguir ou corrigir quando necessário. Que mais não seja rezar por ele.
Caros amigos, a situação não me parece especialmente brilhante, sobretudo do ponto de vista litúrgico; porém, vamos dar o benefício da dúvida ao Papa Francisco, por muito mais que gostássemos de Bento XVI. Esqueçamos Bergoglio e rezemos por Francisco. Irei escrever sobre tudo isto tendo um bocado mais tempo, quiçá mais logo,
Acho que é muito mais simples dizer:
João Paulo II foi um Papa extraordinário.
Bento XVI foi um Papa extraordinário.
Francisco é e será um Papa extraordinário.
Viva o Papa!
Viva o Papa. O Papa é sempre o Papa, quem quer que ele seja.
Estes protestante demoníacos já estão a minar os caminhos do Papa Francisco.
Joaquim Costa
Salve Maria.
O Padre Basílio Meramo, num sermão, condenou este artigo com os argumentos que deu. Eu não me pronuncio a respeito.
Contudo lembro que não há ortodoxia alguma naquele que está convicto de que a ordinariedade na Igreja pode ser "superada" por um documento papal que não pertence por isso ao Magistério Ordinário nem pode pertencer ao Magistério Extraordinário. O uso e abuso do misterioso "superar" tem servido no pós-concílio como panaceia para toda a impossibilidade.
http://www.blogger.com/comment.g?blogID=4056076114655031640&postID=3413787567607194136&isPopup=true
Meu caro Ascendens, com o devido respeito, agora é que não percebi mesmo. O que é que o Padre Basílio Méramo condenou? Este meu artigo sobre o Papa Francisco?!... Ou outro? Qual? Já agora, em que sermão? Se dispuser de "link", deixe-o aqui. Agradeço.
Caro Ascendens, quanto ao seu comentário propriamente dito, mas não sei se percebe o alcance do que acabou de escrever: na sua ânsia de me rotular de heterodoxo, acabou por acusar de heterodoxia o Papa Gregório XVI... Olhe, sinceramente não sei o que diga...
Meu caro Ascendens, não se incomode mais, já sei do que se trata: não será por causa disso que me zangarei - muito pelo contrário - com o Padre Basílio Méramo; para mim, ser referido por uma pessoa com a erudição desse sacerdote que tive o gosto de conhecer pessoalmente aquando da sua passagem por Portugal, até é um motivo de justo e legítimo orgulho, pesem as divergências - mais de forma do que de fundo… - que com ele possa ter.
Quanto à minha suposta heterodoxia por ter usado o verbo “superar”, passo a explicar: o mesmo há-de ser entendido no sentido de “aperfeiçoar”, enquadrado sempre numa lógica de continuidade e de desenvolvimento orgânico, na qual o magistério se apura e aperfeiçoa, expressando de forma explícita e perfeita o que antes dissera de forma implícita e/ou imperfeita; jamais há-de ser entendido no sentido de “romper”, numa lógica de ruptura. Ora, é no primeiro destes sentidos que eu entendo a Carta “In Supremo”, do Papa Gregório XVI, que - sim - é magistério ordinário em tais exactas condições.
Caro Miles,
Não sei qual é o sermão exactamente. Deve ser o primeiro ou o segundo destas publicações:
http://radiocristiandad.wordpress.com/category/p-basilio-meramo/
Quanto à "ortodoxia" que temos estado a debater:
- O Miles tem que decidir-se porcolocar esse documento Papal contra a unidade de TODOS os documentos da Igreja que falam no mesmo assunto (entre elas Bulas Papais e a Sagrada Escritura, o costume etc.), ou o tratá-lo como um caso especial;
- Dizer que a unidade de documentos, Sagradas escrituras, e costumes, ou seja, a Tradição da Igreja, foi desautorizado por um documento Papal, é absurdo... É certo que não usa a palavra "desautorizado" e sim "ultrapassado", que pode parecer fazer desaparecer a contradição que defende;
- Seria mais simples começar por definir a autoridade do documento (e não do Papa porque o Papa pode emitir documentos com níveis diferentes de autoridade... O Miles bem o sabe porque, há anos, aqui mesmo, falava-se no nível de autoridade que teve ou não teve a Bula de S. Pio V ao promulgar o Missal (uns diziam, acho que o Miles também, que a dita Bula era apenas "disciplinar". Seria justo então fazer uma apreciação do nível de autoridade da Tradição da Igreja (inquestionável) no que toca a este assunto, o mesmo fazer com os restantes documentos e costumes... pois é pela autoridade maior que se há-de resolver a "disputa".
- Apenas depois de saber o nível de autoridade de todas as partes será possível identificar dois grupos: um é o documento Papal que o Miles ergue, e o outro grupo é de tudo o restante. Como então explicar entre os dois grupos um "desenvolvimento orgânico"se no primeiro grupo os feitos e documentos não apresentam um desenvolvimento entre eles!? O que um grupo permitiu durante séculos o outro parece ter proibido. Ora "permitir" e "proibir" não são coisas semelhantes!;
- Por fim, a sua teoria nem pode ser experimentada se constatar que a "homogeneidade" suposta pelo Miles, a que estaria "ultrapassada" hoje, e na verdade ORDINÁRIA na Igreja...
Miles, o Concílio Vaticano II é um fruto de um desenvolvimento homogéneo que ultrapassou certos pontos do magistério ordinário!? É que hoje quase todos dizem que sim. Gostaria de saber se concorda com eles.
Obrigado...
Até logo
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