quarta-feira, março 28, 2007

O homem do momento


É Salazar! A sua vitória no concurso "Grandes Portugueses" organizado pela RTP tem valor relativo, sem prejuízo de haver exasperado os "democráticos", o que é sempre bom e divertido de se constatar. O modo inepto como a televisão pública o tentou banir num primeiro momento dos candidatos a serem submetidos à escolha dos telespectadores revelou-se afinal desastroso, provocando um efeito oposto ao pretendido pelos mentores de tal desiderato: em vez de o marginalizarem, promoveram-no involuntariamente!

Apesar de me parecer algo forçado considerar Salazar "o maior português de sempre" - um título que com propriedade mereceria ser discutido entre o Infante Dom Henrique, Nuno Álvares Pereira e Dom Afonso Henriques -, não me choca em absoluto incluir o antigo Presidente do Conselho numa lista dos dez portugueses mais relevantes de todos os tempos, onde para além das figuras já indicadas, também constariam Vasco da Gama, Luís de Camões, Afonso de Albuquerque, Dom João de Castro, Santo António e Dom Miguel).

Tratando-se de um governante humano, Salazar reflectiu a imperfeição inerente a tal condição, sendo ocioso repetir os defeitos de que a sua governação padeceu - numa perspectiva de direita dos valores e não da vulgata esquerdista, claro está - , a começar pela tendência para o compromisso com forças nada monárquicas e ainda menos católicas, passando pelo alheamento parcial face às legítimas aspirações sócio-económicas do homem médio da época, e até à permissividade para com a traição burguesa de uma certa alta sociedade grande beneficiária material da existência do Estado Novo, mas que o desprezava profundamente nos seus princípios fundamentais e essência. Sem prejuízo, Salazar nunca traiu, sempre serviu e jamais se serviu, ou seja, foi todo o inverso daqueles que desgovernam Portugal há já trinta e três anos, os quais não hesitam em utilizar em proveito próprio, pessoal e privado a coisa pública e fazer responder solidária e ilimitadamente pelos seus desvarios o património de todos os portugueses. E nesta diferença - no seu carácter probo, honrado e íntegro - reside a principal razão do triunfo no concurso televisivo! Trinta e sete anos decorridos desde a sua morte, trinta e três anos passados sobre o pronunciamento do 25 de Abril, Salazar, que se fosse vivo teria cento e dezoito anos, assume o papel de principal opositor ao regime vigente e ao iníquo governo socrático que o personifica! E os "democráticos" bem o sabem que assim é!

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