Causam-me perplexidade os caminhos ínvios pelos quais, nos últimos tempos, uma certa “resistência católica” decidiu enveredar, num processo que tem entre os seus protagonistas pessoas que me habituei a estimar. Provocam-me estranheza a falta de subtileza, de argúcia e até de finura diplomática demonstradas por estes “resistentes”. Pretendendo o impossível - uma Igreja perfeita quanto ao elemento humano que a compõe, olvidando-se de que na Igreja houve, há e haverá sempre porcaria, por vezes até muita (releia-se a tal respeito, para não se ir mais longe, a “Pascendi”, de São Pio X) -, esquecem-se outrossim do que é essencial: o bem maior das almas e o bem que para tantas delas adviria da “experiência da Tradição” poder ser feita no seio da Igreja institucional, numa estrutura perfeitamente regularizada de um ponto de vista canónico (que seria a maior existente deste género) e sem a irregularidade fáctica que provoca a desconfiança - injusta ainda que compreensível - de tantos fiéis piedosos mas menos esclarecidos. Ah, que bem decorreria para estas almas de um contacto sem entraves com a Missa Tradicional de rito latino-gregoriano e com os restantes sacramentos também administrados sob a forma tradicional! Assim, no fundo, no fundo, estes “resistentes” são involuntariamente os melhores aliados da contra-igreja personificada pelos modernistas e progressistas. E perante esta lamentável atitude de esquecimento do fundamental em face do acessório, não posso deixar de recordar as palavras proferidas por Nosso Senhor Jesus Cristo, a propósito da parábola do administrador infiel (São Lucas 16, 8):
(…) os filhos deste mundo são mais sagazes que do que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes.
1 comentários:
Escrevi acerca disso, foi republicado em http://www.tradicaoemfococomroma.com/2011/06/o-efeito-da-teoria-da-resistencia.html .
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