O extraodinário artigo aqui escrito contra o Iberismo pelo Rafael - profundo conhecedor da História e Cultura Portuguesas, na linha de Elias de Tejada, a um nível de que poucos portugueses se podem vangloriar - tem uma génese assaz peculiar: fruto de um desafio que lhe lancei por ocasião da passagem do último dia 1º de Dezembro, com o fito de ultrapassar os atavismos mentais que continuam a envenenar o saudável relacionamento entre as duas nações soberanas, na origem imediata desse repto encontra-se uma "provocação" - ele não o suspeitará - feita pelo BOS, em postal editado no seu "Nova Frente". Algo desanimado com tal circunstância num primeiro momento, numa segunda fase o Rafael atirou-se denodadamente à obra, alcançando o notável resultado que foi justa e merecidamente saudado por vários blogues amigos.
Ora, na sequência do "leitmotiv" desenvolvido pelo Rafael, aqui ficam dois extractos dedicados ao tema por Mestre António Sardinha:
"A história de Portugal em toda a sua plenitude não é mais que um capítulo da história da Igreja. Foi com os frades de Cluny que veio à Península o Conde D. Henrique. Seu filho, - o nosso primeiro rei, encontra no Pontificado o braço de que precisa para firmar o seu esforço de fundador. Desde o fossado de Ourique até à batalha do Salado, o que é a dinastia afonsina senão uma cruzada constante? Abre-se em seguida a Era das Descobertas, - com a dilatação do Império surge a dilatação da Fé. Um grupo célebre de Miguel Ângelo, na Capela Sistina, confessa os serviços de Portugal à Igreja. Os nossos Missionários criaram o Brasil, - chegaram às Portas do Japão… Mas a Fé extinguiu-se, - e com a extinção da Fé perdeu-se o Império. A história que resta depois a Portugal é simplesmente a história da sua decadência".
"Não há a "Espanha", - expressão política. Há as "Espanhas", - expressão geográfica. Dentro das "Espanhas", Portugal foi a vocação marítima, enquanto que Castela foi a vocação terrestre. Graças a Castela, a Europa se salvou do perigo turco e da anarquia religiosa. Graças a Portugal, novos mundos se dilataram para o domínio da Fé e para o império da Civilização. Assim, por paradoxal que isso possa parecer, é exactamente na separação das duas pátrias que reside a sua unidade imortal. Olhemos para as páginas da história e sem demora se reconhecerá que o desastre de Toro consolidou a vitória de Aljubarrota!"
Ora, na sequência do "leitmotiv" desenvolvido pelo Rafael, aqui ficam dois extractos dedicados ao tema por Mestre António Sardinha:
"A história de Portugal em toda a sua plenitude não é mais que um capítulo da história da Igreja. Foi com os frades de Cluny que veio à Península o Conde D. Henrique. Seu filho, - o nosso primeiro rei, encontra no Pontificado o braço de que precisa para firmar o seu esforço de fundador. Desde o fossado de Ourique até à batalha do Salado, o que é a dinastia afonsina senão uma cruzada constante? Abre-se em seguida a Era das Descobertas, - com a dilatação do Império surge a dilatação da Fé. Um grupo célebre de Miguel Ângelo, na Capela Sistina, confessa os serviços de Portugal à Igreja. Os nossos Missionários criaram o Brasil, - chegaram às Portas do Japão… Mas a Fé extinguiu-se, - e com a extinção da Fé perdeu-se o Império. A história que resta depois a Portugal é simplesmente a história da sua decadência".
"Não há a "Espanha", - expressão política. Há as "Espanhas", - expressão geográfica. Dentro das "Espanhas", Portugal foi a vocação marítima, enquanto que Castela foi a vocação terrestre. Graças a Castela, a Europa se salvou do perigo turco e da anarquia religiosa. Graças a Portugal, novos mundos se dilataram para o domínio da Fé e para o império da Civilização. Assim, por paradoxal que isso possa parecer, é exactamente na separação das duas pátrias que reside a sua unidade imortal. Olhemos para as páginas da história e sem demora se reconhecerá que o desastre de Toro consolidou a vitória de Aljubarrota!"
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