1) Um tribunal federal norte-americano proibiu a exibição de símbolos cristãos nas escolas públicas de Nova Iorque, sem prejuízo de permitir essa mesma exibição no caso de tais símbolos serem judaicos ou muçulmanos. Porquê uma decisão deste teor absolutamente inqualificável? Por ser possível humilhar sem riscos e cobardemente os cristãos, ao invés do que sucede com os judeus ou os muçulmanos, os quais sabem sancionar sem hesitações - uns, subtil e friamente; outros, directa e brutalmente - quem se atreve a ofendê-los?... De qualquer maneira, como o comprova o decidido pelo tribunal em apreço, a ditadura do politicamente correcto, autêntica antecâmara da tirania da nova ordem mundial, está cada vez mais enlouquecida e descontrolada, mostrando à exaustão onde está o seu principal inimigo.
2) Porque os fautores da tal nova ordem mundial começam a rufar outra vez os tambores da guerra, para uma nova e mais desastrosa aventura bélica a ocorrer no Irão, tem inteira oportunidade destacar neste espaço o livro "Neo-Conned! Just War Principles: A Condemnation of War in Iraq", obra colectiva para a qual contribuiram autores tão importantes como Patrick J. Buchanan, Samuel Francis, Joseph Sobran, Charley Reese, Eric Margolis, Paul Gottfried, Juan Carlos Iscara (sacerdote católico argentino, professor de História da Igreja, Teologia Moral e Literatura, no Seminário de São Tomás de Aquino, da Fraternidade de São Pio X, em Winona, Minnesota, Estados Unidos), John Rao, ou Paul Likoudis, e que se apresenta nestes termos:
"In 1928, Franziskus Stratmann, a German Dominican priest and a leading Catholic peace activist, warned that the "modern movement against war" threatened to become the "reckless revolutionizing of the masses against lawful authority, and the unchecked rule of individualism."
He insisted, therefore, "that the protest against the boundless arbitrariness and barbarity of modern war should find an echo where the greatest spiritual and moral power is still enthroned: on the rock of Peter". He asserted in the strongest terms "that the protest against the exaggerated power of the State and military ruthlessness, and the right, in certain cases, to deny obedience to the State, can be confirmed by appealing to Tradition, Holy Writ, and to the noblest authorities of the Church teaching and the Church taught."
Stratmann's wisdom has finally hit the world of current affairs with a vengeance. The editors of Neo-Conned! Have assembled an all-star lineup of journalists, academics, and commentators who bring to bear the wisdom of Catholic tradition and the prudence, realism, and common sense of authentic patriotism on the tragic and immoral 21st century war against Iraq.
The vocal apologetic for war in Iraq of neo-conservative Catholics, along with the muted response of the American Hierarchy, kept antiwar Catholics on defensive in the months leading up to the war, and caused a spectacle of Catholic powerlessness in the face of an agressive, self-proclaimed "Christian" presidency.
The thirty-one essays and interviews in Neo-Conned! succeed in righting that wrong, setting forth in clear and persuasive terms the Catholic and genuinely patriotic objection to war in Iraq, based upon both the venerable just-war tradition and solid political analysis. They also refute the most pernicious myths about religion, war, and Christian citizenship, arguing from Catholic doctrine and solid logic that God, the Church, and conscience take precedence over the government in determining both the justice of a war and morally acceptable courses of action for Christians who are called upon to support it.
The essays and interviews in Neo-Conned! dissect the moral and religious aspects of the war in Iraq with unparalleled precision and honesty, while the the appendices explain just-war doctrine and conscientious objection in absolutely orthodox terms. Together they represent the best in contemporary moral and political analysis."
3) Finda a A-8, antes de entrar em Lisboa e começar a atacar a Calçada de Carriche, julgo ver à distância um cartaz propagandístico com a cara do Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush: que faz uma coisa destas aqui em Odivelas? - pergunto. Aproximo-me e fico mais tranquilo: é tão-só publicidade do cantor Emanuel a anunciar um concerto no Coliseu dos Recreios! E já agora, para o meu amigo Nelson Buíça, que tal este "Cheney's got a gun?"
