Custa-me a crer como é enorme a ignorância religiosa da
generalidade dos jornalistas dos grandes meios de comunicação social: noticiar que o Papa Francisco perdoou os pecados de todos os que participaram na peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Penha, em Guimarães, neste último fim-de-semana, como se porventura aí tivesse sido administrada uma gigantesca absolvição penitencial colectiva, é um disparate inqualificável, que ademais
tem o gravíssimo inconveniente de espalhar a confusão nos espíritos dos fiéis
menos esclarecidos, os quais são a maioria em Portugal…
Uma simples consulta em linha teria sido o suficiente para que estes jornalistas “jornaleiros” percebessem que uma indulgência plenária não perdoa quaisquer pecados mas tão-só a pena temporal - a cumprir no Purgatório - devida pelo pecado já remitido em confissão, demonstrando-se assim
que o mau profissionalismo jornalístico começa na incapacidade de se realizar o
necessário trabalho de investigação de retaguarda.
Quanto aos pecados propriamente ditos, estes perdoam-se:
- se mortais (os decorrentes da violação directa, voluntária
e deliberada da lei moral, praticados com pleno conhecimento, suficiente
reflexão e total assentimento), através da sua confissão verbal no sacramento
da Penitência; ou, excepcionalmente, por um acto de contrição perfeito;
- se veniais (os resultantes de violação negligente da lei
moral, isto é, se cometidos sem pleno conhecimento, sem suficiente reflexão e sem
total assentimento), também mediante a assistência ao Santo Sacrifício da
Missa.
De resto, para finalizar, não compreendo como quem de
direito - esta história do perdão dos pecados através da simples participação na peregrinação andava a ser propalada há já uns dias nos meios de comunicação social - não lhe pôs cobro de imediato, repondo a verdade e impedindo que o
equívoco ganhasse o terreno que ganhou…
1 comentários:
A incompetência e a ignorância nas redacções portuguesas é gritante. Limitam-se preguiçosamente a publicar o que as agências produzem e o que o senso comum - não o bom senso - lhes dita. Redunda isto numa total incapacidade de aprendizagem, numa arrogância modernista voraz e num churrilho de disparates que, infelizmente, fazem opinião pública num povo brutalizado. Em economia e religião são os mestres da baboseira.
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