“É assim que a alma peca, quando se aparta e busca fora de Vós o que não pode encontrar puro e transparente senão regressando a Vós outra e outra vez. Imitam-Vos perversamente todos os que se afastam de Vós e contra Vós se levantam. Ainda assim, imitando-Vos deste modo, mostram que sois o Criador de toda a natureza, e que, por conseguinte, não há lugar para onde nos possamos afastar totalmente de Vós. Que amei portanto naquele roubo, em que imitei o meu Senhor, ainda que criminosa e perversamente? Tive ao menos o gosto de lutar pela fraude contra a Vossa lei, já que o não podia pela força, a fim de fingir, sendo cativo, uma falsa liberdade, praticando impunemente, por tenebrosa semelhança de onipotência, o que me não era lícito? Eis-me ‘aquele escravo que, fugindo a seu senhor, seguiu uma sombra!’ Ó podridão, ó monstro da vida e abismo da morte! Como pode agradar-me o ilícito sem outro motivo senão o de me ser proibido?”
SANTO AGOSTINHO, Confissões, II, 14
terça-feira, março 15, 2005
Relembrando as Confissões do Santo Agostinho
Publicada por
Rafael Castela Santos
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terça-feira, março 15, 2005
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