segunda-feira, julho 16, 2007

Cinco livros


Insta-me o meu amigo FSantos a dar conta dos cinco livros que mais recentemente me passaram ou ainda passam pelas mãos. Cá vão:

- "Critica de la Concepcion de Maritain sobre la Persona Humana", do Padre Júlio Meinvielle (na fotografia em cima), um livro escrito num estilo muito "corcundesco", no qual o ilustre sacerdote católico argentino, sempre estribado na boa doutrina tomista, refuta devastadoramente o pensamento de Maritain, base de grande parte do moderno progressismo cristão. Meinvielle insiste sempre na defesa da subordinação do bem privado individual ao bem comum; do indivíduo ao Estado, entendido este no sentido cristão de prossecutor do bem comum e não como o monstro totalitário e omnipresente que a modernidade gerou; e, enfim, do mesmo Estado à Verdade de Deus de que a Igreja Católica é a depositária. Deste modo, explanam-se os fundamentos organizacionais da Cidade Cristã, que são todo o oposto das corruptas partidocracias da actualidade. Este livro está disponível em rede, e quem o quiser ler, pode fazê-lo nesta página temática dedicada à figura do Padre Júlio Meinvielle.

- O segundo tomo das "Obras Completas", de Santo Afonso Maria do Ligório, na reputada tradução francesa que destas fizeram os padres redentoristas Léopold Dujardin e Jules Jacques, e que foram editadas pela Casterman, em Tournai, no ano de 1867. Obtive-o através de um alfarrabista belga, e, pelos carimbos nele apostos, constato que pertenceu a uma casa religiosa de Liége (Obra de Dom Bosco), que entretanto terá encerrado ou se quis libertar de "lixo" contrário ao espírito do V2. De facto, o livro intitulado "Verité de la Foi. De la Vraie Église contre les Sectaires. Evidence de la Foi Catholique", de autoria do grande Doutor da Igreja, lido nos dias de hoje, demonstra à exaustão o modo como o dito V2, em alguns dos seus desideratos, se afastou determinantemente da tradição católica. De resto, Santo Afonso do Ligório é um dos meus autores católicos preferidos: a sua leitura é muito acessível, não exige a preparação filosófica aprofundada que Santo Agostinho e São Tomás de Aquino implicam, e ademais é pautada por um sentido de humor peculiarmente católico.

- Do Padre R.-Th. Calmel, O.P., "Si tu savais le don de Dieu… La Messe", um dominicano que esteve na primeira linha da defesa da Missa tradicional em França, nos anos de chumbo do pontificado de Paulo VI. Que outra coisa fazer em relação a um livro que se inicia da forma a seguir citada, se não recomendá-lo vivamente?

"Je m'en tiens à la Messe traditionelle, celle qui fut codifiée, mais non fabriquée, par Saint Pie V, au XVIe siècle, conformément à une coutume plusieurs fois séculaire. Je refuse donc l'ORDO MISSAE de Paul VI.

Pourquoi? Parce que, en realité, cet ORDO MISSAE n'existe pas. Ce qui existe c'est une Révolution liturgique universelle et permanente, prise à son compte ou voulue par le Pape actuel, et qui revêt, pour le quart d'heure, le masque de l'ORDO MISSAE du 3 de Avril de 1969. C'est le droit de tout de refuser porter la masque de cette Révolution liturgique. Et j'estime de mon devoir de prêtre de refuser de célébrer la Messe dans un rite équivoque".

Na calha, tenho ainda:

- "Hispanidad y Leyendas Negras - La Teología de la Liberación y la História de América", de Antonio Caponnetto, desmontagem não só da lenda negra da colonização espanhola da América, mas também do reaproveitamento que no pós-V2 a teologia da libertação fez dela.

- "La Revolución Francesa", de Rubén Calderón Bouchet, análise do funesto evento à luz do pensamento tradicional de matriz católica que o autor sobraça.

E cesso por aqui a corrente, embora tivesse curiosidade em saber quais os últimos cinco livros que o meu amigo Rafael leu ou anda a ler.

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