sexta-feira, abril 04, 2014

O francisquismo antes de Francisco


Vasculhar os arquivos blogosféricos, por vezes, pode trazer-nos surpresas interessantes. Enquanto pesquisava sobre um outro assunto, deparei com este artigo, do ano de 2009, comprovativo de que já então o francisquismo estava bem entranhado, quanto à forma e ao fundo, na Igreja portuguesa. Sabendo todos nós os sucessos ocorridos na Igreja Católica no último ano, não deixa agora de ser curioso constatar como o Bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro (bispo de muito peculiar magistério…), arremetia ao tempo contra a indissolubilidade do matrimónio católico, contra a instituição natural do casamento entendido como a união entre um homem e uma mulher, afirmando ademais - delicioso, delicioso - respeitar as opções de todas as pessoas (menos, parece-me, as dos católicos tradicionais).
De facto, a crise da Igreja Católica é eminentemente uma crise de bispos e, dentro desta, o caso específico da Igreja portuguesa e do seu episcopado é de absoluto estado de necessidade. O ano que passou só trouxe à luz do dia aquilo que muitos episcopados - entre os quais o português - pensam há largos anos, ainda que de modo não oficialmente assumido, sem prejuízo desse pensar se reflectir directamente na actuação prática dos mesmos, para desgraça de todos os fiéis que se encontram ao seu cuidado. Na verdade, o francisquismo mais não é do que o outro nome do modernismo e do progressismo. Triste, muito triste.

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