Em postal anterior referi que D. José Policarpo se aproxima do limite de idade para o exercício de funções. A este respeito, escreve o sempre bem informado Paco Pepe, com o seu bom humor característico, que a Igreja só terá a ganhar com a renúncia - entre outros cardeais que refere - do actual Patriarca de Lisboa.
Concordo em pleno com o responsável do imprescindível "La Cigüeña de la Torre". De facto, não deixará quaisquer saudades a forma como D. José Policarpo governou a diocese olissiponense, já que num plano interno alinhou sempre com um progressismo obsoleto radicalmente anticatólico e em nada beneficiou a tradição, e num plano externo se mostrou incapaz de defender com um mínimo de firmeza e sem quaisquer ambiguidades, mormente face ao poder político socialista, o magistério constante da Igreja em matérias como o aborto ou emparelhamento de homossexuais.
Na verdade, e afirmo-o sem qualquer prazer, ao seu múnus episcopal no Patriarcado de Lisboa só pode aplicar-se este trecho do "Sermão da Epifania", pregado pelo grande Padre António Vieira, no ano de 1662, na Capela Real:
Sabeis, diz o supremo Pastor da Igreja, quando foge o que não é verdadeiro pastor? Foge quando vê injustiças, e em vez de bradar contra elas, as cala: foge, quando devendo sair a público em defesa de verdade, se esconde, e esconde a mesma verdade debaixo do silêncio. Bem creio que alguns dos que me ouvem, teriam por mais modéstia e decência, que estas verdades e estas injustiças se calassem; e eu o faria facilmente como Religioso, sem pedir grandes socorros à paciência: mas que seria, se eu assim o fizesse? Seria ser mercenário e não pastor: Fugit, quia mercenarius est: seria ser consentidor das mesmas injustiças que vi, e estando tão longe, não pude atalhar: Fugit, quia injuistitiam vidit, et tacuit: seria ser proditor das mesmas ovelhas que Cristo me entregou, e de que lhe hei-de dar conta, não as defendendo, e escondendo-me onde só as posso defender: Fugit, quia se sub silentio se abscondit.
Concordo em pleno com o responsável do imprescindível "La Cigüeña de la Torre". De facto, não deixará quaisquer saudades a forma como D. José Policarpo governou a diocese olissiponense, já que num plano interno alinhou sempre com um progressismo obsoleto radicalmente anticatólico e em nada beneficiou a tradição, e num plano externo se mostrou incapaz de defender com um mínimo de firmeza e sem quaisquer ambiguidades, mormente face ao poder político socialista, o magistério constante da Igreja em matérias como o aborto ou emparelhamento de homossexuais.
Na verdade, e afirmo-o sem qualquer prazer, ao seu múnus episcopal no Patriarcado de Lisboa só pode aplicar-se este trecho do "Sermão da Epifania", pregado pelo grande Padre António Vieira, no ano de 1662, na Capela Real:
Sabeis, diz o supremo Pastor da Igreja, quando foge o que não é verdadeiro pastor? Foge quando vê injustiças, e em vez de bradar contra elas, as cala: foge, quando devendo sair a público em defesa de verdade, se esconde, e esconde a mesma verdade debaixo do silêncio. Bem creio que alguns dos que me ouvem, teriam por mais modéstia e decência, que estas verdades e estas injustiças se calassem; e eu o faria facilmente como Religioso, sem pedir grandes socorros à paciência: mas que seria, se eu assim o fizesse? Seria ser mercenário e não pastor: Fugit, quia mercenarius est: seria ser consentidor das mesmas injustiças que vi, e estando tão longe, não pude atalhar: Fugit, quia injuistitiam vidit, et tacuit: seria ser proditor das mesmas ovelhas que Cristo me entregou, e de que lhe hei-de dar conta, não as defendendo, e escondendo-me onde só as posso defender: Fugit, quia se sub silentio se abscondit.
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