Lido no notável "O Sexo dos Anjos". Daqui mando um grande abraço para o Manuel Azinhal!
Um dos números mais divertidos que nos foi dado ver ultimamente neste circo que é a vida pública contemporânea foi o recente clamor que se ergueu universalmente contra a decisão do Papa de levantar a excomunhão que pesava há vinte anos sobre os fiéis tradicionalistas.
Não houve opinador nem chafarica do universo iluminado e progressista, dos mais anticlericais aos mais habituados à água benta, que não rompesse a bramir protestos, em uníssona exigência:
- Excomunhão ! Excomunhão! Excomunhão!
O coro ouviu-se urbi et orbi, e quem o ouvisse até podia ser levado a pensar que os reivindicantes alguma vez se preocuparam com a sua própria comunhão.
Não é o caso, certamente. Nem é certamente o bem da Igreja o que ocupa os reivindicantes. Mas o mais engraçado nessas multitudinárias manifestações é reconhecer nelas as mesmíssimas forças que há centenas de anos nos andam a doutrinar contra todas as excomunhões, contra todas as excomunhões... Pelo que se pode concluir, afinal, foram sempre contra as excomunhões mas apenas contra aquelas que os atingem a eles. Desde que recaia sobre os outros, os maus, excelente coisa é a excomunhão!
O mesmo acontece com o famigerado índex; não há filho do progresso, do mais avermelhado ao mais malva descorado, que não se agite em frémitos de indignação só de falar em proibições de livros, ideias, pensamentos... Apanhem-se no poder, porém - e os livros até os queimam, as bibliotecas são devidamente depuradas, as ideias só com o carimbo da correição, e até as palavras, e pessoalíssimas opiniões, têm que submeter-se ao crivo da conformidade política, zelosamente vigiadas por leis, polícias, jornais, tribunais e restantes instituições. Os índices, proibições e interditos ganham estatuto de pilares fundamentais da ordem pública.
Um dos números mais divertidos que nos foi dado ver ultimamente neste circo que é a vida pública contemporânea foi o recente clamor que se ergueu universalmente contra a decisão do Papa de levantar a excomunhão que pesava há vinte anos sobre os fiéis tradicionalistas.
Não houve opinador nem chafarica do universo iluminado e progressista, dos mais anticlericais aos mais habituados à água benta, que não rompesse a bramir protestos, em uníssona exigência:
- Excomunhão ! Excomunhão! Excomunhão!
O coro ouviu-se urbi et orbi, e quem o ouvisse até podia ser levado a pensar que os reivindicantes alguma vez se preocuparam com a sua própria comunhão.
Não é o caso, certamente. Nem é certamente o bem da Igreja o que ocupa os reivindicantes. Mas o mais engraçado nessas multitudinárias manifestações é reconhecer nelas as mesmíssimas forças que há centenas de anos nos andam a doutrinar contra todas as excomunhões, contra todas as excomunhões... Pelo que se pode concluir, afinal, foram sempre contra as excomunhões mas apenas contra aquelas que os atingem a eles. Desde que recaia sobre os outros, os maus, excelente coisa é a excomunhão!
O mesmo acontece com o famigerado índex; não há filho do progresso, do mais avermelhado ao mais malva descorado, que não se agite em frémitos de indignação só de falar em proibições de livros, ideias, pensamentos... Apanhem-se no poder, porém - e os livros até os queimam, as bibliotecas são devidamente depuradas, as ideias só com o carimbo da correição, e até as palavras, e pessoalíssimas opiniões, têm que submeter-se ao crivo da conformidade política, zelosamente vigiadas por leis, polícias, jornais, tribunais e restantes instituições. Os índices, proibições e interditos ganham estatuto de pilares fundamentais da ordem pública.
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