quarta-feira, outubro 17, 2007

Um novo templo para uma nova religião


"Um templo novo para uma nova religião", assim define o "Vetus Ordo", com precisão lapidar, a nova e inadequadamente chamada Igreja da Santíssima Trindade (foto supra), em Fátima.

Ora, no passado mês de Maio, abordei neste espaço o problema da moderna arquitectura religiosa pós-conciliar, num artigo intitulado "A Restauração do Santuário Católico", de que agora respigo um trecho, o qual expressa em pleno a minha opinião sobre a pseudo-igreja aberta no passado dia 12, no Santuário de Fátima:

Igualmente a partir dos anos 60/70, projectadas por arquitectos adeptos do progressismo radical cristão, como Nuno Portas ou Nuno Teotónio Pereira, ou do comunismo marxista-leninista como Siza Vieira, começaram a ser construídas nos principais centros urbanos e seus arredores as novas igrejas, caracterizadas por uma frieza e fealdade extremas, despojadas de reverência, desprovidas de dignidade, e desguarnecidas de qualquer atmosfera de sagrado, as quais são afinal a expressão material da nova liturgia pós-conciliar, mais salas de reuniões centradas no homem e para o homem, e menos locais de adoração de Deus e de renovação constante do sacrifício do calvário. A esta leva pertencem a Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Lisboa (...), projectada por aqueles dois primeiros arquitectos, ou o mamarracho de Marco de Canaveses (...), da autoria do terceiro deles.

Junta-se-lhes doravante o mastodonte de Fátima…

Às sugestões bibliográficas que então fiz, acrescento o livro "No Place For God - The Denial of the Transcendent in Modern Church Architecture", de Moyra Doorly, publicado pela norte-americana "Ignatius" (editora próxima da Companhia de Jesus, mas de tendência conservadora), leitura que recomendo tanto ao Senhor Bispo de Leiria-Fátima, como ao Reitor do Santuário de Fátima, e que não lhes fará mal algum.

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