O voto católico não pode ser um voto cativo no PSD e no
CDS-PP. É fundamental insistir neste facto, em especial depois da
inqualificável conivência das direcções daqueles partidos na aprovação parlamentar
da co-adopção de crianças por pares homossexuais: ao concederem liberdade de
voto aos membros dos respectivos grupos parlamentares, numa matéria tão
sensível e em notória traição à base eleitoral que os elegeu, permitiram que a
minoria proponente se transformasse em maioria, graças ao apoio activo de
dezasseis deputados do PSD e à abstenção de mais seis deputados (três também do
PSD e três do CDS-PP).
Ora, é inadmissível a atitude das direcções do PSD e do
CDS-PP nesta questão. É-o porque estes partidos nunca propuseram, durante a
última campanha eleitoral, apoiar uma medida do género da agora aprovada, e é-o
porque tal acaba por suceder por força do voto de deputados - na sua maior
parte, segundas e terceiras linhas desconhecidas do eleitorado - que jamais
deram a cara em defesa da co-adopção por pares homossexuais perante os
eleitores, e que chegaram ao Parlamento somente à custa das habituais
negociações de bastidores na formação das listas eleitorais e às concessões que
nestas costumam ser feitas aos membros das “jotas”, das “concelhias” e das “distritais”,
num processo bem característico do mais sórdido da política nacional.
E assim, desta maneira, possibilitou-se que deputados não
mandatados para o efeito - ademais de muitos deles, como já disse antes, serem
notoriamente imaturos, inexperientes, ignorantes e meros seguidores de modas
ideológicas - aprovassem uma medida de cariz revolucionário que afecta com
gravidade o futuro do bem comum da sociedade portuguesa e a estrutura
axiológica em que esta se estriba.
Repito: é inadmissível a atitude das direcções partidárias
que permitiram que isto sucedesse. Chegados a este ponto, aos católicos
conscientes não lhes resta outra alternativa, no actual quadro de regime, que
não seja a de privarem definitivamente o PSD e o CDS-PP dos seus votos, bem
como qualquer outro partido defensor da ditadura do relativismo. Por mim, é o
que farei já nas próximas eleições. Em Portugal, as alternativas político-partidárias não podem, de modo algum, cingir-se a uma escolha fáctica entre Estaline e Mao Tse-Tung.
Para terminar, a este mesmo respeito, sugiro ainda a leitura dos meus artigos
anteriormente publicados neste espaço:
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