quarta-feira, maio 26, 2010

De Maria nunquam satis


Quando eu era um jovem teólogo, antes do Concílio, tinha uma certa reserva quanto a algumas fórmulas antigas, como, por exemplo, aquela famosa "de Maria nunquam satis", "sobre Maria nunca se falará o bastante". Parecia-me exagerada. Além disso, tinha dificuldade de compreender o sentido verdadeiro de uma outra expressão famosa, repetida na Igreja desde os primeiros séculos, quando, após uma disputa memorável, o Concílio de Éfeso, em 431, proclamara Maria Theotókos, "Mãe de Deus". Refiro-me à expressão que chama a Virgem "inimiga de todas as heresias". Agora, neste período confuso em que realmente todo o tipo de desvio herético parece bater às portas da fé autêntica, agora compreendo que não se tratava de exageros de devotos, mas de verdades hoje mais do que nunca válidas. (destaques meus)

Joseph Ratzinger/Papa Bento XVI - Diálogos sobre a Fé. Entrevistas realizadas por Vittorio Messori - Lisboa, Editorial Verbo, 2005 - páginas 86 e 87.

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