Péssima notícia: um decreto da Congregação para os
Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, datado de 11
de Julho último e com aprovação do Papa Francisco, obriga os Frades Franciscanos
da Imaculada a celebrar a Missa segundo o rito paulino (“Novus Ordo”), impedindo-os
de oficiar livremente a Missa Tradicional de rito latino-gregoriano. Deste
modo, em relação ao caso concreto dos Franciscanos da Imaculada, está revogado
o Motu Proprio “Summorum Pontificum”, do Papa Bento XVI.
Esta nova situação merece-me os seguintes comentários:
1º) Causa-me profunda tristeza que a única Missa Tradicional
de rito latino-gregoriano celebrada publicamente aos Domingos, em Portugal, ao
abrigo do Motu Proprio “Summorum Pontificum” - exactamente pelos Franciscanos
da Imaculada, em Fátima -, esteja agora em risco de terminar de modo abrupto;
2º) Não é suposto que na Igreja, uma sociedade de direito divino,
aquilo que ainda há pouco mais de quatro escassos meses era verdade garantida possa
hoje ser mentira e vice-versa; a hierarquia eclesiástica não pode governar à
maneira dos dirigentes de um qualquer clube futebolístico manhoso, sem palavra,
nem escrúpulos. Quando isto sucede, alguma coisa está muito errada no seio da
Igreja;
3º) Nunca tive as mínimas ilusões em relação ao pontificado de Francisco; porém, os primeiros meses deste, confesso-o, entorpeceram-me. Hoje,
acabou esse entorpecimento: Francisco continua a ser Bergoglio e a agir como Bergoglio sempre agiu. Nada de novo no horizonte, portanto;
4º) Por fim, penitencio-me publicamente por haver defendido
neste espaço um acordo prático entre a Fraternidade Sacerdotal de São Pio X e
Roma: os factos são muito teimosos e estão a dar plena razão aos superiores da
Fraternidade; enquanto Roma for dominada pela mentalidade modernista, não há
outra coisa a fazer que não seja resistir, ademais de… ter a coragem de remar
contra a maré, porquanto os modernistas são comprovadamente desprovidos de lealdade
e como tal insusceptíveis de qualquer confiança.
1 comentários:
Tendo a concordar com as tuas palavras no ponto 4. A prudência dos superiores da FSSPX está a provar-se brilhante. Deve ter sido muito difícil, especialmente a Mons. Fellay, o grande entusiasta do acordo.
Sem querer nunca duvidar das boas intenções de Bento XVI, a que traições seria agora a Fraternidade sujeita com Francisco? Esperemos apenas que algumas das sequelas do processo não a minem nem dêem lugar a secessões sedevacantistas, mas antes a fortaleçam e a mantenha mais e mais no bom combate.
Julgo, como há muito, que a FSSPX é a única esperança em Portugal. O nosso episcopado é inútil e inimigo nesta matéria e a criação de uma Una Voce não teve, infelizmente, qualquer impacto. Ou a Fraternidade aposta em Portugal ou estamos condenados a não ter nenhuma Missa pública em todo o território nacional. Há que fazer-lhe esse pedido de socorro, por nós e pelos nossos filhos.
Um forte abraço.
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