É incompreensível que Roma haja decidido manter no exercício de funções episcopais durante mais dois anos o actual Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, e logo num momento em que este investe de novo, com notório escândalo público, contra o magistério extraordinário infalível da Igreja (no caso concreto, contra a impossibilidade da ordenação sacerdotal de mulheres).
É incompreensível. Ou talvez não.
De duas, uma:
- ou as alternativas possíveis à imediata sucessão de D. José Policarpo, no Patriarcado de Lisboa, são de tal modo ruinosas (pense-se, por exemplo, na pessoa do Bispoa Auxiliar de Lisboa, D. Carlos Azevedo…) que Roma, numa política de pura contenção de danos, já sabendo o que a “casa” gasta com Policarpo, prefere apesar de tudo mantê-lo por mais algum tempo em funções;
- ou então, bem conhecendo o estado comatoso do Catolicismo português, desprovido de qualquer vitalidade ou dinamismo, corroído ao extremo pela heterodoxia e pela heresia, em rebelião pública e notória contra o magistério constante da Igreja, a hermenêutica da continuidade e a reforma da reforma litúrgica, e sofrendo de uma decadência acentuada que o priva praticamente de qualquer influência pública digna desse nome, parece Roma desinteressar-se de vez da sorte do dito Catolicismo português, afinal, hoje em dia, um Catolicismo insignificante e cismático “de facto” que contará muito pouco para os correntes planos romanos, cujos caminhos passam por sítios tão diferentes como os Estados Unidos, a França, a Rússia, o México, o Brasil, a Nigéria ou as Filipinas, mas não por Portugal.
Claro que a mim, como católico e português, muito me entristece e dói esta segunda hipótese; mas não a tenho em conta de implausível, longe disso.
É incompreensível. Ou talvez não.
De duas, uma:
- ou as alternativas possíveis à imediata sucessão de D. José Policarpo, no Patriarcado de Lisboa, são de tal modo ruinosas (pense-se, por exemplo, na pessoa do Bispoa Auxiliar de Lisboa, D. Carlos Azevedo…) que Roma, numa política de pura contenção de danos, já sabendo o que a “casa” gasta com Policarpo, prefere apesar de tudo mantê-lo por mais algum tempo em funções;
- ou então, bem conhecendo o estado comatoso do Catolicismo português, desprovido de qualquer vitalidade ou dinamismo, corroído ao extremo pela heterodoxia e pela heresia, em rebelião pública e notória contra o magistério constante da Igreja, a hermenêutica da continuidade e a reforma da reforma litúrgica, e sofrendo de uma decadência acentuada que o priva praticamente de qualquer influência pública digna desse nome, parece Roma desinteressar-se de vez da sorte do dito Catolicismo português, afinal, hoje em dia, um Catolicismo insignificante e cismático “de facto” que contará muito pouco para os correntes planos romanos, cujos caminhos passam por sítios tão diferentes como os Estados Unidos, a França, a Rússia, o México, o Brasil, a Nigéria ou as Filipinas, mas não por Portugal.
Claro que a mim, como católico e português, muito me entristece e dói esta segunda hipótese; mas não a tenho em conta de implausível, longe disso.
7 comentários:
A segunda hipótese só estaria correta se ela abarcasse não apenas Portugal, mas todo o mundo. Afinal, é para toda a Igreja que Ratzinger dá péssimos bispos e é em toda Ela que os mantém.
Talvez D. Manuel Clemente...
Penso que o anônimo acima disse bem. Aqui no Brasil temos padres, bispos, arcebispos e cardeais péssimos. Raro é um que preste. No entanto, se no horizonte surge um padre como Paulo Ricardo de Azevedo Júnior tentando pôr a casa em ordem, outros poderão vir depois. Espero o mesmo para Portugal, que, menor, pode se erguer mais rápido! Força!, queridos lusófonos! :D
D. Januário Torgal Ferreira
D. Manuel Clemente só se fosse para piorar a situação. Porque se D. José da Cruz é morno, então nem há "temperatura" que classifique D. Clemente.
Já a hipótese de D. Januário é bastante melhor, tendo em conta que já conta com 73 anos e em 2 anos de 'trabalho' mostraria a real massa dos modernistas. Ao menos esse não é morno. É aquilo que está à vista de todos.
Ainda assim, para depois de D. Januário, claro!, prefiro a hipótese que avancei no rorate caeli, um bispo de outro país mas que fale português: D. Athanasius Schneider!
Isto, claro, se um determinado padre em que estou a pensar não chegar a bispo depressa para dar tempo de suceder a D.José da Cruz.
Caro Horatio, há uns tempos - num comentário na “Tribuna”, do Afonso Miguel, salvo erro -, escrevi um pouco a brincar que gostaria que o Papa nomeasse o Padre Serras Pereira para Cardeal-Patriarca de Lisboa e o Padre Gonçalo Portocarrero para Bispo de Coimbra (mas creio que este ficaria ainda melhor em Arcebispo de Braga). Agora, persisto na ideia, mas já sem a brincadeira.
Quanto à hipótese de D. Athanasius Schneider, se isso sucedesse, seria um sonho tornado realidade, absolutamente! D. Athanasius domina o português com fluência, devido aos longos anos de estudos feitos no Brasil. E seria lindo vê-lo a exercer num Patriarcado onde os abusos litúrgicos mais destemperados, a comunhão nas manápulas e as acólitas são moeda comum e corrente, e onde o clero - pelo menos o dos quarenta e cinco anos de idade para cima, que é a maioria… - ainda tem a vulgata marxista e a cartilha progressista “cristã” em grande consideração……
Que Deus vos perdoe a todos e a mim também. Quero dizer-vos que temos Bispos muito bons, homens que vivem os problemas do Povo de Deus. Falhas? Meus caros, vós não as tendes? Estes discursos que por aqui andam parecem exactamente aqueles protagonizados pelos fariseus de há dois mil e tal anos. Não concordo com tudo o que ouço e leio, mas sei que os outros também não concordam com tudo o que digo e escrevo.
Só Cristo é o Caminho, só Cristo a verdade, só Cristo a vida... Perdeis demasiado tempo a dizer mal e é pena.
Um abraço em Cristo!
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