Tomo conhecimento, através desta notícia, das horrendas dimensões que o aborto alcançou na União Europeia: os europeus são hoje massacrados nos ventres maternos como nunca o foram antes nos campos de batalha, em proporções que consubstanciam o maior e mais silencioso genocídio de todos os tempos.
Ora, a criminosa desordem política que tolera, permite e até apoia este estado de coisas, é necessariamente ilegítima, iníqua e ímpia, e merece ser combatida por todos os meios moralmente lícitos e admissíveis. E com respeito à monstruosidade aborcionista, apetece-me citar um trecho certeiro de Juan Manuel de Prada, retirado do seu livro "A Nova Tirania" (Leiam-no! Leiam-no!):
O progressista é o sujeito que conseguiu fazer passar o seu cinismo por filantropia.
(…) No seu empenho por evitar olhar o rosto do outro, o progressista desenvolveu uma espécie de antropologia bizantina, que faz depender a condição humana de uma vida em gestação do tamanho dessa vida, da viabilidade dessa vida, das semanas de gestação, e por aí fora. O progressista pretende fazer-nos crer que um feto de dez semanas não merece protecção jurídica porque não pode desenvolver-se independentemente da mãe. Mas a inviolabilidade da vida humana não está, de modo nenhum, dependente do facto de ser ou não viável; pelo contrário, uma vida torna-se tanto mais valiosa quanto mais desvalida se encontra, quanto mais exige o nosso auxílio para continuar a viver, quando não tem poder, nem voz para se defender. A inviolabilidade da vida depende, em suma, da nossa decisão de olhar para ela de frente, reconhecendo nela uma dignidade inalienável.
(…) Para conseguir ver a dignidade de uma vida em gestação é necessário, evidentemente, olhá-la com os olhos do coração, que é onde reside a nossa liberdade de escolher entre o bem e o mal. E, como o progressista foge às decisões morais, como nem sequer aceita que haja bem e mal, recorre ao mais repelente fisiologismo para determinar de forma ditatorial que uma vida em gestação não é vida, porque não tem rosto. E, como não tem rosto, não pode ser sujeito; por isso, é um objecto do qual posso dispor livremente, um objecto que posso destruir, se for caso.
Mas como atrás dissemos, o progressista tem necessidade de disfarçar o seu cinismo, dando-lhe a forma de filantropia. E, para justificar a matança de vidas em gestação, tem necessidade de invocar direitos. O progressismo é uma fábrica de salsichas de direitos. E assim, o progressista saca da manga um filantrópico "direito ao aborto": a mulher tem o direito de decidir sobre a sua qualidade de vida; a sociedade tem o direito de se desembaraçar de crianças indesejadas, para garantir aos cidadãos elevados níveis de bem-estar, etc. O progressista disfarça as expressões do interesse egoísta, conferindo-lhes a forma de direitos; e, neste labor de camuflagem, não hesita em negar a dignidade da vida, enquanto esta não tiver rosto. Mas é a nossa própria dignidade que está dependente do olhar que dirigimos a essas vidas sem rosto; quando as tratamos como objectos dos quais podemos dispor a nosso bel-prazer, estamos a negar-lhes dignidade a elas, mas também a estamos a negar a nós próprios. Estamos, muito simplesmente, a deixar de ser humanos.
E o progressista, que já deixou de ser humano, tem necessidade de fingir que continua a sê-lo; para isto, recorre a espaventos filantrópicos.
Ora, a criminosa desordem política que tolera, permite e até apoia este estado de coisas, é necessariamente ilegítima, iníqua e ímpia, e merece ser combatida por todos os meios moralmente lícitos e admissíveis. E com respeito à monstruosidade aborcionista, apetece-me citar um trecho certeiro de Juan Manuel de Prada, retirado do seu livro "A Nova Tirania" (Leiam-no! Leiam-no!):
O progressista é o sujeito que conseguiu fazer passar o seu cinismo por filantropia.
(…) No seu empenho por evitar olhar o rosto do outro, o progressista desenvolveu uma espécie de antropologia bizantina, que faz depender a condição humana de uma vida em gestação do tamanho dessa vida, da viabilidade dessa vida, das semanas de gestação, e por aí fora. O progressista pretende fazer-nos crer que um feto de dez semanas não merece protecção jurídica porque não pode desenvolver-se independentemente da mãe. Mas a inviolabilidade da vida humana não está, de modo nenhum, dependente do facto de ser ou não viável; pelo contrário, uma vida torna-se tanto mais valiosa quanto mais desvalida se encontra, quanto mais exige o nosso auxílio para continuar a viver, quando não tem poder, nem voz para se defender. A inviolabilidade da vida depende, em suma, da nossa decisão de olhar para ela de frente, reconhecendo nela uma dignidade inalienável.
(…) Para conseguir ver a dignidade de uma vida em gestação é necessário, evidentemente, olhá-la com os olhos do coração, que é onde reside a nossa liberdade de escolher entre o bem e o mal. E, como o progressista foge às decisões morais, como nem sequer aceita que haja bem e mal, recorre ao mais repelente fisiologismo para determinar de forma ditatorial que uma vida em gestação não é vida, porque não tem rosto. E, como não tem rosto, não pode ser sujeito; por isso, é um objecto do qual posso dispor livremente, um objecto que posso destruir, se for caso.
Mas como atrás dissemos, o progressista tem necessidade de disfarçar o seu cinismo, dando-lhe a forma de filantropia. E, para justificar a matança de vidas em gestação, tem necessidade de invocar direitos. O progressismo é uma fábrica de salsichas de direitos. E assim, o progressista saca da manga um filantrópico "direito ao aborto": a mulher tem o direito de decidir sobre a sua qualidade de vida; a sociedade tem o direito de se desembaraçar de crianças indesejadas, para garantir aos cidadãos elevados níveis de bem-estar, etc. O progressista disfarça as expressões do interesse egoísta, conferindo-lhes a forma de direitos; e, neste labor de camuflagem, não hesita em negar a dignidade da vida, enquanto esta não tiver rosto. Mas é a nossa própria dignidade que está dependente do olhar que dirigimos a essas vidas sem rosto; quando as tratamos como objectos dos quais podemos dispor a nosso bel-prazer, estamos a negar-lhes dignidade a elas, mas também a estamos a negar a nós próprios. Estamos, muito simplesmente, a deixar de ser humanos.
E o progressista, que já deixou de ser humano, tem necessidade de fingir que continua a sê-lo; para isto, recorre a espaventos filantrópicos.
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