domingo, maio 09, 2004

As fífias do núncio papal em Madrid

Monsenhor Manuel Monteiro de Castro, núncio apostólico em Madrid, ter-se-á pronunciado em sentido favorável sobre a questão da legalização das uniões de homossexuais, dando conta desse facto a chamada comunicação social de referência. Entretanto, vejo neste blogue, o seu autor, com o cavalheirismo que o costuma caracterizar na defesa dos membros da Igreja face às investidas dos "media", a dar conta de que as palavras do português representante do Papa em Madrid terão sido objecto de deturpação por parte da imprensa; todavia, relendo os exemplos que Valete Fratres oferece e outros mais de que tomo conhecimento através da rede, não posso sobraçar - embora gostasse de o fazer - o juízo por ele emitido de que nos encontramos perante uma distorção jornalística.

De facto, sem colocar directamente em crise o magistério tradicional da Igreja, Monsenhor Manuel Monteiro de Castro sufragou de modo iniludível a legalização de tais uniões de homossexuais, dessa forma afastando-se decisivamente daquele magistério e semeando, à boa maneira dos modernistas que passaram a dominar a Igreja depois do Vaticano II, a confusão, a ambiguidade e dúvida entre as hostes católicas, isto numa altura em que as mesmas deveriam estar mais do que nunca unidas face à guerra cultural que lhes vem sendo movida pelas forças laicas um pouco por todo o ocidente.

É pena que um importante membro da Igreja Católica não hesite em pôr a sua vaidade pessoal e a vã glória de agradar ao mundo, sussurrando ao ouvido deste as palavras bonitas que ele gosta de ouvir, acima das verdades de fé e moral reveladas de que deveria ser primacial defensor. O caso não é único e basta recordar uma infelicíssima entrevista que o Bispo do Porto concedeu, no final do ano passado, ao Expresso, na qual nunca se percebeu muito bem se defendia, ou não, a despenalização do crime de aborto, o que para um Bispo não está nada mal. Retractou-se ulteriormente, mas os estragos ficaram feitos…

Desgraçadamente, estes modernistas esqueceram-se das palavras de Cristo: "Seja este o vosso modo de falar: Sim, sim; não, não Tudo o que for além disto procede do espírito do mal" (Mt 5, 37).

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