sábado, julho 17, 2010

Belo lembrete do Cardeal Cañizares


Belo lembrete de Sua Eminência o Cardeal Cañizares, a propósito do fim último do Motu Proprio "Summorum Pontificum", no prefácio que faz à edição espanhola do livro do Padre Nicola Bux, "La reforma de Benedicto XVI". À atenção de bispos lusitanos cismáticos e demais hereges progressistas.

Se cremos de verdade que a Eucaristia é realmente a “fonte e o ápice da vida cristã” - como nos recorda o Concílio Vaticano II - não podemos admitir que seja celebrada de um modo indigno. Para muitos, aceitar a reforma conciliar significou celebrar uma Missa que de um modo ou de outro devia ser “dessacralizada”. Quantos sacerdotes vimos ser tratados como “retrógrados” ou “anticonciliares” pelo simples facto de celebrarem de maneira solene, piedosa ou simplesmente por obedecerem cabalmente às rubricas! É peremptório sair desta dialéctica.

A reforma foi aplicada e principalmente vivida como uma mudança absoluta, como se se devesse criar um abismo entre o pré e o pós Concílio, em um contexto em que o termo “pré-conciliar” era usado como um insulto. Aqui também se deu o fenómeno que o Papa observa em sua recente carta aos bispos de 10 de Março de 2009: “Às vezes se tem a impressão de que nossa sociedade tenha necessidade de um grupo, ao menos, com o qual não tenha tolerância alguma, o qual se pode atacar com ódio”. Durante este ano foi o caso, em boa medida, dos sacerdotes e fiéis ligados à forma de Missa herdada através dos séculos, tratados muitas vezes como “leprosos”, como dizia de forma contundente o então cardeal Ratzinger.

Hoje em dia, graças ao Motu Proprio, esta situação está mudando notavelmente. E em grande medida está acontecendo porque a vontade do Papa não foi unicamente satisfazer aos seguidores de Dom Lefebvre, nem limitar-se a responder aos justos desejos dos fiéis que se sentem ligados, por diversos motivos, à herança litúrgica representada pelo rito romano, mas também, e de maneira especial, abrir a riqueza litúrgica da Igreja a todos os fiéis, tornando possível assim a descoberta dos tesouros do património litúrgico da Igreja a quem ainda o ignora. Quantas vezes a atitude dos que os menosprezam não é devida a outra coisa senão a este desconhecimento! Por isso, considerado a partir deste último aspecto, o Motu Proprio tem sentido transcendente à existência ou não de conflitos: ainda quando não houvesse nenhum “tradicionalista” a quem satisfazer, este “descobrimento” teria sido suficiente para justificar as disposições do Papa.
(destaques meus)

Fonte: blogue "Oblatus".

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