4) Tenho acompanhado o interessantíssimo debate sobre a questão nacionalista envolvendo o Combustões, o Corcunda, o Engenheiro, o Jansenista, o JeMantiaindrai e o Manuel, todos eles senhores de alguns dos espaços de mais elevado nível da blogosfera portuguesa, apesar das naturais diferenças e reservas doutrinárias que num ponto ou outro me possam suscitar. Não me imiscuirei directamente na discussão, mas servir-me-á ela de mote para proximamente recordar o magistério católico tradicional sobre o amor cristão à pátria.
5) Nesta sequência, aproveito para manifestar a minha perplexidade perante a lei da nacionalidade recentemente aprovada pelo Parlamento, bem como face ao projecto legislativo governamental de institucionalização de um documento de identificação único.
No atinente à primeira, já sustentei em momento anterior que a nacionalidade portuguesa há-de assentar eminentemente num direito de sangue, isto é, serem considerados portugueses os nascidos em Portugal filhos de pais portugueses, sem prejuízo de essa nacionalidade poder ser concedida a terceiros por outras vias, independentemente da sua origem étnica e proveniência geográfica, na condição de os mesmos terem uma ligação real, efectiva e concreta à comunidade nacional, e de nela estarem plenamente integrados. Ora, esta preocupação está arredada de modo notório da lei recentemente aprovada, já que é evidente que uma ligação de tal tipo não existe no caso do estrangeiro ou estrangeira que haja convivido em simples união de facto (!) com uma portuguesa ou um português pelo escasso período de três anos; no do garoto estrangeiro que se limite a concluir em Portugal a instrução primária; ou no do estrangeiro que perfaça no País dezoito anos de idade, tendo vivido nele ininterruptamente durante os últimos dez anos, ainda que ilegalmente. Pelo contrário, parece que a principal preocupação do legislador foi a de criar um conjunto de cidadãos nacionais de pura conveniência e sem quaisquer laços verdadeiros com Portugal, à imagem e semelhança das frotas de marinha mercante de alguns Estados, como forma subreptícia de tentar ampliar as clientelas dos partidos de esquerda e extrema-esquerda e, assim, viciar o processo eleitoral.
No concernente ao segundo, já defendi em altura prévia que a introdução do documento de identificação nacional único é passo imprescindível, não só pela imensa concentração de informação disponível respeitante a cada um e a todos os cidadãos que permitirá, e que de outro modo estaria dispersa e apenas com muita dificuldade poderia ser cruzada, mas sobretudo porque dará um poder de vigilância absoluto, "orwelliano", sobre a vida de todas as pessoas, àquele que vier a controlar tal concentração de informação, a qual iniludivelmente se prestará a todo o tipo de abusos. Ouso mesmo dizer que estará aqui a génese do processo que nos levará, num futuro não muito distante, à obrigatoriedade da implantação corporal do "chip" electrónico identificativo. Muito estranho não ver a direita, seja ela a liberal, a conservadora ou a nacional, preocupada com um problema desta gravidade...
6) O Mendo Ramires decidiu-se finalmente a abrir um blogue pessoal: faço votos para que a "Torre", à imagem dos mosteiros no Ocidente depois do fim do Império Romano, seja um oásis da elevação cultural e espiritual tão estimada pelo seu autor, no meio de um mundo cada vez mais bárbaro.
7) Finalmente, ao "Insurgente", espaço que muito estimo pelas suas características eminentemente paleolibertárias, apesar de algumas derivas neoconservadoras menos conseguidas, felicito-o pela passagem do seu primeiro aniversário. E saber que Pedro Sette Câmara passa a colaborar naquele, sobretudo agora que renegou o absurdo astrológico, é uma excelente notícia!
JSarto
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