Aproveitei o tempo livre de que dispus no passado fim-de-semana para rever e reler a carta "Notre Charge Apostolique", sobre os erros do Sillon, de São Pio X, bem como três das mais notáveis encíclicas escritas pelo Papa Pio XI: "Mortalium Animus", sobre a promoção da verdadeira unidade de religião; "Quas Primas", acerca da festa de Cristo Rei; e "Divini Redemptoris", sobre o comunismo ateu. Em todos estes documentos impressiona a clareza e o rigor da linguagem com que estão redigidos, sem lugar para quaisquer dúvidas ou ambiguidades, num autêntico "Sim! Sim! Não! Não!" evangélico.
Depois da sua releitura, foi-me impossível não deixar de pensar: a crise da Igreja é também, a um nível nada despiciendo, fruto do laxismo de muitos católicos desmazelados, que preferem perder o precioso tempo de que dispõem com inanidades e até imoralidades, em vez de esclarecerem e reforçarem doutrinariamente a sua fé. Na verdade, aqueles como que morrem de sede mesmo ao lado de autênticas fontes água puríssima, entre as quais se contam as encíclicas dos papas pré-conciliares compreendidos entre Gregório XVI e Pio XII.
Por exemplo, teriam as depredações dos modernistas e progressistas atingido o grau que atingiram, se um número realmente significativo de católicos tivesse sabido reconhecer e contradizer de imediato a ideia desfigurada que tais hereges dão de Cristo e do papel da sua Igreja no mundo? Creio firmemente que não! E passo a citar São Pio X, na "Notre Charge Apostolique":
Queremos chamar vossa atenção, Veneráveis Irmãos, sobre esta deformação do Evangelho e do carácter sagrado de Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus e Homem, praticada no Sillon e algures. Desde que se aborda a questão social, está na moda, em certos meios, afastar primeiro a divindade de Jesus Cristo, e depois só falar de sua soberana mansidão, de sua compaixão por todas as misérias humanas, de suas instantes exortações ao amor do próximo e fraternidade. Certamente, Jesus nos amou com um amor imenso, infinito, e veio à terra sofrer e morrer, a fim de que, reunidos em redor dele na justiça e no amor, animados dos mesmos sentimentos de mútua caridade, todos os homens vivam na paz e na felicidade. Mas para a realização desta felicidade temporal e eterna, Ele impôs, com autoridade soberana, a condição de se fazer parte de seu rebanho, de se aceitar sua doutrina, de se praticar a virtude e de se deixar ensinar e guiar por Pedro e seus sucessores. Ademais se Jesus foi bom para os transviados e os pecadores, não respeitou suas convicções erróneas por sinceras que parecessem; amou-os a todos para os instruir, converter e salvar. Se chamou junto de si, para os consolar, os aflitos e os sofredores, não foi para lhes pregar o anseio de uma igualdade quimérica. Se levantou os humildes, não foi para lhes inspirar o sentimento de uma dignidade independente e rebelde à obediência. Se seu coração transbordava de mansidão pelas almas de boa vontade, soube igualmente armar-se de uma santa indignação contra os miseráveis que escandalizam os pequenos, contra as autoridades que acabrunham o povo sob a carga de pesados fardos, sem aliviá-la sequer com o dedo. Foi tão forte quão doce; repreendeu, ameaçou, castigou, sabendo e nos ensinando que, muitas vezes, o temor é o começo da sabedoria, e que, às vezes, convém cortar um membro para salvar o corpo. Enfim, não anunciou para a sociedade futura o reinado de uma felicidade ideal, de onde o sofrimento fosse banido; mas, por lições e exemplos, traçou o caminho da felicidade possível na terra e da felicidade perfeita no céu: a estrada real da cruz. Estes são ensinamentos eminentemente sociais, e nos mostram em Nosso Senhor Jesus Cristo outra coisa que não um humanitarismo sem consciência e sem autoridade.
Depois da sua releitura, foi-me impossível não deixar de pensar: a crise da Igreja é também, a um nível nada despiciendo, fruto do laxismo de muitos católicos desmazelados, que preferem perder o precioso tempo de que dispõem com inanidades e até imoralidades, em vez de esclarecerem e reforçarem doutrinariamente a sua fé. Na verdade, aqueles como que morrem de sede mesmo ao lado de autênticas fontes água puríssima, entre as quais se contam as encíclicas dos papas pré-conciliares compreendidos entre Gregório XVI e Pio XII.
Por exemplo, teriam as depredações dos modernistas e progressistas atingido o grau que atingiram, se um número realmente significativo de católicos tivesse sabido reconhecer e contradizer de imediato a ideia desfigurada que tais hereges dão de Cristo e do papel da sua Igreja no mundo? Creio firmemente que não! E passo a citar São Pio X, na "Notre Charge Apostolique":
Queremos chamar vossa atenção, Veneráveis Irmãos, sobre esta deformação do Evangelho e do carácter sagrado de Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus e Homem, praticada no Sillon e algures. Desde que se aborda a questão social, está na moda, em certos meios, afastar primeiro a divindade de Jesus Cristo, e depois só falar de sua soberana mansidão, de sua compaixão por todas as misérias humanas, de suas instantes exortações ao amor do próximo e fraternidade. Certamente, Jesus nos amou com um amor imenso, infinito, e veio à terra sofrer e morrer, a fim de que, reunidos em redor dele na justiça e no amor, animados dos mesmos sentimentos de mútua caridade, todos os homens vivam na paz e na felicidade. Mas para a realização desta felicidade temporal e eterna, Ele impôs, com autoridade soberana, a condição de se fazer parte de seu rebanho, de se aceitar sua doutrina, de se praticar a virtude e de se deixar ensinar e guiar por Pedro e seus sucessores. Ademais se Jesus foi bom para os transviados e os pecadores, não respeitou suas convicções erróneas por sinceras que parecessem; amou-os a todos para os instruir, converter e salvar. Se chamou junto de si, para os consolar, os aflitos e os sofredores, não foi para lhes pregar o anseio de uma igualdade quimérica. Se levantou os humildes, não foi para lhes inspirar o sentimento de uma dignidade independente e rebelde à obediência. Se seu coração transbordava de mansidão pelas almas de boa vontade, soube igualmente armar-se de uma santa indignação contra os miseráveis que escandalizam os pequenos, contra as autoridades que acabrunham o povo sob a carga de pesados fardos, sem aliviá-la sequer com o dedo. Foi tão forte quão doce; repreendeu, ameaçou, castigou, sabendo e nos ensinando que, muitas vezes, o temor é o começo da sabedoria, e que, às vezes, convém cortar um membro para salvar o corpo. Enfim, não anunciou para a sociedade futura o reinado de uma felicidade ideal, de onde o sofrimento fosse banido; mas, por lições e exemplos, traçou o caminho da felicidade possível na terra e da felicidade perfeita no céu: a estrada real da cruz. Estes são ensinamentos eminentemente sociais, e nos mostram em Nosso Senhor Jesus Cristo outra coisa que não um humanitarismo sem consciência e sem autoridade.
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