No passado dia 9 de Agosto, Domingo, estando bem a Norte de Portugal, e portanto distante de qualquer local de celebração da Missa Tradicional (em Braga não havia nada), lembrei-me de verificar se a reforma da reforma litúrgica estaria porventura a ser objecto de alguma receptividade no nosso país. Em mau momento o fiz. Eram onze horas da manhã, enchi-me de coragem (para este efeito preciso mesmo de muita) e dirigi-me a uma igreja onde se ia oficiar a Missa segundo o rito de Paulo VI. Reparei que à porta desta se fazia menção ao horário da Eucaristia e não da Missa. Sintomático. Entrei e notei que o altar não tinha qualquer arranjo beneditino. Sintomático, de novo. Depois surgiu o sacerdote - ou deveria dizer antes o presidente da assembleia litúrgica? - para iniciar a celebração, paramentado com a característica albarda que os modernistas supõem erradamente ser uma casula gótica. Confesso que já não me recordo se começou dizendo "Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo", se "Muito bom dia a todos!". Mas tenho bem presente que ele era aquilo a que Monsenhor Nicola Bux chama de sacerdote vedeta ou sacerdote artista, isto é, aquele sacerdote que por força da posição de oração litúrgica "versus populum" se pretende tornar à força o centro das atenções dos fiéis, olvidando-se de que a liturgia não é dele nem para as suas excentricidades, mas antes de Cristo e para prestar culto a Deus. E no caso, o mesmo, após a saudação inicial, em vez de oficiar segundo as rubricas prescritas, optou por proferir, a partir do altar, uma extemporânea homília com considerações porventura oportunas noutro contexto, mas ali, naquele momento, totalmente descabidas. De modo notório, perorava à maneira de um pastor num serviço religioso protestante, muito longe de pretender fazer o que a Igreja sempre fez. Atacado pelo nervosismo que se começava a manifestar através de sudação abundante, levantei-me e abandonei a igreja. O meu relógio marcava onze e horas e sete minutos. Pensei para comigo aquilo que sinto e sei há muito: o "novus ordo" é ele próprio o primeiro e principal abuso litúrgico anticatólico. Em consciência não o consigo suportar! Não posso! É impossível!
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