O livro “Beyond Capitalism & Socialism: A New Statement of an Old Ideal”, obra colectiva organizada por Tobias J. Lanz constitui uma excelente introdução ao distributismo, sendo leitura ideal para todos os que pretendam conhecer essa doutrina e travar um primeiro contacto com os fins prosseguidos pela mesma.
Trabalho dividido em três partes principais, na primeira delas define-se o distributismo por contraposição ao capitalismo liberal e ao socialismo. Enquanto nestes dois últimos sistemas a propriedade dos meios de produção ou é concentrada por uma restrita e influente classe plutocrática (capitalismo liberal), ou é dominada na sua totalidade pelo Estado (socialismo), e em qualquer dos casos sempre com grave prejuízo da liberdade da esmagadora maioria dos membros da sociedade, forçados ao servilismo ora face à plutocracia, ora face à nomenclatura estatista, o distributismo propõe alternativamente:
- difusão tão ampla quanto possível das propriedade privada dos meios de produção;
- como decorrência do ponto supra, a disseminação das pequenas e médias empresas, bem como das cooperativas, com a passagem do maior número de pessoas do estatuto de empregados dependentes para o de proprietários livres e responsáveis pelo seu destino;
- e, como corolário dos dois anteriores pontos, a aproximação entre produtores e consumidores, com a eliminação de intermediários e a realização da vida económica a um nível eminentemente local (“small is beautiful”).
Numa segunda parte, “Beyond Capitalism & Socialism” apresenta os principais mentores doutrinários do distributismo, resumindo os pontos mais salientes do pensamento de figuras bem conhecidas como Chesterton ou Hilaire Belloc, e outras menos conhecidas como o Padre Vincent MacNabb, um dominicano inglês de cepa obviamente tomista, ou o Padre Heinrich Pesch, um jesuíta alemão cujo pensamento económico influenciou directamente a redacção da encíclica “Quadragesimo Anno”, do Papa Pio XI.
Finalmente, na terceira e última parte, o livro aborda os moldes em que o distributismo poderá ser aplicado nas sociedades contemporâneas e a forma pela qual estas se poderão tornar mais distributistas e menos capitalistas/socialistas.
A este propósito, convém sublinhar que o distributismo não é uma ideologia revolucionária, desenvolvendo antes a sua actuação com estrito respeito pela lei moral ou natural e tendo sempre em vista a prossecução do bem comum do todo social. Assim, o distributismo não pretende enveredar pela perigosa via da engenharia social, mas ao invés criar uma ordem económica alternativa assente na autêntica propriedade privada e no genuíno mercado livre, por contraposição ao servilismo inerente à economia de interesses egoístas do capitalismo plutocrático ou à economia centralizada do socialismo burocrático estatista.
Para concluir, dir-se-á tão-só mais o seguinte: pelo exposto, “Beyond Capitalism & Socialism” é uma leitura obviamente recomendada.
1 comentários:
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